domingo, 15 de agosto de 2010

A HISTÓRIA DOS FORTES DA BAHIA - E seus prisioneiros famosos

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O primeiro a ser construído foi o de Santo Antonio da Barra – cujas obras começaram em 1536 e terminaram em 1772, iniciada a sua construção pelo donatário Francisco Pereira Coutinho. Aonde houve o primeiro desembarque português.
O Farol, foi inaugurado em 2 de dezembro de 1830.
Forte de Santa Maria – concluído em 11 de dezembro de 1696.
Forte de São Diego – construído pelo governador D. Diogo de Oliveira; reconstruído em setembro de 1722, pelo Vice-Rei o Conde das Galveas.Em água de meninos.
Forte da Gambôa – iniciou a construção em 1638 parou e retornou a construir em 1646, recebeu no 2º Império o primeiro canhão Armstrong, vindo da Inglaterra. Era tão grande e pesado que o povo chamou-o de “peça da vovó”. (“A Margem da História da Bahia”- autor: Francisco Borges de Barros.)
A peça da vovó durante o seu período em que passou no Forte da Gambôa, deu seu primeiro e único tiro de experiência com bala e atingiu velha ramalhuda mangueira na Costa do Mar Grande em Itaparica, deixando-a reduzida a um montão de lenha. E as casas das vizinhas sacudiam na hora do tiro horrivelmente, despedaçando-lhe as vidraças, quebrando pratos e outros utensílios domésticos.” Assim disse a voz do povo.
“Outrora a população da cidade tinha fé inabalável e irrestrito na eficiência da “Vovó da Gamboa”. Acreditavam que o canhão sozinho afundaria a mais poderosa e numerosa esquadra do mundo que fosse atacar a Bahia”.
“Por aviso do Ministério da Guerra, em 28 de outubro de 1873, foi mandado para está Província, um canhão Armstrong de calibre 250, pesando 13 toneladas, a maior peça de artilharia a primeira a ser fabricada pelo fabricante Inglês para o Brasil. Sendo embarcado no ano de 1875. Chamada pelo povo de “vovó” em atenção ao seu tamanho e robustez.”( Fonte do livro: “Fortificações da Baía” – autor João da Silva Campos.)
Forte do Mar ou Forte de São Marcelo ou Fortaleza Nª.Sª. do Pópulo, - iniciado a sua construção em 1623 parou depois em 1650 foi reiniciado a construção e terminou em 1772.
Forte de Santo Alberto, - construído no governo de D. Diogo de Meneses, iniciou em 1606 e terminou em 1612.
Forte de MontSerrat – iniciado em 1586 parou reconstruiu em 1772.
Fortaleza de Santo Antonio da Barra, edificado em 1625 e reconstruído em 1703. Fortaleza do Barbalho – construída em 1712.
Fortaleza de São Paulo – iniciada em 1646 e concluída em 1722.
Fortaleza de São Lourenço – situada em Itaparica, teve papel relevante na campanha da Independência.
Forte da Lagartixa – Poucas das fortificações baianas receberam tanto nomes diferentes como esta praçazinha de guerra, hoje em absolutamente imprestável, situada à beira mar na praia de Água de Meninos. Sua mais antiga denominação foi Forte de Santiago de Àgua de Meninos. Visto em manuscrito como Forte ou Fortinho dos Franceses. Depois apareceu escrito e conhecido como Forte de Santo Alberto.
Morro de São Paulo – Iniciada no governo de D. Diogo Luiz de Oliveira e concluído em 1730 no governo do Conde de Sabugosa. A sua construção foi estratégica, na primeira invasão Holandesa teve grande participação em 1624.
Forte do Rio Vermelho – construído em 1772.
“A importância dos Fortes na vida diária da população tinham sua interferências; dando-lhes às horas de despertar e recolher, bem como anunciar os incêndios ou qualquer outro sinistro nas águas do porto ou na cidade. Ainda correspondia a saudações das belonaves que chegavam, e intimavam os navios que pretendiam entrar no ancoradouro, ou deixa-lo, fazendo também ver as irregularidades na atracação.
Pela sua importância histórica, tradicional e pitoresca, dando á paisagem do litoral e de alguns trechos do centro da cidade uma nota sugestiva. As nossas obsoletas praças de guerras merecem ser carinhosamente conservadas. São verdadeiros atestados do antigo valimento desta terra. E de quanto a Metrópole velava pela segurança e conservação da sede do governo dos seus domínios no Novo Mundo.
(Fonte do livro: “A Margem da História da Bahia”- autor:Francisco Borges de Barros)
O FORTE DE SÃO MARCELO E SEUS PRISIONEIROS
Sua fama correu por todo o Brasil. Personagens ilustres presas no Forte de São Marcelo ou Forte do Mar como também era chamado de Fortaleza N.Sª. do Pópulo. Teve a sua origem em 4 de outubro de 1650 segundo alguns documentos de reforma do Forte. Segue abaixo os nomes ilustres presos na enxovia do Forte.
Thomas Lindley – Preso em Porto Seguro por contrabando de Pau-Brasil em 1802 – “Thomas Lindley, chega preso em Salvador no dia 26 de setembro de 1802, sendo recolhido dois dias depois com a sua esposa para os calabouços inferiores do Forte do Mar”. Esse Thomas Lindley, foi autor do livro: “Viajem ao Brasil” escrito em inglês em boa parte da obra ele narra o período em que ficou preso na Bahia”.
“O Forte de São Marcelo ou Forte do Mar, que é de forma circular, acha-se situado no meio do ancoradouro em bacia de areia, em frente do Porto da cidade, e que é notável principalmente por nela ter tremulado pela primeira vez na Bahia a Bandeira Nacional no memoriável dia 2 de julho de 1822.”(Fonte do livro: “Centenário – 1500 à 1900” parte escrita pelo general Fontoura Costallat, a propósito da organização militar, Exército e Armada, Milícia Cívica e Fortificações.)
Preso nesta Fortaleza de N.Sª do Pópulo, o revolucionário, lendário Padre Roma “figura principal da revolução de Pernambuco. Seu nome verdadeiro era Dr. José Inácio de Abreu e Lima. Foi fuzilado na manhã de 2 de março de 1817, no Campo da Pólvora depois Campo dos Mártires.”
“Também preso neste Forte, outro revolucionário gaúcho, Bento Gonçalves, teve fuga espetacular: Ao fugir, molhou às pólvoras, amordaçou e amarrou um vigilante e pulou para o mar, a noite, um barco pequeno estava a sua espera.”Foi comentado na época que a fuga de Bento Gonçalves a Maçonaria ajudou na fuga.
Vários estudantes relapsos, vindo dos Colégios dos Jesuítas e de outros estabelecimentos tradicionais da Bahia, mandavam irem presos por longos dias no Forte do Mar.”
“O maior de todos os revolucionários do Brasil, também foi preso na masmorra do Forte, seu nome era quase uma lenda viva: Cypriano José Barata de Almeida, nasceu em Salvador, no dia 26 de setembro de 1762 e faleceu em 1º de junho de 1838 no Rio Grande do Norte. ( foi preso várias vezes como conspirador, tendo sido um dos tenazes propagandista da Revolução de 7 de abril de 1798 – refere-se a Revolução dos Alfaiates.” ( Fonte do livro: “ A Margem da História da Bahia” – autor: Francisco Borges de Barros – Diretor do Museu do Estado (na época da publicação do livro na Bahia em 1934).
O Forte do Mar aderiu a Sabinada desde o inicio, e foi a derradeira posição dos revoltosos que a tropa Imperial ocupou na manhã de 16 de março de 1838”.
Um dos chefes da Sabina, o mais importante Dr. Sabino Vieira, também ficou preso neste Forte, somente pouco tempo. Sendo transferido para a fragata Príncipe Imperial, prisão marítima”.
“Em fins do século XVIII, conforme notícias de Vilhena, o Forte serviu de prisão dos estudantes relapsos e indisciplinados. Considerado o Forte a mais segura da cidade.”
