quinta-feira, 25 de abril de 2013

NOMES DE RUAS E LOCALIDADES DE SALVADOR SÉC.18,19 e 20



NOMES DE RUAS OU LOCALIDADES DA CIDADE DE SALVADOR NOS SÉCULOS 18, 19 e 20
(poucos nomes de Ruas permaneceram e a maioria mudou os endereços)

Os nomes de ruas são nomes próprios do lugar, mas geralmente é o povo que batiza o local e a sua História. A Prefeitura se encarrega do Logradouro. Neste termo, listei nomes curiosos que ainda existem poucos em oficiais. Vamos acompanhar abaixo:
Beco do Gazello, Beco do Vigário, Ás Portas do Carmo, Rua da Preguiça, Beco do Grillo, Rua do Tijolo, Gambôa de Cima e Gambôa de Baixo, Ás Portas da Ribeira, Rua do Bambú, Rua da Poeira, Largo da Saúde, Rua da Alfândega, S. Pedro Velho, Stº Antonio Além do Carmo, Rua dos Caldeirões, Rua do Paço, Rua dos Capitães, Rua do Gravatá, Beco dos Calafates, Cais Dourado, Lapa, Rua do Pão de Lot, Praça do Saldanha, Calçada do Bomfim, Beco dos Ferreiras, Rua Direita do Comércio, Soledade, Matatú, Brotas, Estrada da Boiada, Rua Julião, Guadalupe, Pitangueira, Portão da Piedade, Ladeira do Aljube, Beco do Motta, Rua dos Ossos, Cruz do Cosme, Rua da Faísca, Praça Stª Isabel, Maciel de Cima e Maciel de Baixo, Rua Direita do Palácio, Beco do Escorrega, Ladeira da Preguiça, Rua do Bispo, Praça do Palácio, Largo do Teatro, Rua da Valla, Largo das Princesas, Praça do Comércio, Campo Grande, Vitória, Ladeira do Pilar, Rua do Arsenal, Rua da Cova da Onça, Rua Duarte, Ribeira do Corpo Santo, Campo da Pólvora ou Campo dos Mártires ou Praça Pedro II, Praça de S. João, Rua do Cabeça, Jenipapeiro, Rua do Tira Chapéu, Penha, Rosário de João Pereira, Água de Menino, Gueimado, Santa Tereza, Bom Gosto do Pilar, Rua do Hospício, Rua das Laranjeiras, Ladeira da Gameleira, Ladeira do Taboão, Largo do S.Francisco, Terreiro de Jesus, Largo da Palma, Bângala, Santana, Rua Direita da Misericórdia, Beco do Mocambo, Rua do Castanheda, Rua da Mouraria, Jogo do Lourenço, Rua da Força, Rua Direita do Colégio, Largo de Nazaré, Itapuã, Beco do Ferrão, Mocambinho, Rua das Verônicas, Dendezeiros, S. Raymundo, Caquende, Areal de Cima e Areal de Baixo, Fonte das Pedras, Praça Pedro II, Rua de Baixo, Barris, Cabula, Rua do Sodré, S. Miguel, Rua das Pedrinhas, Rua da Lama, Largo da Piedade, Forte de S. Pedro, Cruz do Pascoal, Graça, Ladeira de S. Francisco, Coqueiro da Piedade, Rua Atrás do Muro das Freiras, Paripe, Desterro, Rua Atrás da Cadeia, Ás Grades de Ferro, Rua Quitanda do Capim, Bom gosto da Calçada, Largo do Papagaio, Ladeira de S. Bento. Rua dos Ourives, Beco do Ferrão, Jiquitaia, Pirajá, Rua do Ouro, Fazenda Garcia, Rua dos Coqueiros de Água de Meninos, Freguesia do Pilar, Freguesia da Conceição da Praia, Massaranduba, Bonocó, Bogun, Ogunjá, Saboeiro, Arsenal da Guerra, Beco do Funil, Rua do Gado, Rua Ferreira França, Rua do Jacaré, Rua Nova do Gueimado, Rua