terça-feira, 27 de março de 2012

ANTIGAS HISTÓRIAS DAS COMUNICAÇÕES



“Os antigos escreviam em couro, folhas de palmeira ou em “líber” tronco das árvores. Posteriormente, fabricou-se papel das fibras do papyrus, espécie de “canna” peculiar do Egito e de pele de carneiro chamada “charta pergamena”, designação da palavra “pergaminho”, nota que esta invenção foi aperfeiçoada na cidade de Pergamo na Itália. Traçavam-se os caracteres com a extremidade de uma canna de açúcar e molhada em tinta; o registro dos fatos importantes gravava-se em pedra, madeira ou metal. É importante salientar que no livro de Cornelius Tácito anais IV, fl. 43, fala de um monumento histórico dos messénios anterior a guerra do Poloponese, inscrito em tábua de bronze. Censorinus de Die Natali, XXVIII, menciona documentos públicos dos etruscos anteriores a mil e quinhentos anos A.C. Moisés de Corene, escritor, Armenio, escreveu  que os antigos reis do Egito tinham registrado as leis, tratados, normas de impostos nas superfícies das paredes das pirâmides e serviam como livros aos egípcios. “Job desejava que suas palavras fossem gravadas em pedra e em chumbo”(livro de Job em hebraico). Para o uso no cotidiano servia de uma taubinha delgada revestida de uma camada de cera que riscava com uma punção de metal ou marfim, chamado stylete, cuja extremidade não aguçada se apagava os caractéres. Nas folhas de papiro ou de pergaminho, só se escrevia de um lado em folhas colocadas uma sobre a outra até completar o livro e depois fazia-se com elas um rolo que se prendia com um botão. Júlio César foi a primeira pessoa que escreveu ao senado cartas sobre as duas faces do pergaminho. E introduziu o uso, até então desconhecido. Polia as folhas com marfim, perfumava com óleo de cidreira, iluminar e dourar as letras, encadernar as bordas das folhas e o fecho. Era trabalho industrial para os escravos, livreiros e gramáticos fazerem o que todos os ricos tinham ao seu serviço Outros indivíduos de condições livre, dedicavam-se a estes mesmos trabalhos com fim comercial. Tudo era feito á mão, era comum os erros inevitáveis nas cópias, nos manuscritos sempre apresentavam incorreções. Quem queria ter um texto sem erros, transcrevia-o pela sua própria mão, como fizeram alguns gramáticos solícitos ou alguns doutores da Igreja, o que deu grande valor a certas edições como por exemplos: As obras épicas de Homero e da Bíblia. O cristianismo crescendo a arte da escrita passou dos escravos para os frades, era necessário mais divulgações dos trabalhos até criar as Homilias. Constantinopla, as ilhas do mar Egeu, a Calabria, o Monte Athos, vieram a serem outras oficinas, onde se multiplicaram os livros. São Bento impunha aos seus religiosos a obrigação de os copiarem, e muitas freiras se aplicaram a este trabalho. O prior Guignes da Grande Cartuxa, dizia nos seus estatutos: “A obra de copista é imortal; a transcrição de manuscrito é a ocupação mais própria de religiosos letrados” e acrescentava: “Ensinamos a ler a todas as pessoas que admitimos na nossa comunidade, pois que desejamos conservar os livros, eterno alimento da alma”. Os frades solicitavam às vezes o direito de caça com o fim de obterem as peles de animais para a encadernação. Em 855, São Lupus Servatus, abade de Ferriéres, mandou á Itália dois monges para copiarem o tratado do “Oratore”; Alfredo o Grande, furtava tempo aos seus importantes afazeres para transcrever muitas obras. Giovanni Boccacio(n.1313 m.1373) fez uma cópia da “Divina Comédia”, com que presenteou a Petrarca e outra obra de Tito Lívio.Quase todas as obras antigas foram transmitidas por mãos de frades. Seria ingratidão e injustiça censurar os laboriosos escreventes da idade média, por terem copiado por suas preferências os autores de livros clássicos em teologia. Os mais valiosos no seu tempo. Se bem lembrado de que antes da queda do Império do Ocidente, já algumas das obras dos grandes mestres já eram raríssimas: só existe um exemplar das obras de Aristóteles e uma de Tito Lívio o restante o tempo com a destruição desapareceram. O desbarato das obras clássicas, começaram muito antes da invasão dos bárbaros, os quais não há dúvidas que com as suas guerras e devastações aumentaram o número das perdas. Por último, o zelo excessivo e ignorância de alguns padres pela doutrina cristã e a proteção por bons costumes, esconderam e destruíram um grande número de escritos literários e científicos.  