domingo, 17 de abril de 2011

O ARTISTA A ARTE E A COMUNICAÇÃO

A arte sempre existiu no homem, desde os rudimentares desenhos pintados em cavernas e continuamente suas criatividades crescem em vários setores da nossa sociedade, artística, industrial, comercial. Demonstrando sua pujança na beleza, utilidade e lazer como a música, e a necessidade de criar sempre existirá para o desenvolvimento humanitário. É através da arte que o homem consegue se comunicar com todos os povos. A arte, com a sua linguagem silenciosa em ferro, barro, louça, vidro, madeira, gesso e a tinta para fazer a cor desejada. O papel são várias e tantas outras em formas artísticas que a criação humana permite desenvolver cada vez mais beleza, harmonia e cores.
“Artistas são os que criam e desenvolve a um pensamento, a uma idéia, fôrma e expressão, sentimento e vida”.
Depois da abertura dos portos no Brasil para as nações amigas, decretado por D. João VI em 1808 o Brasil foi visitado por ilustres artistas que souberam passar tudo que viram e transformaram em riscados e cores vivas e alegres da nação nova e exuberante.
O artista francês Jean Batiste Depret que divulgou na sua obra: Voyage pittoresque et historique au Brésil (1834-1839. Como foi também o cientista Auguste Saint-Hillaire, opinaram sobre templos religiosos, urbanismo, costumes e festas religiosas e pagãs (escravos) no período Imperial de tradições barroco. Outro artista visitante que nos deixou belas gravuras em desenhos e pinturas dos usos e costumes do povo brasileiro, seu nome até hoje é lembrado Jonhan Mortiz Rugendas, pintou renomado, esteve entre nós em 1827 a 1835.
O extraordinário artista, escultor italiano que viveu entre longo período em Salvador modelando estátuas como imagem viva. Pasquale di Chirico. Fez a estátua do Poder e da Justiça, a estátua de Thomé de Sousa, a estátua do Barão do Rio Branco e outras de menores vultos na Bahia e em outros Estados.
Mas a Bahia já tinha os seus artistas com suas glórias. Vamos seguir a narrativa de Manoel Raimundo Querino, o retratista que tornou-se o primeiro folclorista dos escravos africanos da Bahia. “ A Bahia teve no passado seus tempos de glórias nas artes. “ onde as artes brasileiras iniciaram os seus passos” – (Torquato Bahia – 1907).
“Na época em que tinham os notáveis filhos de Salvador, Cachoeira e Santo Amaro formou-se um espírito de cultura religiosa barroco. Os principais da época foram:
As obras de pinturas de: José Joaquim da Rocha, José Theófilo de Jesus, Antonio Joaquim Franco Velasco.
Na escultura de: Francisco Chagas, mais conhecido como “Cabra”, Felix Pereira, Bento Sabino dos Reis, Manoel Ignácio da Costa, Domingos Pereira Baião.
Na música de: Damião Barbosa de Araújo, José Pereira Rebouças ( o primeiro brasileiro a diplomar-se em música na Europa.) Mussurunga – Francisco Muniz Barreto, João Amado Coutinho Barata, Adelelmo Nascimento, Domingos de Farias Machado, Germano Limeira.
Foram os dois estabelecimentos que o Estado ministrou o ensino profissional. A Escola de Belas Artes e o Liceu de Artes e Ofícios. Nessas escolas saíram grandes mestres da arte baiana.” ( “Artistas Bahianos ) – autor: Manoel Raimundo Querido – impressos em 1909/Ba.)
Francisco Chagas o “Cabra” esculpiu as imagens de N. S. do Carmo, São Benedito, São João, Stª Madalena, N. S. das Dores e Senhor da Redenção. O apelido (depreciativo) Cabra é designado a pessoa de cor mestiça ou seja mulato que os portugueses chamavam assim os nativos brasileiros, mistura de branco com preto.
Valentim da Fonseca e Silva, conhecido por mestre Valentim além de escultor era perito em ourivesaria. Crispim do Amaral e Pedro Américo pintores famosos do século XIX.
Manoel Ignácio da Costa, admirável escultor baiano, tinha o cognome de “6 dedos” por ter uma das mãos seis dedos. Modelou a imagem de São Pedro de Alcântara (igreja de São Francisco), Senhor Morto (ordem 3ª do Carmo), Stª Madalena (igreja da Lapinha).São Jorge, tamanho natural, encontra-se na cidade de Maragojipe. São Lázaro, encontra-se no Hospital dos Leprosos. São Guilherme, na igreja da Palma. O caboclo, esculpido em 1826, emblemático da nossa Independência.