Boa Vista, Ladeira São Roque, Sangradouro, Ladeira da Praça, Rua da Assembléia, Pelourinho, Taboão, Rua do Imperador, Rua Pitangueiras, Jogo do Carneiro, Tanque da Conceição, Ladeira da Conceição da Praia, Rua do Tinquim, Rua do Tororó, Rua do S. Miguel, Baixa de Quintas, Rua das Barreiras, Ladeira da Água Busca, Rua do Sodré, Porta do Carmo, Beco dos Chinelos, Lapinha, Campinas de Pirajá, Rua da Pitanga, Castro Neves, Rua do Uruguai, Rua da Oração, Rua D. José, Rua dos Marchantes, Rua dos Quinze Mistérios, Ladeira do Tororó, Rua Nova de S. Bento, Rua Direita do STº Antonio, Largo da Madragoua, Estrada de Quintas, Rua dos Adobes, Pau Miudo, Baixa do Boqueirão, Rua do Socorro, Matatú Grande, Cruzeiro do S.Francisco, Rua das Flores, Rua Nova de Guimarães, Quintas das Beatas, S. Thomé de Paripe, Candeias, Ladeira do Alvo, Rua Direita do Colégio, Rua dos Droguistas, Rua do S.Francisco, Porto dos Mastros, Rua dos Carvões, Rua dos Perdões, Rua S. José de Ribamar, Praça dos Veteranos da Independência, Rio Lucáia, Ria Vermelho, Sete Portas, Rua Guindastes dos Padres, Rua Guindastes da Praia, Porto Baltazar Ferrais, Ribeira das Naus, Vila Nova da Rainha, Porto dos Tainheiros, Quartel da Mouraria, Beco do João Simão, Beco do Tomaz de Aquino, Rua Cidade da Palha, Rua Barão Homem de Melo, Tanque do Engenho da Conceição, São Caetano, Rua dos Barris, Mares, Rua Baluarte, Rua da Maria Pires, Baixa dos Sapateiros, Rua da Imperatriz, Rua Formosa, Fonte Nova de S. Miguel, Rua do Berquó, Estrada 2 de Julho, Estrada da Vila América, Ladeira dos Galés, Ladeira São Roque, Rua Democrata, Lapinha, Fazenda Garcia, Fazenda Grande, Estrada do Fabrício, Sete Portas, Rua da Glória, Itapagipe, Caixa d!agua, Camurujipe, Rua dos Ratos, Rua do Coqueiro, Rua das Vassouras, Travessa Mares, Rua do Bogarim, Beco do Funil, Rua dos Currais Velhos, Ladeira dos Perdões, Retiro, Rua Mesquita do Tororó, Rua do Fogo, Baixa do Cabula, Rua do Cirilo, Rua do Gasômetro, Praça da Polícia, Portas da Ribeira, Rua Carlos Gomes, Rua do Padre Bastos, Rua do Gado, Rua das Barreiras, Barra, Fazenda S. Gonçalo, Rua da Mangueira, Ladeira de Traz da Igreja do Bomfim chamado de Ladeira da Lenha, Praça Duque de Caxias, Rua Cruz das Almas, Rua Santa Catarina, Largo de S. Joaquim, Rua da Matriz. Rua Saldanha da Gama, Rua do Convento da Sé. Ribeira de Itapagipe. Porto dos Tainheiros. Ilha dos Ratos na enseada de Itapagipe. Rua do Mocambinho, Rua de São João, Cais das Amarras, Caes do Moreira. Rua das Portas da Ribeira.
Hoje a maioria dos nomes de ruas é de pessoas que fizeram relevantes serviços a comunidade ou homenagens após morte.

Pesquisa.Fonte:"Livro de Assentamento de Óbito do Cemitério da Quinta dos Lázaros" - "Registro de Logradouro da Cidade de Salvador - (vários) da Prefeitura Municipal"-"Almanaques "estribela" e outros guia da cidade." . 