Se as dificuldades das comunicações com o Egito eram enormes por ser elevado o preço do papyrus na Europa quando os árabes ocuparam as margens do Nilo, este artigo tornou-se raríssimo por não ser possível ir buscá-lo ao local da produção. O pergaminho, sempre caro, excessivamente. Recorreu-se então a uma experiência já conhecido pelos antigos, chamado “raspa a escrita” por exemplos: “Um frade copista para obter um pergaminho de antifonário, uma coleção de orações, um tratado da confissão, tinha mais importância para ele em “raspar” a República de Cícero ou o código Teosiano.” Os antigos copistas serviam-se de letras maiúsculas sem pontuação, mas posteriormente, a necessidade de escrever depressa fez encurtar essas letras o que produziu os caracteres menores (minúsculas). Por esta razão, introduziram certas abreviações ou notas, as quais foram elevadas ao número de cinco mil permitiram aos “notari” escreverem os discursos por mais rapidamente que falassem os oradores. Os notários tiveram por missão, primitivamente registrar as decisões do Senado e das Assembléias públicas ou as últimas vontades dos  moribundos; por isso, a denominação de “notari” foi para qualquer pessoa incumbida de escrever resoluções que deviam ter fé pública. Todavia, os verdadeiros caracteres tipográficos caíram em esquecimento, a tal ponto que um “psalteiro” (letrista) tipográfico encontrado em Strasburgo, estava já classificado no catálago como “psalterio” em língua Armênia. Na época do Império Romano, os caracteres tinham nas inscrições uma forma alongada e deselegante, como vê nas paredes de Pompéia e em outras regiões do Império. São defeituosas em formação, caso bem visível nas catacumbas cristãs e nas inscrições da idade média. Ainda assim, as letras redondas, embora deformadas, continuaram a ser empregadas até o século XII. Mas, passo a passo, foi introduzido na Arquitetura o estilo gótico, com os caracteres gráficos adotando as formas angulosas das letras alemãs, depois, vulgarmente o uso de complementar com ornatos que durou até o século XV. Neste século, a bela caligrafia começou a ser apreciada e inventou-se uma grande variedade de letras com uma complexa nomenclatura. Depois do ano de 1300, D.Jacopo de Florença, frade camaldulense, granjeou créditos de ser o melhor escrevente de letras redondas entre quantos existiram antes e depois dele, e por isso se conservava a sua mão como preciosa relíquia. Frei Silvestre era tão destro em iluminar livros como Jacopo em escrever. O estudo das iluminuras é indispensável a quem pretende aprofundar na história das artes. O luxo das obras em miniaturas começou no decurso do século IX e progrediu tanto que um livro veio a ser um resumo de todas as belas-artes: poesia é saber compor, caligrafia para o copista, pintura para colorir com carmim e azul ultramarino, na confecção de peleiro(pele de animais) para a preparação da capa, cinzelura para ornar, ourivesaria para nela engastar pedras preciosas, douradas para as bordas das folhas. E não se acredita que este luxo era fantasia exclusiva dos ricos. “Daniel Merlac, escritor inglês do século XII, fala de estudantes ignorantes que sentando-se ostentosamente nas salas de aulas, colocavam na sua frente, em cima de duas ou três mesas, imensos volumes de livros, todos guarnecidos de ouro.” Como é fácil de supor, livros escritos a mão, tinham os preços elevados, custavam quantias enormes, nas cidades onde havia escolas e copistas. No século XIII existiam cinqüenta e Milão. Posteriormente, Paris e Orleans chegaram a ter dez mil e com todo esse contingente o custo podia satisfazer o gosto crescente pelos estudos e pelas controvérsias. A Universidade de Bolonha, em 1334, proibiu aos estudantes levarem livros para fora da cidade sem a sua autorização firmada e selada pelos anciões, cônsules e defensores do domínio público. Muitos catálogos de livros de quem estavam expostos em casa dos livreiros e as tarifas estabelecidas pelas Universidades, informam-nos dos preços variáveis conforme o luxo, douração e iluminuras que davam o maior valor. A carestia dos livros durou muito tempo, vejamos alguns fatores: Luis XI soube que na Faculdade de Medicina de Paris, possuía uma obra do médico árabe Rases, ordenou ao presidente Joan Driesche, que desse em penhor as suas pratas para ser permitido tirar cópia do desejado livro. Afonso V de Aragão escreveu de Florença á Antonio Picatelli de Palermo, informando-o de que o Pogge (professor de filosofia inglês) tinha para vender um Tito Lívio, por cento e vinte escudos de ouro; Picatelli vendeu uma herança para comprar o manuscrito, e o Pagge comprou terras com a quantia recebida Geralmente as Bibliotecas da época eram limitadíssimas, algumas se organizaram de certo vulto e que representava um enorme dispêndio..  