sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Imprensa no período de 1811 a 1911 na Bahia - Resumo Histórico


Durante três séculos esteve o Brasil privado dos benefícios da imprensa. A metrópole portuguesa desejando conservar a Colônia atada ao domínio, não consentia absolutamente o estabelecimento de uma imprensa no Brasil e baixava ordens no sentido de serem queimadas e destruídas as que aparecessem afim de que não se espalhassem por este meio idéias contrarias ao regime colonial e aos interesses do Estado: não permitia mesmo que tivessem livre entrada os livros e os jornais que se publicavam em Portugal.
Todas estas medidas de veto, não impedira entretanto que a nossa independência se consolidasse
O exemplo bem frisado está na carta régia de 06 de julho de 1747 assinado pelo rei D.João V(conforme revista do Inst.Hist. Brasileiro, vol.47 de 1884, págs.167).
Só depois da abertura dos portos do Brasil às nações estrangeiras, veio o documento de 13 de maio de 1808 instituindo á Imprensa Régia no Rio de Janeiro, decreto este referendado por D. Rodrigo Coutinho, conde de Linhares, ministro do príncipe D. João VI.
O primeiro estabelecimento da imprensa na Bahia, é de 1811. Coube ao negociante português Manoel Antonio da Silva Serva a montar uma oficina tipográfica na freguesia da Conceição da Praia, por cima dos Arcos de Santa Bárbara, no centro do comércio.
No dia 14 de maio de 1811, surgiu o primeiro jornal baiano “Idade d’ouro do Brasil”. Saio duas vezes por semana de pequeno formado 17cmt., de largura em impressão por 10cmt., de comprimento. Na parte superior da 1ª folha, entre as palavras – “Idade d’ouro do Brasil” vê-se a coroa portuguesa em miniatura, e no fim da 2ª folha a seguinte declaração: “Com permissão do governo da Bahia” e abaixo os versos de Sá de Miranda.
“Fallai em tudo verdades
A quem em tudo as deveis”
Publicou-se até 24 de junho de 1823. Notícias oficiais e comerciais, sendo os seus artigos sujeitos à Comissão de Censura. Durante muitos anos até 1820, foi o único representante do jornalismo baiano. Essa tipografia funcionou até 1821, como proprietário Manoel Serva e por sua morte, passou à propriedade da viúva Serva e Carvalho e logo depois Viúva Serva e Filhos sempre no mesmo local. Com os filhos; José Antonio da Silva Serva e Manoel Antonio da Silva Serva, que abriram novo jornal.
O primeiro pequeno jornal era redigido pelo bacharel, Diogo Soares da Silva Bivar e o padre Ignácio José de Macedo, publicavam-se em dois dias da semana, as terças e sexta-feiras, ao preço de 60 réis o numero e a assinatura por 8$000.
Vejamos agora a relação das empresas jornalísticas que mais tempo viveram no período 1811/1908: Diário da Bahia – 56 anos, Diário de Notícia – 36 anos, Jornal de Notícia – 32 anos, Jornal da Bahia depois Gazeta da Bahia e Estado da Bahia – 25 anos, Correio da Bahia – 8 anos, Correio de Notícia – 9 anos, A Bahia – l6 anos.
Nesse percurso, vários outros jornais nasceram e morreram prematuramente. Era um meio de comunicação das elites baiana, se o jornal falasse bem do governo, tinha vida longa e se não era fechado violentamente ou as elites não mais compravam. Só veio a ter apoio da maioria quando foi extinto à Comissão de Censura em decreto lei de 02 de junho de l822.
È bom lembrar que o jornalismo nasceu em Pernambuco em 1706 depois Rio de Janeiro em 1747
Bibliografia: Anuais da Imprensa da Bahia – 1º centenário – Inst. Hist. E Geog.da Bahia.
O Diário da Bahia e o século XIX – Kátia Maria de Carvalho Silva.
“Dos quase quinhentos diários e períodos, que circularam na Cidade de Salvador nas décadas de 1871 a 1900, alguns são dignos de referencias especial, não só por refletirem no público os ideais políticos, artísticos, econômicos e religiosos, como também porque denotam o progresso nas artes gráficas e na profissão jornalística”.(Fonte extraído – Manuel Victorino e o Desencanto Político” págs. 129 – autor: Alexandre Passos)
Foi lançado em Salvador, o primeiro jornal que se publicou no Brasil. Para divulgar a doutrina de Allan Kardec. Em 1871 saiu o bimensário “Ecos d’Além Túmulo – “Monitor do espiritismo no Brasil” – Lançamento de Luis Olimpio Teles de Menezes.( Fonte extraído – “ Manuel Victorino e o Desencanto Político” – autor: Alexandre Passos.)
É BOM LEMBRAR: Fernão Cardim – Jesuita missionário e escritor português (n.1540, m. 1625). Em 1583 foi transferido para o Brasil e por vinte anos foi reitor do Colégio da Bahia. Passou o ano de 1600 em Roma como procurador da Ordem.Em 1601 foi levado para a Inglaterra como prisioneiro pelo corsário Francisco Cook. Só obteve a liberdade mediante a troca de um importante manuscrito etnográfico brasileiro, que foi publicado por um colecionador inglês em 1625, sob o titulo de “Do principio e Origens dos índios do Brasil e de seus costumes, adoração e cerimônias” e esta mesma obra de grande valor para a historiografia brasileira, foi editada no Rio de Janeiro em 1881. Deixou ainda “Clima e Terra do Brasil”, “ Narrativa Epistolar de uma viagem e Missão Jesuíta”,”Tratado da Terra e Gente do Brasil”. (Fonte extraído do livro: “Grande Dicionário da Língua Portuguesa – Histórico, págs. 217/218)
Trabalho de pesquisa: Álvaro B. Marques
SSA, 16.08.2009

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