sábado, 27 de novembro de 2010

A LAVADEIRA DE ROUPAS NA BAHIA ANTIGA.


Por volta de 1957 a nossa metrópole beira meio milhões de habitantes, podia-se contar nas pontas dos dedos o número de família, que possuíam máquina de lavar roupa. Só os muitos ricos, eram importados às máquinas. Lavanderia industrializada são coisas desconhecidas em nossa pacata cidade. Só havia um chinês que morava na ladeira de São Bento e ali mesmo ele tinha a sua loja “Lavanderia Chinesa”, que lavava ternos de linho branco, cobrava preço exorbitante, que só os granfinos podiam pagar! A maioria da população tinha as suas velhas lavadeiras e aos sábados, a tardinha, vemo-las ainda pelas ruas, acompanhadas de um moleque, que carregava a trouxa da roupa lavada, rumando a casa da freguesa para fazer a entrega, e retornando com outra, bojuda de roupas servidas.
Lavavam a beira das fontes ou de regatos, ou às margens do Dique do Tororó, onde sempre em grupos, esfregavam o sabão e batiam a roupa na pedra. Quase sempre acompanhadas com cantigas populares. Assim as lavadeiras faziam na Lagoa de Abaeté, local de grande concentração turística.
Ao ferver as roupas sujas, adicionavam folha de mamão ou nativo, para tirar as nódoas e manchas; deixavam corar sobre a grama, alvejando com água de anil, e depois de passarem a roupa a ferro de carvão e assopro, colocavam “capim cheiroso” de modo que ao abrir-se a trouxa, emana aquele cheiro indefinido de sol, água e alfazema. Que nos recorda os odores das velhos baús e armários de nossos avós.
( Narrativa extraída do livro: “ Casos e Coisas da Bahia” – autor: Antonio Viana) publicação do Museu do Estado da Secretária da Educação e Saúde da Bahia em 1950.
Meus Comentários.
O progresso industrial traz novas tecnologias e deixa na lembrança uma saudade do que era velho e usado com amor. Em cada tempo, espaço de anos, é inventado coisas mais modernas para dá menos trabalho ao homem, mas não dá o mesmo prazer das coisas que passaram. A evolução cria e destrói o mais conservador dos costumes.
Trabalho de Álvaro B. Marques

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