Preso neste Forte o Brigadeiro Carlos César Burlamaqui, governador de Sergipe, deposto pela Junta Governista da Baía, a qual pretendia reduzir aquela Província a subalternidade da Comarca em 1821.
Preso o Capitão Poncio e um Padre Olavo, em setembro de 1823 por andarem espalhando panfletos “doutrinas perversas e mui perigosas” disse Aciolli, Amaral, II pp.95/96) Preso por ordem do comandante do exército pacificador, coronel Joaquim José de Lima e Silva, o major João José da Cunha Fidué,que comandava a resistência portuguesa contra a nossa emancipação política do Piauí e no Maranhão. Sendo capitulado em Caxias do Sul em 1824.”
Preso neste Fortaleza, o administrador da “Imprensa Nacional Francisco José Corte Imperial por crime de injúrias impressas a mando do brigadeiro Gordilho de Barbuda.. Foi também prisioneiro da bastida o coronel Antonio de Sousa Lima. Herói defensor de Itaparica na guerra de Independência.”
Preso no período de 1832 a 1833 o célebre agitador das massas, o “homem de todas as revoluções” Cypriano José Barata de Almeida, o famoso “baratinha” como lhe era chamado. Foi hóspede forçado do propugnáculo.”
Preso em dois anos, o famoso general da “Farroupilha” Bento Gonçalves da Silva, cuja fuga sensacional está assinalada nas páginas da História Nacional.”
Preso num dos cárceres do Forte, um famoso desordeiro e valentão de colarinho e gravata, João José Alves. Individuo da laia daqueles que outrora o povinho denominava “branco estourado”. Por ordem do chefe de polícia da Província e futuro barão de São Lourenço, Francisco Gonçalves Martins, em 1856.”
Preso, já no fim do século, em 1890 o brigadeiro Barão de Sergi, réu de crime comum.”
A História do Forte do Mar registra três casos de prisões coletivas. A primeira dos implicados na malograda Federação do Guanais. A segunda da Sabinada com cerca de trezentos dos seus partidários. A terceira, foi dos maiores culpados da Insurreição dos Malês, em janeiro de 1835.”
Foi preso o inglês Tomás Lindley, por contrabando de pau-barasil em Porto Seguro, estava recolhido ao Forte, em 1803, mas ficou poucos dias, transferido para o Forte do Barbalho e de lá, por ter muitas regalias, fugiu em um dos seus passeios, indo para a Espanha e de lá para a Inglaterra. Em seu relato, no livro de suas aventuras e impressos; “Narrativas de uma viagem ao Brasil”, descreve o interior do Forte, com minúcias. Já naquela época chamavam o Forte de São Marcelo ou Forte de Nossa Senhora Del Pópulo. Escreveram os cronista da época que, no caso de Tomás Lindley e Bento Gonçalves, “ que suas fugas tinham origens de fatos, na Maçonaria” outros não afirmam mas, não descartam a corrupção.”
Fortaleza de São Paulo da Gamboa. Preso neste Forte o padre Roma, transferido do Forte de São Marcelo. Emissário dos revolucionários pernambucanos em 1817 e julgado, esquartejado e morto nesta cidade.”
(Fonte do livro: “Fortificações da Baía” – autor: João da Silva Campos)
“ A Fortaleza Nossa Senhora do Pópulo ou São Marcelo, vulgarmente conhecida como Forte do Mar, teve sua origem na Carta Régis de 4 de outubro de 1650, determinando “ quando convinha fazer-se um Forte no baixo surgidouro dessa Bahia”. Foi construido pelo Engº francês Brigadeiro Jean Massé com início em1714.
A idéia de sua construção é do governador Conde de Castelo Melhor, que iniciou logo a obra, sob risco do engenheiro Francês Pedro Gorin. Foi continuado pelo Conde de Atouguia e pelos seus sucessores, parando a obra inúmeras vezes por falta de meios. Em fins do século 17 estava a obra concluída.”
(Fonte fornecedora: Conforme documento de Luiz Meneses Monteiro da Costa, Certidão de Nascimento da Fortaleza de Nossa Senhora Del Pópulo, que retifica nessa documentação, em tese, tudo quanto se vinha repetindo sobre o célebre Forte.)
Note Bem : As declarações acima foram extraídas do livro: “Reise in Brasilieu” – autores: Von Martius e Von Spix – Traduzido por Pirajá da Silva e publicado em 1916)
O Farol da Barra – Primeiro farolete a ser aceso na Bahia, com luz bruxoleante, de vela de sebo, guiava os navios nas trevas da noite, foi mais tarde substituída por um farolete iluminado a azeite de peixe e logo depois veio o querosene, finalmente chegou a eletricidade com luz branca e vermelha, que abrange um raio de quinze milhas.”
(Fonte do livro:”Bahia Encantada” – autor: Ricard Menocal -1957)
Masmorras do Forte do Mar, os encarcerados eram acorrentados e submetidos a trabalhos forçados quando necessário, surrados, humilhados e privados de toda sorte. O silêncio absoluto era uma obrigatoriedade. Entre os famosos “hóspedes” estava o médico revolucionário Francisco Álvares Sabino da Rocha Vieira. O líder da “Revolta da Sabinada”. Era o lugar considerado de segurança máxima da Província. Só iam para lá pessoas de grande fisco de fuga. Inclusive outro rebelde Cipriano Barata, o lendário. Mas foi Bento Gonçalves o primeiro famoso que fugiu do Forte. Como também, existia masmorras na antiga “Casa da Província ou Câmara da Província”, hoje Prefeitura Municipal de Salvador. Situada por baixo do piso principal, na época do período Colonial.” (Fonte do livro: “ A Cidade do Salvador” – autor: Alberto Silva).
BIBLIOGRAFIA:
Fonte do livro: “ Fortificações da Baía” – autor: João da Silva Campos
Fonte do livro:” A Margem da História da Bahia” – autor: Francisco Borges de Barros.)
Fonte do livro: “ A Cidade do Salvador” – autor; Alberto Silva.
Fonte do livro; “ Bahia Encantada “ – autor: Ricard Menocal.
Fonte do livro; “ Centenário 1500 a 1600 - relato do general Fontoura Costallat, sob as organizações militares.”
O MAR PERTENCIA A TODOS
A França e a Inglaterra não consideravam como justo o titulo de domínio a partilha que o Papa Alexandre VI, por Bulla, fizera do Novo Mundo.
“O direito marítimo internacional ainda não havia formulado suas leis. O mar era um vasto campo de pirataria onde o direito da força imperava sem escrúpulos.
O espírito aventureiro dos marinheiros da época Colonial, encontrava apoio nos respectivos governos que por sua vez não tinham escrúpulos em aceitar qualquer situação de vantagens, associavam-se nas investidas contra o Brasil, cuja conquista fácil lhes parecera que a Metrópole estava em abandono e toda entregue as opulências da Índia e deixava sua vasta colônia.”
“O comércio de pau-brasil, despertou-a cobiça dos navegadores das nações rivais de Portugal, logo após o descobrimento da grande colônia, e fácil o fora desde quando a poderosa Metrópole, por várias causas, alheia do valor da nova conquista com um litoral vastíssimo e desprovido de aparelhos de defesa.
Os resultados dos descobrimentos da América de uma parte e de outra,a rota das Índias, foram de vantagens imensas para a Europa.
“As rotas do comércio, deslocou a rota do Mediterrâneo para o Oceano, vão enriquecer os povos e destronar Veneza, Genova e Marsella. Até então, o mundo reduzido á Europa, uma parte da África e Ásia, viviam há séculos sobre o mesmo fundo. A descoberta geográfica, revelaram novas civilizações, produtos, fenômenos novos, estendiam o campo de suas atividades intelectuais e a ampliação comercial.”
“A exploração tenaz do pau-brasil, que constituía a ANILINA tão procurada em séculos remotos, levaram ao comércio clandestino em vários países a pirataria e invasão à vista de Portugal.”
“Nas mãos dos indígenas saíram pau-brasil, papagaios, macacos e outros animais, especiarias do país e pedaços de ouro que as enxurradas deixavam na flor da terra.
