quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

JESUITA ALEXANDRE DE GUSMÃO

JESUITA ALEXANDRE DE GUSMÃO – nasceu em 1629 em Portugal e morreu no Seminário de Belém no dia 15 de março de 1724 com 95 anos. Foi um pedagogo e um educador, doutrina e exercício, teoria e prática. Escreveu os livros: “Árvore da Vida, Jesus Crucificado”, “O Corvo e a Pomba de Noé”(Lisboa,1734), “Rosa de Nazaré nas Montanhas de Hebron”, “ A Virgem de N.Sª da Companhia de Jesus”(Lisboa,1715)

“História do Predestinado do Peregrino”(1728) “Arte de Criar Bem os Filhos na Idade da Puerícia”, editado em Lisboa no ano de 1685 . Lançando com esses livros a Pedagogia intercalar. Portando, grande novidade, primeiras obras nesse gênero no Brasil, obras raras, mesmo em Portugal. É considerado o percussor da puericultura no Brasil.

Padre Gusmão, tinha convicção profunda sobre a educação, não só para a vida religiosa como também para a sociedade. O Seminário de Belém concorreu para a educação do Brasil, no começo do século XVIII.

O Seminário de Belém foi fundado com o nome de Escola Provincial no ano de 1686, grande escola à margem do Rio Paraguaçú, caminho de Cachoeira. Estabelecimento considerado sui generis, entre as casas ou noviciados de educação dos leigos da Companhia. Concorriam os alunos de toda parte do Brasil, principalmente dos recôncavos baianos, pobres e filhos de fazendeiros. Saem do Seminário com o saber das humanidades concluídas. Para serem admitidos na Companhia de Jesus (Colégio dos Jesuítas) e em outras ordens regulares como na Universidade de Coimbra. Assim, o Seminário é religioso e leigo. É o primeiro internato estabelecido no Brasil, por iniciativa particular se fundou e viveu uma instituição escolar, onde por espaço de 73 anos receberam a primeira educação e ensino cerca de 1.500 estudantes, filhos do Brasil, que ilustraram depois a diversas carreiras.

A Bahia se orgulha desta instituição nobre e da fama do Padre Alexandre de Gusmão, sua vida e suas obras. (Fonte do livro: “Livro de Horas” – autor: Afrânio Peixoto)

“Construiu o Seminário e a Igreja com “esmola” e doações, desenhou traços da Igreja e do Seminário. Era exímio na arte cerâmica. Construiu o retábulo do altar- mór com mestria.Por decisões do Marquês de Pombal, D. Sebastião José de Carvalho e Mello (n.1699 e m.1782-Lisboa) consta no Instrumento de Inventário e Seqüestro dos bens do período 1759-1760 os bens: ornamentos em prata e ouro em alfaias, 5 fazendas de gado e numerosos escravos feito em hasta pública todo o patrimônio revertido para a Coroa.”

(Fonte: Alberto Rabello no seu discurso de ingresso no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – sob o Seminário de Belém de Cachoeira e do padre Bartholomeu Lourenço)

NOTA DO PESQUISADOR: O Seminário de Belém, em Cachoeira não existe mais. Ficou a Igreja de Nossa Senhora de Belém, para comprovar a História, simples e abandonada, um golpe duríssimo que os jesuítas receberam do Marquês de Pombal em 1759. Eliminaram o berço da educação no Brasil.

DESAMBIGUAÇÃO: Alexandre de Gusmão - Diplomata, luso-brasileiro.Nascido no Brasil colônia em 1695 e morreu em 1753 com 58 anos.

Alexandre de Gusmão - jesuita português - nasceu em Lisboa no ano de 1629 e morreu em 1724 com 95 anos.

É BOM SABER:

Conforme narrativa de Affonso Costa no seu discurso no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia que se encontra no livro “O Seminário de Belém de Cachoeira e o Padre Bartholomeu Lourenço (erradamente chamado de Gusmão). Em sessão de 14 de maio de 1916. É confirmado que o Bartholomeu Lourenço foi seminarista de Belém, discípulo do jesuíta padre Alexandre de Gusmão seu padrinho e protetor. Como grande admirador adotou o sobrenome de Gusmão em referencia a sincera amizade. Na ascendência do padre “voador” assim chamado, por ter inventado o balão ou aeróstatos, não consta na família o nome de Gusmão.

O primeiro dos seus inventos, foi o mecanismo que canalizava água para o Seminário vindo de rio mais próximo. Podendo ser do lago ou mar, a altura que pretendesse. Sua idéia beneficiou vários Conventos, Igrejas e Engenhos causando admiração de todos.”

Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SOLAR BARÃO DO RIO REAL


Situado na rua Almeida Couto, nº 01 – Largo de Nazaré “ construção do século XVIII e reformado no início do século XIX – Nota nesse casarão o mirante já implantado na construção civil da época em várias residências.”( frases do IPHAN, ficha do imóvel ).
Pertenceu ao Barão do Rio Real– José Dantas dos Imperiais Itapicurú ou como era chamado Dr. José Dantas Itapicurú, 1º barão do Rio Real, nasceu no dia 19 de março de 1798 no engenho Camuciatá, município de Itapicurú. Faleceu no dia 10 de novembro de 1862, nesta capital, e sepultado no cemitério do Campo Santo. Foi juiz em Itapicurú, agraciado barão. Filho legítimo de José d’Antas e Francisca de Sousa, casou em 1ª núpcias com D. Ana Ferreira de Jesus Velloso, não teve filhos, na 2ª núpcias casou com D. Eliza Pitanga Dantas, faleceu na Capital em 12 de junho de 1902, deixando quatro filho a saber: João Gualberto Dantas com 22 anos ( futuro 2º barão do Rio Real )
José Dantas Itapicurú com 21 anos
Maria Leopoldina Dantas com 18 anos
Praxeres Pitanga Dantas com 13 anos.
(Fonte, inventário pág.2 do livro de Inventário de José Dantas Itapicurú em 23 de agosto de 1902 – Itapicurú )
Assim sendo, é natural que o barão e sua família, sempre quando vinham para a Capital (Salvador) ficaram estabelecidos no casarão do bairro de Nazaré. Este Solar ou casarão, foi tombado pelo IPHAN sob nº 32 do livro de Belas Artes, fls,07 em 20.04.1938 (Arquitetura civil do período Colonial) cadastro imobiliário nº 20314 – Processo nº 118-T “ Tombado em agosto de 1937 sob nº 32 – época século XVIII (1748 mais ou menos).”Poucas referencias seguras sobre esse prédio. Conseguimos saber que ele seria um dos 3 edificios primitivos do bairro de Nazaré. Parece que, mais tarde, em pleno século XIX sofreu pequenas modificações. Estas, porém de natureza mais ornamental, longe de prejudicar, antes lhe aumentaram a discreta elegância de legitima casa palaciana.”
As anotações acima, estão registradas na ficha do imóvel mencionado, pelo arquiteto fiscal.
O imóvel passou por vários locatários. Foi pousada dos padres da Congregação das Missões. Em 29 de dezembro de 1944 pertenceu a D. Almerinda Martins Catarino da Silva. Já em fevereiro de 1945 pertenceu ao Colégio N. Sª de Lourdes e Escola Técnica. Depois em 11,08.95 foi transferido ao Colégio Democrata e novamente abandonado. Hoje esse casarão está sob a locação, segundo informações do IPHAN a um comerciante de antiguidade que por sua vez, ainda não abriu a porta.
NOTA DE ESCLARECIMENTO:
Certas pessoas de pensamentos Liberais da época substituíam os sobrenomes portugueses por um nativista, era comum esse sentimento para se identificar melhor, por exemplos: Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, advogado, jurista e político baiano, defensor da independência, visconde de Jequitinhonha – nome de batismo Francisco Gomes Brandão (Gê ou Jê homenagem ao índio brasileiro e Montezuma advém do Imperador Mexicano. Acayaba palavra de origem indígena Tupi)
Francisco Cortes Real, depois Corte Imperial editor do jornal “constitucional” principal jornal dos interesses baianos.
Padre Manoel José de Freitas Batista Mascarenhas, passou a ser Manuel Dendê Bus em homenagem aos africanos da Bahia e o seu “azeite de dendê”. Vigário da Igreja da Conceição da Praia, figura do movimento libertador de 1822. Esses são um dos casos de centenas de outros como forma de protesto ao regime Imperial. Não seria contrario o Dr. José Dantas dos Imperiais Itapicurú, acrescentando em seu nome o local de morada. Como também a sua esposa passa a ter “Pitanga” no nome, referindo-se a uma frutinha regional e baiana muito conhecida.
Visitei o casarão do barão do Rio Real no bairro de Nazaré em 2007. Na ocasião a porta estava aberta e deparei com o ex-Diretor do Colégio N.Sª de Lourdes, ex- locatário do imóvel que estava recolhendo ainda, documentos de ex-alunos e estava passando o imóvel para o referido comerciante de antiguidade. Percorri o casarão que tinha vários objetos e móveis amontoados e vi uma escada belíssima de madeira de lei. Fui até a parte inferior do casarão chamado de “socavão”, local amplo com pouca circulação de ar, lá nas paredes sem cor, úmidas, se encontravam argolas de ferro presas na parede, visível instrumento de suplício para prender escravos e no chão outros objetos que não consegui identificar. É lamentável o descaso público e oficial do governo com o patrimônio histórico de grande interesse.
É BOM SABER:  Constatei na Pasta - maço nº1575 referente as Sociedades Beneficentes - Seção do Arquivo Colonial e Provincial do Arquivo Público do Estado da Bahia as seguintes informações: "Faz menção a construção do Palacete Geremoabo na rua Cova da Onça em 21,01.1677". Está referência é o Palacete da rua Almeida Couto, 01 no Bairro de Nazaré - endereço de hoje.
Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O ESTRAGO APÓS A ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS


SEGUNDO UM CAFEICULTOR – SÉCULO XIX.
Vamos acompanhar suas palavras: “ A Lei de 13 de maio de 1888, veio a ser para mim, assim como foi para outros lavradores, um golpe duríssimo. A minha fortuna que em 1885 eu havia avaliado em cento e setenta contos de réis, desceu logo e por assim dizer de uma só vez cerca de uns trinta contos de réis, e ainda assim puramente nominais, foi eliminado sem deixar o menor resíduo o valor dos escravos, é que o valor da terra descia a cem mil reis o alqueire e até mesmo a menos, e o do pé de café a cem réis e alguns a cinqüenta e a vinte réis. Por outro lado, nem mesmo por esses preços os compradores apareciam.
É preocupante, ver-se da noite para o dia aniquilado o fruto de tantos anos de esforços, de privações e até mesmo de capitais, pois que na minha lavoura eu havia aplicado a pequena herança de meus pais, o pequeno dote de minha mulher e um grande número de contos de réis que eu havia ganhado pelos serviços de advocacia e por outros modos de trabalho. Não é, com efeito causa com que facilmente se possa resignar, sobretudo quando se vê que a causa principal do tal golpe, não passou de uma sórdida ambição de um grande número de interesse inconfessável e quando aqueles que haviam vibrado esse tão rude e tão tremendo golpe, continuavam sempre a se conservar no seu mais completo “bem bom” e que em lugar de consolar ou de condoerem, pelo contrário riam-se das suas vítimas.
Felizmente, resignado e arruinado, reconheço que é absolutamente inútil procurar remédio. A Abolição estava para mim neste caso e tendo deste logo, reconhecido, que independentemente do grande mal, que teria para o futuro de se converter em um grande bem, nem mesmo para os outros, aqueles que se tornavam uma conseqüência imediata do primeiro, isto é, que nem mesmo para a reorganização da minha lavoura eu poderia descobrir um remédio qualquer, e quem além de pronto, fosse ao mesmo tempo convenientemente acertado, deste logo, também resolvi entregar-me de olhos fechados nas mãos da providência. Felizmente, porém ainda para mim, os meus libertos declararam-me que nem um só deles se retiraria, sem que primeiro  houvesse colhido o meu café. E com efeito, não só o cumpriram como seguiram as regras do antigo regime e da disciplina.
Quando concluíram a colheita, é que então, foram reuniram-se ás suas famílias, ou para terem consciência, era natural, de que se achavam livre. Foram pouco a pouco se retirando, mas dando-lhes eu condução e saindo todos na mais perfeita paz comigo. Afinal, fiquei reduzido a um que havia sido o meu primeiro escravo e que se chamava Antonio e a duas que servia dentro de casa, mucambas, uma delas se chamava Inocência, está foi ama de um dos meus filhos, preferiu ficar comigo a ir para a companhia da mãe que havia conseguido reunir toda a família e com muita insistência para que a Inocência fosse morar com ela.
As maiores fazendas de café, haviam perdido todas as suas colheitas por não encontrar quem colher, falta de braços. E muitas foram pagas por dividas com Bancos, acarretando desespero em famílias tradicionais.
Em abril de 1889, fui ao Juiz de Fora, buscar alguns colonos italianos, e creio que não fui infeliz na escolha. Foi isto uma simples experiência e por hora ainda não sei absolutamente o que terei que fazer para o futuro. Sejam, porém, quais foram as vantagens do serviço livre; um fato para mim está desde já verificado e vem a ser bem ou mal, o escravo trabalha muito mais que o homem livre, principalmente estrangeiro. Uma vez que o seu trabalho seja em feitoria.
A segunda Lei Saraiva como vulgarmente se chama, e tendo essa lei fixado o preço do escravo emancipado, muito inferior a metade do valor atual, isto já foi grande desfalque que se deu na fortuna do fazendeiro. E essa conseqüência provocou muita desavença entre escravo e proprietário. Os escravos querendo a sua carta de alforria dentro da Lei Saraiva. Geraram vários conflitos e fugas para os Quilombos, mortes de fazendeiros e determinações judiciais. Para se ter uma idéia, um escravo moço, sem defeito, custava na lavoura de café de Minas Gerais, no ano de 1885 mais ou menos 1.500$00 (hum mil e quientos contos de réis) e a mulher nova de 2.000$00 (dois mil contos de réis), sendo o homem com ofício o valor chegava a 2.500$00 (dois mil e quientos contos de réis). Depois baixou abruptamente para 800$00, l.00$00 e até 500$00 os negros já não queriam mais saber de lavoura só pensavam em garimpar ir para os fundos dos serrados mineiros.
A Abolição, filha de múltiplos interesses, do servilismo e da especulação, tal como foi feito, muito pouco teve o ideal. Pois, deixou rastos maléficos e prejuízos irreparáveis aos fazendeiros, senhores de engenhos e todos aqueles que tinham escravos. Por outro lado, os escravos não foram preparados para serem livres, numa sociedade ainda dominada em pensamentos extremamente agrícolas, oligarquia, patriarcais e conservadoras. Muitos escravos, aqueles que tinham algum ofício se deram bem, outros preferiram ficar com seus senhores, trabalhando para eles em troca de comida e outras migalhas. Alguns preferiram ser vendeiros ou vendeiras. Outros por quentões sentimentais permaneceram sem exigir nada e poucos obtiveram a sorte de juntar dinheiro e foram mais adiante ser comerciante os chamados “letrados” e a grande maioria sem instrução, doentes a viverem mendigando pelas ruas. Alguns outros voltaram para a África com seus próprios recursos.
Esse foi o quadro degradante nos primeiros anos após a Abolição da Escravatura no Brasil. A liberdade veio trazendo misérias para uma Nação em agonia. Foi tardio, mas um mal necessário”
Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques - mantido o português da época, fiel ao original.
Fonte do livro “Minhas Recordações” – autor: Francisco de Paula Ferreira de Rezende.
Págs.437 a 442 – capítulo III – publicado em 1944.
N.B.: O autor deste livro descreveu a sua vida pregresso na cidade de “Campana” norte do interior de Minas Gerais, entre os anos de 1830 a 1890

RESUMO DOS GRANDES ACONTECIMENTOS NA BAHIA SÉCULO XIX


A Independência da Bahia em 1822
A Revolta dos Malês em 1835 ( promovida por africanos mulçumanos)
O mata-maroto ( reações no comércio contra os portugueses ) em 1831
A Revolta da Sabinada em 1837 – (movimento pela Federação)
O renascimento financeiro de 1840
A crise de 1846. Financeira e econômica.
A cólera-morbo, de 1855 a 1856 (epidemia que vitimou mais de 30.000 mil baianos na capital e interior)."O cholera morbus é uma infecção intestinal aguda causada pelo Vibrio cholerae que é uma bactéria capaz de produzir uma enterotoxina que causa vômitos, diarréias se multiplica com muita rapidez.A sua transmissão e diretamente dos dejetos fecais de um doente por ingestão oral, principalmente em água contaminada".
A guerra do Paraguai ( e suas conseqüências em 5 anos ).
A crise agrícola: algodão, moléstia da cana em 1873 e a concorrência do açúcar brasileiro com o fabrico de açúcar extraído da beterraba feito pela Inglaterra, em suas ilhas de possessões.
A abolição dos escravos em 1888 ( e suas conseqüências internas).
A seca no sertão baiano de 1889.
O desespero das empresas e a falência em 1891 ( a crise iniciou em 1873 a 1890 )
A guerra de Canudos, chamada de “o extermínio sem causa” em 1897.
Outra devastadora seca de 1898 a 1899.
Ano importante, socialmente foi 1890 é a Declaração da Liberdade de Todos os Cultos Religiosos e a Separação da Igreja do Estado, regulamentando-se em conseqüência ao Registro de Nascimento, Casamento e Batismo. São essas obrigações da Igreja Católica no Brasil. Foi um marco histórico.
COISA DIGNA DE NOTA: Durante o período que compreende o fim do século XVIII e o princípio do século XIX, formou-se neste país um espírito de Independência e Liberdade, como aprovam a Conspiração Republicana de 1798 (Conspiração dos Alfaiates ou Revolta da Sabinada ), a Revolução de 10 de fevereiro de 1821 e a Independência, os movimentos federalistas de 1831, 32 e 33.
Trabalho de pesquisa – Álvaro B. Marques – Fonte: “Vida Econômica e Financeira da Bahia no período de 1874 a 1922 – autor: Francisco Marques de Góes Calmon.
“Anais do Segundo Congresso de História da Bahia” publicado. Em 1952.
Livro Revista do Instituto Histórico e Geografico da Bahia nº46.

