quinta-feira, 7 de outubro de 2010

FATOS MARCANTES DA ÉPOCA - MEMÓRIA DA BAHIA - PARTE 2

VOCÊ SABIA? QUE...
Em 1572, faleceu nesta cidade o Governador Geral do Brasil, Mém de Sá que governou desde 1558, deixando em seu testamento grande parte de seus bens para a Casa da Santa Misericórdia desta Capital, que fora instituída nos anos de 1549 a 1551, nos mesmos patrões da Irmandade de Portugal, Sendo sua regra básica; “atender pela necessidade de curar-se a gente pobre e marinheiros”. Sendo na época o governador Geral Thomé de Souza.
Não se pode saber positivamente a data da instituição filantrópica da Irmandade da Misericórdia nesta Província por se haver perdido os primeiros livros desse estabelecimento pio, em conseqüência da invasão dos holandeses em 1624. Queimaram em praça pública todos os livros e documentos das Igrejas, Conventos e casas pias. Os terrenos onde se acha a Igreja da Santa Misericórdia e os prédios vizinhos foram doados a Irmandade por Simão da Gama de Andrade que veio a Bahia em 1550, como comandante do galeão S. João Baptista, da armada portuguesa.”
Em 1638 no dia 14 de abril – “ O Príncipe João Mauricio de Nassau, comandante geral dos holandeses, com 1800 praças de tropas, põe cerco a cidade da Bahia e dá um assalto geral, em maio mês seguinte foi repelido com grandes perdas em consequência disto retorna para Recife depois de assolar o recôncavo baiano por bárbaras vinganças.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” no ano de 1881)
Em 19 de março de 1710 – Fez doação para a Capela da Boa Viajem ao Convento de S. Francisco D. Lourença Maria possuidora de todas as terras de Itapagipe, nas condições de “que para o dito Convento mandar dizer anualmente três missas por sua alma e duas para a sua filha D. Maria Pereira de Negreiros, já falecida. Neste local, foi erigido em 1712 um hospício e reconstruída a Capela com recursos dos generosos donativos de devotos e de muitos navegantes, A Capela é pequena, com frente para o mar, elegante o tempo. É festejado sempre no dia 1º de Janeiro de cada ano, juntamente com a festa de N.S. da Boa Viajem.”
Em 20 de março de 1788 – “Um pavoroso incêndio devorou toda a Capela e consistório da Ordem Terceira do Carmo, nesta cidade, que havia poucos anos da sua construção. O incêndio rompeu-se às 11 horas da noite, (relato do zelador) provocado por uma vela do altar mor que caiu e pegou fogo nas fazendas (tecidos) que ornavam, ocasionando o incêndio. Compareceram várias pessoas e o governador D. Rodrigo José de Menezes, muito contribuiu e dirigiu os trabalhos para a extinção do fogo. Porém, já o fogo estava no alto, somente se salvou o Convento do Carmo do estrago. Demolido a parte que liga o referido Convento que era uma passagem tipo ponte. O rico negociante Tenente coronel Inocêncio José da Costa, Prior da Ordem Terceira do Carmo, mandou liberar de suas despesas, donativos para levantar de novo todo o edifício consumado pelas chamas. Deu inicio a reconstrução em 16 de outubro de 1788 mesmo ano, e concluído em 14 anos depois, despendendo mais de 240:000$000, (duzentos e quarenta mil réis), cuja maior parcela veio dos donativos do Tenente coronel. Em troca foi colocado no salão nobre da Capela o seu retrato em março de 1828.
A Igreja da Ordem Terceira do Carmo é hoje uma das mais famosas e concorridas por fiéis ricos moradores vizinhos da Igreja. A Irmandade é composta de brancos portugueses e descendentes. Os visitantes se deslumbram com o seu interior e o exterior revela na escadaria de pedras mármores e grades de ferro trabalhado em grande perfeição em engenharia simétrica.”