“No ano de 1510, assinala um fato notável na Costa dos domínios portugueses. Diogo Álvares, lança as bases da povoação que o havia de prender a nova terra. E assim, cresceu o novo território português.
De todos os corsários os mais temíveis foram os das praças de Honfleur e Diepper,( o celebre João Ango – rico armador de Diepper, ele que bloquiou Lisboa com uma grande armada, morreu em 1551 como Visconde de Diepper). D. Manoel, rei de Portugal, se viu na condição de transigir e negociar.”
As piratarias nos mares, apesar das medidas repressivas, não cessou nunca nos séculos 16,17 e 18. Foram eles os maiores responsáveis: França, Inglaterra e Holanda.
Dos navios corsários, a Fragata “La Preneuse”, comandada por Mr.Larcher, era a mais temível, tendo estado aqui na Bahia em 1797, quando espalharam os seus comandantes e oficiais “panfletos” de idéias liberais que deram origem a Insurreição, denominada dos Alfaiates em 1798. ( vide os Confederados do Partido da Liberdade e Primórdios das Sociedades Secretas da Bahia).
Em 21 de novembro de 1797 aLa Preneuse” apreendeu o navio Santo Antonio de Polifemo, do comércio da Índia, em nosso mar e confiscando-lhe toda a carga era comandante o capitão-Ten. Manoel do Nascimento da Costa.
Os corsários franceses tinham por base Naval as ilhas Mauricias.”
(Fonte do livro: “Novos Documentos para a História Colonial” – autor: Francisco Borges de Barros.Imp. Oficial da Bahia. Ano 1931.)
A PESTE NEGRA NA EUROPA – OU PESTE BULBÔNICA, disseminada por ratos e pulgas vindo nos porões dos navios e matou quase que a metade da população da Europa, durante a Idade Média por volta de 1343.
Na Bahia, surgiu a Cólera-morbus (varíola). Apresentou-se dentro de um navio vindo de Pernambuco quando o mesmo atracou na praia do Rio Vermelho em Salvador. Teve inicio em 21 de junho de 1855 até 1856. Trazendo mortandade para mais de 30 mil pessoas na capital e recôncavo baiano.”
“Brigadeiro lusitano Inácio Luis Madeira de Mello que invadiu a Cidade de Salvador em 19 e 20 de fevereiro de 12822”.
(Fonte do livro: Novos Documentos para a História da Bahia) Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A HISTÓRIA NOS CONTA - PARTE XII( fatos diversos-das épocas Colonial e Imperial)

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O SOLAR DO UNHÃO – “A casa de fazenda, munida de armazéns e senzalas, cais para embarque e desembarque de matérias primas e mercadorias. Dizem que outrora, servira de tráfico de escravos africanos. Uma bela igreja, já existente em 1797., sob a invocação de N.Sª da Conceição.O que sobra das águas da “Fonte do Gabriel” vem aí jorrar da fama para tratamento da vista. Pois que o velho Solar foi transformado em Trapiche mas antes era Engenho de beneficiar arroz.
Seu primeiro proprietário foi o Desembargador da Relação da Bahia, Pedro Unhão de Castelo Branco. Isto no começo do século XVIII. Na segunda metade do século, foi vendida a propriedade a José Pires de Carvalho, Barão da Casa da Torres e arrendado em 1877 aos suíços Francisco Menron e St.Valéry Scheult, que instalaram neste local uma fábrica em 1816 de “rapé” fumo em pó, chamado também de “areia preta”ou “pó de tabaco” que se aspirava pelo nariz, e assuar esse apêndice, fragorosamente, nos vastos lenços de chita portugueses ou chamados também de “lenços de alcobaça”.
A areia preta chegou até o fim do século XVIII, Quando liquidaram a firma com o desuso das pitadas pelo nariz. E o Solar fora abandonado no século XIX. Em épocas distintas tinham-se notícias que foi alugado, até o seu abandono total.”
(Fonte extraída do livro: “Breviário da Bahia” – autor: Afrânio Peixoto)
NOTA DE ESCLARECIMENTO: O autor Afrânio Peixoto em sua opinião, queria que o velho Solar fosse transformado em Museu Colonial, o que viria a ser em 1999 Museu de Arte Moderna da Bahia e Restaurante Solar do Unhão.
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O ROUBO DA IGREJA DA BARROQUINHA: Em 2 de maio de 1913, quando se abriu a igreja da “Barroquinha” como era chamado pelo povo, na verdade era paróquia de São Roque, aonde tinha a sua imagem no altar mor. Constatou-se o furto da estrela da capa do Senhor Bom Jesus dos Martírios, anéis de N. S. da Conceição e uma grande coroa de prata. Foi um reboliço, fizeram queixa a polícia. O gatuno foi preso pelo sr. Manoel Ignácio, operário do Major Bibiano Cupim, Juiz da Irmandade do Bom Jesus dos Martírios. Com auxilio do sr. Theotônio Procópio foi conduzido pelo guarda civil nº 132, para o posto policial do Maciel de Baixo.
Sempre houve roubos em igrejas e não faltavam quem comprasse, principalmente por pessoas que de passagem estavam na cidade.
Na época do roubo, era zeladora da igreja a Dna. Belmira de Athayde. Em ação de graças por terem sidos encontrados os objetos, Dna Anna Eugênia dos Santos (Aninha) yalorijá maior do Centro Cruz Santa (Axé Apô Afonjá), mandou celebrar três missas com foguetes e festas ofertas também do srs. Rodolfo Santos e Major Bibiano, promoveram lauto almoço para todos os fiéis.
Algumas novidades desta igreja: Realizavam-se ali bonitas procissões entre as quais se destacam a de Bom Jesus dos Martírios e de Nossa Senhora da Boa Morte suas duas grandes Irmandades. Como também muito concorrida a de 15 de agosto o dia da Assunção. Faziam pomposas festas a Nossa Senhora da Boa Morte, neste dia era ocasião de se saber qual ou quais as mulheres da Irmandade que tinham entrado para o “partido alto”, pois isto denunciava o luxo de sua saia de beca e todos os ornamentos do corpo. Geralmente, essas ostentavam o seu poder financeiro com jóias verdadeiras.
A reforma da igreja e da rua é do tempo do governador Barão Homem de Mello.”
“Na igreja da Barroquinha nos remotos tempos, havia a mais famosa Irmandade da Boa Morte, composta de uma devoção das irmãs do Senhor dos Martírios, já existia desde 1851. E na mesma igreja havia a Irmandade de Nossa Senhora da Angústia, composta de devotos brancos nacionais.” (Fonte de livro: “A Bahia de Outrora”- autor: João Vilela).
A Capela (igreja) da “Barroquinha” foi construída por provisão de 8 de julho de 1722, sendo lançada a primeira pedra em 25 de novembro de 1722, sendo o Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide. Em 1770 foi confirmada a doação de terras a essa igreja na qual existem algumas Irmandades poderosas. Com compromisso com data de 1779 confirmado por D. Maria de Portugal”.(Fonte do livro: “Da Bahia que eu vi” autor; João Villela.
O Elevador do Taboão, foi inaugurado em 16 de janeiro de 1896, por Companhia de Transportes Urbanos. Obra no valor de 400.000$ mil réis. E as máquinas fornecidas por Casa Armstrong de New Castle, firma Inglesa. A torre tinha 28 mts de altura. Cada lotação em cabine para 20 pessoas, com 1,5 toneladas e as caldeiras tinham a força de 35cv. Foi uma antiga reiteração dos negociantes do Taboão a Câmara Municiapl.”
(Fonte extraída do livro: “Da Bahia que eu vi” – autor: João Varella.)