domingo, 28 de novembro de 2010

A IGREJA MOURISCA DA BAHIA

O QUE FICOU DOS MOUROS CATÓLICOS NA BAHIA
uma referência nos faz crer, até o momento, que os Mouros passaram e deixaram a sua originalidade na Igreja da Lapinha. A única no Brasil pelo seu estilo mourisco de seu interior, quase uma Mesquita com suas inscrições em árabes na parte superior das paredes de sua nave central nas laterais do teto. Comprovando a sua autenticidade árabe ao dizer “está é a casa de Deus, a porta do céu".
 A Igreja Católica na época da sua data suposta em  1771 não aceitava nenhuma outra religião que não fosse a Católica e fizeram várias campanhas para espulsar os mouros da provincia, até que conseguiram deportar os negros libertos.
Criou-se assim, outra história para a referida Igreja: “Em 14 de abril de 1930 foi renovada a Igreja, sobre a assistência do Bispo Primaz D. Augusto Álvaro da Silva, e supervisão da obra o Frei Leão Uchoa que lhe deu um estilo neogótico e colonial na parte externa e na interna estilo mouçarábico."
“O Frei, pertencente a congregação dos agostinianos (após a reforma que não foi aprovada pela Arquidiocese de Salvador) separou-se e levou com ele as documentações da Igreja, bem como os nomes dos responsáveis pelas reformas e comprovação da construção, no mínimo consta na relação de despesas da Igreja da Lapinha."
Cabe lembrar que nesta Igreja há um trabalho do notável escultor baiano Manoel Ignácio da Costa à imagem em estátua de Santa Madalena, uma verdadeira obra de arte.
Houve outras reformas, porém nada significante em relação ao seu estilo.
A Igreja da Lapinha tem como padroeira a Virgem Maria e erigida por Matriz a Nossa Senhora da Conceição da Lapinha..
É curioso saber que perto desta Igreja existe o Pavilhão dois de Julho onde estão guardados os carros do caboclo e da cabocla que simbolizam a participação popular na luta pela Independência da Bahia em 1823 e o busto do General francês Pierre Labatut que lutou ao lado dos brasileiros.
Fonte extraída da Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e do livro Histórias das Igrejas de Salvador.
Trabalho de pesquisa – Álvaro B. Marques

sábado, 27 de novembro de 2010

TRAPICHE


Os Trapiches foram instituídos no século XVIII, para armazenar mercadorias importadas e exportadas e cresceram com o desenvolvimento portuário. O comércio se expandiu muito, chegando a encontrar entraves por falta de infra-estrutura. As casas comerciais iniciaram na antiga rua do Corpo Santo e logo depois até a rua Portugal, próximo ao Mercado Modelo. Mas para chegar até está rua, houve vários aterros e se estenderam proporcionalmente até Água de Menino, conforme as necessidades do comerciante. Geralmente eles eram proprietários associados dos Trapiches que vinham ter o nome do principal fundado.
Trapiche Barnabé, fica na área do Pilar, antiga freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Os Trapiches de um modo geral não ofereciam segurança, havia constantes incêndios e roubos freqüentes. Nos Trapiches eram armazenadas mercadorias que vinham da Europa: Produtos manufaturados e alimentos, tais como; bacalhau, vinho, tecidos, louças, alfaias, especiaria, etc. Como também armazenava produtos de nossa exportação das regiões dos recôncavos baianos, como sejam: açúcar, fumo, cachaça, cacau, algodão, café em períodos distintos, sempre acompanhando o desenvolvimento da produção baiana.
Dentre as funções ocupacionais, existentes nos Trapiches, que existiram internamente: almoxarifes, que cuidavam do armazenamento e conferência das mercadorias, os carregadores (escravos) e outros vigilantes externos e internos noturno.
Havia sempre a visita de fiscais da Alfândega e dos proprietários das mercadorias. Mas, precisamente no período Imperial e da República. O comércio de exportação e importação ficavam em mãos de estrangeiros, principalmente ingleses, no século XVIII e XIX. Em conseqüência do desenvolvimento nas exportações os Trapiches tornaram-se obsoletos e veio a necessidade de se expandir. Criando assim, os armazéns das Docas do Porto de Salvador, que por sua vez, hoje estão desativados.
Trabalho de pesquisa de Álvaro
Fonte: Associação Comercial e o livro: “ Da Bahia que eu vi” autor: João Varella.
“Memória sobre o Estado da Bahia” – Francisco Viana.

A LAVADEIRA DE ROUPAS NA BAHIA ANTIGA.


Por volta de 1957 a nossa metrópole beira meio milhões de habitantes, podia-se contar nas pontas dos dedos o número de família, que possuíam máquina de lavar roupa. Só os muitos ricos, eram importados às máquinas. Lavanderia industrializada são coisas desconhecidas em nossa pacata cidade. Só havia um chinês que morava na ladeira de São Bento e ali mesmo ele tinha a sua loja “Lavanderia Chinesa”, que lavava ternos de linho branco, cobrava preço exorbitante, que só os granfinos podiam pagar! A maioria da população tinha as suas velhas lavadeiras e aos sábados, a tardinha, vemo-las ainda pelas ruas, acompanhadas de um moleque, que carregava a trouxa da roupa lavada, rumando a casa da freguesa para fazer a entrega, e retornando com outra, bojuda de roupas servidas.
Lavavam a beira das fontes ou de regatos, ou às margens do Dique do Tororó, onde sempre em grupos, esfregavam o sabão e batiam a roupa na pedra. Quase sempre acompanhadas com cantigas populares. Assim as lavadeiras faziam na Lagoa de Abaeté, local de grande concentração turística.
Ao ferver as roupas sujas, adicionavam folha de mamão ou nativo, para tirar as nódoas e manchas; deixavam corar sobre a grama, alvejando com água de anil, e depois de passarem a roupa a ferro de carvão e assopro, colocavam “capim cheiroso” de modo que ao abrir-se a trouxa, emana aquele cheiro indefinido de sol, água e alfazema. Que nos recorda os odores das velhos baús e armários de nossos avós.
( Narrativa extraída do livro: “ Casos e Coisas da Bahia” – autor: Antonio Viana) publicação do Museu do Estado da Secretária da Educação e Saúde da Bahia em 1950.
Meus Comentários.
O progresso industrial traz novas tecnologias e deixa na lembrança uma saudade do que era velho e usado com amor. Em cada tempo, espaço de anos, é inventado coisas mais modernas para dá menos trabalho ao homem, mas não dá o mesmo prazer das coisas que passaram. A evolução cria e destrói o mais conservador dos costumes.
Trabalho de Álvaro B. Marques