A Biblioteca de Carlos, o sábio, que se encontra no Louver 920 manuscritos, quase todos bem iluminados, ocupavam dois pavimentos na torres  de uma abadia. Os livros com capa de madeira coberta de veludo ou de moiré colocavam-se horizontalmente nas prateleiras e como eram volumosos e pesados, o leitor descancava-os em estantes que giravam sobre um eixo. Gilles Malet, primeiro bibliotecário do Louvre, deixou o catálogo das obras confiadas aos cuidados do Museu. Ticleson, publicou uma carta dos arquivos de Hildburghausen(cidade da Alemanha,abadia) na qual o bispo Bruno faz doação para a abadia, sufragando a sua alma, muitos livros, quase todos ascéticos. Na Itália mais que em qualquer outro país. Havia muitas cópias de manuscritos, e para este país, em especial a Roma e aos conventos mais afamados, como a Novales, a Cava, o Monte Cassino lugares que os estudantes procuravam. Os “Aforísmo de Hipócrates” foram encontrados na Abadia do Bec.(Notre Dame – Bec em francês) Depois do século XII, começaram as Bibliotecas a tornar-se mais numerosas em todos os países da Europa. Em 1241 a Biblioteca mais importante de Inglaterra era a da abadia de Glastonbury, que continha quatrocentos volumes entre os quais um Tito Lívio, um Salustro, um Virgílio e um Claudiano. Fazia-se então que “uma igreja sem biblioteca era uma cidade sem munições.”. Eram tantas as queixas contra as incorreções das copias as mais importantes e freqüentes quanto mais se multiplicavam os manuscritos. Francisco Petrarca exclamava: “ Não há freio nem lei para estes copistas, escolhidos sem exames, sem nenhum espécie de prova, apesar de não existir tanta liberdade para os ferreiros, lavradores, tecelões e outros artistas.” Quando os estudantes tiveram o gosto para ampliarem seus estudos, mestres e sábios, sentiram a necessidade de criar novos meios de leitura para substituir o pergaminho e o papyrus. Afinal encontrou com os chineses, atribuem ao primeiro Imperador da dinastia dos Han 202 anos A.C. o merecimento de ter inventado o processo para fabricar papel de bambú, palha, casca de amoreira e até de trapo moído. O excelente papel da China que chamamos de seda, é feito da segunda casca do bambu. Além disso, os fabricantes do Celeste Império sabem há muito séculos dar ao papel o destino das escritas em decretos Imperial, na cor vermelho vivo. A raridade das comunicações entre os povos, provenientes das distâncias de um país para o outro, impediu a propagação desta utilíssima descoberta. Ainda assim, penetrou nos países independentes do Império Chinês por meios de intercâmbios comerciais entre o comércio marítimo. Principalmente divulgou-se com os Tártaros em Samarcante, uma fabrica de papel, na qual se empregava como matéria prima o algodão crú com defeito para a tecelagem. Nesta época não conheciam as pilhas hidráulicas, só se fabricavam folhas grossas e pouco homogêneas. Os árabes, assim que souberam desse grande acontecimento em manufaturas e na sua expedição para a Bulgária, transportaram-nas para Ceuta e depois passaram para a Espanha. Conhecendo a cultura do algodão, os espanhóis cristãos adaptaram  em sua fábrica  os moinhos d’agua , serviram-se preferencialmente do trapo  e inventaram as grades para o enxugo rápido da massa. A fábrica de Játiva em Valencia (primeira fábrica de papel da Europa) e outra em Toledo forneceram a Espanha o primeiro papel, chamado de “pergaminho de paño”. Não se sabe ao certo em que época foi substituído o algodão pelo cânhamo.  Miguel Casiri (n.1701 e m.1770) catálago da Biblioteca Arabico-Hispano Escurial 2 vol. Em 1760-1770. Observa que a maior parte dos livros são de papel de trapo e chamavam-lhe “chartacos”, para distinguir dos que têm papel de pele, algodão e seda. O mais antigo manuscrito em papel de algodão existe na Biblioteca Nacional de Paris com data de 1050 em papel de linho é datado de 1308 mas supõe-se que outros mais antigos existiram.
