Foram várias às Irmandades religiosas na Bahia. Constituído para servir os irmãos e orientá-los nos seus problemas. Funcionava com objetivos sociais e de grande poder nas igrejas de suas confrarias.
Relaciono abaixo as mais concorridas:
Igreja da Barroquinha - Igreja de São Roque: Irmandade da Boa Morte, Rainha dos Anjos, composta de uma devoção das irmãs do Martírios. Já existia desde l851. E na mesma igreja tinha a Irmandade de Na.Sa.das Angústia – composta de devotos brancos nacionais”.
Igreja do Pelourinho – “Na.Sa. do Rosário – Irmandade de Na.Sa. do Rosário dos Homens Pretos.Quando foi feito o alicerce, no inicio do século XVI, os irmãos da confraria mandou vir de Portugal uma coleção de azulejos, cada parte colocado nas paredes laterais, representam; circuncisão, adoração dos Reis Magos, Rosário de São Domingos.”
“A Irmandade de Nª.Sª. do Rosário dos Quinze Mistérios dos Homens Pretos, foi festejada em 1811 na antiga Matriz de São Pedro (demolida) fundamentalmente religiosa católica, foi fundada em 1701 pelos irmãos proprietários de uma quadra no cemitério do Campo Santo, na área pobre, fora dos muros, nas encostas. Possui, no centro, pequeno monumento com um cruzeiro. È também conhecido como “cemitério dos escravos”. Capela dos 15 Mistérios edificada na esquina da Praça dos Quinze Mistérios no mesmo Bairro de Santo Antonio Além do Carmo.
Capela dos 15 Mistrérios e a Confraria de NªSª dos 15 Mistérios dos Irmãos Pretos.
Capela dos 15 Mistrérios e a Confraria de NªSª dos 15 Mistérios dos Irmãos Pretos.
Irmandade de Stº. Antonio de Categerona, fundada em 1699 na Igreja de São Pedro (demolida) como também tinha a Irmandade de São Pedro Velho – devotos brancos e as Irmandade de S. Sacramento e Irmandade do Senhor do Mártires fundada em 1764. Constituiram em 1689 até 1746 a Irmandade do Rosário dos Pretos. (Reginaldo,2009 p.29). "Enquanto era associação étnica, formada pelos africanos benguelas, vindo da região sul de Angola, que dividiam com os jejes da região do Dahomé os cargos da mesa diretora Por desentendimento com o vigário. Teria iniciado a construção da Capela na rua grande de São João Pereira Guimarães, ficando conhecida como Irmandade do Rosário de João Pereira em 1784. (Reis,1996 p.7-8).
Igreja de São Francisco – Irmandade de São Benedito já existia o culto de São Benedito antes de 1623 – Devotos brancos que criaram a Irmandade de José de Ribamar na Igreja do Corpo Santo fundada em 30 de agosto de 1891.
Igreja da Conceição da Praia – Irmandade de Na.Sa. da Conceição da Praia – devotos os portugueses.
Igreja de Brotas – Irmandade do Senhor da Cruz – devotos os pardos.
Igreja de Na.Sa. da Sant’Anna – Irmandade de Na.Sa. de Sant’Anna – devotos todos os crentes.
Irmandade do Santíssimo, Passos e Carmo. Na Igreja do Carmo – Stº Antonio Além do Carmo – exclusivamente de brancos.
Irmandade de Sta. Efigênia e de Stº. Elesbão – devotos os pretos e pardos.
Irmandade do Senhor Bom Jesus da Redenção – composta de pretos africanos da Capela de São Pedro Gonçalves S. Telmo, vulgarmente conhecido como Igreja do Corpo Santo. Escravos marinheiros.
Nome da mesma rua no comércio. Filial da Matriz da Igreja da Conceição da Praia, dita no livro como a 2ª igreja construída na Bahia. ( Fonte do livro: Padre Manuel Dendê Bus – Figura do movimento libertador de 1822 – vigário da Conceição da Praia.)
“ Em 3 de maio de 1752, alguns negros gêges instituíram na Igreja do Corpo Santo, filiada a Igreja Matriz da Conceição da Praia. A Irmandade do Senhor Bom Jesus das Necessidades e Redenção com a aprovação de D. José Botello de Matos, 8º Arcebispo da Bahia. Criou-se assim a Irmandade de Nª. Sª. Do Rosário dos Pretos da Praia.
( Fonte: Livro Efemérides da Freguesia da Igreja da Conceição da Praia. – autor; Mons. Manoel de Aquino Barbosa.) Era gosto dos devotos constituirem Irmandades nas Igrejas.
MEUS COMENTÁRIOS:
MEUS COMENTÁRIOS:
Todas as Irmandades tinham que seguir às ordens do Arcebispado, mesmo que as confrarias fossem regidas por estatutos.As Irmandades arrecadavam dízimas dos seus participantes para reverter nas próprias necessidades dos irmãos.Era o que acontecia nas Irmandades em que figuravam os negros escravos ou forros.Mas, muitas confrarias sucumbiram no decorrer dos anos, pelo simples fatos do poder financeiro dos associados caírem e houve também a descrença de vários componentes das Irmandades com a Igreja.Perdeu-se a verdadeira característica que fora a abolição dos escravos e a importância que os irmãos tinham na sociedade, isto só aconteceu depois da libertação total dos escravos.
Como a Bahia era a Capital mais católica do país, restou muitos católicos brancos e poucos católicos negros. Só aqueles negros que foram criados e trabalharam nas instituições religiosas católicas é que mantiveram as suas crenças na Igreja. Outros voltaram as suas crenças de origens e a maioria ficaram com as duas religiões a católica e a africana.
Hoje temos pouquíssimas confrarias, a mais famosa ainda é a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos.Continua na Igreja do Rosário na ladeira do Pelourinho, sua morada maior aonde se abraça todos os santos negros descendentes de africanos.
É BOM SABER: No dia 20 de março de 1788 na 5 feira Santa teve incêndio na Igreja da ORDEM 3ª DO CARMO. O incêndio foi total da Igreja e com ela todas as alfaias e mais objetos que ornavam o primeiro templo. A Veneravel Ordem 3ª do Carmo foi constituida em 19 de outubro de 1636 sua padroeira Santa Tereza de Jesus. A Igreja foi lançado a 1ª pedra no alicerce da Sacristia em 30 de outubro de 1709 e não se sabe quando finalizou a obra. (Fonte: Estatuto da V.O.3ª do Carmo)
Álvaro B.Marques
SSA,agosto de 2006
Bibliografia :
“Da Bahia Que Eu Vi” – autor: João Varella
“Relíquia da Bahia” – autor: Edgard de Cerqueira Falcão
“Riscadores de Milagres” – autor: Clarival do Prado Valladres.
“Memória sobre o Estado da Bahia” – autor: Francisco V. Viana.
“Bahia Historia” – autor: Sílio Boccanera Jr.
“Bahia – séc. XIX” e Bahia – Cidade do Salvador e seu Mercado de Trabalho no séc.XIX” – autor: Kátia Matoso.
“Memória Histórica sobre a Religião na Bahia”- autor: Cristiano Muller.
“Efemérides da Freguesia da Igreja da Conceição da Praia.” – autor: Mons. Manoel de Aquino Barbosa.
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