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As obras para a construção do Elevador Lacerda foram iniciadas em 17 de outubro de 1869, sendo inaugurado o serviço em 8 de dezembro de 1873. Foi o construtor o engº Augusto Frederico de Lacerda. Inicialmente, dispondo de 2 cabines e movido a compressão hidráulica, foi eletrifica em 20 de janeiro de 1907 pela Cia. Linha Circular de Carris da Bahia, que o adquiriu em hasta pública. A Cia. De Transportes Urbanos em 21 de outubro de 1897. Na reforma e construção da nova torre de cimento armado, com cerca de 240 pés de altura, está ligada á torre antiga por uma ponte de 20 mts. De extenção. Na nova torre foram instaladas 2 cabines do tipo microveling, que assegura o transporte de 4.000 pessoas por hora, fazendo o percurso em 30seg. A torre antiga foi remodelada. Achando-se no presente o elevador Lacerda equipado com 4 cabines, sendo as 2 maiores cabem 16 passageiros na torre nova. A inauguração da torre nova foi em 30 de setembro de 1930.(Fonte extraída do livro: “ Cantando e Rindo” – autor: Aloísio de Carvalho – Lulu Perola.)
Consta no antigo Colégio dos Jesuítas a cadeira que pertenceu a Antonio Vieira”-
Na entrada de algumas igrejas antigas século XVIII, existem um portal chamado de “guarda-vento”. Geralmente é de madeira de lei, talhado em figuras, serviço de toreuta ou artesão como é chamado hoje. São obras de grande beleza artística. É bom vê nas igrejas do São Francisco, Catedral, Rosário dos Pretos, Piedade, São Bento e outras.”
Na igreja da Graça, existe um quadro intitulado “ o sonho de Catarina Paraguassú” pintura do século XVI. Como também há outro quadro “menino Jesus” pintura do século XVIII, Acredita-se ser do mesmo autor, porém não há assinatura”.
“Consta na Igreja do Mosteiro de S.Bento, um genuflexório da cadeira abacial, trabalho de toreuta. Como também, existe um contador de jacarandá do século XVII,
“ Existe no Convento do Carmo, uma pintura da Cúpula do Salvador – feita por Euzébio de Mattos.” (Fonte do livro: Relíquia da Bahia” autor: Edgard de Cerqueira Falcão)
Os chafarizes de água pública ou Fonte de água como era chamado. Antes de ser instalado em residências a água potável, na Bahia, em especial Salvador, o povo abasteciam de água na Fonte de N.S da Graça, Fonte do Queimado, Fonte do Gravatá, Fonte do Gabriel, Fonte de S.Pedro, Fonte das Pedras, Fonte Pedreiras inaugurado em 183l vê lápida. Fonte da Muganga inaugurado em 1800. Fonte do Baluarte (ladeira da água busca), Fonte de Santo Antonio, Fonte do Coqueiro, Fonte da Mãe d’Agua ou Yemanjá ( no farol da Barra ). Fonte do Taboão inaugurado em 1870. Esses são os chafarizes que abasteciam a Cidade de Salvador com água potável até então não existia água canalizada nas residências, isto só veio a acontecer nos fins do século XIX. O transporte dessa água era feita por escravos africanos que transportavam em barricas de vários tamanhos e armazenadas nas residências em moringas, potes, talhas e puzões de cerâmica.” ( Fonte do livro: Relíquia da Bahia – autor: Edgard de Cerqueira Falcão )
Na visão do estrangeiro visitante Von Matius, no seu livro: “Viagens através da Baía”,
Declara que: “Destaca-se as procissões do S.Sacramento e do Senhor Morto na sexta-feira santa. Como as mais concorridas, quando toda a população vai as ruas estreitas, juncadas de fiéis com flores ou pessoas debruçadas as janelas ornamentadas dos ricos e dos mais pobres, com seus trajes de festas.”
Na antiga Quinta dos Padres: Local de repouso dos jesuítas, chamado também de Quinta dos Lázaros por que fora um leprozário e que hoje está ocupado ao Arquivo Público do Estado. Localizado na Baixa de Quintas. Compõem-se de prédio principal com vários dormitórios, refeitório, reservatório de água suspenso, chafariz de cantaria, um marco de pedra setecentista com inscrições da fundação”. (Fonte do livro: Relíquia da Bahia – autor: Edgard Cerqueira Falcão)
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A Alfândega Geral de Salvador – Foi erguida em 1714 por D. Pedro Antonio de Noronha, 2º Conde de Vila Verde, lº Márquez de Angeja e o 3º Vice-Rei.” (Fonte do livro: “Chonografia do Império do Brasil” – públ. Em 1829)
Fatos Marcantes – A primeira epidemia surgiu na Bahia em 1665 quando apareceu um cometa e no ano seguinte veio a “ Peste das Bicha ou das Bexigas” como eram chamadas. “Em dezembro de 1685, houve um eclipse da lua, tendo havido em dias anteriores eclipse do sol. A aparição dos cometas e eclipses eram anunciadas como prenúncio e mau agouro.” O jesuíta Valentim Estancel, em Pernambuco, prognosticou grandes males ao Brasil na época, apavorando os ânimos do povo.
No ano de 1686, houve uma grande epidemia, que deram o nome de “Bicha” e que hoje se sabe ter sido a “Febre Amarela” vindo em navios de Pernambuco. Sua primeira vítima, foi um Tanoeiro de embarcação que ao abrir uma das barricas, trazidas pelo dito navio, cheia de carne putrefato, expirou o ar e imediatamente se contagiou. Com espantosa rapidez, passou a epidemia para a Bahia, onde devastou grande número de vítimas, adoecendo diariamente mais de duzentas pessoas, poucos sobreviviam em família. A doença permanecia no corpo no período de nove dias após a morte. As casas diz Rocha Pita: “ enchiam-se de moribundos as igrejas de cadáveres e as ruas de tumbas”. Entre as pessoas mais importantes que sucumbiram do flagelo, estavam o Bispo D. Fr. João de Madre de Deus, e o Conde do Prado filho do governador que faleceu no mar, fugindo da peste, dias depois de sua partida para Lisboa. Muitos médicos, frades e altos funcionários. Governava a Bahia nesta época o 2º Márquez da Minas, que muito contribuiu na caridade com os enfermos, e uma senhora da sociedade D. Francisca de Sande, pertencente a nobre família baiana. Abriu as portas da sua casa para servir de hospital, onde ministrava todos os cuidados aos doentes. Também foi vítima o governador Mathias da Cunha em 1688”.( Fonte do livro: “A Margem da História da Bahia” – autor: Francisco Borges de Barros).
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“A Febre Amarela apareceu pela segunda vez em Salvador no ano de 1849, fazendo grande mortandade nos seus habitantes na Capital e no Recôncavo baiano. Como também a Cólera-morbus devastou o Estado em 1855 a 1856. Mais de 30.000 mortos.” (Fonte do livro: “A Província da Bahia” – autor: Manoel Jesuíno Ferreira)
A primeira tempestade de que se tem notícia na Bahia, foi em 19 de março de 1817, o local mais atingido foi acidade baixa, no comércio. “com grande violência e causou muitos estragos aos comerciantes barcos atracados no porto”. (Fonte do livro: “A Província da Bahia” – autor: Manoel Jesuíno Ferreira – públ. Em 1875/Ba.)
“Em 1873, na Bahia, foram catalogados os principais rios mais caudalosos para navegações que são: Rio Real, Itapicurú, Inhambupe, Sergi do Conde, Paraguassú, Jaquaripe, Una de Valença, Serinharem das Contas, Rio da Cachoeira ou de Ilhéus, Rio do Pardo, Jequitinhonha ou Belmonte, Rio Santa Cruz, Rio Buranhem, Jacurucú, Itahem ou Alcobaça, Caravela, Paruhipe, Mucuri e finalmente o grande S. Francisco.
Outro de menos percurso: Subaúma, Sauipe, Pojuca, Maraú, Acarai, Jequié, Itaipe, Paxim, Matoim, Pitanga, Paranamarim.” (Fonte do livro: “A Província da Bahia”- autor: Manoel Jesuíno Ferreira – assunto diversos sobre a Bahia e seus municípios – públ.1875”)
As Flora da Bahia catalogadas neste período de 1870 a 1880: Madeiras nobres; aroeira, sucupira, pau-d’arco, piquiá amarelo, massaranduba, cedro, mogno, louro, sapucaia, gurabú, jatobá, gonçalo-alves, jacarandá diversas cores os mais procurados são o preto e o rosa, pau-brasil, pau de ferro, angico, mangabeira, carnaúba, coroa.