Álvaro B. Marques


sexta-feira, 19 de abril de 2013

O CEMITÉRIO DA MASSARANDUBA NA PERIFERIA EM SALVADOR/BA- Pobreza extrema




Depoimento de um acompanhante de esquife para o Cemitério de Bom Jesus da Massaranduba em 1847, no Bairro da Massaranduba  na antiga periferia de Salvador.“A passagem do enterro nas ruas causa sempre tristeza para quem assiste e muita dor para os familiares e amigos, é uma lamentável perda. Neste lugarejo tudo é tristeza, a pobreza nem tinha aonde morrer, não sabia fingir. Mães que pediram esmola para enterrar os filhos. Pobres sem convenções, sem remédio, sem ajuda. Meninos de camisola rasgado, outros que acordaram e passavam os dias nus. Mulheres com vestidos em mulambus. Homens humildes, sem trabalho, sem era e sem beira. Rua da pobreza, pouquíssimas casas baixas, ao olhar por dentro, vê-se escuras. Superlotadas de habitantes, necessitados e doentes. O préstito prossegue na caminhada lenta e lúgubre. A areia da rua, impede o andar rápido. As mulheres levam flores e os homens revezam no transporte do defunto, outros carregam as coroas. O povo segue á esquerda no trajeto tortuoso a beira de uma cerca velha. Até que vemos o portão do Cemitério, no meio de um gradil negro. Dentro uma estrada de barro batido, nos lados carneiras suspensas perto do manguezal. A Capelinha de Bom Jesus da Massaranduba no alto, uma mitra que o arquiteto idealizou com janelas sem arte, sem torres e sem estética. O cortejo entrou no templo em que a arte nunca protegeu. O caixão foi para o estrado com castiças simples a iluminar o ataúde humilde. O vigário de novo encomenda o corpo a São Pedro, depois os homens já desciam com o caixão para a cova aberta e o povo a jogar flores em gritos e prantos. Jogam terra e o último adeus. Morreu quem já teve vida e deixa lembranças. A morte ali iguala a todos.” Trecho extraído do livro: “Meu menino” do autor: A. J. Souza Carneiro. Publicado em 1934 (Biblioteca Brasileira de Tradições).
Meus comentários:
O Cemitério da Massaranduba foi doação da Ordem Terceira da Santíssima Trindade e Redenção dos Cativos em 1833. Único Cemitério para escravos e indigentes para toda a região Itapajipana e periferias. O local do Cemitério era bem próximo ao mangue e não servia para enterramentos. Quando ás indústrias apareceram, aterraram grande parte do lugarejo e foi extinto o Cemitério junto com a pequena Capelinha.
Pesquisa de Álvaro B. Marques.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