(Fonte extraída do livro: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
Na Casa da Santa Misericórdia, nesta cidade, tem uma “cisterna” chafariz que foi construída no pátio, no centro, em 1702 sobre ela, acha-se uma bela estátua de mármore branco de Portugal, representando a Caridade, a qual foi oferta do irmão Provedor Francisco José Godinho.”(Fonte: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
No dia 3 de março de 1833, faleceu nesta cidade com 55 anos, o grande pintor baiano, Antonio Joaquim Franco Velasco. Lente da cadeira pública de Desenho. Este hábil professor foi o fundador da primeira escola de pintura do Brasil. Seguiu as regras da Arte. Fez belos e notáveis trabalhos em pinturas nas várias Igrejas da Bahia, no magnífico estilo da escola de Rubens aonde ele aprendeu e desenvolveu aqui na Bahia. Aplicou seus conhecimentos mais famosos no teto das Igrejas de Sant’Anna e da Capela do Senhor Jesus do Bom Fim e os seis painéis dos altares laterais da Igreja, que representa os passos da Paixão de Cristo.” (Fonte: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
No dia 9 de março de 1872 – o Presidente da Província, criou por ato nesta data o Liceu de Artes e Ofícios, para educação profissional dos filhos menores dos artistas e auxiliares dos consócios. Sua Majestade, o Imperador, concedeu-lhe o titulo de Imperial Liceu de Artes e Ofícios. Localizado no Solar de Saldanha da Gama nesta cidade.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
No dia 14 de março de 1837 – Morreu nesta cidade a célebre feiticeira Nicácia, era muito falada e ainda hoje se referem fatos interessantes atribuídos a ela. O Governador Conde da Ponte, mandou prender quando ela estava na sua casa no Cabula, exercendo suas feitiçarias e sortilégios. Foi vista neste dia, atravessando as ruas no centro desta cidade em uma carroça, não podia andar, era aleijada, sendo acompanhada pelo povo. Levaram para a enxovia. Por ordem da Inquisição Católica.”
(Fonte do livro: “ Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
"O Feitiço e o Feitiçeiro - Em 7 de junho de 1872. Um contigente da Guarda Policial, cercou, a meia noite, um Camdomblé no local chamado de Cruz das Almas, freguesia de Brotas e trouxe presos oito indivíduos. Entre os quais um assassino procurado de nome RaymundoNonato, cujo corpo, estavam os feitiçeiros tirando "bichos desventuras" e trinta diabos vermelhos, achava-se o infeliz cheio de feridas e queimaduras pelo corpo por onde seus curandeiros diziam que haviam de sair os maus espíritos e a desventura que a perseguiam."(Fonte: Resumo Cronológico da Província da Bahia dese 1500 até 1885 -pág.110/111 - autor: José Alvares do Amaral.) - A Força Policial foi constituida conforme a Lei nº2012 de 20 de junho de 1880.
Em 1874 – Funcionou em Santo Amaro, cidade do recôncavo baiano á Empresa dos Trilhos Urbanos, percorreu 4 e ½ km deu inicio no engenho Partido até a rua Sacramento.”
Em 1875 saiu o primeiro jornal do “Diário de Notícias” em publicação periódico. Era um jornal em pequeno formato, mas tinha boa aceitação pelo povo porque os textos eram de especial menção em vista do seu apelo filantrópico para a classe pobre. Recorria à caridade pública para o socorro daqueles que não tinham pão e nem abrigo e dos que mendigavam. Implorava auxilio para todos os irremediáveis e o jornal era o primeiro a fazer o seu óbolo. Por essa razão, granjeava muita simpatia do público.
