sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A HISTÓRIA NOS CONTA - PARTE XII( fatos diversos-das épocas Colonial e Imperial)

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O SOLAR DO UNHÃO – “A casa de fazenda, munida de armazéns e senzalas, cais para embarque e desembarque de matérias primas e mercadorias. Dizem que outrora, servira de tráfico de escravos africanos. Uma bela igreja, já existente em 1797., sob a invocação de N.Sª da Conceição.O que sobra das águas da “Fonte do Gabriel” vem aí jorrar da fama para tratamento da vista. Pois que o velho Solar foi transformado em Trapiche mas antes era Engenho de beneficiar arroz.
Seu primeiro proprietário foi o Desembargador da Relação da Bahia, Pedro Unhão de Castelo Branco. Isto no começo do século XVIII. Na segunda metade do século, foi vendida a propriedade a José Pires de Carvalho, Barão da Casa da Torres e arrendado em 1877 aos suíços Francisco Menron e St.Valéry Scheult, que instalaram neste local uma fábrica em 1816 de “rapé” fumo em pó, chamado também de “areia preta”ou “pó de tabaco” que se aspirava pelo nariz, e assuar esse apêndice, fragorosamente, nos vastos lenços de chita portugueses ou chamados também de “lenços de alcobaça”.
A areia preta chegou até o fim do século XVIII, Quando liquidaram a firma com o desuso das pitadas pelo nariz. E o Solar fora abandonado no século XIX. Em épocas distintas tinham-se notícias que foi alugado, até o seu abandono total.”
(Fonte extraída do livro: “Breviário da Bahia” – autor: Afrânio Peixoto)
NOTA DE ESCLARECIMENTO: O autor Afrânio Peixoto em sua opinião, queria que o velho Solar fosse transformado em Museu Colonial, o que viria a ser em 1999 Museu de Arte Moderna da Bahia e Restaurante Solar do Unhão.
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O ROUBO DA IGREJA DA BARROQUINHA: Em 2 de maio de 1913, quando se abriu a igreja da “Barroquinha” como era chamado pelo povo, na verdade era paróquia de São Roque, aonde tinha a sua imagem no altar mor. Constatou-se o furto da estrela da capa do Senhor Bom Jesus dos Martírios, anéis de N. S. da Conceição e uma grande coroa de prata. Foi um reboliço, fizeram queixa a polícia. O gatuno foi preso pelo sr. Manoel Ignácio, operário do Major Bibiano Cupim, Juiz da Irmandade do Bom Jesus dos Martírios. Com auxilio do sr. Theotônio Procópio foi conduzido pelo guarda civil nº 132, para o posto policial do Maciel de Baixo.
Sempre houve roubos em igrejas e não faltavam quem comprasse, principalmente por pessoas que de passagem estavam na cidade.
Na época do roubo, era zeladora da igreja a Dna. Belmira de Athayde. Em ação de graças por terem sidos encontrados os objetos, Dna Anna Eugênia dos Santos (Aninha) yalorijá maior do Centro Cruz Santa (Axé Apô Afonjá), mandou celebrar três missas com foguetes e festas ofertas também do srs. Rodolfo Santos e Major Bibiano, promoveram lauto almoço para todos os fiéis.
Algumas novidades desta igreja: Realizavam-se ali bonitas procissões entre as quais se destacam a de Bom Jesus dos Martírios e de Nossa Senhora da Boa Morte suas duas grandes Irmandades. Como também muito concorrida a de 15 de agosto o dia da Assunção. Faziam pomposas festas a Nossa Senhora da Boa Morte, neste dia era ocasião de se saber qual ou quais as mulheres da Irmandade que tinham entrado para o “partido alto”, pois isto denunciava o luxo de sua saia de beca e todos os ornamentos do corpo. Geralmente, essas ostentavam o seu poder financeiro com jóias verdadeiras.
A reforma da igreja e da rua é do tempo do governador Barão Homem de Mello.”
“Na igreja da Barroquinha nos remotos tempos, havia a mais famosa Irmandade da Boa Morte, composta de uma devoção das irmãs do Senhor dos Martírios, já existia desde 1851. E na mesma igreja havia a Irmandade de Nossa Senhora da Angústia, composta de devotos brancos nacionais.” (Fonte de livro: “A Bahia de Outrora”- autor: João Vilela).