CAPELA DE JOÃO DE DEUS DO ASILO



CAPELA DE JOÃO DE DEUS.
(padroeiro dos Hospitais e doentes)
“Foi inaugurada em 24 de junho de 1874 data também da inauguração do Hospício dos Alienados São João de Deus. Prédio onde Castro Alves teve a sua mocidade os melhores anos da sua vida. Esta pequena ermida ainda existe na antiga fazenda Boa Vista, da qual foi seu primeiro proprietário o conhecido negociante Manoel José Machado em principio do século XVIII no caminho do Engenho Velho em Brotas”.(Fonte: Revista do Inst. Geo. e Hist. da Bahia nº 56 narrativa de João da Silva Campos em seu livro “Tradições Baiana”.)
 “Nesta Quinta, chamado de Boa Vista onde se vê toda a beleza da cidade pelo alto coberto por vegetações. O Manoel Machado como era conhecido, no topo da torre deste Solar, avistava os navios chegando ao Porto e mandava a correr alguém ir á Alfândega avisar da chegada do navio tal que trazia as suas mercadorias. Ali ele tinha a visão das torres mais altas, igrejas e conventos. Falavam que havia um subterrâneo que saía no outro lado da fazenda para refúgio de escravos novos. O Manoel Machado era também comerciante de escravos.” (Fonte: Resumo Cronológico e noticioso da Província da Bahia deste o ano de 1500 até 1885 autor: José Álvares do Amaral.)
Fatos marcantes da época
“O Hospício São João de Deus – inaugurado em 24 de junho de 1874, na Provedoria do senador baiano Conselheiro Manuel Pinto de Sousa Dantas. O edifício foi arrematado em praça judicial por 58:289$700 sendo entregue à Santa Casa da Misericórdia da Bahia, pelo Governo em 26 de setembro de 1869, por contrato, em que á Santa Casa ficava encarregada de fazer as obras necessárias para o Hospital-Asilo e administrar. Recebendo para este fim dos cofres provincial a quantia de 39:633$799 e mais o patrimônio de 51:755$730 proveniente de vários donativos, bem como 12:600$00 produto da subscrição particular, promovida pelo Presidente da Província, o Desembargador Figueiredo Rocha. Desde 1874 até 1912 (durante 38 anos) o Asilo São João de Deus, esteve sempre na administração da Santa Casa da Misericórdia da Bahia. Seu primeiro mordomo o Dr. João José Sepúlveda de Vasconcelos e o primeiro diretor Dr. Demétrio Ciriaco Tourinho, professor extinto da Faculdade de Medicina da Bahia.
Antes de instalado esse Asilo, os alienados nesta cidade, viviam em úmidos e insalubres subterrâneo do antigo Hospital São Cristovam da Misericórdia, à rua do mesmo nome. Depois foram para as prisões da Casa de Correção em verdadeiras furnas, cavadas na própria rocha, guarnecidas de sólidas grades de ferro, grutas infectas situadas em subterrâneos no antigo Colégio dos Jesuitas na praça 15 de novembro(Terreiro) onde ficaram por mais de 30 anos os infelizes habitantes. “A opinião médica da época condenava o local e o procedimento dos doentes, o local não mais suportava tantos, e as ruas vizinha da Casa de Correção estavam cheia de mendigos doentes. A opinião pública fez com que o Governo tomasse uma providência á compra da Fazenda Boa Vista”.(Fonte: “Bahia Histórica – autor Sílio Boccanera Jr.)
O Asilo foi devolvido ao Governo (havia muita divergência médica com a administração do Hospício por Madre Superiora “leiga”) e mais tarde o nome do Hospital João de Deus mudou em 1936 para Hospício Juliano Moreira em homenagem a este psiquiatra, reformador do sistema psiquiátrico da Bahia.
Fatos de hoje: No dia 04.01.2013.  O Parque Solar Boa Vista que abriga a Secretaria Municipal de Educação do Estado, consumir-se em chamas a torre do relógio, local que a Secretaria tinha o arquivo e mais abaixo as salas funcionais lado direito. Destruindo assim a pequena ermida Capela de João de Deus. Eu visitei a Capelinha, no altar-mor havia a imagem de Santo Antonio em tamanho médio e mais abaixo a imagem de Nossa Senhora dos Aflitos. O forro era de madeira pintado em alto relevo, um grande lampadário de prata. Era tão pequena o adro da nave que só tinha dois bancos grandes sem forro e uma pia de batismo. Todo o seu interior aspirava simplicidade e humildade. Coisa bela perdida. Espero que o poder público restaure este Solar de grande valor literário da Bahia. Tombado pelo Inst. do Patrimônio Hist. e Artístico Nacional em 16 de outubro de 1941.
Sempre é o incêndio o causador de lamentações de perdas e danos Históricos da Bahia.
Álvaro B. Marques.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O CHÁ, O CAFÉ E A LARANJA DA BAHIA




