sexta-feira, 16 de julho de 2010

A HISTÓRIA NOS CONTA - PARTE X (NOMES DE RUAS ANTIGAS E SUAS HIST. DE ORIGENS-CONTINUAÇÃO)

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Água de menino –“Quando os jesuítas vieram de Portugal para o Brasil, trouxeram sete meninos já instruídos para que tomassem gosto e simpatia com estímulo para tantos outros que por ventura aqui existissem. Dizem que no lugar aonde moravam, existia um rica nascente d’agua que correndo até bem perto do mar, formava uma lagoa onde grande numero de crianças costumavam tomar banho. Daí o termo “água de menino”. Mas tarde, em 1775, esta nascente foi captada e canalizada. Surgindo então a fonte pública de bica que foi restaurada em 1876. Água de menino, era o lugar preferido pelos
guerrilheiros baianos para preparar emboscadas aos holandeses quando esses atacavam a cidade. Na redondeza de Água de menino, foi morto a golpe de espada o governador Holandês Johan Van Dorth, em luta com o capitão Padilha.”
(Fonte extraída do livro: “Estribela” – novo guia da cidade de Salvador – 1ª Edição em 1953 – págs. 250.)
“ O fato mais importante no dia 17 de julho de 1624, foi a morte neste sítio Água de Menino”, o general holandês João Van Dorth”.Esses foram os dizeres na placa fixada na entrada do Forte de Mont. Serrat.” Conforme consta no livro: “Relíquias da Bahia” autor: Edgard de Cerqueira Falcão – págs. 35)
“Água de Menino, provem o nome de um grande lago, ali que existia formado pelas águas que corriam da montanha até a baixa, onde banhavam os meninos da redondeza, principalmente os meninos órfãos do Orfanato de São Joaquim. A Câmara Municipal mandou construir neste local em 1752 e restaurado em 1876. Forte de Lagartixa, apelido que deu o povo. Sua antiga denominação foi Forte de Santiago de Água de Menino, depois batizado por Forte de Água de Meninos. Visto em manuscrito como Forte ou Fortinho dos Franceses, depois apareceu escrito e conhecido como Forte de Santo Alberto.”(Fonte extraída do livro: Fortificações da Baía” – autor: João da Silva Campos.)
PRAIA/LAZER
Já no início do século XX (1909), os baianos tinham como local de lazer as praias. Havia nas praias várias canoas e afastado estavam as casas dos pescadores com telhado em palha de palmeira. A maioria era descendente de escravos africanos que só conheciam as jangadas (canoas) e o mar em profundeza. Mas eram exímios pescadores e conhecedores do mar. As localidades de praias foram formando novas moradias para os veranistas com telhados revestidos com telhas de barro. E naturalmente, foi afastando os pescadores para outras praias mais distantes da cidade. Os locais mais procurados foram da Barra até Amaralina, mais adiante não havia estrada. O interesse maior surgiu logo após o lançamento das “roupas de banho” vindo da França como última moda.”
(Fonte de pesquisa de Álvaro B. Marques)
É bom saber que o Museu de Arte Sacra da Bahia, outrora Convento de Santa Tereza – remanescente do Convento dos Terésios da Bahia. Construído por Freires portugueses em 1697. É uma residência tipo fortaleza à beira mar na localizado na Preguiça. Inaugurada a igreja e o convento em 1697 com o nome de Convento da Ordem dos Carmelitas Descalço da Bahia. Extinto por Lei Provincial em 2 de junho de 1840.Anos depois voltou a ser Convento de Santa Tereza e era conhecido como seminário. Funcionou até 1953 como Província Brasileira das Missões
Trabalho de pesquisa – Álvaro B. Marques
Origem de nomes de ruas - “Bângala, rua Balthazar de Aragão, fidalgo e rico português que fora governador de Angola e que chegando a Bahia pouco antes de 1600, casou-se com uma descendente de Diogo Álvares Correia (Caramurú ) e Catarina Paraguassú. Vinha com fama de homem valoroso e violento, pelo fato que o apelidaram de “Bângala” que o idioma de Angola significa “bom de pau” ou “bom de bordão”. Muito rico e poderoso. Construiu navios e mobilizou escravos. Quando soube que os inimigos franceses se achavam no Morro de São Paulo, preparados para invadirem a cidade. Investiu Balthazar contra eles e a sua nave ao abordar uma outra inimiga adernou, afundando. Morrendo com a sua armatura de peito de ferro junto com todos os seus duzentos homens. A ironia do destino cumpriu suas palavras, quando dizia aos mestres construtores do navio essas frases: “ Façam o trabalho direito, com boa calafetação. Mesmo que faça do navio o meu ataúde.”