Especiarias: anil, baunilha, cacau, café, fumo, algodão, pimenta, cravo da índia, mandioca, aipim, aguardente da cana de açúcar e o açúcar para exportação. São plantações cultivadas para o livre comércio” (Fonte do livro: “A Província da Bahia”- autor: Manoel Jesuíno Ferreira)
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É BOM LEMBRAR: “Várias Igrejas de Salvador, foram pintado as cúpulas pelo admirável e notável artista: José Joaquim da Rocha, e fundador, mestre da Escola de Pintura da Bahia, em 1740, quando aqui chegou, ou em 1775 segundo alguns cronistas.
Ele pintou a Cúpula da antiga igreja de São Pedro, no local que chamam de “caminho da Villa Velha”. Como também, dentre outros trabalhos, sito a Cúpula da Igreja de N.S. da Conceição da Praia. Os painéis existente na: Capela do Sacramento, da Igreja de São Pedro, foi obra de José Theófilo de Jesus, baiano de grande talento e discípulo de José Joaquim da Rocha.”(Fonte do Livro: “Bahia Histórica” – Silío Boccanera Jr. )
No dia 10 de janeiro de 1912, o relógio da torre do Paço Municipal, foi atingido, a tarde, pelo canhoneiro verificado o motivo “ para dar cumprimento ao hábeas-corpus concedido pelo juiz federal aos membros da oposição ao governo, na Assembléia Legislativa do Estado”( Fonte do livro: “Bahia Histórica” de Sílio Boccanera Jr.)
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"As Ordem religiosas da Bahia, recebiam como oferta (esmola) ou legado dos fiéis, escravos. Como também, compravam escravos novos da África para serviços internos e externos, para manter esses escravos alguns Conventos tinham senzalas, por exemplo: "No Convento do Desterro, houve um período que teve 400 escravas que pertenciam as noviças e irmãs confessas, vindas acompanhadas como dote das herdeiras freiras".
Na relação dos bens adquiridos em gestões de guardiões do Convento de S. Francisco, consta tudo que realizaram de reformas e compras para o Convento, inclusive " compraram-se 6 moleques novos de Benguela" - "Concertou-se o tronco para a prisão dos escravos; compraram-se mais dois molecotes e 1 foi de esmola, ficaram assim 3 escravos". Havia no Convento, escravos com ofícios que prestavam serviços para outras pessoas de ganho para o Convento; "barbeiro", carpinteiro, ferreiro, toreuta, vendeiro(vendiam as verduras das hortas do Convento) nas horas vagas e no retorno prestava conta ao fiscal. E assim, foi crescendo o número servil nas Igrejas e Conventos na Bahia. Independente daqueles escravos que moram e trabalham nas casas particulares dos padres." (Fonte: Revista do Instituto Histórico brasileiro - nº 147)
Álvaro B. Marques – trabalho de pesquisa.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

FATOS HISTÓRICOS DA MEMÓRIA DA BAHIA ANTIGA

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“Os sete grandes acontecimentos na Bahia no século XIX”
A guerra do Madeira de Mello ou a Independência.
A guerra do Carneiro ou Sabinada.
A epidemia ou cholera morbus em 1855 a 1856.
A guerra do Paraguai (recrutamento violento dos voluntários contra Lopez)
A guerra dos escravos chamados “Malês”.
A abolição dos escravos.
O banimento do Imperador Pedro II
(Frases de José Wanderley de Araújo Pinho – Revista do Inst. Geo. E Hist. da Bahia nº 46)
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FATOS MARCANTES:
O Brasil no período Imperial, em duas década e meia de existência política independente, era um vastíssimo território povoado por 5 milhões de habitantes, dos quais cerca de metade índios e negros escravos (1819). Em 1823 iniciou a sua organização política e administrativa: Constituinte (1823); Carta constitucional (1824); Supremo Tribunal de Justiça (1828); Código Criminal (1830); Reforma do Tesouro (1831); Ato Adicional (1834); Código Comercial (1850). Dificuldades Internacionais e guerras cisplatinas (1825/1828); Tratados com a França e Inglaterra (1826, 1828 e 1831); Repressão de tráfico de escravos até a sua abolição (1850 a 18880)”.
Dificuldades Financeiras: Falência do Banco do Brasil (1829); Depressão Cambial de 1824/1826; Omissão do papel moeda e de moeda divisória de cobre (1833); Déficit Orçamentário: Receita 14.135 e Despesa de 14.340 contos de réis em 1835.
Lutas internas: Abdicação de D.Pedro I (1831); motins na Corte e revoltas nas províncias de Pernambuco, Ceará, Maranhão, Bahia, Minas e São Paulo de 1824 a 1848.” (Fonte extraída do livro:”A Instrução e o Império” – autor: Primitivo Moacyr – subsídio para a História de Educação no Brasil no período de 1823 a 1853.)
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Coisa digna de nota é que durante o período que compreende o fim do século XVIII e o principio do século XIX, formou-se neste país o espírito de Independência e Liberdade, como provam a Conspiração Republicana de 1798, a Revolução de 10 de fevereiro de 1821, a Independência do Brasil, os movimentos federalistas de 1831, 1832 e 1833 e depois a Sabinada” (Fonte do livro: “Fatos da Vida do Brasil” – autor: Braz do Amaral)
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Fato importante: no ano de 1832 foi a vinda do célebre naturalista Charles Darwin à Bahia. Fez vários comentários sobre o clima, vegetação, formação de superfície, valas, floras e faunas em que o mesmo encontrou em nosso território e fez comparações com outras regiões do país. Sua passagem foi curta, porém, quase desconhecida pela maioria da população”.(Fonte extraída do livro: “A Bahia de Castro Alves”- autor: Waldemar Mattos.)
O general Inácio Luiz Madeira de Mello, enviado de Portugal á Bahia, em 1817. Comandou as tropas lusitanas na guerra da Independência, retirando-se da Bahia com destino a Lisboa junto com os seus soldados, derrotados em 1823. “Levando com ele uma fortuna em ouro e pedras preciosas, saqueou os lugares em que passou, principalmente os cofres dos municipais e estaduais. Como também das igrejas. Deixando a Bahia na miséria e fome”.( Fonte do livro: “ A Bahia de Castro Alves” autor: Waldemar Mattos.)
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“ Na sua passagem na cidade de Salvador, as tropas portuguesas do Brigadeiro lusitano Inácio Luiz Madeira de Mello, invade casas e nem o sagrado poupam, violando a clausura do Convento da Lapa. Quando no dia 19 ou 20 de fevereiro de 1822, batem e forçam a porta a golpes de coice de armas, deixando-a por morte o velho capelão Daniel da Silva Lisboa (irmão do Visconde de Cairú) e varada por uma baioneta no peito Madre Angélica de Jesus, abadessa do Convento, que impedia aos intrusos penetrarem no recinto sagrado. Falecida ao meio dia horas de 20 de fevereiro do ano inesquecível. Vitima de seu dever, mártir de sua fé. Torna-se a primeira heroína da Independência.”
(Fonte extraída do livro: “Livro de Horas” autor: Afrânio Peixoto.)
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O Cholera-morbus, apareceu na Bahia no dia 21 de junho de 1855 no povoado de pescadores no Rio Vermelho. Vindo do vapor “Imperatriz” no dia 20 de junho. Já no seu interior achava-se a grande e transmissível peste, saiu para ceifar o pequeno povoado e alastrou-se até os Recôncavos baianos, levando mais de 26.000 vitimas”.
(Fonte do livro: “Revista do Inst. Geo. Hist. da Bahia nº 46 págs. 141 e 142)
“As atitudes dos médicos, hesitam e se contradizem. As maiores autoridades em medicina na época, acompanharam, são eles: Wucherer, Petterson, Antonio José Alves (pai de Castro Alves), Malaquias, Dr.Jonnath Abbot e outros. Afirmaram tratar-se de “Cholera morbus. E nada que fizeram surtiram efeito.