A Capela (igreja) da “Barroquinha” foi construída por provisão de 8 de julho de 1722, sendo lançada a primeira pedra em 25 de novembro de 1722, sendo o Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide. Em 1770 foi confirmada a doação de terras a essa igreja na qual existem algumas Irmandades poderosas. Com compromisso com data de 1779 confirmado por D. Maria de Portugal”.(Fonte do livro: “Da Bahia que eu vi” autor; João Villela.
O Elevador do Taboão, foi inaugurado em 16 de janeiro de 1896, por Companhia de Transportes Urbanos. Obra no valor de 400.000$ mil réis. E as máquinas fornecidas por Casa Armstrong de New Castle, firma Inglesa. A torre tinha 28 mts de altura. Cada lotação em cabine para 20 pessoas, com 1,5 toneladas e as caldeiras tinham a força de 35cv. Foi uma antiga reiteração dos negociantes do Taboão a Câmara Municiapl.”
(Fonte extraída do livro: “Da Bahia que eu vi” – autor: João Varella.)
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As obras para a construção do Elevador Lacerda foram iniciadas em 17 de outubro de 1869, sendo inaugurado o serviço em 8 de dezembro de 1873. Foi o construtor o engº Augusto Frederico de Lacerda. Inicialmente, dispondo de 2 cabines e movido a compressão hidráulica, foi eletrifica em 20 de janeiro de 1907 pela Cia. Linha Circular de Carris da Bahia, que o adquiriu em hasta pública. A Cia. De Transportes Urbanos em 21 de outubro de 1897. Na reforma e construção da nova torre de cimento armado, com cerca de 240 pés de altura, está ligada á torre antiga por uma ponte de 20 mts. De extenção. Na nova torre foram instaladas 2 cabines do tipo microveling, que assegura o transporte de 4.000 pessoas por hora, fazendo o percurso em 30seg. A torre antiga foi remodelada. Achando-se no presente o elevador Lacerda equipado com 4 cabines, sendo as 2 maiores cabem 16 passageiros na torre nova. A inauguração da torre nova foi em 30 de setembro de 1930.(Fonte extraída do livro: “ Cantando e Rindo” – autor: Aloísio de Carvalho – Lulu Perola.)
Consta no antigo Colégio dos Jesuítas a cadeira que pertenceu a Antonio Vieira”-
Na entrada de algumas igrejas antigas século XVIII, existem um portal chamado de “guarda-vento”. Geralmente é de madeira de lei, talhado em figuras, serviço de toreuta ou artesão como é chamado hoje. São obras de grande beleza artística. É bom vê nas igrejas do São Francisco, Catedral, Rosário dos Pretos, Piedade, São Bento e outras.”
Na igreja da Graça, existe um quadro intitulado “ o sonho de Catarina Paraguassú” pintura do século XVI. Como também há outro quadro “menino Jesus” pintura do século XVIII, Acredita-se ser do mesmo autor, porém não há assinatura”.
“Consta na Igreja do Mosteiro de S.Bento, um genuflexório da cadeira abacial, trabalho de toreuta. Como também, existe um contador de jacarandá do século XVII,
“ Existe no Convento do Carmo, uma pintura da Cúpula do Salvador – feita por Euzébio de Mattos.” (Fonte do livro: Relíquia da Bahia” autor: Edgard de Cerqueira Falcão)
Os chafarizes de água pública ou Fonte de água como era chamado. Antes de ser instalado em residências a água potável, na Bahia, em especial Salvador, o povo abasteciam de água na Fonte de N.S da Graça, Fonte do Queimado, Fonte do Gravatá, Fonte do Gabriel, Fonte de S.Pedro, Fonte das Pedras, Fonte Pedreiras inaugurado em 183l vê lápida. Fonte da Muganga inaugurado em 1800. Fonte do Baluarte (ladeira da água busca), Fonte de Santo Antonio, Fonte do Coqueiro, Fonte da Mãe d’Agua ou Yemanjá ( no farol da Barra ). Fonte do Taboão inaugurado em 1870. Esses são os chafarizes que abasteciam a Cidade de Salvador com água potável até então não existia água canalizada nas residências, isto só veio a acontecer nos fins do século XIX. O transporte dessa água era feita por escravos africanos que transportavam em barricas de vários tamanhos e armazenadas nas residências em moringas, potes, talhas e puzões de cerâmica.” ( Fonte do livro: Relíquia da Bahia – autor: Edgard de Cerqueira Falcão )
Na visão do estrangeiro visitante Von Matius, no seu livro: “Viagens através da Baía”,
Declara que: “Destaca-se as procissões do S.Sacramento e do Senhor Morto na sexta-feira santa. Como as mais concorridas, quando toda a população vai as ruas estreitas, juncadas de fiéis com flores ou pessoas debruçadas as janelas ornamentadas dos ricos e dos mais pobres, com seus trajes de festas.”