É BOM LEMBRAR: O chá foi introduzido na Europa, em fins do século XVII, da Holanda que desenvolveu a sua plantação na ilha de Java, cuja cultura desordenada encontrou um clima favorável. Chegou-nos o chá para o Brasil por intermédio da metrópole, ainda no século XVII. Os cronistas da época afirmaram que o cultivo das plantações do chá veio com os jesuítas na Bahia, depois Pernambuco e mais adiante no Rio de Janeiro. Trazido também, por mercadores da Companhia das Índias Ocidental. Os portugueses trouxeram as folhas secas e mudas da pitangueira e vassourinha para a colônia brasileira. (Fonte do livro: O Rio de Janeiro no tempo do “Onça” autor: Alexandre Passos – págns. 49) Na realidade o chá já era difundido há muitos séculos pelos chineses, Oriente Médio e toda a Ásia. A sua história remontada da China, vejamos: “A planta camélia vem de origem da China e da Índia. Sendo que o primeiro registro do chá data do século III a.C. O tratado de Lu Yu, conhecido como o primeiro tratado sobre o chá técnico, escrito no século VIII, durante a dinastia Tang, definiu o papel da China como responsável pela introdução do chá no mundo. Foi introduzido no Japão no inicio do século IX por monges budistas que levaram da China algumas sementes. ( Fonte da Google (jardim de flores)
O CAFÉ DA BAHIA:“O introdutor da planta do café, cultivado na Bahia, veio desde o ano de 1809, por Manoel Fernandes Novinho, recebeu dos Capuchinhos italianos Frei Pedro de Serravezza e Frei Marcelo de Carmagnolo, os grãos de café que lhe surtiram grande e valiosa colheita”. (Fonte do livro: Anais do 1º Congresso de História da Bahia)
“Já no Rio de Janeiro o café quem trouxe foi Francisco de Melo Palheta; sertanista brasileiro, em 1727 da Guiana francesa, até onde conseguiu penetrar, as primeiras mudas e sementes do cafeeiro no Brasil. Mas o chá continuou a ser bebida normal, quente, dos brasileiros, começando a ser superado pelo café no último quartel do século XIX.” (Fonte extraída do livro: “Rio no Tempo do “Onça” – ( séc.XVI ao XVIII )
LARANJAS DA BAHIA.
“As primeiras laranjas da Califórnia são de origem baiana. Mandadas do Brasil algumas mudas em 1830. Por um americano possivelmente do consulado americano, radicado na
Bahia. Essas mudas foram cultivadas na estufa do jardim público do Capitólio em Washington nos Estados Unidos e daí seguiram para a Califórnia por ser o clima parecido com o do Brasil, principalmente da Bahia. Tratadas com mimos, essas árvores cresceram, frutificaram e multiplicaram-se tão rápido que constituem hoje uma fonte de renda e riqueza para o Estado da Califórnia. É triste pensar que a Bahia se quisesse ter essa fortuna seria dela e o país mais promissor.
Como também nas ilhas Malásias os ingleses cultivaram em grandes extensões de terras plantas do Brasil. Principalmente a árvore chamada de “árvore da borracha” e desenvolveram maravilhosamente a cultura. É mais uma fortuna que o Brasil do tempo do Império deixou sair de regiões ricas em faunas e floras. Por não querer cultivar o que por acaso nasceu.” ( Fonte do livro: “Correio da Roça - autor: Júlia Lopes de Almeida pub. Em 1913/BA).

NOTA COMPLEMENTAR: Realmente, na capital baiana Salvador no bairro do Cabula, foi o local das famosas “laranjas seletas e de umbigos” tão recomendadas pelo povo e até indicadas por D. Pedro II para serem cultivadas em Portugal, chegando a levar para a Metrópole mudas e laranjas o que não foi possível o cultivo por causa do clima. Também no interior da Bahia em Santo Antonio de Jesus, essas laranjas eram de boas qualidades. Naquela época os domínios portugueses no Brasil só tinham olhos para o cultivo da cana de açúcar, algodão e fumo por serem os mais procurados no mercado consumidor interno e externo e o lucro eram certos. Uma vez que esses produtos já eram de grandes interesses do Império.