Nesta época a cidade de Salvador não tinha o serviço de água encanada e fazia-se assentamento do primeiro chafariz público na cidade baixa, em frente ao edifício da Associação Comercial.
Começaram crescente os óbitos, recolhendo cadáveres de diversas classes sociais. Havia uma carruagem fúnebre chamada “patusca” só para aqueles que podiam pagar e ter um enterro de luxo. Os pobres e remediados eram transportados em “bangüê”. Foi então, aberto o cemitério das Quintas para o público, até ali reservado ao lázaro e ampliando o espaço para mais 30 Irmandade que edificaram seus carneiros para irmãos. Cessando o enterramento nas igrejas que era uma antiga reivindicação.
“O Hospital dos Lázaros – Foi instalado por D. Rodrigo José de Menezes e Castro (Conde de Cavaleiros) quando governador da Bahia, em 4 de dezembro de 1784 e inaugurou em 27 de agosto de 1787. Foi destinado ao tratamento de Morfhéticos de qualquer sexo, nacionalidade e religião.O valor desta construção foi de 6.000$000 contos de réis. Anteriormente era a fazenda retiro dos jesuítas denominada “Quinta dos Padres” na freguesia das Quintas. Hoje século XXI Arquivo Público Estadual.
Na época que era o Hospital das Quintas dos Lázaros, dividia-se em duas enfermarias uma chamada de São Cristovam para homens e a outra N.S. de Sant’Anna para mulheres.”
O Cemitério da Quinta dos Lázaros, foi inaugurado na mesma data do Hospital, em 27 de agosto de 1787 exclusivamente para nele servir os mortos vindo deste Hospital. Porém, em Ato oficial de 27 de janeiro de 1870 o Dr. Francisco Vicente Vianna, Presidente da Província e o conselheiro Francisco Gonçalves Martins (depois, Barão do São Lourenço) mandaram que fosse considerado Cemitério Público. Depois foi entregue a Santa Casa da Misericórdia para administrar em 21 de junho de 1895 no período de 27 anos, até maio de 1912 se desobrigou. E finalmente, passou a pertencer a Irmandade Sociedade Pias e Ordem Terceira do São Francisco”
(Fonte extraída do livro: “A Bahia de Castro Alves” autor: Waldemar Mattos.)
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"Relatos de Silva Lima em "A Bahia de há 66 anos" edição de 1907 págs. 25 refere-se ao meado do século XIX: "As inhumações continuaram a ser feitas nas igrejas, apesar da lei que deu direito a uma empresa particular o privilégio dos enterramentos nos seus cemitérios com exceções dos prelados diocesanos, das religiosas e das recolhidas. Para os cemitérios só iam os cadáveres dos pobres e dos escravos; os dos ricos e dos irmãos de confrarias iam para os cemitérios das igrejas até que na epidemia da colera-morbus, foram definitivamente proibidas". José Francisco da Silva Lima, corretamente se refere ao Contrato que o governo fez com José Augusto Pereira de Matos e Cia, em 1835, concedendo-lhe o privilégio de explorar a fazenda São Gonçalo (atual Campo Santo)como cemitério. Tal concessão motivou indignação pública, manifestada na agitação que se denominou "Cemiterada", quando as Irmandades, Ordens e o povo marcharam e arrasaram as instalações da firma junto ao novo cemitério previlegiado em 5.outubro de 1836. Cinco anos após, a Santa Casa da Misericórdia adquiriu o direito de administrar o indesejável cemitério Campo Santo."
Fizeram orações públicas para São Francisco Xavier, foi tirado da sua igreja e transportado em romaria para a Piedade. O glorioso apóstolo de Oriente, como em 1686, também percorreu as ruas da cidade em volta no luto e na dor.”
“A imagem do Senhor do Bonfim, só saiu do altar quatro vezes. Por calamidade pública, em 1823, 1842 e 1855. E a última em 3 de julho de 1923 para ser realizado a procissão de sua imagem por mar e terra e no dia 7 de julho retornou a sua capela. Ficando 3 dias na igreja da Vitória comemoração dos 100 anos de libertação sob domínio de Portugal ( 1º centenário de sua grande festa cívica 2 de julho a Independência do Brasil).(Fonte extraída do livro: “A Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim” autor:José Eduardo Freire de Carvalho Filho).
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A pintura do teto e dos painéis dos altares da igreja do Bonfim, erguida em 24 de junho de 1754, foi pintada pelo artista Franco Velasco e representa os passos da Paixão. Os quadros da sacristia e dos corredores têm os temas da “Escritura”, trabalho do artista pintor José Teófilo de Jesus e mais os dois vastos painéis de autoria do artista Bento Capinam se encontra na entrada da Capela e que representa a “morte do justo”. Na construção dos corredores que foram antigamente alpendres e que hoje são os corredores dos votos e milagres. Tinha um chafariz de mármores de carrara a pouco distante do adro em cima estava á estátua do Salvador.” (Fonte do livro: “Revista do Inst. Geo. Hist. da Bahia. nº 46 – “Festas e tradições da Igreja do Bonfim” autor:Xavier Marques.)
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O primeiro padroeiro da Cidade do Salvador é Santo Antonio de Arquim – Segundo nos refere o abalizado cronista da época, Frei Antonio de Santa Maria Jaboatão, “em solenidade procissão da igreja da Ajuda para o Convento de São Francisco, aonde teve altar distinto durante muitos anos, até o dia em que clandestinamente desapareceu. Descoberto o mistério, conforme relato de João Carneiro de Couros, escrivão residente na Câmara Eclesiástica desta cidade, disse para o irmão Fr. Francisco da Conceição. “que estava em seu poder, que por devoção particular pedira ao Prelado e que não obstante estar a imagem mui derrotada, ele a tinha reformada no melhor que pode.” Assim devolvida.
Em 1645, a Câmara Municipal, como consta no livro nº 5 dos termos das respectivas variações (atas) em sessão de 20 de novembro do mesmo ano, fez o voto Perpétuo a Santo Antonio de Arquim, mandando ainda celebrar, todas as quartas-feiras do ano, missa ao mesmo. A festividade começou em 1654 no dia 27 de janeiro. Anos seguintes não houve mais festas e caí novamente o santo no esquecimento popular.”
(Fonte do livro: “ A Bahia de Castro Alves” – autor: Waldemar Mattos.)
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Costumes monásticos na Bahia”- Referente aos Frades e Padres no século XVIII.
Vejamos o que disse Tollenare (Luis François) em suas “Notas Dominicas” escrito em 1816, notava:>”Muito perto da minha casa fica a igreja chamada de N.S. da Graça que é administrada por cônegos ociosos, mas polidos. Raramente os encontros com vestes eclesiásticas de ordinário trajam jaquetas e calças de chita como os outros habitantes. Sendo o voto de castidade considerado aqui como mera formalidade e sem obrigação real. As suas intrigas amorosas não provocam escândalos e eles não renegam seus filhos”.( Fonte do livro: Revista do Inst. Geográfico e Histórico da Bahia, nº 13 pag.64)
Prossigo com casos de sacerdócios que não respeitam as Leis Canônicas. Em 1735 o Juiz de Cachoeira, Joaquim de Amorim Castro “ acusa o Padre João da Costa Ferreira de escandalosamente perturbar a ordem pública com as suas provocações, calunias e os escândalos que praticava e que exigiam castigo eficaz”. Quatro anos depois, esse mesmo Padre andava nas malhas de um processo com ordem de prisão”.
“Em 1789 havia sido um dos escândalos mais falados desta cidade de Cachoeira. O processo que consta uma mulher de nome D. Anna Maria Joaquina e o cônego da igreja da Sé, José da Silva Freire foram denunciados por crime de adultério por Jacinto Thomaz de Faria, marido. Foi designado pelo juiz que a ré ficaria morando na casa da senhora Joaquina Vieira da Silva por medida cautelar e por fim no Recolhimento dos Perdões (convento ) separando definitivamente casal e amante”.