Imprensa -  Quanto mais se sabe, mais se deseja saber. Esta tendência do espírito humano é natural o gosto em conhecimentos é condição vital da sociedade em querer descobrir novas utilidades para o seu desenvolvimento. A paixão por literatura clássica impulsionava o desejo a procura e a reproduzir os livros antigos. As grandes controvérsias dos reis com os papas multiplicavam os escritores, foi quando surgiu a mais admirável entre todas as artes modernas, a Imprensa. É duvidoso afirmar quem foi o inventor, falam muito que em tempo antiguíssimo os chineses já conheciam na “Enciclopédia Chinesa” ano de 593, lê-se: “No oitavo dia do duodécimo mês do décimo terceiro ano do reinado de Wen-ti, publicou-se um decreto mandando recolher os desenhos usados e os textos inéditos, gravados em madeira para serem publicados”. A enorme quantidade de sinais em que compõe o alfabeto chinês exigiria uma caixa de composição imensa e um compositor com cem braços para poder empregar os processos usados entre nós. Na verdade a arte imobilista dos chineses parava neste ponto; Um escritor copia exatamente a obra, está copia aplica-se invertida a uma tábua a qual passam os caracteres, levantadas as folhas, corta-se e encrava o que ficou em branco. Terminada esta operação, imprime-se só de um lado. O operário, com uma escova em cada mão, dá tinta ás formas com uma dessas escovas que está molhada em tinta, e estando sobre ela, com a outra mão a folha de papel que por ter sido molhada previamente, registra o fato. Para algumas obras efêmeras, como a gazeta de Cantão, por exemplo, fazem estereótipo numa substância líquida. Porém, a mente progressiva do letrista aplicava-se a substituir as pranchas com caracteres móveis, começando por gravá-los em madeira. Não foi possível obter linhas certas e páginas uniformes senão quando se empregaram tipos em metal. Era uma operação que constituía o verdadeiro merecimento da descoberta por Jahannes Gutenberg (n.1398 e m.1468) “ alemão de  família dos Gutenberg de  Magúncia, gravador, inventor, instruído em todas as artes e patentes menores. Este homem de gênio, estabeleceu uma imprensa de tipos móveis em Strasburgo na França, cidade que si projetor. Achando-se impedido por reveses de fortuna que o afligiram de continuar a exercer a sua arte, conheceu o João Fausto(Joan Faust) que forneceu-lhe os capitais necessários para montar a imprensa em Magúncia (1450) e imprimir a Bíblia(conhecida Bíblia de 42 linhas). Também não prosperou ali, e a sua oficina foi adjudicada ao capitalista. Mas Gutenberg conseguiu organizar outra oficina e fez muitas impressões apesar do seu nome não figurar em nenhum livro. Fauto, para dirigir a oficina de que viera a ser proprietário agregou a Pedro Schaefer, mancebo de Gernaheim que substituiu ao chumbo um metal duro e descobriu a tinta oleosa conveniente para a impressão.Também inventou punções com os quais se tornou possível a fundição dos tipos em moldes. Formulou assim o primeiro livro impresso com caracteres móveis entre os anos de 1450 a 1455. Alguns exemplares são em pergaminhos, com tinta excelente. Propagando-se a inversão com extraordinária rapidez. Além de muitos livros sem data que certamente pertenceu nos primeiros anos da criação da tipografia, existem vinte e quatro impressos na Alemanha desde os anos de 1461 até 1471. O inglês Guilherme de Tiro ou Willelmus Tyrenses cronista das cruzadas da Idade Média publicou a História de Tróia, traduzido para o francês o primeiro livro, quando ainda vivia Philip de Borgonha, Ubericon Gering, Crontz e Freiburg, discípulo de Fauto. Estabeleceram em Paris em 1469 na Sorbona. O livro do ourives Gemini foi o primeiro que se imprimiu na Itália. Os caracteres gregos escreviam-se a mão até que Nizar Zarot fundiu em Milão quantidade suficiente para poder editar a Gramática de Lascaris, grega, em 1479 e assim procedeu-se outras edições com novos autores italianos.  