BARRA, logradouro. “Em 1536, Francisco Pereira Coutinho, estabeleceu-se no lugar que passou a ser chamado de Arraial do Pereira, onde se encontra a igreja de Santo Antonio da Barra. Este Arraial abrange todas as terras que hoje compreende os bairros da Barra e Barra Avenida conjuntamente com a Vila Velha, hoje chamada de Bairro da Graça. Era tudo quando existia da importante cidade do Salvador, fundada depois pelo primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Sousa, que assim se expressava: “ bem para o alto e bom para dentro da Bahia.” Com o tempo os dois referidos bairros juntaram-se e expandindo-se até a localização de hoje.”
(Fonte extraída do livro: “Estribela” – novo guia da cidade do Salvador. 1ª Edição de 1933, págs. 253.)
Obs: Este guia foi uma homenagem que os imigrantes espanhóis fizeram a Prefeitura de Salvador quando da passagem dos seus 400 anos.
(Fonte de pesquisa – Álvaro B. Marques)
“Existem duas ladeiras atrás da Igreja do Senhor do Bonfim, que outrora chamavam-se “Ladeira de traz da igreja e a outra Ladeira da Lenha”. Está última, pelo simples motivo que ali descarregavam “lenhas”(troncos e vários tamanhos de madeiras). Vindas de regiões da Bahia e recôncavos baianos, como presentes de promessas alcançadas por devotos da igreja em homenagens de fazendeiros e ricos comerciantes ao Senhor do Bonfim. Chegavam essas madeiras em saveiros e barcos que encostavam no antigo cais que ali existia. A Ladeira principal que fica em frente da Igreja, foi construída em 1792 e terminaram em 1793, nesta época, então, chamada “a ponte de pedra do Bonfim”
(Fonte extraída do livro: “ Da Bahia que eu vi) autor: João Vallera – 1935)
Rua da Valla
Situava-se depois da Estrada Nova o que é hoje a rua Dr.J.J. Seabra, chamada também de Baixa dos Sapadeiros” porque ali em maioria, só trabalhavam sapateiros.. Havia um rio que passava no meio da rua, chamado de “rio das tripas”, logo no começo da Barroquinha.( Fonte extraída do livro: “ Da Bahia que eu vi - autor: João Vallera).
A rua da Valla, foi aberta depois do aterro da valla do Rio das Tripas. Por efeito da Lei de 9 de agosto de 1850.”
Praça Guadalupe, nome antigo, depois Praça dos Veteranos. Local do quartel do Corpo de Bombeiros, antes chamado “Corpo de Voluntários contra Incêndios”. Foi iniciada a construção em 27 de dezembro de 1894 por ato do Intendente Conselheiro Almeida Couto. Em fevereiro de 1932, na gestão do Dr. Arnaldo Pimenta da Cunha, Prefeito Municipal, foi fundada a Banda de Música Maestro Wanderlei.”(Fonte extraída do livro: “Da Bahia que eu vi” – autor- João Vallera.)