No ano de 1880, além do Diário de Notícias, tinha o Diário da Bahia (jornal oficial), o Monitor, a Gazeta da Bahia, o Jornal de Notícias, o Alabama, a Gazeta da Tarde, todos diariamente. A Gazeta Médica, a Escola, a Voz do Comércio, o Bahiano e o Balão publicavam em dias alternados.” (Fonte: Almanak da Província da Bahia – publicado em 1881 – organizador: Antonio Freire)
Em 16 de março de 1880 – Foi inaugurado e colocado a pedra da comemoração do Engenho Central Pojuca da máquina á vapor de 85 cavalos para moer em 24 horas 300 toneladas de canas, com o duplo jogo de moendas. Acha-se também associado neste empreendimento o engenheiro Felix Waudesmet, veio da Europa para assentar o maquinário e dirigir a fábrica, a qual começou a funcionar em 16 de novembro de 1880, produzindo “assucar”, não em cristal mas preparado por um processo que torna-se bem alvo e mais encorpado, fino. Dizem que esta máquina é a primeira que veio para a Bahia.” (Fonte extraída do livro: “Almanak da Província da Bahia” – publicado em 1881 organizado por Antonio Freire)
É BOM SABER: Eram comuns incêndios nos prédios comerciais e agencias bancárias no comércio da Cidade Baixa. Havia muito prejuízo por parte dos negociantes e proprietários dos imóveis. Naquela época não existia seguros e somente anos depois foi criado a Aliança Seguros. Durante todo o século 18 era inevitável este acontecimento, porque não havia um sistema mais rápido e eficaz que não fosse a ajuda do povo com latas e recipiente para água e jogar no fogo. Só veio a melhorar quando duas Companhias Interesses Públicos e a Aliança compraram na Europa e usaram as Bombas para extinção de incêndios. Assim mesmo, resolvia apagar o incêndio em parte baixa, caso o fogo se estendia pra cima, nada poderia fazer. (Fonte de Pesquisa) Leia o comentário abaixo:
“Foi salvo no cais Dourado, freguesia do Pilar, um armazém (Trapiche), cheio de mercadorias. Seriam funestas conseqüências si não fosse de pronto extinto com auxilio das Bombas de Extinção de Incêndio das Companhias Interesses Públicos e Aliança.”
(Fonte extraída do livro: “Almanak da Província da Bahia” ano 1881 – autor da organização Antonio Freire)
“No dia 23 de abril de 1852- Achou-se em Sincorá, na Comarca de Minas do Rio das Contas nesta Província, um diamante de 87 quilates, foi vendido por 31:000$000 contos de reis”.
“No dia 16 de abril de 1850 – Mais um incêndio ocorreu na madrugada. Rompeu-se ao lado mar, no Trapiche “Xixi” na freguesia do Pilar, ateando o fogo com tal velocidade que todos os esforços empregados não puderam apagar o tenebroso incêndio. Ardendo mais de duas mil caixas de “assucar” e todo o prédio. Meses depois foi reedificado.”
“Já no dia 22 de abril do mesmo ano, surgiu outro incêndio nos Trapiches Querino e Pilar, situados na freguesia do Pilar. Consumindo todos os gêneros, causando enorme prejuízo. Não havia nem hum ano que outro Trapiche “Carena” teve a mesma sorte.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia – ano 1881” organizador: Antonio Freire).
No dia 16 de abril de 1738 – Tiveram começo as obras do Convento das Mercês, edificado a custa de D. Ursula Luiza de Montserrat que tendo herdado do seu pai,Pedro Barbosa Leal, o valor de 335:000$000 mil contos de reis e aplicou toda essa fortuna na construção do Convento de Freiras Ursulinas, com aprovação da Rainha de Portugal sua proteção.”
Em 20 de abril de 1847 – Aconteceu um crime que se tornou célebre por muitos anos na boca do povo baiano. Trata-se do lamentável crime que teve às 7 horas do início da noite desse luminoso e trágico dia em que foi assassinada com um tiro de pistola à queima roupa a jovem e bela D. Júlia Fetal, na flor dos seus 20 anos. Morta dentro de sua casa em volta de amigos e parentes, quando ela estava tocando piano. O autor de tão negro atentado foi o jovem seu professor de inglês e pretendente a esposo João Estansislau da Silva Lisboa, 28 anos. Era muito conhecido e respeitável mestre. Foi preso imediatamente e sendo processado e afinal condenado a 14 anos de prisão. Cumpriu a pena de sentença. Mas, o motivo do crime nunca foi revelado, o autor nada disse ao juiz e a ninguém. Esse fato fez gerar muitas hipótese e estremeceu todos os corações e ainda hoje passados 44 anos é referido com horror. Ela pertencia uma família rica média, a mãe francesa e o pai português comerciante na Alfândega, morava no largo da Piedade. Ele filho único de mãe inglesa e pai português rico negociante do Brasil para Portugal e de alta finanças do Império Português. A mãe vivia separada do marido que ficou falido e ela teve que educar o filho dentro do regime inglês. Ele teve a educação com os melhores professores da época, obteve cultura, falava vários idiomas e era excelente professor de História, Geografia e Grego e lecionava no Liceu. Mesmo preso ensinava dentro da cela para os filhos de pessoas ricas e ao deixar o presídio, foi Dirigir a Pedagogia do Colégio S. João, famosa casa de ensino na Vitória. Ficou livre aos 42 anos de idade, seu aspecto não era o mesmo. Em uma das suas viagens para a Portugal, faleceu em 9 de fevereiro de 1878 na cidade de Lisboa terra dos seus antepassados na parte de seu pai. Pelo coração tudo passou e matou e a sua morte veio no mesmo lugar que tanto bateu por amor.