Auxiliados por Lourenço de Médicis, publicou as obras épicas de Homero em Florença no ano de 1488. O primeiro livro em Hebraico, os “Comentários de Iarki”, sobre o Pentateuco ( estudos dos primeiros livros judaicos), imprimidos em 1482 em seis anos depois da Bíblia completa. Em Espanha, introduziu-se a tipografia em 1474, primeiro em Valencia e depois em Saragoça, Barcelona, Sevilha. Os primeiros impressos espanhóis foram de Antonio Martinez, Bartolomeu Segura, Afonso del Puerto são nomes figurados nas estampas em Sevilha em 1477. Já nesta época, século XV, a imprensa dos tipos móveis de chumbo fundido expandiu-se a partir do século XVIII foi usado para imprimir jornais. A imprensa não demorou de introduzir-se nas outras partes do mundo. Os portugueses levaram a Gôa e as Filipinas: O primeiro livro da América espanhola apareceu no México em 1571. O primeiro livro da América Inglês, saiu do colégio de  Cambridge perto de Boston em 1639. Em 1689 William Penn (n.1644 m.1718) inglês, introduziu a impressa em Filadélfia nos EE.UU da América do Norte.” 
 Fato importante na imprensa:
Napoleão Bonaparte organizou uma imprensa no Egito quando invadiu este país em 1799. Foi nesta época que um soldado de seu batalhão, descobriu em meios dos escombros das ruínas a “Pedra de Roseta” supõe ser a primeira prova escrita em pedra pelo homem., contém inscrições do Egito antigo.
No meado do século XX em diante, os jornais passaram a ser também radio difundido (radiojornal e telejornal).

A imprensa no Brasil “ estabeleceu-se uma tipografia, a primeira da Bahia, onde foi impresso à “Gazeta Idade de Ouro”. Fundou e organizou a Biblioteca Pública em 13 de maio de 1810 e inaugurou a 13 de maio de 1811. No governo do Conde dos Arcos, D. Marcos de Noronha e Brito em (1810 á 1814).
É bom lembrar que o jornalismo nasceu em Pernambuco em 1706 depois no Rio de Janeiro em 1747. Ambos fechados e lacrados em suas épocas por força da coroa portuguesa no Brasil Colonial. Na vinda de D. João VI ao Brasil em 1808 foi instituída a Imprensa Réis. Com muita vigilância e censura.
Fontes bibliográficas:
História Universal – autor César Cantu publicado de 1879
História da Imprensa no Brasil – autor: Nelson Werneck Sodré
Vida Econômica – Financeira da Bahia – autor Francisco Marques de Góes Calmon – publicado em 1925 SSA/Ba
Pesquisa de Álvaro B. Marques


O PASSADO HISTÓRICO DA IMPRENSA E JORNAIS DA BAHIA.
                                DE  1811 A 1936
A carta régia de 6 de julho de 1747, proibiu o uso da Imprensa no Brasil em todo o período Colonial. Com a vinda de D. João VI e a sua comitiva, foi concedida por Carta Régia a abertura dos portos e a implantação da Imprensa no Brasil em 1808. Em 5 de fevereiro de 1811, concedeu licença a Manoel Antonio da Silva Serva, para montar uma oficina tipográfica.
“Tendo chegado da Europa a tipografia, foi montada a oficina em um dos “Arcos de Santa Bárbara” na freguesia da Conceição da Praia, no comércio”
Começou logo a funcionar, dando luz a várias publicações, hoje talvez muito rara como o “Plano para o Estabelecimento da Biblioteca Pública na Cidade da Bahia de Todos os Santos”.