Trabalho de pesquisa de Álvaro B.Marques

FATOS HISTÓRICOS E CURIOSOS - PARTE 1



FATOS HISTÓRICOS E CURIOSOS.- Parte 1

A Ilha dos Frades; “Fica perto de Madre Deus, distante a seis léguas de Salvador na Costa. Por antigas tradições, dizem: “que a ilha dos Frades ficou com este nome depois que os índios Tupinambás que nela habitavam, assassinaram dois Frades jesuítas que para ali foram em missão de catequização.”
Os índios selvagens da Bahia na época Colonial os mais conhecidos dos Frades missionários são: Botocudos, Tupys, Guaranys, Camacans, Tupynambás, Mongoyós, Maracás, Tobaiaras, Pataxós, Topuyas, Aymorés, Kariris.”
 (Fonte do livro; Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia nº 46 – parte da narrativa do livro “Tradição Baianas” – autor: João da Silva Campos.)
Usos e Costumes: Eram morenos trigueiros, altura média, cabelos curtos e negros, fortes, rosto redondo. Usavam plumagens de aves coloridas, anéis de couraça de tatu, ossos de paca, dentes de cotia e capivara para colares e orelhas. Couro de jibóia e jararaca para cobrir o corpo do tempo. Todos exerciam a caça e a pesca com arco e flecha e guerreavam com seus inimigos quase parentes. Alguns deles eram antropófagos. Enterravam seus mortos em vasos cerâmicos em grande ritual.”
(Fonte do livro: Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia nº 46 pág. 42)
GÊS – Etnografia: Um dos mais importantes grupos indígenas do Brasil, tanto sob o ponto de vista etnólogo em geral como à língua em particular. Também são chamados grãs. Ambas as denominações, derivadas  a Von Mathius, advêm da presença freqüente das partículas gês= pai e grã= mãe, em seu vocabulário. O nome Tapuyas (bárbaros), usado pelos clássicos para designá-los, corresponde também, conforme se verificou na tribos pertencentes a outros grupos. Pelos seus caracteres antropológicos e culturais, integram a mais antiga ou pelo menos, uma das mais antigas populações do continente americano. Tomando por base esses hábitos primitivos e selvagens; Dormem no chão sob uma esteira, ingerem crús a maior parte dos alimentos, e os homens usam os cabelos curtos cortados em forma de prato ou cuia. Suas principais tribos são: Botocudos, Aymorés, Camaçãs, Timbiras, Caiapós, Bugres, Cainganques, Pataxós, Chavantes com barba e Chavantes sem barba, mansos, Cherentes.” (Fonte do livro: Dicionário Enciclopédia Brasileiro – publicado em 1954).
Muitos contrabando de ouro e escravos foram feitos por ingleses, holandeses e franseses na Costa da Guiné, embora os holandeses muito mais que os outros. Atacavam e saqueavam os navios negreiros e outros com mercadorias de procedência do Brasil ou a caminho da África.”
Relação das Paróquias mais importantes de Salvador e suas datas de fundações.
1ª) – Catedral da Sé – Primacial do Brasil - 1553
2ª) _ Igreja Nossa Senhora da Vitória – 1529 ou 1530 data incerta.
3ª) _ Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia – 1623
4ª) _ Igreja Santo Antonio Além do Carmo _ 1648
5ª) _ Igreja de Sant’Anna – 1673
6ª) -  Igreja de São Pedro – 1679 (velho) demolida
7ª) – Igreja de São Pedro – 1916 (nova)
8ª) _ Igreja de Nossa Senhora do Pilar – 1718
9ª) _ Igreja do Santíssimo Sacramento – 1718 rua do Paço
10ª)- Igreja Nossa Senhora de Brotas – 1724          
