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Ficha pessoal: Qualidade e Defeitos
“Entusiasta da Independência, cirurgião, professor, polemista, sodomísta, assassino sentenciado indultado a primeira vez, conspirador, chefe revolucionário, secretário de Estado e dirigente de uma política, condenado a morte, indultado outra vez, proscrito, é uma figura de alto relevo, inconfundível, tanto no bem, como no mal.”
É BOM SABER:
As qualidades e defeitos criminais de Sabino Vieira; o revolucionário da “Revolta da Sabinada”.
“ Não se pode duvidar de que Sabino houvesse sido, no exílio, prestimoso e dedicado médico e de que os recursos de seu talento servissem a causa nobre dos necessitados e doentes, naquelas paragens. Mas, quando entregou a Deus a sua alma agitada, ele devia ter ao lado das doces recordações do bem que fizera na velhice, e que honram a sua memória, as paixões e defeitos que a mancharam em idade mais nova.”
“Sabino matou o alferes Moreira, irmão de Vicente Moreira, redator de um jornal seu inimigo, como todos sabem, na praça do Palácio; Matou a um homem que o injuriara e tivera a premeditação de condená-lo, antecipadamente. Matou porém, com uma faca inter-ósseo, que não é instrumento de carteira de cirurgião, de modo que não se pode deixar de concluir que de todas as maneiras de se desagravar ele havia escolhido a mais sinistra.”
“Sabino morava na casa da rua do Castanheda, onde hoje é o nº 46, quando a sua esposa, d. Joaquina Gonçalves, o encontrou em ato de sodomia com um crioulo. A cena violenta que se seguiu entre os dois teve um epilogo triste. Sabino perseguiu com uma “faca de ponta” a mulher, que fugia pela escada, e esta, caindo, fraturou um braço. Foi recolhida por vizinhos e soldados de permanentes, que se achavam na rua, e em conseqüência desta fratura exposta, morreu de tétano”. (processo no Arq. Pub. Est. Maço nº 6)
Sabino era tesoureiro da Faculdade de Medicina em 1833, e não deu boas contas do seu tempo de tesoureiro. O Dr. Alencastro, tesoureiro depois dele, reclamou a congregação; esta chamou debalde Sabino a prestar contas, e afinal verificou-se um desfalque, o que a congregação levou ao conhecimento do governo”.
Comentário do autor: Braz do Amaral na Revista:
“Todos nós podemos cometer fraquezas e ninguém pode atirar em outro a primeira pedra. Mas, são muitos fatos delituoso cometidos por uma só pessoa em um curto espaço de tempo.
Sabino tinha um irmão louco, que morava embaixo no térreo no mesmo prédio em que ele morava no Castanheda.
Não seria um doente? Das faculdades mentais? E que a ciência hoje não classifica? Como antigamente de perverso e maus ?
É tocante ler o inventário do que possuía. Este documento existe no Arquivo Público como vemos abaixo:
“ Na sua casa as Portas do Carmo, Evaristo Ladislau e Silva, juiz de Paz da Sé, dando busca, apenas encontrou móveis velhos e roupas de uso sem valia. O que tinha, porém, em grande cópia, o que sua casa possuía de importante, era uma biblioteca. Livros de medicina, filosofia e muitos livros de Voltaire”.
“Este homem é tão desproporcionado as regras gerais e ordinária da vida, que só pela ciência se explica a cultura do espírito, o altruísmo de certos atos seus, com outros de brutalidade e reação violenta.
Acusam-se também de ter dado ordem para o incêndio da cidade, quando os revolucionários perderam a esperança de manter na sua posse”.
“ O Dr. Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, foi condenado pelo júri da Capital em 51 anos e 2 meses de prisão com trabalho, multa correspondente a metade do tempo, indenização de dano, além de galés e prisão perpétua e morte natural. Esta sentença foi confirmada pelo júri de Vila de São Francisco”.
“Por decreto de 22 de agosto de 1840, anistiou todos os presos políticos, por ordem de D. Pedro II, aclamado maior. E mais deportado para Goiás. Sabino Vieira, em fins de 1840, onde tornou-se chefe prestigioso do partido liberal, conquistando numerosos amigos e admiradores.”
Tornou-se sua presença em Goiás prejudicial a administração do presidente. Conservador, D. José de Assis Mascarenhas, foi por este enviado preso para Mato Grosso, aonde chegou acorrentado a Cuiabá em outubro de 1844, tendo prestado grandes e valiosos serviços médicos na epidemia que ali reinava. Saiu de Cuiabá e retornou para Goiás, onde se demorou pouco e depois seguiu para a fazenda em Santo Antonio de Jacobina, município de São Luiz de Cáceres, pertencente ao major João Carlos Pereira Leite, onde residiu dois anos mais ou menos, ocupado sempre em sua clínica e redigindo um periódico – “ O Bororó”.
Faleceu nesta fazenda no dia 25 de dezembro de 1846, sendo sepultado na capela, onde o major Leite mandou lavrar uma inscrição, como tributo de sua amizade e dedicação ao mesmo Dr. Sabino.”
O Instituto Histórico da Bahia mandou transladar para a Bahia os restos mortais do Dr. Sabino em 1896.
(Fonte extraída da Revista do Instituto Histórico da Bahia, vol.3 de 1896 págs. 383/392.)
Meus Comentários: Álvaro B. Marques
Podemos ser herói e não ser perfeito. O importante é que o Dr. Sabino foi um grande patriota, um revolucionário merecedor de todas as glórias do Estado, um médico com muito amor a sua profissão e um sincero amigo até a morte. Homem como este existia muitos no passado glorioso de identidade brasileira. Somos filhos de brasileiros que morreram em causas nobres para o futuro da Nação. Igual a ele, creio não mais nascer.
este homem é de de comportamento dubio.
ResponderExcluiruma personalidade incognita de comportamento dubio com muitos defeitos, libidinso e cruel. todavia com grandes meritos nao pode-se negar bom medico, praticante do social. idealista revolucinario com aspiraçoes populares.. um homem altamente instruido nao deveria permtir -se levar por devaneios da própria sorte isso sim seguir uma linha que lhe daria certamente escrupulo...
ResponderExcluireste homem é de de comportamento dubio.
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