O conde dos Arcos, D. Marcos de Noronha e Brito dita a portaria que regulariza a Imprensa e determina regras que deve ser vista, para o relator No dia 14 de maio de 1811, surgiu o primeiro jornal baiano, “A Idade de Ouro”. Saía duas vezes por semana, às terças e sextas feiras, ao preço de 60 réis o exemplar e assinatura anual era de 8$000 réis, em pequeno formato, publicava notícias oficiais, comerciais e suas importações e exportações, sendo seus artigos sujeitos a Comissão de Censura. Durante muitos anos, até 1820, foi o único representante do jornalismo baiano. A tipografia funcionou até 1821, como proprietário Manoel Serva e por sua morte passou a viúva Serva e Carvalho depois viúva Serva e Filhos, sempre no mesmo endereço. Seus filhos José Antonio da Silva Serva e Manoel Antonio da Silva Serva constituíram outros estabelecimentos distintos. Mas sempre eles foram dedicados ao jornalismo.
O jornal “A Idade de Ouro”, periódico, trazia entre as duas primeiras palavras na capa o titulo, as armas reais e mais abaixo os versos de Sá de Miranda: “Falai em tudo verdade a quem em tudo as deveis”. Redigido pelo Bacharel Diogo Soares da Silva Bivar e o padre Ignácio José de Macedo, a “Idade de Ouro do Brasil” teve sua prolongada publicação até 24 de junho de 1823 e nos últimos três anos o periódico fez parte ativa nas lutas políticas da época, era conservador e estritamente a favor da coroa portuguesa. Assim teve confronto com o Diário Constitucional, órgão nacionalista, (1821 à 1822) nascido da iniciativa de Francisco José Corte Real, mais conhecido por Corte Imperial e redigido com brilho e denodo, por ele e por Francisco Gomes Brandão Montezuma, José Avelino Barbosa e Euzébio Venâncio. Também fez parte o tipógrafo Álvaro da Costa que fugiu desta cidade para levar as notícias da invasão da ilha para os itaparicanos em janeiro de 1823. Em 1822 passou a chamar-se “O Constitucional” só durou até 30 de agosto de 1822, fechado pelas tropas lusitanas estimulada por um português chamado “Ruivo”.
Sentinela da Liberdade”- Redigido por Cipriano José Barata de Almeida no cárcere do Quartel General de Pirajá em 1831 à 1834. Anterior a este chamava-se “Liberal” como também teve o nome de “Novo Sentinela da Liberdade” em cada fechamento do seu jornal ele abria outro com o mesmo timbre de revolucionário.
Diário da Bahia – Fundado em 1856 da firma de Manuel Jesuino Ferreira e Cia. Passou para Dr. Demétrio Cyriaco Tourinho. Em 1868, passou a ser sociedade anônima e foi órgão do Partido Liberal até a extinção desse partido. Teve como redatores: Conselheiro Dantas, Rodolfo Dantas, Ruy Barbosa, Belarmino Barreto, Augusto Guimarães, Severino Vieira, Aurelino Leal, Carlos Ribeiro, Carlos Brandão e outros. Foi órgão oficial de 1900 a 1907 em 1912 paralisou-se.
Gazeta da Tarde – Começou a funcionar em 1880 até 1889, jornal abolicionista de Pompilho Santa Cruz.
Estado da Bahia – Saiu o primeiro número em 1853, com o nome de “Jornal da Bahia” e pertencia ao Partido Conservador. Em 1879 passou a chamar-se “Gazeta da Bahia” e em 1890 já estava com o nome de “Estado da Bahia”
Jornal de Notícias – Fundado em 1878, reformado em 1886 e em 1889 obteve medalha de ouro na Exposição Universal .Aloysio de Carvalho e Irmãos.
Diário de Notícias – Publicado em primeiro de março de 1875 fundado por Manoel da Silva Lopes Cardoso.
Correio de Notícias – Constituído em 28 de abril de 1892. Foi órgão oficial até 1900.
O Monitor – Constituído em 1876 à 1881 foi órgão do Partido Liberal dissidente. Redigido por várias personalidades da época, dentre eles Belarmino Barreto, Pedro Antonio Falcão Brandão, Antonio Eusébio de Almeida e Antonio Alves de Carvalho.
As Chonicas – Saía sempre aos domingos, redigido pelo médico Dr. Carvalhal, muito apreciado pela sua veia humorista.