Na Igreja da Graça tem o túmulo de Júlia Fetal depositado no corpo do Mosteiro cuja urna de mármore na lápida está gravada um belo soneto que fez a poetisa baiana, D. Adélia de Castro Fonseca.” (Fonte do livro:”Almanak da Província da Bahia – ano 1881”
Você sabia que? A palavra Aleluia é hebraica, que quer dizer – Louvar ao Senhor.
“Em 27 de abril de 1838 – “Ás 9 horas da manhã os presos mais ou menos 100 se achavam encarcerados na Fortaleza do Mar, hastearam um Bandeira chamada de “Federação” cujo formato de uma lista branca e duas azuis e fizeram um grande motim no Forte. Depois de haverem no dia anterior, atacado a guarnição da Fortaleza e pendendo o comandante. Apontou várias peças de artilharia em direção a Cidade e bombardearam continuamente, o que foi respondido com peças de artilharia pesada que se encontravam no pátio externo da Igreja da Sé e mais três peças do Arsenal de Marinha que fica mais próximo do Forte como também a Corveta Regeneração que se encontrava no porto aderiu ao fogo. Obrigou aos amotinados a render-se, no meio desses estava o famoso Cypriano Barata, conhecido na época por “Baratinha” Esta foi a primeira revolta motim da Fortaleza do Mar ou Forte de S. Marcelo.”
“No dia 29 de abril de 1838 os presos do motim da Fortaleza do Mar foram transferidos para o navio presídio chamado de “Presiganga”. Este navio ficava no mar, sendo que uma parte do seu casco estava assentada numa bacia de areia e quando a maré vinha de enchente cobria a metade do navio e consequentemente os presos ficavam em lugares bastante úmidos com companheiros caranguejos e outras espécies marinhos que lhes incomodavam. Este relato foi descrito por um dos presos soltou e transferido para o Forte do Barbalho.”(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
Em 30 de abril de 1878 – Foi permitido a construção e locação dos primeiros “Kiosques” nos largos das praças públicas com a permissão da Câmara Municipal. A Assembléia Provincial, deu a Lei nº 1592 de 19 de maio de 1876 “ concedeu privilégio exclusivo por espaço de 20 anos ficando a construção e assentamento a cargo dos proprietários nos lugares que a Câmara Municipal determinar ou seja, nas praças, ruas, cais, pontes e jardins desta Capital. Os “Kiosques” eram móveis, charletis e galerias de forma e dimensões que seja adaptada aos lugares ao tipo de mercadorias. A Câmara Municipal, cobrava uma renda anual de cada um deles, os quais se obrigam no fim do prazo, devolver a área sem nenhuma indenização.”
(Fonte do livro: Almanak da Província da Bahia – ano 1881)
NOTE BEM: Os “Kiosques” tinha a sua regulamentação pela Câmara Municipal e controlava os preços dos produtos e passavam por vistorias periódicas. Curioso é que todos os proprietários dos “Kiosques” eram mulheres alforriadas ex-escravas ou mulatas brasileiras. Todas chamadas de “mulheres do partido alto” por terem mais poder aquisitivo e a maiorias participam de Irmandades. Quando elas passavam nas procissões ostentavam um luxo de fazer dó as brancas yayás. Nos braços e pescoços o ouro e a prata eram contados e avalizados. (Fonte de pesquisa de Álvaro).
