segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O COLONIZADOR NA VISÃO DOS JESUÍTAS


“Definitivamente possuidores da nova terra. No fim de pouco tempo, os “descobridores” apoderam-se das filhas e das mulheres dos naturais, postos, então, sob o férreo regime da escravidão e martírio. Turbulento e desumano, o branco em breve odeia o trabalho, que passam aos indígenas, aos quais pervertem até fisicamente, trazendo-lhe o contágio das moléstias. Arrogantes nas maneiras mais torpes nos prazeres carnais. O trabalho é sempre do índio, o aguardente e a sífilis são herança dos brancos. A desonra e a escravidão conjugado com os assassinatos em massa, produz a miséria é as mais horríveis das torturas, são atos comuns dos navegadores do Além Mar, em combinação luso-espanhola, se apoderam das terras e dos filhos do Brasil.”
“Os naturais eram indignos da união legítima do respeito e até da misericórdia dos conquistadores. Para os lusos, os filhos do país que os receberam com carinho, confiança e troca de presentes eram “canibais”, eram a “canalha” que só servia para dar-lhes a virgindade das filhas, o gozo das mulheres, o trabalho do escravo, debaixo do azorrague.” (Apontamento para a História dos Jesuítas no Brasil – autor: A. Henrique Leal – parte da narrativa do Padre Luiz Figueira)
“ Outro eminente jesuíta Frei Vicente de Salvador ou Vicente Rodrigues Palha, nasceu em 1564 e morreu em 1636 ou 1639 datas incertas, não é muito que se sabe sobre ele. Escreveu uma História do Brasil de 1500 a 1627. Era baiano”.
“Padre Luiz Figueira – escreveu a “Gramática da Língua Geral dos Índios do Brasil” (Tupi e Guarani) reimpressas na Bahia em 1854, aos esforços do sr. João Joaquim da Silva Guimarães. Este padre,Luiz Figueira, foi um desses vultos angélicos. Que iluminara as primeiras páginas da História dos jesuítas, em nossa terra: Já velho e cansado não cessava de viajar pelos sertões brasileiros, para catequizar e doutrinar “os pobres brazis” como ele chamava os índios, com ternura no longo da sua gramática.
Gozou glórias do martírio: foi morto e devorado pelos indígenas da ilha de Marajó, no Pará.”(Fonte do livro: Apontamento para a história dos jesuítas no Brasil – autor: A. Henrique Leal.)
“Os seis apóstolos do bem que ministraram o inicio da catequese no Brasil, foram: Nóbrega, Aspicula Navarro, Antonio Pires, Leonardo Nunes, Vicente Rodrigues e Diogo Jacome. Foram os continuadores desta obra: Anchieta, Luiz da Gran, Vieira e outros.”(Fonte de Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, nº 28)
MEUS COMENTÁRIOS – (Álvaro)
Foram vários jesuítas que andavam por esse Brasil a fora, descobrindo, catequizando, doutrinando, educando e amando esses numerosos filhos da terra, como eram chamados e muitos jesuítas morreram em mãos dos índios.
Padre José de Anchieta, padre Luiz Figueira, padre Montoya que também escreveu um livro “O Tesouro da Língua Guarani” foram os que chegaram até nós os seus trabalhos. Não citando outros vultos que para se comunicarem com os índios eles tinham de aprender a língua nativa e seus dialetos. Conviver por longos meses a se envolver com a vida nômade dos indígenas, sempre fora difícil. Os índios constantemente fugiam dos brancos perseguidores que queriam escravizá-los. Só com muitos anos de trocas de mercadorias é que algumas tribos aceitaram a presença dos jesuítas em suas aldeias. Principalmente as tribos antropófagas.
As missões eram árduas e sempre cobertas de glórias na sua inabalável fé cristã. Por muitas vezes voltavam das missões doentes e cansados, iam para as Quintas de repouso revigorar as suas energias e após retornar. Por amor ao próximo eles deram a sua própria vida. Foram os primeiros mestres do Brasil Colonial e os verdadeiros pescadores de almas.
“A perseguição dos índios tupinambás, tupiniquins e tamoios eram implacáveis, por ordem e acordo de dois governadores Luiz de Brito e Antonio Salema. Os índios viviam na orla do litoral que se prolonga de Pernambuco até S. Vicente, foi quando começou a desenvolver a colonização. E na Bahia foram executados por Garcia d’Avila e Cristovam de Barros.
Foram os indígenas para outras regiões sertanejas, sempre defendendo tenazmente os lares, a terra e a liberdade. Viram-se obrigados a abandonar aqueles e a salvar esta, nas tensas florestas do Norte, abandonando um período de morada após outro sempre na margem do mediterrâneo brasileiro, que lhes fora talvez o originário berço.”
(Fonte do livro: Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia,n49)
ÍNDIOS E JESUÍTAS: "Eram com tanta prudência que os jesuítas governavam os índios no Estado do Espírito Santo, até 1750 quando foi avaliado o seu número em mais de 40.000 aldeados. Com a extinção da Ordem e a expulsão dos jesuítas, morreu a maior parte deles de intemperança e fuga para o interior das matas, onde perderam de todo os estimulos da civilização."
Pesquisado por Álvaro B. Marques.

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