segunda-feira, 24 de maio de 2010

HISTÓRIA DA ÁGUA POTÁVEL EM SALVADOR

No período Colonial, o povo abastecia de água para seus gastos nas Fontes de Água Pública, processo natural das vertentes, muito comum em Salvador.

As mais antigas foram: Fonte de Nª. Sª.das Graças, Fonte do Gabriel, Fonte do Queimado. Século XVI e XVII. Fonte do Gravatá, Fonte de S. Pedro, Fonte das Pedras, Fonte das Pedreiras, Fonte da Muganga, Fonte do Baluarte, Fonte de Stº. Antonio, Fonte do Coqueiro, Fonte da Mãe d’água ou Yemanjá ( no Farol da Barra ), Fonte do Taboão. Essas são as fontes, no século XVIII, que abasteciam a cidade do Salvador de água potável, não tratadas. Até então, não existia água canalizada nas residências. Isto só veio a acontecer no século XIX.

“ O serviço de água da cidade do Salvador, foi praticamente iniciada a partir do estabelecimento da Companhia do Queimado, em 1852, quando Francisco Pereira da Rocha e Bernardino Ferreira Pires, se reúnem em sociedade, visando prover a Capital baiana com o precioso líquido de um modo regular, canalizando a água e levantando chafarizes, localizados em ponto centrais da cidade, em substituição a fontes e nascentes que datavam dos tempos coloniais.”

“ A distribuição das águas começou, entretanto, apenas em 1857. Além dos chafarizes, a distribuição se fazia por penas dágua domiciliares e casas de vendagens. Os transportes de água eram através dos barris de vários tamanhos e carregados nos lombos dos animais de carga, chamados de jumento ou jegue. Ou levados na cabeça dos escravos africanos.”

A Fonte do Queimado, abastecia os chafarizes públicos.”Mandados fazer na França pelos concessionários. O da praça do Terreiro de Jesus: Uma lindíssima fonte com magnífico grupo artístico, representando os nossos grandes rios: São Francisco, Jequitinhonha, Pardo e Paraguassú. Encima-o, representando a deusa Ceres. Fundido pela fábrica de Veuve André et Fits, em Champagne, em ferro e bronze. Existiam outros chafarizes em mármores de carrara.”

Quando da visita do Imperador Don Pedro II à Bahia, o mesmo foi ver às instalações da Companhia, foi um marco histórico, documentado por Epifânio Pedroza, que publicou no mesmo ano 1859 no “Diário” as viagens de D. Pedro II, a crônica da estada de Sua Majestade na Bahia, e que a edição se encontra na Universidade da Bahia, na sua biblioteca.

Havia uma placa comemorativa com os dizeres: “No dia 1º de novembro de 1859, foi honrado este estabelecimento com a visita de S.M. o Imperador, Sr. D. Pedro II e S. M. a Imperatriz, D. Tereza Cristina Maria.”(conforme livro de “Viagens ao Interior da Bahia” escrito por D. Pedro II, págs. 258 )

A Lei Provincial de nº.451, de 17 de junho de 1852, criou o serviço de abastecimento de água potável à cidade. Fundou-se a Companhia de Queimado, em 17 de janeiro de 1853, vendendo água a população. Aprovado e assinado pelo Dr. João Mauricio Wanderley, em 10 de fevereiro de 1854.

Daí para cá, a população de Salvador multiplicou-se e novos planos e mudanças foram feitos. Mas, só com a participação criativa do engº. Theodoro Sampaio, em seu projeto, “Obras do Novo Abastecimento de Água” entregue ao poder Municipal em 27 de novembro de 1909, é que foi implantado o novo sistema, aproveitando os rios existentes em nosso Estado. No total de 13 bacias e seus principais afluentes, somados 34 rios que abastecem todo o Estado.

Mesmo depois do novo abastecimento ser realizado, houve má administração do órgão mantenedor e por várias vezes o povo ficou sem o líquido mais importante da vida. Foi necessário criar uma dinâmica no centro de distribuição e elevar para maior potência o volume de água.

A partir de setembro de 1926, foi entregue ao Estado, em cessão, a responsabilidade pelo abastecimento e saneamento com a criação do Departamento de Água e Esgoto.

Na década de 70 foi criado a Empresa Baiana de Água e Saneamento S/A – EMBASA – ( 11.05.1971 ). Atual responsável no Estado pela Bahia Azul, um dos maiores programas de saneamento ambiental do país.

Fonte de pesquisa de Álvaro B. Marques

SSA, out. 2006.

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