(Fonte do livro: Revista do Inst. Geográfico e Histórico da Bahia. Nº 46 págs. 173 autor: Wanderley Pinho – I.G.H.B.)
“Em 1784 o arcebispo D. Fr. Antonio Corrêa, em oficio de 12 de janeiro de 1784, notava “o péssimo comportamento da maioria dos eclesiásticos”. Os editas de suspensão eram comuns. Nem ao menos as vestes talares se dignavam a usar. Visto assim, D. Antonio em pastoral. “ Proibir aos eclesiásticos o uso de casaca de granacha dentro da cidade e de fivelas de ouro e das que fossem adornadas com pedras preciosas.”Aliás esse abuso chegou até bem perto do final do século, como disse o autor Wanderley Pinho: “Fazia-se mister licença para pregar? Pregavam sem permissão, pouco importando a pena de excomunhão mais que assim fosse, tal como esse Padre Mestre Frei Joaquim de S.Thomaz, na sua esperteza, escolheu para assunto de seu sermão, na igreja de S. Francisco, o panegírico do Conde Oeiras que logo depois passou a ser Marquez de Pombal, e já Ministro. Impediu assim o chefe da igreja de castigar pelo temor de intrigas com o voluntarioso chanceler D. Sebastião José de Carvalho e Mello cognominado “O grande Marquez” nasceu em Coimbra em 1699 e morreu em 1782. Foi adversário declarado dos jesuítas e tudo fez para bani-los em todas as possessões de Portugal. Os jesuítas foram expulsos na Bahia em 1760 e o governo confiscou todos os seus bens.
Não era oficio dos menos árduos ao príncipe da igreja o de chefe de policia que não exercia. Mas, mesmo assim, mandou recolher mulheres de más condutas para os Conventos. Com essa atitude, faz punição e desrespeitando as freiras, mas sobretudo prendendo e encarcerando frades e padres criminosos. Atos que acusam uma grande parte dos religiosos daquela Comarca de Jacobina de terem uma vida desregrada e imoralíssima.” Seria tarefa longa o numero das prisões de frades e padres neste século, era preciso uma lista interminável.”(Fonte do mesmo livro acima- autor Wanderley Pinho) Continua: “Mal chegando a Bahia em 1774 o arcebispo D.Joaquim Borges de Figuerôa, inspeciona a indisciplina dos frades e padres. Fica horrorizado com suas atitudes pessoais e mesquinhas. Como ele afirma: “Falta às ovelhas separadas do rebanho do Senhor, obediência, humildade e piedade.”
Wanderley do Pinho, neste livro expressa no “Costumes no século XVIII” no texto abaixo: “Rivalidade no Reino com os brasileiros, nativos: “ O sistema escravidão da metrópole, iludia no proveito dos lucros imediato, fundando uma economia insensata que dificultava a civilização da colônia, esgotando a besta sem dar-lhe o trato que a tornasse sadia e proveitosa, refletia então, por todos os ramos da sociedade aquele desprezo dos portugueses do Reino pelos nascido no Brasil. Somente os bons cargos públicos, administrativos da Corte eram para os protegidos portugueses. Apenas alguns pouquíssimos americanos mais felizes, bispavam no joeirar dos favores, com exceção de propina.”(Fonte extraída do livro. “ Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia” – nº 46 págs. 164/181)
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A Bahia que eu não vi: O Mercado de Santa Bárbara da Baixa do Sapateiro, foi inaugurado em 1º de março de 1874 – Não existia o Cinema Jandaia, neste trecho, também era o Mercado. Tinha várias “quitandas” de pretas, moças algumas e varias do “partido alto”. Onde homens ainda não vendiam peixes e nem verduras. Desapareceram as pesadas africanas vendedoras de “badofe” e não havia peixe gelado. O gelo era custoso de adquirir. Na época de sua festa em dezembro, o Mercado se notabilizava. Enche de luzes e bandeiras coloridas, cantigas e pilhérias. Celebra-se a festa de Santa Bárbara, com muito samba e candomblés, regado a comida típica da sua seita” (Fonte do livro: “Da Bahia que eu vi” – autor: João Varella.).
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Exatamente quando se destruiu por se achar feio, o velho Mercado e a Capela de Santa Bárbara; quando se desfigurava o Paço Municipal da austeridade original para a atual aparência; quando se arruinava a “Casa dos Governadores”, de mais de três séculos, com granadas de uma disputa política local, que também incendiaram e destruíram uma das mais ricas bibliotecas do país; quando a titulo de progresso, se pôs abaixo uma série de igrejas quase tetracentenárias que foram: Igreja da Ajuda, Igreja de São Pedro Velho, Igreja do Rosário e das Mercês. Reformas mau feitas e destruições irreparáveis seguiram seu curso até o corrente século XX, atingindo a Sé Primacial do Brasil (1932) uma das últimas que tinha a sua entrada na frente com o mar. Pondo-a abaixo e prossegue insensível na febre do progresso e interesses estrangeiros vindo para o nosso país”. (Fonte do livro: “Riscadores de Milagres” autor: Clarivaldo do Prado Valladares – pág. 23 segunda parte.
Meus Comentários: A quem disse: “Sem as reformas e derrubadas de Igrejas e casas não existiria o que temos hoje, ruas largas e mais higienização na cidade”. Outros dirão: “ Poderia permanecer tudo isso, sem derrubar os patrimônios que levaram tantos fiéis a contribuírem com sacrifícios e verem os seus ideais e sonhos realizados no chão”.(Álvaro) – O progresso é necessário vir sem ferir o passado.
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“A Igreja da Sé Primacial do Brasil, mais conhecida como Igreja da Sé, mandada construir pelo primeiro Bispo do Brasil, D. Pedro Fernandes Sardinha, em 1553, e reconstruída pelo Bispo D. Pedro da Silva Sampaio, entre os anos de 1635 a 1638, com nova arquitetura e dimensões. Dentre todos os altares o que mais se destacava era a Capela de N.S. da Fé, onde celebrava e sempre orava o grande padre Antonio Vieira. Demolida em nome da remodelação da cidade”.(Fonte extraída do livro: “O Baluarte” autor: Altamirando Requião – publ. Em 1940 em Sal/Ba.)
A velha Igreja de São Pedro, antiga Matriz se erguia no alto ou Largo de São Pedro (Hoje), perto trezentos metros do Mosteiro de São Bento.Paralelas a Igreja, passavam duas ruas estreitas: a Duarte e a do Portão da Piedade. Na garganta era o pacato Beco do Vigário, desaparecido com a Igreja e casas contíguas, para a abertura da Av. Sete de Setembro. O novo tempo da Igreja de São Pedro foi construído menor que o anterior. Teve a primeira pedra fundamental lançada em 2 de julho de 1916. De estilo bisantino construída em 18 meses pelo arquiteto Rossi Batista, orçado o custo em cr$ 252.000,00 mil cruzeiros. Fica situada no ângulo da Praça da Piedade, rua 13 de maio, transversal a Av.Sete de Setembro, no local que existiu o sobradinho da taverna de José Augusto Doria da Silva, fundador da “Sociedade Beneficente Bolsa dos Patriotas”.
A construção do Forte de Santo Antonio da Barra, é o primeiro que a Bahia teve. Foi iniciada entre os anos 1534 a 1536 pelo primeiro donatário Francisco Pereira Coutinho. Foi inaugurado em 2 de dezembro de 1839”(Fonte: “O Baluarte” autor: Altamirando Requião).
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Cadeirinha de arruar” – Assim chamado pelo povo. Supõem muitos que a “cadeirinha de arruar”, entrou a fazer parte dos meios de transportes dos baianos, no curso do século XVII, sendo antecedido pela “rede” e pela “serpentina”.Isto não é exato. A “cadeirinha de arruar” remete ao primeiro quartel do século XVII, sendo usado pelo 5º Bispo do Brasil. Já nesta época o Gregório de Mattos referia-se em 1682 como “portátil silha” conforme mais facilmente se pode averiguará na consulta do livro “História Social do Brasil” tomo, 1ºº(Espírito da Sociedade Colonial) autor: Pedro Calmon, págs.63 nota 95.”