Em 13 de abril de 1831 – nesta cidade, foi palco de cenas de violências pública na Cidade Baixa – Comércio. Morreu um brasileiro de nome Victor Pinto de Castro em ato de agressão do português contra brasileiros. O caso não foi maior porque houve a interferência do Visconde de Pirajá, então comandante das armas e o Dr. Cypriano José Barata de Almeida, patriota, muito popular, por essa razão. O fato deu-se na maneira banal; Um português de nome João Teixeira de Carvalho, após brigas, fugindo do povo que ia lhe bater de pau, o assassino jogou-se no mar procurando refúgio em algum navio. Nesta terrível circunstância, surge um preto em uma canoa que atravessou adiante e acreditando o infeliz que o fim dessa atitude era salva-lo, entra na canoa com ajuda do preto e deita na canoa, é quando recebe o primeiro golpe de remo e vai recebendo pancadas até á morte, onde esperava encontrar salvação. Fugindo o preto e escondendo-se por algum tempo no sertão da Província. Foi preso o criminoso, sendo condenado pelo Juiz e levado para a galés presídio em pena perpétua, onde morreu.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia – ano 1881)
Meus Comentários: Naquela época havia muita discriminação entre portugueses e brasileiros, não se davam bem. Viviam em constantes brigas e cada um dizia uma piadinha para o outro. O menosprezo era visível, por vários motivos, dentre eles o mais difícil era o brasileiro não poder exercer cargos melhores no comércio e nas repartições públicas. Só tinha o direito de ser caixeiro e com muita servidão. Os melhores cargos caberiam a portugueses e seus descendentes. O comércio de varejo e atacadistas estavam em mãos de portugueses, espanhóis e outros. A lavoura estava sobre o domínio de potentados senhores de Engenhos e grandes latifundiários brasileiros e portugueses.O comércio exportador de tecidos, peças mecânicas e produtos de gêneros alimentícios estavam em poder de ingleses, alemães, suissos e americanos. Havia brasileiros ricos que se associavam á estrangeiros e outros que viviam do tráfego de escravos e eram também grandes negociantes. Somente anos depois foi que surgiram pioneiros brasileiros na indústria de tecidos, como foi aqui na Bahia o Luiz Tarquínio (n.1844 e m.1903) conhecedor de economia, política e finanças, artes plásticas e música. E no Rio de Janeiro o Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, empresário, industrial, banqueiro e político brasileiro (n.1813 e m. 1882 ) Havia uma poderosa rede de monopólio no comercio entre brasileiros e estrangeiros. Só na metade do século 19 é que os brasileiros começaram a se expandir comercialmente e industrialmente. Mesmo assim com uma enorme dependência de exportação. A rivalidade entre portugueses e brasileiros veio a diminuir gradativamente quando o país ficou livre dos interesses de Portugal e proclamou a sua Independência. – Trabalho de Pesquisa de Álvaro.
“Diogo Álvares e Catharina Paraguassú, deram-lhe a invocação de Nossa Senhora da Graça e levantaram uma Ermita no local da Capelinha que ali tinha feito anteriormente. Colocaram a imagem da Santíssima Virgem Senhora da Graça a qual fez muitos milagres aos devotos e marinheiro náufragos.
A Ermita foi por Diogo Álvares Corrêa e D. Catharina Álvares Paraguassú doada aos Frades Beneditinos em 16 de julho de 1583 junto com todos os terrenos em volta do Mosteiro até a Basílica de São Bento. Depois os frades reedificaram a Ermitã em 11 de outubro de 1770 e anexaram ao atual Mosteiro de São Bento, residência do Abade da Graça. Na Igreja da Graça, encontra-se um quadro, ignoro o autor, da doadora em que ela está em genoflexo contemplando a Virgem com mãos postas, olhando para o alto e vendo-a. Foi com esta visão que ela pediu para procurar nas praias a imagem da Virgem e foi encontrada na praia de Boipeba e que tem seis palmos de altura, está no nicho do altar mor da Igreja da Graça. Como também, existe uma lápide de mármore branco que cobre a sepultura da legendária D. Catharina Álvares Paraguassú, falecida em 26 de janeiro de 1582.” (Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
“ Em 3 de maio de 1748 – “Em conseqüência de grande temporal com muita chuva. Houve na noite, desabamento de terras na Ladeira do Pilar e demoliram todas as casas que estavam na encosta. Morreram todas as pessoas que se encontravam nas casas. Foi muita quantidade de terras que desceram, chegando a altura das janelas da Igreja do Pilar, lado do Hospício dos Carmelitas. Por essa ocasião á Cidade Baixo no local da tragédia, ficou despovoado em vista do terror e receio de novo desabamento.”