Na antiga Quinta dos Padres: Local de repouso dos jesuítas, chamado também de Quinta dos Lázaros por que fora um leprozário e que hoje está ocupado ao Arquivo Público do Estado. Localizado na Baixa de Quintas. Compõem-se de prédio principal com vários dormitórios, refeitório, reservatório de água suspenso, chafariz de cantaria, um marco de pedra setecentista com inscrições da fundação”. (Fonte do livro: Relíquia da Bahia – autor: Edgard Cerqueira Falcão)
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A Alfândega Geral de Salvador – Foi erguida em 1714 por D. Pedro Antonio de Noronha, 2º Conde de Vila Verde, lº Márquez de Angeja e o 3º Vice-Rei.” (Fonte do livro: “Chonografia do Império do Brasil” – públ. Em 1829)
Fatos Marcantes – A primeira epidemia surgiu na Bahia em 1665 quando apareceu um cometa e no ano seguinte veio a “ Peste das Bicha ou das Bexigas” como eram chamadas. “Em dezembro de 1685, houve um eclipse da lua, tendo havido em dias anteriores eclipse do sol. A aparição dos cometas e eclipses eram anunciadas como prenúncio e mau agouro.” O jesuíta Valentim Estancel, em Pernambuco, prognosticou grandes males ao Brasil na época, apavorando os ânimos do povo.
No ano de 1686, houve uma grande epidemia, que deram o nome de “Bicha” e que hoje se sabe ter sido a “Febre Amarela” vindo em navios de Pernambuco. Sua primeira vítima, foi um Tanoeiro de embarcação que ao abrir uma das barricas, trazidas pelo dito navio, cheia de carne putrefato, expirou o ar e imediatamente se contagiou. Com espantosa rapidez, passou a epidemia para a Bahia, onde devastou grande número de vítimas, adoecendo diariamente mais de duzentas pessoas, poucos sobreviviam em família. A doença permanecia no corpo no período de nove dias após a morte. As casas diz Rocha Pita: “ enchiam-se de moribundos as igrejas de cadáveres e as ruas de tumbas”. Entre as pessoas mais importantes que sucumbiram do flagelo, estavam o Bispo D. Fr. João de Madre de Deus, e o Conde do Prado filho do governador que faleceu no mar, fugindo da peste, dias depois de sua partida para Lisboa. Muitos médicos, frades e altos funcionários. Governava a Bahia nesta época o 2º Márquez da Minas, que muito contribuiu na caridade com os enfermos, e uma senhora da sociedade D. Francisca de Sande, pertencente a nobre família baiana. Abriu as portas da sua casa para servir de hospital, onde ministrava todos os cuidados aos doentes. Também foi vítima o governador Mathias da Cunha em 1688”.( Fonte do livro: “A Margem da História da Bahia” – autor: Francisco Borges de Barros).
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“A Febre Amarela apareceu pela segunda vez em Salvador no ano de 1849, fazendo grande mortandade nos seus habitantes na Capital e no Recôncavo baiano. Como também a Cólera-morbus devastou o Estado em 1855 a 1856. Mais de 30.000 mortos.” (Fonte do livro: “A Província da Bahia” – autor: Manoel Jesuíno Ferreira)
A primeira tempestade de que se tem notícia na Bahia, foi em 19 de março de 1817, o local mais atingido foi acidade baixa, no comércio. “com grande violência e causou muitos estragos aos comerciantes barcos atracados no porto”. (Fonte do livro: “A Província da Bahia” – autor: Manoel Jesuíno Ferreira – públ. Em 1875/Ba.)