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Meios de Transportes da época: Cadeira de Arruar: eram suspensas e carregadas por dois negros africanos bastantes fortes, alguns bem vestidos, conforme o luxo do veículo representava o poder financeiro do proprietário. Havia cadeira para uma ou duas pessoas.Certos proprietário alugavam.
Carro puxado por cavalos: Tendo o maior ou menor números de parelhas, conforme a finalidade do uso. Representava o automóvel de hoje. Como também existia uma carruagem chamada “Patusca” carro Fúnebre, todo revestido de pano preto, penacho preto nos cavalos com guarnições de panos nos lombos dos animais, quando eles passavam na rua tocavam sinos que estavam presos nos pescoços dos animais. Duas foram as Companhias de Carruagens: A do Ernesto Cunha, no Largo 2 de Julho e a de Eduardo Vaz, na Baixa do Sapateiro.
Bondes puxados por animais cavalos ou burros, eram em tamanho pequenos de cinco bancos. Havia duas Companhias que exploravam os serviços, a saber: Transportes Urbanos, Linha Circular e a Trilhos Centrais e Veículos Econômicos. Depois veio a Companhia Carris Elétricos – Bondes Elétricos. Para transportes de carga existiam as “carroça”, “carroção” e o transporte chamado de “carro de mão” muito usados por estivadores no porto. Assim como, estava incluso o transporte individual feito por escravos africanos ou forros Chamados de “ganhadores”.
(Fonte do livro: “Vultos, Fatos e Coisas da Bahia” – autor: Carlos Torres.)
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“A Companhia Inglesa “The Bahia Transway Light and Power. Co.” e a “Companhia d’ Eclairage da Bahia”, responsável pelo tráfego dos veículos(bondes) de Itapagipe e dos serviços de iluminação da cidade, ambas haviam sido encampadas em 1912 pelo governo municipal, por motivo das constantes reclamações populares, não só da falta de energia como também das inúmeras paralisações dos bondes. Os veículos ficavam horas parados e as ruas a escura por falta de energia problemática. As irregularidades e deficiências só melhoraram com os serviços em mãos de outras empresas particulares. Companhia de Carris Elétrica da Bahia em 6 de junho de 1897, passando em 1898 para a firma Siemens-Halske. Em 28.02.1029 a atual administradora.(Fonte extraída do livro:”Cantando e Rindo” – autor: Aloísio de Carvalho – Lulu Perola)
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Fato marcante da época:
“A tragédia da ilha dos frades, em 19 de junho de 1515, chegaram a está cidade os primeiros frades italianos que deram começo a catequese dos indígenas depois destes vieram outros, e finalmente dois náufragos foram dar na ilha que passou a ser chamada de “ilha dos frades” porque ali eles foram devorados pelos índios Aymorés.”
(Fonte do livro: “A Margem da História da Bahia”- autor: Francisco Borges de Barros”.
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A Bahia e os primeiros gados: “Tomé de Souza, mandou vir da Ilha de Cabo Verde, gado e semente de cana, e distribuiu terras para lavouras e para criação de gado. Iniciando a colonização. Foi assim que criou o império de Garcia D’Avila – o morgado da Casa da Torre. Este foi o primeiro criador de gado no Brasil e o maior proprietário de terras. Em recompensa de seus serviços que foram inúmeros; maior desbravador do sertão e o maior colonizador de terras indígenas. “D. João III concedeu-lhe uma sesmaria de cinco légua de costa e cinco para o sertão iniciando do Rio Pojuca – Depois de prestar inestimáveis serviços ao Rei, o primeiro Governador da Bahia retorna para Lisboa em 1553.”
(Fonte do livro: “Bahia Encantada” – autor: Ricardo Manocal – publ. Em 1957/Ba.)
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Casa da Torre de Garcia D’Avila.- a sucessão do morgado, com a morte do Mestre de Campo Garcia D’Avila, sem herdeiros diretos, herda sua sobrinha, Dona Ana Maria de São José Aragão, casada com José Pires de Carvalho e Albuquerque, Alcaide-mór de Maragojipe e depois Capitão-mor da Bahia e Secretário do Estado do Brasil, ter um lar abençoado por três filhos varões, que iriam ser devotos a causa da Independência do Brasil. São eles; Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Barão e depois Visconde da Torre de Garcia D’Avila, na sua casa forte ou sobrado de Tatuapara.
Francisco Elesbão Pires de Carvalho e Albuquerque, Barão de Jaquaripe. e Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, coronel de Linha graduado Brigadeiro, depois Visconde de Pirajá. O primeiro título nobiliárquico concedido pelo Império é o do Barão da Torre de Garcia D’Avila, dado a Antonio Joaquim, homenagem a tradição nobre de sua casa e aos serviços pessoais. Os três Pires de Albuquerque, prestaram relevantes serviços a Bahia, não só na Libertação dos domínios portugueses como também foi um dos fundadores da nossa economia financeira, desde a Colônia até a
República.” ( Fonte extraída do livro: Livro de Horas - autor Afrânio Peixoto)
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O nome Cidade do Salvador: Foi em nome de São Salvador do Mundo que Thomé de Souza, dedicou a Fundação da Cidade, pelo que denominou-a – CIDADE DO SALVADOR e não São Salvador, como se ler nos escritos dos modernos documentos, enquanto que nos sermões do Padre Antonio Vieira, nas Bulas Pontifícios, nas Cartas Régis e em cronografias antigas é denominada CIDADE DO SALVADOR e lá está sobre o arco cruzeiro do Colégio de Jesus, hoje Catedral a imagem colossal de Jesus, Salvador do Mundo as três letra: I.H. S.
A Cidade de Salvador foi fundada e instalada em 24 de junho de 1549” (Fonte do livro: “ Bahia Encantada” – autor: Ricardo Manocal”)
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Em 1728, aconteceu a primeira rebelião militar no Brasil deu-se no governo de Vasco Fernandes César de Menezes, Conde de Sabugosa, Foi Vice-Rei do Brasil. A revolta aconteceu com soldados do chamado “Terço Velho da Praça”, autores da proeza, dizem que por terem sido presos alguns camaradas e além disse passaram vexações e sofrimentos das famílias. O Terço Velho constava de 600 praças, acampados perto da Casa da Pólvora (Campo da Pólvora), antiga Praça Pedro II, mais da metade rebelados.
O Vice-Rei Vasco Menezes, permaneceu aqui de 1720 a 1735, edificou a Alfândega e ordenou a fundação do Convento da Lapa para as franciscanas “concepcionistas”, porque essas freiras se consagravam de modo especial: Honrar o mistério da Imaculada Conceição. Terminada a construção em 1744, foi quando veio as primeiras professoras do Convento do Desterro.”(Fonte do livro: “A Margem da História da Bahia” autor:Francisco Borges de Barros).
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“A fundação do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, concluída em 1744, com ajuda de dois devotos: João de Miranda Ribeiro e Manuel Antunes de Lima. Em 1733 El-Rei Vasco Fernandes César de Menezes, com regras de Júlio II de 1511, destinar de “modo especial” a ministério da Imaculada Conceição, as franciscanas ditas “concepcionistas” quiseram ter seu Convento. Saindo as Madres do Convento das Franciscanas do Desterro, Madre Maria Castana da Assunção para abadessa e Madre Josefa Clara de Jesus para ser vigária e mestra de noviças da Lapa.Assim foi até a última freira “concepcionista” Madre Maria Sofia do Nascimento, falecida em 1912. Desde 16 de julho de 1902, entretanto, que as Irmãs do Bom Pastor a principio hóspedas, depois, por indulto da Santa Sé em 1921, tornaram-se proprietárias do Convento.” (Fonte do livro: Livro de Horas – autor: Afrânio Peixoto.)
Trabalho de Pesquisa de Álvaro B. Marques