Gazeta da Bahia – Órgão do Partido Conservador, iniciou a publicação em 1879 a 1890. Era redigido pelos Drs. José Eduardo Freire de Carvalho, João Martins da Silva Telles, João Augusto Neiva, José Luiz de Azevedo, Américo de Souza Gomes, José Eduardo Freire de Carvalho Filho e Romualdo de Seixas Filho.
O Guaycurú – Fundado em 24 de agosto de 1870 de propriedade do Dr. José Álvares do Amaral. Por várias vezes teve advertência pela censura.
A República Federal – Fundado em 1888 a 1890 – Órgão do Clube Republicano Federal, destinado a propaganda Repubicana. Redadores: Landulfo Medrado, Cosme Moreira, Virgílio de Lemos, Eudoro Valle e Carlos Afonso.
Pequeno Jornal – Sua primeira publicação foi no ano de 1880 até 1892. Redatores: Eduardo Carigé, Dr. Antonio José de Mello, Cézar Zama e Cerqueira Lima.
O República – Fundado em 1897 até 1898. Órgão do Partido Constitucional. Era seus proprietários; Dr. José Gonçalves da Silva e o Barão de Jeremoabo Dr. Cícero Dantas Martins. Teve como redator o Dr. Odilon Santos.
O Tempo – Em 1901 deu inicio a sua publicação, teve como chefe da redação o Dr. Telemont Fontes. Com vida curta e no ano de 1917 existiu outro Jornal com o mesmo nome no Governo do Dr. Antonio Moniz.
O Norte – Fundado em 1905 até 1907, redatores Drs. Joaquim Pires Moniz de Carvalho, Luiz Pinto de Carvalho, Rodrigo Brandão e Antonio Moniz.
Gazeta do Povo – Deu inicio a sua publicação em 1905 a 1911 teve como redatores:  Virgílio de Lemos e Octávio Mangabeira. Já em 1910, passou a ser órgão do Partido Democrata e teve como redatores Drs. Pinto de Carvalho, Antonio Moniz, Simões Filho, Octávio Mangabeira e Xavier Marques.
O Dia             - Publicado em 1908 teve como redator Dr. Baptista de Oliveira.
Jornal do Povo – Publicado em 1906, redatores Drs. Aurelino Leal e Gilberto Velloso.
Jornal da Manhã – Publicado em 1908 até 1909, redator-chefe Dr. Ervídio Filho.
A Bahia – Órgão oficial, teve inicio a sua publicação em 1907 até 1912.
A Tarde – Fundado em 1912 no dia 15 de outubro por Ernestro Simões Filho.
O Democrata – Fundado em 1916. Este foi o jornal chamado Democrata o mais novo teve vida curta e o mais antigo também com o mesmo nome fundado em 1833 até 1836, republicano. Redator Domingos Guedes Cabral.
O Jornal – Fundado em 1925, levou poucos meses de vida.
O Imperial – Fundado em 1920 até o ano de 1933 circulava.
A Era Nova – Fundado em 1930 também teve vida curta.
Alabama – Fundado em 1872 como redatores: José Marques de Souza e Aristides Ricardo de Sant’Anna. Vida curta.
Jornal da Bahia – Fundado em 1872, redator Francisco José da Rocha. Teve pouco tempo em circulação.
Correia da Bahia – Fundado em 1872, redator-proprietário Inocêncio Marques de Araújo Góes Júnior.
Diário do Povo – Fundado em 4 de maio de 1883 proprietário Francisco Beltrão redator.
Os Jornais tiveram sempre mudanças de propriedade como no caso dos Jornais: Diário de Notícias= Manoel da Silva Lopes Cardoso. Diário da Bahia= Augusto Alves Guimarães. Gazeta da Tarde= Pampilho  de Santa Cruz.
Nota: Os Jornais baianos no século 19 faziam anúncios de escravos fugidos publicavam sempre escritos nesses termos, essas palavras: mucambas, moleque, bonita peça, rapaz pardinho, rapariga de casa de família e outros pejorativos muito comuns na época da escravidão. Sua maior atenção eram os anúncios comerciais que sustentavam os jornais.