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

AS PRIMEIRAS LOJAS MAÇÔNICAS NA EUROPA E DO BRASIL

AS PRIMEIRAS LOJAS MAÇÔNICAS NA EUROPA
“A primeira sociedade maçônica de que há notícia, foi a Confraria de Yorf do ano 926, que estabeleceu uma hierarquia legal, baseada em tradições muito mais antiga, e dividiu os obreiros em mestres, companheiros e aprendizes. No século XI, o bispo de Utrech foi morto pelo pai de um mancebo frisão, chamado Plebes, que roubou o segredo (arcanum magisterium) de fazer os alicerces de uma igreja.
Quando Erwin Steinbach (1318) começou a catedral de Strasburgo, fundou nesta cidade uma loja, modelo central das outras lojas espalhadas por toda a Europa. Os chefes destas sociedades locais, reuniam-se em Ratisbona em 25 de abril de 1459. Redigiram o pacto de confraternidade que reconhecia a loja de Strasburgo como a principal, perpetuamente, e o seu presidente ou venerável como grão mestre de todos os maçons da Alemanha. O Imperador Maximiliano aprovou este instituto em (1498), que depois foi confirmado por Carlos V e Fernando I e as suas constituições foram reformadas e imprimidas em 1563.
Os mestres, companheiros e aprendizes, formavam um corpo com jurisdição especial. Mas a jurisdição da loja de Strasburgo estendia-se sobre todas as outras, e os seus membros julgavam sem apelação as causas levadas perante ele. Em conformidade com os estatutos. Desta loja principal, dependiam as oficinas da Hungria e da Síria.
No recinto do edifício em construção, elevava-se uma cabana de madeira, e era ali que o mestre principal, sentado debaixo de um baldaquino e com a espada nua na mão, ditava as suas sentenças. Para não confundirem com a Turba, que só sabia manejar o martelo e a trolha, os maçons inventaram sinais de reconhecimento, uma iniciação simbólica, e guardaram um segredo tradicional, que só se revelava aos iniciados a medida que eles iam subindo de graus. Adotaram por símbolos os instrumentos da sua arte, o esquadro, o nível, o compasso e o martelo, fazia lembrar o martelo do Deus Thor.
Em toda a parte onde iam trabalhar, faziam contatos especiais. Ainda existem documentos de uma celebração no tempo de Henrique VI da Inglaterra. Entre os sacristães de uma paróquia de Sultalk e uma sociedade de pedreiros livres (franco-marcon) no qual se estipula, que cada obreiro recebera um avental branco e luvas de pele branca e seria edificada para todos uma loja coberta de telha. Bem melhor do que está sem entradas e pouco seguras e não têm estalagens. Os maçons são obrigados pela sua profissão a mudar muitas vezes de residências, comprometendo-se a hospedar uns aos outros. É possível que agregassem a sua sociedade pessoas estranhas a arte, ou para elas serem auxiliar nos trabalhos.Como também, para obter informações privilegiadas. Posteriormente, as suas doutrinas estenderam-se a filosofia, a moral, a política. As lojas maçônicas foram ativos instrumentos das revoluções sociais.
Essas lojas, segundo a tradição, que se perpetuou, datam da época de Salomão e tiveram origem em fato ocorrido durante a construção do templo dos israelitas.” Entre os segredos das lojas maçônicas inclui-se a ciência dos números místicos e das formas simbólicas, mediante as quais se edificava pelo modelo da Jerusalém Celeste; para a realização desta idéia, criou-se a arquitetura o sentido nas formas geométricas dos edifícios dando proporções gerais e todo o seu conjunto com ornato vegetal, tão variado nos efeitos orgânicos nos princípios até as paredes em vidrais coloridos, davam transparência. Até as estátuas e as pinturas decoravam por dentro e por fora. As ogivas, as flechas arrendadas, os florões em forma de trevo, as linhas piramidais ou perpendiculares exprimiam a aspiração para o céu. Tudo advertia que a Igreja não é um monte de pedras, mas um edifício vivo de que Jesus é a pedra angular e de que os fiéis são membros.”
“Alguns disseram que quando decaíram as corporações hierárquicas nos séculos XIV e XV, foram substituídas na arte de construção por corporações seculares e receberam delas certas crenças esotéricas, as quais se transmitiam verbalmente ou por sinais convencionais esculpidos nos monumentos. Nas catedrais góticas encontra letras e figuras cujas significações ignoram. É possível que apenas sejam marcas dos arquitetos ou indicações destinadas a auxiliar os pedreiros na colocação das pedras. Mas há também, quem as considere como caracteres simbólicas do ocultismo.”
NOTE BEM: O texto acima foi extraído do livro “História Universal” do autor: César Cantu – publicado em 1879 nas págs.454 a 459 e 466 a 467 vol. XIII.) mantido o Português da época – cópia idêntica ao original.
“A maçonaria surgiu durante a Idade Média na Europa, quando a poderosa Igreja Católica proibia reuniões de pessoas que pudesse questionar ou colocar em risco seu domínio. Assim, para fugir dos inquisidores católicos, grupos da iniciante classe média que foram ( intelectuais, artesãs e comerciantes ) criando uma sociedade secreta a Maçonaria que visava a busca da verdade através da razão e da ciência e não apenas através da fé.”
As primeiras corporações Maçônicas: As grandes lojas da Inglaterra (1717), Irlanda (1726), França (1728), Escócia (1736) foram as principais na Europa.
A PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA NA BAHIA – Foi na casa sobrado do coronel Paulo de Argolo, situada na Barra, referiu-se na época sendo a primeira Loja instalada da Maçonaria no Brasil, sob a denominação simbólica de “Os Cavaleiros da Luz” esse memorial dia foi 14 de julho de 1797. Aí foi criada a “Revolução dos Búzios” ou “Revolta dos Alfaiates” em 1798 no dia 25 de agosto a morte dos quatros principais participantes: João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Luis da França Pires e Manoel Faustino dos Santos –“ a corda parte do lado mais fraco”. Porque esses foram ditos os principais participantes. Mas na realidade houve várias figuras importantes como por exemplo: Cipriano Barata de Almeida, Muniz Barreto e outros. O delator da conspiração foi o padre José da Fonseca Nunes”.
A Carta Régia de 28 de janeiro de 1808 e o Decreto de 16 de dezembro declara a abertura dos portos do Brasil ao comércio do mundo e elevando-a à categoria de Reino, apontaram-lhe o caminho da liberdade. Começaram a crescer os frutos das idéias liberais impulsionadas pelas sociedades as quais na Bahia tiveram participações ativa.
Nesta época floresceram as Academias e as Sociedades, dentre elas temos: Academia Brasileira do Esquecido – fundada em 7 de março de 1724 até o dia 4 de fevereiro de 1725. Academia dos Renascido – fundada no dia 19 de maio de 1759. Academia de Letras da Bahia – fundada no dia 7 de março de 1917. Todas participavam intelectuais baianos com ideais Liberais. Já no século XIX surgiram as mais importantes organizações abolicionistas e francas liberais como sejam: Sociedade 2 de Julho – a primeira sociedade emancipadora de escravos da Bahia, fundada em 1852 pelos estudantes da Faculdade de Medicina.Durante alguns anos alforriou vários escravos. Fizeram parte nessa sociedade os alunos: José Luiz de Almeida Couto foi presidente desta entidade. Aristides Cezar Spinola Zama, Jerônimo Sodré Pereira, Virgilio Climaso Damásio e outros vultos.
Sociedade Libertadora 7 de Setembro – foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1869. Seus presidentes foram: Dr. Abílio Cezar Borges (Barão de Macaúbas ), conselheiro José Luiz de Almeida Couto, Dr. Francisco José da Rocha e os conselheiros Manoel Pinto de Souza Dantas e Salustiano Ferreira Souto. Essa sociedade começou a funcionar em 1869 e paralizou-se em 1878. Restituiu a liberdade cerca de 500 escravos ao longo dos 9 anos. Sempre no dia do aniversário da sua fundação e celebrava o ato com a Carta de Alforria.
Sociedade Humanitária Abolicionista – fundada no dia 26 de setembro de 1869 e seus fundadores foram: Dr. Antonio Ferreira Garcez, professor Austriciano Coelho Hermelino Estevão de Sant’Anna, coronel Joaquim Antonio da Silva Carvalhal e outros componentes da diretoria. Teve pouca duração.
Sociedade Libertadora Bahiana ou Sociedade Abolicionista Bahiana – fundada em 1883 pelos srs. Pampilio da Santa Cruz, Eduardo Carigé e o conselheiro Luiz Álvares e
outros da diretoria. Havia 30 sócios e levou 4 anos de existência, chegando a emancipar cerca de 50 cativos.Foram essas Academias, Sociedades e Confrarias ou Irmandades que tiveram uma enorme importância na liberdade dos escravos na Bahia e recôncavos baianos. Como também fizeram parte de revoltas de pensamentos liberais em distribuições de panfletos para incentivar o povo a se libertar de Portugal.
A Maçonaria brasileira nasceu em 1796 em Pernambuco, sem comprovação documental
A Maçonaria atual no Brasil, possui fins filantrópicos e filosóficos, buscando o progresso da humanidade. Apesar de não possuir definição política ou religiosa a Maçonaria sempre procurou interferir no campo político ideológico. O que faziam ora estar no poder, ora serem perseguido.
A Grande Oriente do Brasil – fundada em 17 de junho de 1822 é que faz a ramificação ideológica de todas existente no Brasil.
É BOM SABER: A Sociedade Maçonica União e Segredo em 09.09.1876 - Faz mensão de doação no valor de cem mil réis para ser aplicado no Asilo de Mendicidade da Bahia. Sua frase: "Fazemos o que podemos, não o que quisermos." nesta época era Presidente da Sociedade Antonio Leonardo Pereira.(Fonte:Pasta/maço nº1575 Sociedade/Documentos no Arquivo Público do Estado da Bahia.)
MINHA MENSAGEM: SER MAÇÔNICO É CONSTRUIR O SEU PRÓPRIO ALICERÇO.
TRABALHO DE PESQUISA – Álvaro Bento Marques.

AS LEIS DO REI SÃO LUIZ IX DA FRANÇA

AS LEIS DO REI SÃO LUIZ IX DA FRANÇA – (COROADO EM 1226)

Lendo o livro “História Universal” de César Cantu, publicado e renovado em 1879, encontrei nas paginas 190 a 197 as antigas Leis Medievais o absurdo do poder humano e o silêncio mortal do povo oprimido. Segue abaixo:

“ Para assegurar o exercício uniforme da justiça, promulgada por barões e Jurisconsultos. Não são apenas um código penal. São também, um corpo de Direito Civil, com duzentos e dez capítulos que acompanha o homem em todas as circunstâncias da vida. O batismo, a benção nupcial, o funeral, serviço de Registro Civil; nascimento, casamento e morte. Constituíram-se os dotes e abriam-se os testamentos perante a igreja. O fidalgo menor ficava até aos vinte e hum anos sob a tutela do suserano, que também interferia no consórcio das donzelas e viúvas nobres. Os plebeus, que não eram obrigados para com o rei, a homenagem nem a serviços pessoais não ficavam sob a sua tutela, mas sob a do parente mais próximo, até chegarem a idade de poderem escolher um tutor do qual, também estavam libertos aos quinze anos e se não tinham feudos.

Os fidalgos eram obrigados a deixar para o primogênito as duas terças partes do seu patrimônio, e podia dispor livremente dos bens adquiridos. O nobre, quando casava o filho ou armava cavalheiro, tinha que lhe dar um terço das terras. O vassalo não podia instituir legados em favor da igreja, sem licença do senhor, nem a igreja podia aceitar sem a licença. Norma que permitia ao rei limitar as propriedades eclesiásticas.