“Em 1873, na Bahia, foram catalogados os principais rios mais caudalosos para navegações que são: Rio Real, Itapicurú, Inhambupe, Sergi do Conde, Paraguassú, Jaquaripe, Una de Valença, Serinharem das Contas, Rio da Cachoeira ou de Ilhéus, Rio do Pardo, Jequitinhonha ou Belmonte, Rio Santa Cruz, Rio Buranhem, Jacurucú, Itahem ou Alcobaça, Caravela, Paruhipe, Mucuri e finalmente o grande S. Francisco.
Outro de menos percurso: Subaúma, Sauipe, Pojuca, Maraú, Acarai, Jequié, Itaipe, Paxim, Matoim, Pitanga, Paranamarim.” (Fonte do livro: “A Província da Bahia”- autor: Manoel Jesuíno Ferreira – assunto diversos sobre a Bahia e seus municípios – públ.1875”)
As Flora da Bahia catalogadas neste período de 1870 a 1880: Madeiras nobres; aroeira, sucupira, pau-d’arco, piquiá amarelo, massaranduba, cedro, mogno, louro, sapucaia, gurabú, jatobá, gonçalo-alves, jacarandá diversas cores os mais procurados são o preto e o rosa, pau-brasil, pau de ferro, angico, mangabeira, carnaúba, coroa.
Especiarias: anil, baunilha, cacau, café, fumo, algodão, pimenta, cravo da índia, mandioca, aipim, aguardente da cana de açúcar e o açúcar para exportação. São plantações cultivadas para o livre comércio” (Fonte do livro: “A Província da Bahia”- autor: Manoel Jesuíno Ferreira)
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É BOM LEMBRAR: “Várias Igrejas de Salvador, foram pintado as cúpulas pelo admirável e notável artista: José Joaquim da Rocha, e fundador, mestre da Escola de Pintura da Bahia, em 1740, quando aqui chegou, ou em 1775 segundo alguns cronistas.
Ele pintou a Cúpula da antiga igreja de São Pedro, no local que chamam de “caminho da Villa Velha”. Como também, dentre outros trabalhos, sito a Cúpula da Igreja de N.S. da Conceição da Praia. Os painéis existente na: Capela do Sacramento, da Igreja de São Pedro, foi obra de José Theófilo de Jesus, baiano de grande talento e discípulo de José Joaquim da Rocha.”(Fonte do Livro: “Bahia Histórica” – Silío Boccanera Jr. )
No dia 10 de janeiro de 1912, o relógio da torre do Paço Municipal, foi atingido, a tarde, pelo canhoneiro verificado o motivo “ para dar cumprimento ao hábeas-corpus concedido pelo juiz federal aos membros da oposição ao governo, na Assembléia Legislativa do Estado”( Fonte do livro: “Bahia Histórica” de Sílio Boccanera Jr.)
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"As Ordem religiosas da Bahia, recebiam como oferta (esmola) ou legado dos fiéis, escravos. Como também, compravam escravos novos da África para serviços internos e externos, para manter esses escravos alguns Conventos tinham senzalas, por exemplo: "No Convento do Desterro, houve um período que teve 400 escravas que pertenciam as noviças e irmãs confessas, vindas acompanhadas como dote das herdeiras freiras".
Na relação dos bens adquiridos em gestões de guardiões do Convento de S. Francisco, consta tudo que realizaram de reformas e compras para o Convento, inclusive " compraram-se 6 moleques novos de Benguela" - "Concertou-se o tronco para a prisão dos escravos; compraram-se mais dois molecotes e 1 foi de esmola, ficaram assim 3 escravos". Havia no Convento, escravos com ofícios que prestavam serviços para outras pessoas de ganho para o Convento; "barbeiro", carpinteiro, ferreiro, toreuta, vendeiro(vendiam as verduras das hortas do Convento) nas horas vagas e no retorno prestava conta ao fiscal. E assim, foi crescendo o número servil nas Igrejas e Conventos na Bahia. Independente daqueles escravos que moram e trabalham nas casas particulares dos padres." (Fonte: Revista do Instituto Histórico brasileiro - nº 147)
Álvaro B. Marques – trabalho de pesquisa.

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