Faço lembrar que todos os Jornais na Bahia no século 19 tiveram vida muito curta. Sendo o principal motivo o alto custo do papel na importação e o preço cobrado ao consumidor não era suficiente para cobrir todas as despesas. Quando fechava um abria outro, sempre acrescentando ou destituindo-se um sócio. Havia nos jornais caricaturas de políticos com motivos humorista. O único com vida longa neste período foi o Diário da Bahia – Fundado em 1856 até 1912. Hoje o mais antigo da Bahia é o Jornal A TARDE  que foi fundado em 15 de outubro de 1912 vai completar 100 anos no mês de outubro deste ano 2012. Parabéns, antecipado, querido Jornal.
“A primeira Revista de Agricultura no Brasil, foi a baiana em 1832 até 1836. O “Jornal da Sociedade de Agricultura, Comércio e Indústria da Província da Bahia” sendo o primeiro presidente Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt e Sá antigo companheiro de José Bonifácio. Permaneceu o Jornal até 1836. Funcionou no salão do Convento de São Francisco”. (Afrânio Peixoto, “Livro de Horas”)
“Em 1936, havia três vespertinos diários: “A Tarde” publicado na praça Castro Alves. O “Estado da Bahia”, publicado na rua Portugal, nº 6 – Comércio. O “Diário de Notícias”, publicado na rua Santos Drumont, nº 21 Comércio. Havia também dois matutinos: “O Imparcial”, publicado na rua Ruy Barbosa, nº 3 e o “Diário da Bahia” no inicio da rua Carlos Gomes, nº79. Publicavam-se com grande acompanhamento quatro Revistas mensais: “Única” fundada em 1929 – “Revista da Bahia”, fundada em 1935 “Bahia Rural” fundada em 1930 e o Boletim da “Associação Comercial da Bahia” cujo primeiro número saiu em 1910 e o último deixou de circular em 1932 mas foi substituído por Revista em 1977 até nossos dias.
Comentários do autor: Naquela época a população de Salvador era bem menor do que hoje, e o povo era ávidos por notícias, tendo a leitura o seu melhor divertimento. Contavam também com o hábito de ouvir as notícias pelo rádio de cabeceira de cama. Muito popular no Brasil e de grande participação nos meios de comunicações. Por isso, acho que no passado não muito distante, os redatores de jornais tinham mais coragem e polidez para criticar, acusar e derrubar políticos duvidosos. Dizer sempre a verdade, nada mais que a verdade importa. O jornalismo, sendo por sua finalidade um gênero útil a toda sociedade, no estrito dever de orientar, esclarecer e divulgar opiniões concretas ao leitor. É bom lembrar que: Palavras são palavras, meramente palavras. Sem as palavras o homem não sabe si expressar o que seus sentimentos pedem. É necessário pensar, sentir e falar.
Estevão Cruz em sua opinião diz: “O Jornal é uma publicação, diária ou periódica, de índole diversa, mas sempre de interesse geral. Pode ser político, literário, artístico e comercial etc., mas a sua missão é sempre orientar a opinião pública”. (“Programa de Vernáculo”-Estevão Cruz)
A VOZ DA IMPRENSA
“Certamente a imprensa que é o mais poderoso meio de educar e civilizar os povos, assim como de formar e dirigir a opinião; a imprensa que é a mais eficaz das garantias do direito e da liberdade; a imprensa que é a mais excelente e profícuo instrumento do progresso social, não pode desviar-se mais de seus altos destinos, nem servir a causa menos pobre.”
“A imprensa não foi inventada para os opressores, mas para a liberdade dos oprimidos, para a justiça, para a instrução, para a verdade das vozes presas nas gargantas daqueles que buscam a liberdade de opiniões.” ”(Texto extraído do livro: “A Escravidão o Clero e o Abolicionismo” autor: Luis Anselmo da Fonseca – publicado em 1887 na Bahia).
Em 1870 fundou-se a Associação Tipográfica da Bahia até a década de 30 quando foi extinta gradualmente essa instituição por força da implantação de novo sistema de impressão fotoquímico. (A Tipografia na Bahia/Ipanema)
Fonte Bibliográfica: A Margem da História da Bahia – autor: Francisco Borges de Barros
Anuário da Imprensa Baiana de 1811 á 1911.
A História da Imprensa na Bahia – (de 1811 á 1930)
Livro de Horas – autor: Afrânio Peixoto.
A Escravidão o Clero e o Abolicionismo – autor: Luis Anselmo da Fonseca
A Tipografia na Bahia – autor: Marcelo Ipanema e Cybelle.
Álvaro B. Marques