As penas eram aflitivas, infamantes, rudes e perversas. Um simples furto era castigo com a perda de uma orelha, com a perda de um pé no caso de primeira reincidência. Com morte na força no caso de segunda reincidência,. Bem como o banditismo, o assassinato, o furto doméstico era considerado também como traição. Mandava aplicar pena capital por furto de um cavalo, o roubo de uma besta de carga morte por tiro, e por cumplicidade nesses crimes. Iguais penas serviram para o arrombamento de prisão. A acusação caluniosa de crime capital revertia em prisão.

Quem roubava numa igreja ou fazia moeda falsa, perdia os olhos e perdia a mão quem batia em seu senhor sem ter sido maltratado por ele. Em caso de rapina, invasão seguido de assassinato na residência era considerado culpado julgado para a força e o seu cadáver era arrastado em via pública, seus bens móveis, ficavam pertencendo ao barão só ele podia queimar a casa, secar os prados, destruir todas as árvores e as vinhas. A mulher infanticida, era entregue a igreja para sofrer as penas canônicas e ser queimada em vida isto é em caso de reincidência. Ao fidalgo que abusava de uma donzela, confiada a sua honra, quebrava-se o escudo e se houve violência sobre ela enforcava-o.

A rapariga núbil que desonrava não podia suceder ao pai e a mãe. O vassalo que seduzia a mulher ou filha do seu senhor perdia o feudo e o senhor que procedia de igual modo para com o vassalo, perdia a suserania. O herege era lançado às chamas.

Impunham-se multas em castigos de injurias e danos causados por queixas injustas ou apelação mal fundamentada. A usura fazia incorrer em confiscação de bens. Para prevenir crimes, a Lei reprimiu a vagabundagem. Quem não tinha residência fixa, nem profissão definida, devia ser expulso se não provasse ter meios de subsistência.

Os jogadores eram castigados e a lei faz cessar a ociosidade e os passa - tempos ruidosos e nocivos. Quando se cometia algum crime, procedia-se a captura do acusado e se o delito era leve, podia dar fiança para se soltar e se era grave, ficava preso. A acusação pertencia ao queixoso e o ato culposo não denunciado, não era motivo de processo. Não se admitia o acusador como testemunha; comunicava-se o delito ao acusado que podia ser aconselhado e defender-se sem restrições. No caso de igualdade de provas, devia ser absolvido. O crime prescrevia passados dez anos. A injuria no fim de um ano. E a simples contravenção no fim de um mês.

Para converter o direito em fato, era mister reformar também os juizes. Atitudes do rei em relação aos juizes, fez deles verdadeiros magistrados e esforçou-se por tornar-los incorruptíveis por meio do exemplo e da severidade. O rei ia muitas vezes sentar-se no banco onde o preboste de Paris exercia o seu ministério e não se levantava sem ter ouvido a sentença. Também intervinha improvisamente a meio dos processos para observar se passavam pelos tramitas devidos ou para lhes apressar as decisões.

Reprimiu com firmeza as violências dos vassalos, contra as pessoas subjugadas a sua jurisdição. O príncipe Ricardo, seu irmão, tinha preferido uma sentença injusta. Como a parte lesada fez interposição em recurso, o juiz iníquo mandou encarcerar. Tanto que soube deste abuso, Luiz IX representou o irmão e mandou restituir a vítima a liberdade e o castelo em que estava arrolado no inquérito. Todas as pretensões de uso de força o rei se opunha como autoridade da justiça escrita, citando a minúcia a legislação de Justiniano, que os doutores em direito não ousavam desacatar o cuidado da observação ao passo que os barões e o povo respeitavam tudo quanto procedia de um rei tido por santo. Assim ia o monarca, organizando os seus domínios e buscando ao mesmo tempo, introduzir alguma ordem nos vassalos. O barão tinha plena jurisdição sobre os seus

homens e nas suas terras, mas não sobre os homens do rei, exceto em caso de flagrante delito. Também facilitou a organização das comunas e concedeu números forais. Ordenou que todos os cônsules, jurados e vereadores de França, fossem eleitos pelas cidades e se apresentassem anualmente em Paris ao fiscalizador para prestarem contas ao rei das receitas e despesas. A autoridade real encontrava apoio nas comunas as quais convinha admiti-la como inviolável para resistirem ao feudalismo.”

As leis de São Luiz foram tão rigorosas as punições que o Papa Clemente IV julgou dever atenuá-las. Além de administrar Justiça, não negligenciava o Santo monarca o cuidado dos pobres.

Nasceu em Poissy no dia 25 de abril de 1214 e morreu no dia 25 de agosto de 1270.

Foi canonizado em 1297 pelo Papa Bonifácio VIII.

Texto extraído do livro: “História Universal” autor: César Cantu – publicada em 1879 págs. 190 a 197. Cópia fiel ao original.

Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques.

VESTIMENTAS REGIONAIS NA ÍTALIA SÉCULO XIII

VESTIMENTAS REGIONAIS E MODA NA ÍTALIA NO SÉCULO XIII,


“Os franceses indo a Florença, levaram suas modas de vestir. Os florentinos já acostumados com seus trajes diziam: “ o nosso traje era de anos o mais bonito, o mais nobre, o mais sério que uma nação pode usar os seus habitantes. Como eram os dos romanos, envoltos na “toga”. Agora a gente mais nova usa com uma “cota” ou “saiote” curto e estreito, que não se pode vestir sem auxilio de uma pessoa. Com um cinto que faz lembrar uma cela de cavalo, seguro pelo bico de uma grande fivela, e uma enorme sacola alemã caída sobre o ventre. Acrescenta-se um capuz a moda dos joguei, com a parte flutuante pendente até a cintura, e mais abaixo ainda que seja ao mesmo tempo capuz e manto, caso necessita, com, muitos enfeites na cabeça, quando faz frio é uso deixar crescer a barba, para que o aspecto seja mais terrível, quando se vestem com armas. Os cavaleiros adotaram um sobretudo ou “garnacha” junta ao corpo, com cinto, como acima déssemos, peles de “veiro” ou arminho, e mangas com pontas que tocam no chão. Este trajo singular, que não é bonito e nem sério, foi adotado recentemente pelos mancebos de Florença e as mulheres novas usam mangas desmedidas. Veja discriminações do historiador Varchi, no seu livro: “História” volume XII, capitulo IV anno 1341 “ Em Milão, Galvano Fiamma, também lamenta que em 1340 os mancebos de Milão, abandonassem os costumes de uso dos pais e se transformassem em figuras excêntricas; começaram a usar roupas justas e curtas a espanholas, e os cabelos cortados a francesa e deixaram a barba crescer ao modo bárbaro. A montar cavalos com enormes esporas tipo alemã e a falar línguas como os Tártaros.

As mulheres também trocaram os costumes por outros bem piores em extravagâncias. Saem com vestidos esticados, descobrem o seio e o pescoço, que cingem de anéis dourados. Usam vestidos de seda e até com fios de ouro. Cobrem a cabeça de frisados ao modo estrangeiro. Apertadas em cinto de ouro, parecem amazonas no modo de cavalgar. Usam sapatos de ponta, jogam os dados, montam cavalos de guerras com luzidas armaduras e o que ainda é pior, os corações viris. Como a liberdade das almas é ocupação de toda a mocidade, tudo se consome em adornos feminis.”

“De noite, é muito costume andar nas ruas quase todos cobrem a cabeça com “Tocchi”. E os ombros com capas chamadas a espanhola, isto é, com romeira. Para uso em casa, trazem geralmente nos ombros um “palandau” ou um “catalão”e na cabeça um grande barrete, no verão usam-se uma “chimarras” de algodão ou “gabardinas” de sarja, e um

barrete pequeno. Para montar a cavalo, põe-se uma capa ou um gibão de pano ou camisão e de feltro quando se viaja. As calças são golpeadas nos joelhos e forradas de tafetás nas coxas: Há quem aplicam enfeites de veludo em cores.

Todos os Domingos se muda de camisa, que é franzida no pescoço e nos punhos, como toda a roupa é trocada, até o cinto, as luvas e a bolsa. É dia de missas e passeios nos jardins e praças públicas. Nos cumprimentos não se tira o capuz, exceto se o cumprimento é dirigido ao Magistrado supremo, ao bispo ou cardeal, apenas se levanta diante com os dois dedos para saudar os cavaleiros e inclinando de leve a cabeça em sinal de amizade.” (Texto extraído do livro: História Universal – autor César Cantu pásgs. 146 a 148 do vol. 13º livro. Publicado em 1879. – cópia fiel ao original)

É BOM SABER: No século XVII a moda veio com regras da França e não mais da Espanha, como no período anterior, influenciando a moda nos demais países da Europa e suas concessões. Assim venho a Revolução Industrial que popularizou a moda francesa e inglesa.

Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques.

TORTURA MEDIEVAL


Na Idade Média a tortura que levou o período século XIII a XIX e era dirigida pela Igreja Católica Romana, a única maneira de obter confissões verdadeiras ou mesmo que não fosse a verdade. Os métodos de torturas eram variáveis os instrumentos e quase sempre levavam as vítimas a morte. Assim fez a Inquisição em todo o seu período na Idade Média em toda a Europa e suas concessões nas Américas ao ponto do Papa Clemente V pedir a sua extinção.