11ª)- Igreja de Nossa Senhora da Penha – 1760 de Itapagipe com início da construção   em 1742 pelo VIII Arcebispo D. José Botelho de Mattos (Paróquia de N. S.da Penha de Itapagipe).
12ª) –Igreja de Nossa Senhora dos Mares – 1870
13ª) – Igreja de Nossa Senhora de Nazaré – 1894
14ª) – Igreja de Sant!Anna – 1913 do Rio Vermelho
15ª) -  Igreja Mosteiro de São Bento (ordem dos Beneditinos) 1752
16ª) – Igreja do São Francisco Xavier – (ordem Franciscana) 1723
17ª) – Igreja de Nossa Senhora da Piedade – (ordem dos Capuchinhos) 1679
18ª) -  Igreja da Lapinha – ( ordem dos Agostiniano ) 1771
19ª) – Igreja de Santo Antonio da Barra – (companhia de Jesus) 1536
20ª) – Igreja da Graça –1525/1527
21ª) – Igreja da Palma – 1630 ( imagem vinda de Portugal )          
22ª) -  Igreja de São Roque – 1722 da Barroquinha.
23ª) – Igreja de MontSerrat – 1718 de Itapagipe.
24ª) – Igreja do Bonfim – séc. XVIII  1754
25ª) – Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – ( ordem V.O.3ª S.F. ) 1701
26ª) -  Igreja de São Lázaro Mendigo –
27ª) -  Igreja e Convento de Santa Tereza – 1697
28ª) -  Igreja e Convento do Desterro – fundado em 1677.
29ª) – Igreja e Convento do Salete – 1861
30ª) _ Igreja de S. Domingos – 1731 início da sua construção.
As Igrejas demolidas para o progresso baiano:   
Igreja Nossa Senhora da Ajuda
Igreja da Sé.
Igreja de São Pedro Velho.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário das Mercês – antiga.
Igreja de N. S. da Boa Viagem – inicio da sua construção em 1712 por Frades Franciscanos.
“Igreja e Convento de N. S. da Conceição da Lapa, fundado em 7 de dezembro de 1744, sendo o Arcebispo Primaz do Brasil D. José Botello de Mattos foi quem mandou construir sobre as despesas de João de Miranda Ribeiro e Manoel Antunes de Lima e auxílios de muitos católicos ricos com intuito de enviar as sua filhas para serem religiosas neste Convento das Religiosas Professas”(Fonte do livro: “A Devoção do Senhor Jesus do Bom Fim e sua História”- autor: José Eduardo Freire de Carvalho Filho.)
A FAMOSA JÓIA ROUBADA DA IGREJA DO SENHOR JESUS DO BOM FIM
A jóia foi furtada dentro da Igreja no dia da festa da Devoção do Senhor Jesus do Bom Fim. “ estimada de muito valor, pequena porção do verdadeiro “LENHO DA CRUZ” em que Jesus Cristo foi pregado e faleceu redimindo a humanidade. Essa relíquia, foi dádiva de Sua Santidade o Papa Pio IX que entregou ao nosso virtuosíssimo Prelado de saudosa memória D. Manoel Joaquim da Silveira, conde de S. Salvador, o qual ofereceu ao Senhor Jesus do Bom Fim no dia 27 de dezembro de 1867; o “Lenho da Cruz” estava dentro de um relicário de ouro cravejado de esmeralda e suspenso por um cordão de ouro em frente a imagem de Jesus crucificado no altar mor. Mão profana roubou essa santa relíquia e seu relicário em dia de festa que a Irmandade do Senhor Jesus do Bom Fim fez descer do seu trono e foi colocado no corpo da Capela à adoração dos fiéis. O esforço para descobrir o criminoso foi em vão e nunca se soube quem cometeu tamanho crime, que se deu na administração do muito digno Tesoureiro Dr. Thomaz de Aquino Gaspar. Não foi este o único relicário roubado da Capela do Senhor Jesus do Bom Fim; em 1821 deu-se o roubo de outro relicário que pertenceu a Irmandade de Nossa Senhora da Guia, pendurado na imagem.”