(Fonte extraída do livro:”Almanak da Província da Bahia” – ano 1881 – organizados Antonio Freire)
Em 9 de março de 1624 – Nesta Capital, invadiram os holandeses a Bahia por mar, com uma esquadra composta de 33 vasos de guerra, comandada pelo Almirante Jacob Willekens, e 2.400 homens desembarcaram, sobre as ordens de Johan Van Dorth. Apoderam-se logo da Fortaleza da Barra, entraram para a Cidade pela estrada da Vitória e fizeram alto junto á Igreja de S.Pedro Velho. Recolhendo-se depois para o Convento de S. Bento, onde se fortificaram. Foram expulsos e obrigados a evacuar a Cidade com o seu governador Kiff no dia 1º de maio do ano seguinte (1825). Fomos salvos por uma numerosa esquadra espanhola, sob o comando de D. Fradique de Toledo Ozório, auxiliou os que estavam em terras e apertaram os invasores que se viram obrigados a entregaram-se sem antes atearem fogo em vários prédios, casas comerciais, causando incalculáveis perdas. Incluindo nesta barbaridade a queima de livros e documentos raros das Igrejas e Conventos.”
(Fonte do livro:”Almanak da Província da Bahia” ano 1881)
Em 10 de maio de 1680 – Primeiro flagelo da “peste” em que o povo recorreu ao auxilio de S. Francisco Xavier em procissão. Manteve essa tradição através da Câmara Municipal até o ano de 1828. No dia 3 de dezembro a solenidade como padroeiro desta cidade, concedido por Bula Pontifícia. Anos depois, não mais realizou-se. Em 10 de maio de 1855,voltou o povo á procissão, quando o Cólera-mórbus assaltou nossa cidade e recôncavo baiano em setembro de 1855. Carregaram o andor ricamente ornado com o Busto de prata do mesmo Santo, que existia no Colégio de Jesus desde 1687”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
N.B. Este Busto de Prata, ricamente trabalhado, tinha um rubi cravejado no meio do Busto (parecia um coração). Encontra-se hoje, século XXI na Igreja da Catedral Basílica no Terreiro, somente fica exposto em casos raros. Põem, sem o rubi, mostrando a cavidade oca. Não se sabe o paradeiro.(Fonte de Pesquisa de Álvaro)
Em 27 de maio de 1807 – O Governador General João de Saldanha da Gama e Mello e Torres, 6º Conde da Ponte, mandou cercar todos os caminhos de entrada da cidade por soldados armados para preservar a cidade de nova insurreição de africanos escravos que pelas imediações tinham feito algumas mortes. O Governador mandou publicar avisos em vários pontos, ordenando que todo o negro cativo ou forro, encontrado nas ruas depois das nove horas da noite, fosse castigado com 150 açoites, o que assim se cumprio. Esses negros são da nação Ussá vindos dos recôncavos baianos que se encontrava com outros da mesma nação nesta cidade.”(Fonte do “Almanak da Província da Bahia”)
Você sabia? Que em 23 de junho de 1835 – Foi criado nesta Capital o Corpo de Polícia para manter a segurança interna dentro da Lei. A Força Policial foi fixada por Lei Provincial nº 2012 de 20 de Julho de 1880 – Foram incorporadas 1200 praças, 300 para a Capital e restantes dividido para cidades do recôncavo.”(Fonte do Almanak da Província da Bahia – ano 1881)
A Irmandade dos Pretos de Nossa Senhora do Rosário da Baixa dos Sapateiros em frente ao Taboão. Teve como capelão o padre João Querino Gomes, ilustre orador e pessoa querida de toda a comunidade. Foi agraciado como Bispo mas, não aceitou o cargo porque se acha muito bem com seus “pretinhos” como assim carinhosamente o chamava os seus fiéis.”(Fonte do Almanak da Província da Bahia”
Em 13 de junho de 1857 – Foi inaugurada mais uma fábrica de tecido de algodão, um belo edifício na rua da Vala, onde empregou-se mais de cem operários de ambos os sexos, sendo a maioria meninos que vão se preparar para o futuro, achando no presente trabalho honesto para a sua sobrevivência e da família. A fábrica Modelo é de propriedade de Manuel Luiz Pinto Coimbra. Existem mais outras fábricas nesta Província as seguintes: Fábricas de Tecidos de Algodão, Bom Fim, Nossa Senhora do Amparo, Nossa Senhora da Penha, Todos os Santos e Nossa Senhora da Conceição.”