O Quartel do Corpo de Bombeiros, foi concluída em 29 de março de 1917 pelo ex-Itendente Dr. Júlio Viveiros Brandão na administração Municipal do Dr. Antonio Pacheco Mendes. Projeto do Engº Arquiteto Júlio Conti. E sobre a direção técnica do Engº Filinto Santoro.”
Relação das Freguesias da Capital/Salvador e as datas de fundação.
Antiga Sé, fundada em 1552 – Vitória, fundada em 1552 Largo da Vitória – Conceição da Praia, fundada em 1625 – São Pedro, fundada em 1673 – Santana, fundada em 1673 – Pilar, fundada em 1718 – Mont-Serrat, fundada em 1718 – Brotas (N.S. de Brotas), fundada em 1724 – Penha, fundada em 1724 – Itapagipe, fundada em 1745 – Santo Antonio Além do Carmo, fundada em 1745. Esses foram os Bairros mais importantes da Capital do Estado.( Fonte de pesquisa nos guias da cidade do Salvador ).
“Em 28 de Janeiro de 1932, a classe comercial e o Governo do Estado, inaugurou na Praça do Comércio, na cidade baixa, uma estátua do Conde dos Arcos, mudando o nome do logradouro para Praça Conde dos Arcos. Uma justa homenagem que foi o grande homem do século passado. Uma demonstração de truísmo. A Bahia não esquece.”( Fonte do livro: “ Livro de Horas “ autor: Afrânio Peixoto.)
Av. Sete de Setembro, foi a principal avenida da cidade alta, mandada construir com grande dificuldade financeira para o primeiro governo do Dr. José Joaquim Seabra em 1912 a 1916.”
Praça D.Isabel, foi inaugurada em 26.de novembro de 1865. Na administração do Desembargador Dr. Luiz Antonio Barbosa de Almeida. Na época era Presidente da República o Dr. Manoel Ferraz de Campos Sales e governador da Bahia o Dr. Severino dos Santos Vieira. Existia na inauguração da praça um chafariz com inscrição na base do mármore, com data da construção e relação de todos os nomes que fizeram parte da inauguração. Esta Praça é hoje chamada de Praça da Sé.”
“A abertura da Avenida da França, situada no comércio, cidade baixa. Foi uma continuação da Obra de melhoramento do Porto da Bahia, conforme decreto nº11236 de 21 de outro de 1913. Na cidade baixa, comércio, existem várias ruas com nomes de países.”( Fonte extraída do livro: “ Portos da Bahia” – cronologia – CODEBA – autora: Rida de Cássia Santana de Carvalho Rosado – pib. Em 1987.)
O Terreiro de Jesus – Foi a denominação dada em homenagem aos Jesuítas, cujo Colégio estava neste local. Hoje é a Praça, também foi chamada de Praça 15 de novembro e no fim do Império chamava-se Praça do Conde D’Eu.
Ainda nesta Praça, existe um chafariz de bronze de fabricação francesa, feito pela fabrica de Veuve André et Fits em Champagne. Em cima uma figura feminina em tamanho natural, representando a Deusa Ceres.”
(Fonte do livro: “Memória sobre o Estado da Bahia” – autor: Francisco Vicente Vianna)
A Praça Castro Alves em época de Brasil Colônia, teve seu primeiro nome denominado de “Largo da Quitanda” e logo depois “Praça de S. Bento”, no governo de Francisco da Cunha Menezes (1802/1805) que o construiu, sendo também, esse governador a quem introduziu a vacina na Bahia e tentou estabelecer um Horto Botânico nesta cidade. Mais tarde a Praça teve outra denominação de “Largo do Theatro” quando na inauguração do Theatro S. João em 13 de maio de 1812, pelo Conde dos Arcos ( totalmente destruído por violento incêndio na madrugada de 6 de junho de 1923 ) e por fim – Praça Castro Alves, desde o dia 10 de julho de 1881, data em que ali foram colocados com solenidade duas placas de bronze com o nome do poeta baiano. Concessão Municipal, solicitado em homenagem póstuma pela comissão executiva das pomposas festas cívicas tributadas a memória do “cantor dos escravos”, na passagem do centenário de sua morte. Neste mesmo local, foi inaugurado com inusitada solenidade a estátua de Castro Alves, no dia 6 de julho de 1923.