Nos países católicos na Idade Média existia a crença que a alma dos hereges e das bruxas estavam corrompidas e possuídas pelo diabo. Optava-se então pela limpeza das almas antes do castigo final (seria a morte).

Vamos acompanhar no livro “ História Universal” do autor: César Cantu nas págs. 146 a 148 publicado em 1879. “ Reprovado o processo inquisitório e especialmente a tortura, dizendo que a violência da dor, não pode arrancar a verdade, (a extorsão por meio da confissão). Frases ditas por Clemente V. Vindo a público as iniqüidades do processo, e souberam quanto os acusados sofreram na prisão, onde eram obrigados a pagar tudo. O cárcere, a postagem do fosso que atravessavam para irem ao interrogatório, e até o salário do homem que lhes punha ou tirava os ferros das mãos e dos pés. Um deles tinha sido torturado três vezes e permanecera trinta e seis semanas num cárcere úmido, a pão e água. Outro havia sido pendurado pelas partes genitais. A um terceiro, haviam queimado os pés a ponto de lhe saírem dois ossos dos calcanhares e alguns revelaram as torturas não menos cruéis do interrogatórios.

Mesmo abolidos os maus tratos físicos, continuaram nos subsolos úmidos e infectos das masmorras. As condenações a fogueira se multiplicou: “ condenou a fogueira cinquenta templários como relapso, isto é, por terem retratado as suas confissões. Foram queimados a fogo de lenha em praça pública sobre protesto do povo a inocência”. Os terrores espalhados por estes suplícios emudeceram muitos dos seus defensores da tortura.

A crueldade e a ignorância de uma época em que se martirizavam judeus, mulheres bruxas e leprosos. Juridicamente convencidos de terem envenenado poços e propagar a “peste negra” houve este fato no ano de 1348. Estabelecida a necessidade da confissão, introduziu no processo a extorsão no interrogatório com tortura. Havia várias maneiras de interrogatórios com torturas, por exemplo: Arrancar do réu a confissão; para lhe fazer denunciar os cúmplices, para obter certeza verdadeira das suas declarações e ás vezes aplicavam-se ressalvando as provas, para se poder condenar apesar de negativa em outros casos como penalidade, castigo da obstinação em negar fatos provados ou verossímeis. Estes meios eram empregados para extorquir uma confissão, conseqüência lógica dos processos clandestinos. Salvas algumas modificações, estes processos da autoridade penal, eram comuns a todos os reinos da Europa.

O acusado, cuja vida e a honra estava em risco, ficou privado dos recursos que poderia ter para se defender. Os juizes serviram-se desses depoimentos próprios para condenar eles, em vez de irem buscar provas dos fatos, independente das palavras forçadas dos réus.”

A inquisição também esteve aqui no Brasil, mas não houve tantos proceder. Os judeus e cristãs novos, feiticeiros e bruxas vindas expulsam de Portugal, foram severamente punidos e condenados..

MEUS COMENTÁRIOS

A Justiça Civil evoluiu muito no decorrer dos séculos em cada país e criaram suas leis de proteção ao homem e repreensões elaborando-se conforme o desejo da sociedade. Criaram Constituições próprias e definiram o Estado e o cidadão separando-se da Igreja.

Hoje nos temos a Organização Mundial dos Direitos Humanos, órgão fiscalizador para fins humanitários. Já atuando em vários países que têm regimes democráticos e de liberdade de imprensa. Não sei se realmente funciona como JUSTIÇA ou meramente especulativo dos poderosos países chamados de “primeiro mundo”. Sou adepto a livre expressão e liberdade humana. Lido com palavras que fazem a glória e a destruição do homem, sem conflitos, sem armas, sem guerras.

Álvaro B. Marques.

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É BOM SABER - INVENTOS E INVENTORES