“É sabido que sempre houve roubos em Igrejas, principalmente nas Igrejas que têm muitas Irmandades.”“Hino do Senhor do Bom Fim, música do maestro Tenente João Antonio Wanderly e letras de Egas Muniz Barreto de Aragão – “Pethnon de Villar”.
Antonio Joaquim Franco Velasco, foi um dos mais notáveis pintores filhos da Bahia, onde nasceu em fevereiro de 1780 e faleceu em 3 de março de 1833 com 53 anos. Fora discípulo de José Joaquim da Rocha.. Velasco fez a pintura do teto da Capela do Senhor Jesus do Bom Fim em 1818 a 1819. Os seis grandes quadros da sacristia e os 34 painéis suspensos nos corredores da Igreja do Senhor Jesus do Bom Fim, representa as diferentes passagens da Escritura Sagrada. São obras do pintor baiano José Theofhilo de Jesus e os dois mais expressivos e modernos quadros são de autoria do pintor baiano Bento Capinam que representam a morte do Justo e a morte do Pecador.”
(Fonte do livro: A Devoção do Senhor Jesus do Bom Fim e sua História – autor: José Eduardo Freire de Carvalho Filho.)
São Gonçalo de Amarante, como reza a crônica, o milagroso Santo é patrono dos casamentos das senhoras solteironas e das senhoritas.Na igreja do Bonfim, consta a sua devoção desde o ano de 1865 quando foi tesoureiro o Dr. José Antonio de Silva Serva.”
“As músicas das novenas do Senhor do Bonfim é privativa, produção do notável compositor João Manoel Dantas, nascido em Cachoeira, cidade do recôncavo baiano no ano de 1815 e faleceu em Feira de Santana no dia 9 de fevereiro de 1874.”
As noites de novenas de festas na Capela do Senhor Jesus do Bom Fim (era assim que se escrevia) as músicas eram tocadas na porta por “músicos barbeiros” e cada banda tinha o seu mestre; Manoel Francisco Nunes de Moraes, Custódio Francisco Nunes e José Antonio Etra, que por cada música tocada recebiam em torno de 24 a 47 mil réis. Pago pela Irmandade, depois de alguns anos, apareceu a Banda da Polícia Militar que tocavam no coreto no largo enfrente a Igreja.”
É Bom Saber: Que os músicos barbeiros eram escravos africanos forros, que organizavam uma banda e se apresentavam nas portas das Igrejas e em praças públicas. Como também, nas horas vagas extraiam dentes e faziam sangraduras.”
A denominação de “casas dos romeiros” provem de terem sido edificadas para abrigar os romeiros que vinham de longe para cumprir seus votos, dirigir suas preces, e suas suplicas na  festa do Senhor Jesus do Bom Fim”.
Foi separado a Igreja do Estado em 7 de janeiro de 1890, por decreto nº 119 no Governo Provisório da República.”
(Fonte do livro: “A Devoção do Senhor Jesus do Bom Fim e sua História” – autor: José Eduardo Freire de Carvalho Filho. – publicado em 1923/Ba.)
Rio Vermelho, o sitio que de meio século (até inicio do século XX) se tornou arrabalde aristocrático. Outrora povoação de pobres pescadores e de festas dos jangadeiros. Primitivos possuidores dessas terras eram os Tupinambás.”
(Fonte do mesmo livro acima de autor: José Eduardo Freire de Carvalho Filho)
Domingos Fernandes Calabar, polêmico, alguns historiadores considera traidor e outros não. Calabar morreu no dia 22.07.1635 em Porto Calvo, local que nasceu e morreu garroteado e esquartejado como taidor dos portugueses. Era mulato brasileiro, pernambucano, ex-militar de tropas lusitanas que virou para os holandeses. Matias de Alburquerque fez prisioneiro e julgou como traidor.


Pesquisas de Álvaro B. Marques.