Em 24 de dezembro de 1919, foi inaugurado a casa de diversão pública chamada “Kursaal Baiano” mudou-se o nome para “Theatro Gurani” em 3 de maio de 1920 em virtude de um concurso aberto pelo já extinto jornal “A Manhã” por considerarem advena a palavra Kursaal ( não era palavra do nosso idioma.)
(Fonte extraída do livro: “Bahia Epigráfica e Iconográfica” – autor: Sílio Boccanera Jr.)
A maioria das ruas ou travessas do centro da cidade de Salvador tem seus nomes de origem dado pelo povo como referência. Assim foi chamada essas ruas:
Rua do Castanheda, era assim chamada porque morava em 1700 o capitão Jerônimo de Castanheda.
Rua da Mouraria, assim chamada por ter sido designada para habitação dos primeiros ciganos de origem mouros degredados de Portugal em 1718.
Praça do Palácio – hoje Largo da Prefeitura, defronte ali, tem o “Beco do tira chapéu” porque todos que passavam nesta travessa tirava o chapéu em frente ao Palácio Rio Branco. Era um gesto de referência.
Rua do Ferraro, foi chamada por morar e ter construído muitas casas, o comerciante João Baptista Ferraro.
Rua Portas do Carmo, anteriormente, chamada de Rua Santa Catharina, em conseqüência de terminar está rua em frente de um Castelo, casa nobre, onde morou o Coronel Manuel José Villela. Nesta casa, jantou em 1808 o príncipe Regente D. João VI junto da Igreja do Rosário.
Rua do Pão de Ló, em referência ao seu formato triangular que tinha.
Rua do Berquó, nesta rua morou o ouvidor Francisco Antonio Berquó da Silveira. Nesta solar, foi assassinado em 1824, o Comandante das Armas Felisberto Gomes Caldeira. Por seus subordinados.
Rua dos Capitães, assim denominada porque nela morou os Capitães Comandantes do Baluarte de Santa Luzia.
Rua do Saldanha, porque se encontra o solar do Conde de Saldanha.
Rua da Oração, denominação por ter nesta rua uma casa de retiro dos jesuítas.
Rua da Cruz do Paschoal, neste pequeno largo, no centro, está construído um pilar com oratório a mando de Paschoal Marques em 1743.
Rua Guindastes dos Padres, os jesuítas construíram este guindaste que existia na encosta da cidade alta para a parte baixa no comércio. Para o transporte das mercadorias vindas pelo mar, no fundo do Colégio dos Jesuítas. Construíram em 1730. Local hoje sendo o Plano Inquinado da Praça da Sé.”
Rua Guindaste da Praia, ficava no local, hoje chamado de Preguiça, onde se achava um Trapiche, junto ao sítio de Antonio de Castro, no Porto de Balthazar Ferraz. Ficava entre a Ribeira da Naus e o Solar do Unhão.
Dique do Tororó - Com as obras de melhoramento da cidade foram entulhado os diversos lagos ou brejos que concorreram para a formação do Dique. O nome Dique quer dizer "água retida".
Pesquisa de Álvaro B. Marques – Fonte extraída de antigos Almanaques da Cidade de Salvador e do Resumo Cronologico e Noticioso da Província da Bahia de 1500 a 1885".

3 comentários:

  1. Muito bom seu trabalho, colaborou bastante para minha pesquisa em Metodologia do Ensino de História e Geografia no Curso de Pedagogia! Muito Obrigado!

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  2. Respostas
    1. Marcio, a Rua do Pão de Ló, fica no Centro Histórico de Salvador na antiga Rua do Tesouro atual Rua Padre Vieira.

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