Você sabia que? Na Ladeira da Misericórdia parte baixa no comércio, existia uma fonte que se chamava “xixi” até o ano de 1833 estava lá?” (Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
Foi instituída nesta Capital à Sociedade Libertadora Sete de Setembro, com a nobre missão de emancipar a escravatura da Bahia. Desde a sua fundação até 28 de fevereiro de 1874, foi concedido a liberdade de 267 escravos por meios de “Carta de Liberdade”, sendo livre 89 gratuita e 178 adquirida mediante uma taxa pecuniário mensal, chegando o valor aplicado para essa finalidade em 58: 289$000. Durante todo o período de sua existência foi libertado pelo fundo de emancipação milhares de escravos.”
(Fonte de livro: Almanak da Província da Bahia” ano 1881)
Foi demolido o famoso “Pelourinho” por ordem da Municipalidade. Fora erguido no alto da ladeira, largo, da Igreja do Rosário da Baixa dos Sapateiros. Era uma coluna de pedra de cantaria, com grandes argolas de bronze, onde se amarravam os condenados a açoites nos tempos coloniais. A Sociedade Dois de Julho, requereu à Câmara Municipal a demolição desta coluna, instrumento aviltante que depunha da civilização deste país. Principalmente agora que tornou-se livres dos ferros os cativos. Sendo atendido pela Câmara.” (Fonte do livro: Almanak da Província da Bahia” – ano 1881”)
“Foi edificada a Fortaleza de Santo Antonio, que serve de prisão civil denominada Cadeia de Correção ou Casa de Correção. Localizada no largo de Santo Antonio Além do Carmo.”
“O Forte do Barbalho, Foi concluído a edificação em 1712 Situado na freguesia de Santo Antonio d’além do Carmo. O nome do Forte, foi em homenagem ao cabo de artilharia de nome Joaquim Barbalho, cujos feitos de bravuras na época da invasão holandesa. Sendo o vicer-Rei do Estado do Brasil o conde das Galvêas em 25 de agosto de 1712.”
A Fortaleza de S. Pedro. Foi concluída em 1722.
Em 17 de novembro de 1877. Foi fundada por iniciativa do distinto artista espanhol Miguel Navarro y Canizãres e de alguns professores de desenho e pintura a Academia de Bellas Artes da Bahia, que se acha localizada a rua Vinte de oito de dezembro na freguesia da Sé cujo prédio conhecido “Parthenon Baiano” comprado pela comissão das Loterias por 26:000$000 mil réis para servir de escola do Curado da Sé. Local que foi morada do renomado médico Dr. Jonathan Abbot, inglês naturalizado brasileiro, grande admirador das Artes Baiana e incentivador. Tendo ele inúmeros quadros comprados para o seu acervo. Houve nesta Academia das Bellas Artes em 1878 uma exposição, talvez a primeira do gênero no Brasil de vários quadros de artistas baianos na instituição.” (Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
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É BOM SABER: “ O Lundú como dança, foi sempre considerada própria da ralé, uma “debochada” do povão. Xisto Bahia o grande artista cênico, improvisava no palco Lundús cantados, iguais aos verdadeiros brados musicais brasileiros; que são produtos de nossa miscigenação contra o refinado da modinha. Nasceu a forma de canções populares brasileiras que mais tarde derivou em SAMBA, nos seus diversos aspectos.”
(Fonte do livro: “Anais do segundo Congresso de História da Bahia” autores diversos, Revista do Inst.Geo. e Histórico da Bahia – 1952)
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Senhor de Engenho – “Verdadeiro aristocrata da época Colonial, que morava em confortável “Casa Grande” e que representou papel importante na política da região, em todo o Note e Nordeste do nosso País.”
A Bahia foi Capital do Brasil, até 1763 consequentemente até está data a sede da civilização brasileira. Era a primeira província e a mais culta. Foi para o Rio de Janeiro toda a corte Imperial. Nesta ida perder-se muito a Bahia em desenvolvimento.”
(Fonte do livro: “Da Bahia que eu vi” – autor: João Virella. págs. 114 e 115)
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Nos tempos passados, séculos 18, existia um cemitério na cidade que na porta de entrada havia uma lápide votiva com advertência dos dístico: “Hodie, mihi cras tibi” em nossas palavras: “Fim de todas as glórias e vaidades humanas” – (Fonte do livro: Anais do 1º Congresso de História da Bahia.)
PESQUISAS DE ÁLVARO B. MARQUES

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