“Você sabia que o primeiro Pára Raios foi inventado pelo monje Procópio Diwisch, na Moravia, fabricado em 1754? Esse Pára raios foi antes de sete anos do primeiro que Franklin, em Filadélfia, sobre a casa do negociante de nome Wert. O Pára raio terminava em 324 pontas.
O primeiro que apareceu e funcionou na Itália, foi devido ao padre Jerônimo M. Fonda, professor de física da Ciência de Roma, que em 1772 dirigiu a colocação do Pára raio na torre da igreja anexa a Universidade da Ciência.
O padre tinha escrito em 1770 uma obra sobre a maneira de preservar contra os raios dos edifícios, sendo o sistema por ele proposto não menos perfeito que os melhores sistemas modernos de hoje.” (Fonte do livro: História Universal – de César Cantu)
O Para-Raios, e uma haste de metal, geralmente de cobre ou alumínio, destinado a dar proteção as edificações atraindo as descargas elétricas atmosféricas, raios, para as suas pontas e desviando-as para o solo através de cabos de pequenas resistências elétricas. Como o raio tende a atingir o ponto mais alto de uma área, o para-raios é instalado no topo do prédio. Chamado também de Para Raios de FRANKLIN EM HOMENAGEM AO SEU CRIADOR Benjamin Franklin.” (Fonte da Google)
Você sabia que o “Bilhete Postal” foi inventado durante a guerra de 1870, entre a França e a Prússia. Paris estava cercada e as comunicações com os departamentos eram difíceis, senão impossível. A administração dos Correios de França, autorizada por um decreto de 25 de setembro de 1870, facultou a expedição de cartas postais, lançadas de Paris ao sabor do vento, em balões livres. Cartas que eram de pequeno formato em cartão de várias cores.
Ora, a administração dos Correios alemães, em território Francês, apreenderam algumas dessas correspondências e achando-a pratica, adaptou-a e transformou-se nos bilhetes postais de hoje, porém, um pouco menor em tamanho.
Mais tarde, com a paz, o serviço normalizou-se nos países da Europa e enfim pelo mundo. (Fonde do livro: “Álbum Popular Brasileiro” págs. 268)
MAIS ASSUNTOS SOBRE OS CORREIOS: “No reinado de Henrique IV da França, organizou o serviço dos Correios e estabeleceu uma “tarifa” de portes de cartas que logo assegurou uma nova receita ao Estado. Em maio de 1630 criaram mestres de postas e correios, cargos hereditários.
A pequena postas para os serviços internos da cidade, só foi estabelecida em Paris no ano de 1759, a exemplo de Londres onde já funcionava desde 1683. Ao mesmo tempo que facilitaram as comunicações dos particulares, as postas auxiliaram os governos a constituir e fortalecer esse poder central, como se vê no livro “Obra Política e Social do século XIX”.(Fonte do livro: História Universal – autor; César Cantu)
Você sabia que? O papel finalmente chegou à Europa em 1320. O papel moeda fora instituído na China em 1236 e Marco Pólo ficou maravilhado ao vê-lo.
A Bússola – (agulha magnética) foi aperfeiçoado pelo marinheiro Flávio Gioia, italiano em 1300. Já inventado pelos chineses (a.C.)
Bússola vem do italiano do sul “bússola” que significa “pequena caixa” de madeira de “buxo”. É composta por uma agulha magnética na horizontal suspensa pelo centro de gravidade e aponta sempre para o eixo norte sul, ao seguir a direção do norte magnético da Terra.
A INTRODUÇÃO DO VIDRAL
“Um dos ornamentos mais requisitados nas Catedrais góticas eram os vidros pintados, espécie de mosaico transparente. Encontravam-se esses trabalhos em vidros de cores nas Igrejas latinas, como em Santa Maria Maior de Roma, Santa Sofhia de Constantinopla e Nossa Senhora de Bethânia. Foi no século XII a introdução e o uso de desenhar e pintar quadros em vidraça. Chamado hoje de VIDRAL ou MOSAICO. Geralmente os temas desses quadros eram fatos de antigo ou do Novo Testamento e milagres de santos. Portanto, a pintura representava a vista do povo o que a voz do sacerdote e o canto do coro lhe tinha feito ouvir. Este devoto trabalho artístico na criação de Godofredo di Bonillon, o seu historiador,diz:”Foi um herói perfeito, tão terrível para os inimigos como querido dos seus familiares, que só lhe censurava um defeito o de se esquecer da hora de jantar, quando estava nas Igrejas a contemplar as vidraças por ele pintadas.”
“A arte de pintar em vidro teve o seu apogeu no século XVI em que floresceram João Cousin e Lucas de Leyde. A arte de pintar na Idade Média era considerada como parte integrante e essencial da missão evangelizadora, o manifestar do povo as doutrinas religiosas.” (Texto extraído do livro: “História Universal” – autor: César Cantu (reformado e acrescido até 1879) pág. 470/471)
Os vidrais da catedral gótica de Chartres (inicio do século XIII) formam, na França, o conjunto mais rico e mais completo da Idade Média.
Os símbolos cabalistas dos quatros elementos da natureza, segundo os Alquimistas árabes seus inventores, como vê abaixo. Representaram até o século XVIII, daí para cá, surgiu a Química. Os quatros elementos são: Terra, Água, Ar, Fogo.
A MORTE NEGRA NA EUROPA
A peste bubônica ou Morte Negra começou a espalhar pela Europa Ocidental, por volta de 1346. Trazido por mercadores do Ocidente em porões de navios por volta de meado do século XIV entre os anos de 1346 a 1352 O flagelo humano matou 1/3 da população européia. A doença é transmitida através das pulgas dos ratos. Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pateurella Pestis. E as pulgas destes roedores transmitiam as bactérias aos homens através de picada. Os ratos também morriam da doença, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue. Isto porque nas cidades européias eram um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precária de higiene. O esgoto a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas. Rapidamente a proliferação dos ratos aumentou significantemente. T ornou-se assim uma epidemia. Relatos da época mostraram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios, para enterrar os mortos. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos. A doença só foi controlada no final do século XIV COM A ADEÇÃO DE MEDIDAS DE HIGIÊNICAS NAS CIDADES MEDIEVAIS.
VIDRO
“O vidro é composto de areia da mesma forma que a cerâmica é feita de argila. O vidro não é verdadeiramente um sólido. Mas um líquido tão rígido que escorre perceptivamente e que “parece” ser sólido. É muito fácil de quebrar do que a cerâmica e muito mais belo por ser transparente e não há presença de impureza. Forma-se planos e formas excêntricas com lindas cores. Os mais antigos objetos de vidros foram descobertos em túmulos egípcios, datados de 2.500 a.C., eram simples ornamentos. Já nesta época tinham o conhecimento do espelho refletivo a imagem como espelho d’agua. O vidro é composto de areia e isso o Egito tem de sobra. Também atribui-se aos fenícios por terem descoberto na praia.”
(Fonte:”Cronologia das Ciências e das Descobertas” – autor: Issac Asimov. Págs. 77/78).
Caracterização do Material: “O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa obtida através do resfriamento de uma massa em fusão, que endurece pelo aumento contínuo de viscosidade até atingir a condição de rigidez, mas sem sofrer cristalização. (dic. Barsa)
A composição Química principal é a sílica que é a base do vidro. Em forma pura, o vidro é um óxido metálico super esfriado transparente de elevada dureza essencialmente inerte e biologicamente inativo que pode ser fabricado com superfícies muito lisas e impermeáveis. Estas propriedades desejáveis conduzem a um grande número de aplicações. No entanto, o vidro geralmente é frágil, quebra-se com facilidade. O vidro comum se obtém por fusão em torno de 1,250ºc de dióxido de silício(SiO2), carbonato de sódio(NO2CO2) e carbonato de cálcio(CaCO3). Sua decomposição é de 4000 anos. A cada l000 kg de vidro leva se 1300kg de areia.(Fonte Google)
A TORRE DE PISA (torre pendente di Pisa)
“Era chamado de “campanário de Pisa”, terceira maravilha da magnífica praça da Catedral de Pisa. Sua estrutura foi erigida em 1173 pelo escultor Bonanno Pisano que estabeleceu as bases. A Torre de Pisa é uma obra de arte em mármore branco realizada em fases do longo de um período de cerca de 117anos. É um grande cilindro ornado exteriormente de baixos relevos e estátuas, sobre o qual se enrolam duzentas e sete colunas pequenas. Têm a elegância grega e detalhes em formato de folhagens e cabeças de homens e de animais. Quando chegou no terceiro andar o terreno inclinou e o arquiteto paralisou a obra.”(Fonte do livro: “História Universal”- autor: César Cantu)
O CAMPANÁRIO DE PISA – Segundo a Wikipédia – enciclopédia livre) lendo abaixo: A construção começou em 9 de agosto de 1173 parou em quase um século. Em 1278 a construção foi reiniciada por Giovanni di Simone, arquiteto. Retornando a construção em 1284, do solo ao topo é de 55,86 mts. No lado mais baixo e de 56,70mts. Na parte mais alta. A espessura da parede na base mede 4,09mts e 2,48mts no topo. Seu peso é estimado em 14 a 500t. A torre tem 296 ou 294 degraus: o sétimo andar da face norte das escadas tem dois degraus a menos. Antes do trabalho de restauração realizado entre 1990 e 2001 a torre estava inclinada com um ângulo de 5,50 graus, estando agora, a torre inclinada em cerca de 3,99 graus. A torre começou a inclinar-se após a progressão de construção para o terceiro andar em 1178. Houve erro na fundação e o subsolo era fraco e instável.(Fonte: Wikipédia – Google)
ESTRANHA MANEIRA ICONOGRAFICA – ( DE PRESERVAR O PRESENTE)
Ainda nos fins do século 18 aplicavam nos alicerces das construções, medalhas e moedas que possam dizer no futuro a idade da construção. Até mesmo os monumentos se pensavam aplicar essa maneira de perpetuar. Fica sendo por vezes um segredo guardado na base. Então, todos os prédios tinham uma significação e a consciência do fim a q ue eram destinados, fazia com que se buscassem as proporções grandiosas de preferência a elegância, a pureza e a graça. Os prédios eram ornados em pinturas e afresco, aplicadas com clara de ovo e cola.”
(Fonte extraída do livro: “História Universal”- autor: César Cantu)
A PÓLVORA O CANHÃO E A ARMA
Vejamos abaixo o que conta nosso historiador César Cantu em seu livro XI volume publicado em 1879 – “Os antigos não conheceram o verdadeiro nitro e seus afeitos, nem o fabrico do sal de nitro, isto é a transformação do nitrato de sal em nitrato de potássio. É possível que o conhecimento desta substância viesse da Europa, Índia ou da China, onde já existia preparada pela natureza. Pois, já os indígenas sabiam, provavelmente, a maneira de misturar com o carvão.”
“Djeber Ben Naian, Químico árabe, informa-nos de que os seus compatriotas já no século VIII conheciam o sal de nitro.”
O Frade Rogério Bacon, ensinava como se deve preparar este sal para produzir detonações e para se fabricar na mistura os fogos de artifícios.
No Oriente falaram sobre o fogo líquido e as investigações mais recentes, asseveram que era produzido por diversas combinações, sendo o seu ingrediente principal o sal de nitro combinado com uma substância goma. Mas quem foi que primeiro ensinou a misturar 75 partes desse sal, com 15,5 de carvão e 9,5 de enxofre para fazer a pólvora? Não se sabe, realmente até a presente data. Tudo quanto se diz do Frade alemão Schwartz, é que ele descobriu acidentalmente esta composição ou uma tradição lendária; é mais provável que o processo fosse trazido pelos árabes e que estes o houvesse aprendido com os chineses. Porque aquele povo estava em contato com o mundo cristão é natural que a invenção chinesa se introduziu em muitos países e simultaneamente na Europa. Vemos aparecer a pólvora como de repente entre os povos mais distantes dos outros. Mas havia o comércio pela Índias Ocidentais e o mar era a estrada do mundo. Sua composição básica na pólvora negra: É composto de ingredientes granulados; enxofre(S), carvão vegetal (provê o Carbono) nitrato de potássio (Salitre – KN03, que provê o oxigênio) A proporção para a pólvora é:
Salitre 74,64% em enxofre 11,64% e carvão vegetal de 13,51%. A proporção básica de seus elementos constituintes é: 2 partes de enxofre: 3 partes de carvão mineral: 15 partes de Salitre. Pólvora substância explosiva, composta de salitre, carvão e enxofre.
A pólvora existem dois tipos de pólvora: pólvora negra e a pólvora “sem fumo”(o termo não é correto, pois deveria ser “com pouco fumo”). Quase todas as armas de fogo modernas usam pólvora “sem fumo”. Enquanto a pólvora negra é classificada como explosivo, a moderna pólvora “sem fumo” meramente queima rapidamente.
História:
A pólvora foi descoberta na China, durante a dinastia Han. A descoberta foi por acidente por alquimistas que procuravam pelo “elixir da longa vida” e as primeiras referências à pólvora aparecem como aviso em textos de alquimistas para não se misturarem certos materiais uns com outros. Por volta do século X a pólvora começou a ser usada com propósitos militares a um canhão surge em 1126 quando foram utilizados tubos feitos de bambu para se lançarem mísseis contra o inimigo.Eventualmente os tubos de bambu foram substituídos por tubos de metal e o mais antigo canhão na China data de 1290. Da China, o uso militar da pólvora parece ter se espalhado para o Japão e a Europa. A pólvora foi usada pela primeira vez para lançar projéteis de uma arma portátil de tamanho semelhante ao dos rifles na Arábia por volta de 1304.”
È bem certo que a pólvora mudou a natureza da guerra, subtraiu a coragem, a superioridade da força física, concorreu para restaurar a autoridade real no Ocidente. Defendeu os países civilizados contra novas invasões de bárbaros, e obrigou a todos policiarem-se.”
(Fonte – Google – Wokipédia.)
CANHÃO - História
“Soubemos que em 1220, os chineses serviram-se de canhões contra os mongóis, no cerco de Kai-fung-fu. Nesta época não se falavam de canhões, eram apenas flechas em brasas. Sabe-se que os chineses deveram aos jesuítas alguns aperfeiçoamentos na arte de fundir canhões. E que esses instrumentos mortíferos também apareceram nas guerras dos árabes em Espanha. Parece que os cristãos, começaram a conhece-los nos primeiros vinte anos do século XIV. Em documento florentino de 1326, fala-se em “bolas de ferro” e “conones de metalio”. Tanto é falso a artilharia figurado pela primeira vez em Ítalia, na guerra de Chioggia (1376-82).
Os franceses já tinham conhecimento em 1338 em Puy-Guillaume.O Historiador Villani, fala na época da batalha de Crecy (1346) como de uma coisa que já era nova, “bombardas que fazem tremer a terra com tal estampido que parece que Deus troveja com grande destruição humana e animais”.
Os franceses começaram a empregar na artilharia em 1338. Os espanhóis em 1343. Os ingleses em 1346. Os russos serviram-se de canhões em 1482, no cerco de Felling na Livonia e os suecos três anos depois. Em 1488 Ivan III Vasilievitz, vencedor dos tártaros, Chamou a Moscou o genovês Paulo Bosio, para fundir canhões em bronze, um dos quais para o Kremlin. Foi denominado pelo seu tamanho de “imperador dos canhões – czar Puska”.
Primitivamente, as peças foram fabricadas artesanalmente, junto com as outras maquinas de guerra. Eram feitas de laminas de metal encaixada em aduelas de madeira, apertadas estas por arcos de ferro. Mais adiante, fundiram-se canhões de ferro de diversos tamanhos; depois reconheceram as inconveniências do ferro puro e empregaram uma liga de cobre e estanho. No princípio do século XV, o maior canhão não pesava mais de cento e cinco libras ou seja 1470kg e apareceram outros de enorme tamanho. Em Vienna em 1478, expressou neste termo Albertoni Alegretti: “Experimentou-se a nossa bombarda, feito de duas peças. Fabricada por Pedro Campana; mede ao todo sete braças e meia de comprimento, a saber; o tubo é de cinco braças e a culatra duas e meia e cinco mil libras; atira trezentos e setenta pedras, conforme tamanho”. As peças variavam muito na construção e os nomes serpentina, colubrina, falcão, basilisco, gerifalto, águia, áspide. Etc. Indicavam diversas espécie de canhões, aos quais só no século passado XIX deram os calibres perfeitos. Com mudanças, surgiram enormes canhões, geralmente arremesso de pedras, mais também, as vezes tinham arremesso de ferro ou bronze. A operação de carregar o canhão era muito penosa e fazia perder muito tempo. Era preciso desparafusar a culatra, meter a pólvora e calibra-la com uma bucha, depois tornar a parafusar e ajustar por cima da bala: Isto depois de se refrescar o tubo com água ou pano molhado.
O enorme canhão que Maomé II dirigiu contra Constantinopla, só atirava sete vezes por dia e constantemente quebrava. No meio do século XV, as esquadra da França e da Inglaterra que se combatiam no Canal da Mancha, ufanaram por terem trocados em duas horas, trezentos tiros de artilharia. Foi neste mesmo século que as peças começaram a ser calibradas por medidas do diâmetro da boca e dividiram-se em dois tamanhos de tubos; as mais compridas deu-se o nome de “colubrina” e a mais curtas de canhões.
Na Itália, na batalha de Molinella, apareceu a primeira artilharia volante em 1468 e já os franceses fabricaram canhões leves, colocados sobre pequenos carros, um só homem transportava. O uso das balas de ferro, só apareceu no século XVI e aí se generalizou.
Arma de fogo leve, portátil:
Surgio no século XVIII os chamados “canhões de mãos”, assim foram denominados primitivamente, depois mosquete e o arcabuz, que substituíram a besta na missão de arremessar projétil de pequenas distâncias. A principio colocavam-se em posição nas fortalezas com o tempo foram aperfeiçoando para tornar-se projétil portátil.
A arma de fogo, foi igualmente combatida a pretexto de ser covardia e cruel, diziam que: “ acabaria de aniquilar a espécie humana e que anulava o ato heróico, com ela o rústico, fraco e medroso podia matar um campeão intrépido e guerreiro”.
Em 1550, começou a aparecer a pistola, assim chamada, segundo dizem, por ter sido inventada na cidade de Pistoia. Em novembro de 1517, fabricaram as primeiras espingardas de pederneira. Os exércitos franceses, só adotaram a espingarda de pederneira o chamado “fuzil” em 1703 com a baioneta e substituiu o “chuço” da infantaria. A baioneta foi inventada em Bayona no ano de 1640, houve melhoramento na sua função acoplar ao fuzil. Surgiram assim a “baioneta de virola”, inventada em 1681 com cabo oco, este progresso foi seguido por outros países. Funcionou pela primeira vez como defensiva, no cerco de Buda em 1686. Assim foi resolvido o problema de combater a distância e de perto.
Os espanhóis já em 1567 serviram do cartucho. Na época em que começou o uso das armas de fogo, começou a aumentar a espessura das muralhas em fortalezas, reforçaram as armaduras dos cavalheiros a tal ponto que no dizer de um contemporâneo “ pareciam bigorna” mas tiraram a agilidade dos cavaleiros. Tornou-se então mais difícil conservar está proteção e por isso as batalhas diminuíram. A arte da guerra foi a que mais cresceu nos períodos medievais.
Encontra-se menção de canhão de vapor nas obras de Leonardo da Vinci. E antes na descrição das invenções de Archimedes. Nos manuscritos de Leonardo da Vinci, letra 8 páginas 33, há diversos desenhos do célebre pintor, anotado como foi o seu hábito. Por baixo das letras leia-se: “Invenção de Archimedes, o architronite é uma máquina de bom cobre que arremessa bolas de ferro com grande estampido e furor”. Leonardo não diz que a invenção como sua e atribui a Archimedes. Com essas invenções a principal que foi as pólvora mudou a natureza da guerra, subtraiu a coragem, a superioridade da força física, concorreu para restaurar a autoridade real no Ocidente. Defendeu os países civilizados contra novas invasões de bárbaros e obrigou estes a policiarem-se.”
Muitas outras invenções assinalaram nesta época, por exemplo: Os belgas e os liegeneses, disputaram entre si a honra da descoberta do carvão mineral. Não se adivinhava, porém, que a hulha havia de ser um dos mais poderosos agentes da indústria e da civilização moderna.”(Fonte do livro: História Universal – autor César Cantu).
CARVÃO VEGETAL – É UM COMBUSTÍVEL FOSSEOS. Uma substância de cor negra obtida pela carbonização da madeira ou lenha. É muito utilizado como combustível para diversas atividades industrial e residencial. E aplicado também para o uso na medicina (carvão ativado) provem de certas madeiras mole e não resinosas(extraído de partes lenhosas, cascas e serragens) obtidas por combustão incompleta, o que lhe confere a capacidade absorvente. É uma fonte de energia.
Desde a antiguidade já se conhece o uso do carvão vegetal. No antigo Egito era utilizado na purificação de óleos e para aplicações medicinais. Já os índios brasileiros também há registro de uso, no tratamento de tumores e úlceras malignas. É ainda um notável condutor de oxigênio, sendo extraordinariamente eliminador de toxinas.”
(Fonte da Google)
HULHA – Carvão mineral, foi formado por troncos, raízes, galhos e folhas de árvores gigantes que cresceram há 250 milhões de anos em pântanos rasos. Essas partes de vegetais, após morrerem, depositaram-se no fundo lodoso e ficaram encobertos. O tempo e a homogênea – as jazidas de carvão, um enriquecimento no teor de carbono. A HULHA foi a mola propulsora da indústria do século XIX DURANTE A CHAMADA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, SENDO SUBSTITUIDA PELO PETRÓLEO NO SÉCULO XIX.” (Fonte Google)
Já neste tempo, começou na Europa o uso da “vela de iluminação” e das “cartas de jogar” (Fonte Google)
A LENTEÓCULOS Rogério Bacon, para aumentar o tamanho das letras à vista (atitude que os antigos, conseguiram por meio de um globo cheio de água) teve a idéia de aplicar ao olho, um segmento de esfera de vidro. Também indicava que no túmulo de Santa Maria Maior de Florença, existia uma lápida: “ Aqui jaz Salvino de Armato dos Armati de Florença inventor dos óculos”. “Deus lhe perdoe os seus pecados ano 1317”
Já Sandro Pipozzo de Florença, escreveu no “Tratado do Governo da Família” em 1299, lê-se: “Estou tão carregado de anos que não poderia ler, nem escrever se não fossem os vidro chamados (occhioli) óculos inventados recentemente”. (Fonte “História Universal”)
“Foram as experiências em óptica de Robert Brosseteste e seu auxiliar Roger Bacon que levaram à invenção dos óculos. Em 1284 as guildas de Veneza já os mencionavam e durante o século XIV o fabrico de óculos popularizou-se por toda a Europa. Nem sempre os óculos foram fabricados com a forma com que são conhecidos hoje em dia, pelo que, na antiguidade, era comum encontrar monóculos (apenas um lente) ou havia casos que usavam lentes sem armação. Em 1785 Benjamim Franklin inventou os primeiros óculos bifocais, com duas lentes a frente de cada olho unidas pela armação.”
(Fonte Google)
O inventor da comporta hidráulica atribui a Leonardo da Vinci o desenho, em 1481 (porta que separa, impede que mantém as águas de uma represa) Outros acreditam que foi Diniz e a Pedro Domingos de Viterbo.”
Fonte de pesquisa – Álvaro B. Marques