quinta-feira, 11 de abril de 2019

A MÃO DE OBRA DOS ESCRAVOS NA CONSTRUÇÃO DE SALVADOR






A princípio foram os índios escravos e forçados a trabalhar para os brancos invasores. Caçavam os índios como se fossem animais, chegavam até a exterminar aldeias e saquearam tudo o que encontraram. Cada vez mais os índios se distanciavam dos brancos, procuraram refúgio nos sertões e caminhos mais distantes do inimigo. Chega as Missões Religiosas para doutrinas e servir de justiça nas causas indígenas, a proteção foi valiosa e muitas aldeias respiraram a liberdade de viver no seu domínio territorial. Os brancos não gostaram e fizeram protestos na Coroa. Portugal já tinha nas suas possessões escravos vindos da África Central, principalmente de Angola e mandaram para o novo continente vários escravos para construir a nova terra. Os braços escravos deram novos impulsos a economia portuguesa na lavoura e na construção civil; pavimentação de ruas, casas, templos e Igrejas em todas as regiões contempladas pelos jesuítas. Salvador foi uma das mais poderosas e influentes nos séculos 16, 17 e 18 a metrópoles portuguesa.
A construção dos antigos templos e Igrejas da Bahia, principalmente Salvador, foram erguidas por mãos de escravos e seus descendentes. Nas horas vagas da lavoura de cana de açúcar os seus senhores emprestaram aos religiosos determinados escravos que sabiam construir “mestre pedreiro e carpinteiro” e auxiliares. Sobre a orientação do padre ou mestre geral de origem portuguesa. Algumas construções demoraram anos para serem erguidas, tudo dependia das “esmolas” e das Confrarias vinculadas a Igreja. Como também a aprovação da Arquidiocese da Bahia.
As ruas, geralmente, pavimentadas por presos que vinham das enxovias das prisões municipais e degredados de outras regiões. O tempo deixou marcas, assim encontrados nas ruas estreitas antigas do Centro Histórico de Salvador.

Trabalho de pesquisa. Batacoto

terça-feira, 26 de março de 2019

SIMPATIA DOS ANTIGOS NA ÉPOCA DOS REZADORES E REZADEIRAS






Notícias muito antigas vale a pena saber de novo: Havia na região da Mata Escura, local do subúrbio de Salvador um rezador chamado Kambá, descendente direto de africano Kibungo. Ninguém sabia a sua idade, tinha a cabeça branca com cabelos encaracolados. Mas, na época si dizia “preto quando se pinta tem três vezes trinta” e o seu corpo envergado olhava o chão. Kambá era mestre rezador, ensinava as pessoas doente a si curarem com folhas e raízes da Mata próxima e tudo dava certo. O “ fogo selvagem” nome de doença popular, chamada cientificamente ( pênfigo foliáceo) se espalhou na região e ele  Kambá praticava o curandeirismo com forte reza. Assim dizia: “ fogo selvagem, com que acabaria? Com três galhos verdes e com água fria, com os poderes de Deus e da Virgem Maria” e após dizer essas palavras, continuava a rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria passando os três galhos. Logo depois, com três novos galhos umedecido com azeite de dendê no local. Para dores e inchações reumáticas ele recomendava as raízes de Jericó em forma de chá ou óleo de mamona novo esquentado antes de aplicar nas pernas ou local indicado. Depois, pega a folha da bananeira nova e coloca nas pernas para ficar em três dias.
Naquela época, os “rezadores” não cobravam os serviços e o beneficiado dava o que queria dinheiro, presente ou troca de favor. O mundo dos “curandeiros” era fechado, somente na seita se falavam do dia a dia. Seus descendentes não herdavam de toda a cultura dos seus ancestrais, não havia a escrita na forma de registro histórico entre eles. Mas houve a herança oral quando a família permaneceram juntas.
Hoje o presente lembra o passado com gratidão.

Batacoto.