Alberto da Costa, genro de Manoel Ignácio, talentoso artista, pintor retratista, fez o retrato do Conde dos Arcos que existe na Associação Comercial da Bahia, juntamente com os retratos do general Pedro Labatut e do Visconde de Pirajá.
José Joaquim da Rocha, pintou notável, fundador e mestre da Escola de Pintura da Bahia, fundada em 1740. Como também ele pintou várias cúpulas de igrejas. Dentre a mais famosa foram os painéis da Igreja do Pilar. Considerado o maior pintor barroco do século 18.
José Theófilo de Jesus, baiano, grande talento discípulo de José Joaquim da Rocha.
Principais representantes da “Escola Baiana de Pintura” dos séculos XVIII E XIX, foram esses: José Joaquim da Rocha, fundador.José Theófilo de Jesus, Francisco Vellasco, Rodrigues Nunes, Francisco e Manoel Lopes Rodrigues, Silva Romão, Bento Capinam, Cunha Couto. Os que sobraram do século 18 ao século XIX e inicio do século 20. Alberto Valença, Mendonça Filho e Presciliano Silva..
Paisagem; Alberto Valença. Marinhas; Mendonça Filho. Pintura interna de Igrejas: Presciliano Silva.
Outros não menos famosos: Rodrigues Nunes, Francisco e Manoel Lopes Rodrigues, Silva Romão e Bento Capinam.
Dr. Jonathas Abbot tinha em seu acervo particular vários quadros de autores baianos e pinturas estrangeiras de italianos, franceses, flamengos e holandeses dos séculos XVII e XVIII. Abbot, era inglês naturalizado brasileiro, formou-se aqui em medicina e foi um grande apreciador das artes baiana.
ARTES MENORES – “ No século XVIII foi na Bahia, o século da arte, do fausto e da liberdade – uma miniatura feliz da Renascença. Ainda hoje, o que temos de melhor, recebemos da era setencentista – a dos lampejas do ouro, do faiscar dos diamantes e das cintilações da prata.
O espírito religioso da época favoreceu o surto do progresso das artes, sobretudo o da chamada artes menores.
De Portugal vinham, facilmente, imagem e cantaria lavrada para reverter fachada e moldura de portas e janelas de igrejas e de solares. Aqui, porém, se talhava o rijo jacarandá das estátuas, dos arcazes e das grades torneadas, das mesas e das cadeiras de respaldo, executadas no rico e belo estilo, que marcou o fausto reinado de D. João VI.
O cedro abatido nas matas, transformava-se em figuras de anjos, colunas torsas enroscada de pampanos ou de margaridas, aves lendárias, sanefas de bicão, plumas estilizadas, conchas.
Isso tudo, o mais eram trabalho de mestres, talhadores, torneiros e carpinteiros, que se multiplicaram na Bahia e nela implantaram durante um século, o dominador e vasto império do barroco.
A própria ourivesaria, perseguida desde o século XVII, alcançou, na era setencentista sua fase de maior esplendor.
O exercício de uma profissão levava-se muito a sério, naquelas priscas eras, consideradas, mas, se bem analisadas de grandes virtudes no tocante a proibidade e a retidão profissional.
Para ter loja ou tenda aberta, o oficial submetia-se a exames e uma vez aprovado, obtinha a necessária licença da Câmara, chamadas oficiais mecânicos.
Das mãos desses oficiais mecânicos, quantas obras primas botavam atestando a perícia do executante, que levantavam solares e erguia templos, ainda hoje pontos altos da história da civilização brasileira. Basta recordar que foi no correr deste século que se construíram as igrejas mais importantes da cidade. São Francisco, Conceição da Praia, Senhor do Bonfim, Sant!Anna, Passos, Saúde, e ás Ordem 3ª de São Francisco, São Domingos, N. Sª do Rosário dos Pretos e outras não menos famosas.
Entre os numerosos entalhadores, que trabalhavam no Bahia, no século XVIII e cuja obra não desapareceu totalmente, sobressai Antonio Mendes da Silva, considerado o mais competente Toreuta da primeira metade do século XVIII na Bahia, onde faleceu em 1763 segundo notícias colida no Arquivo da Santa Casa a qual ele fez vários serviços registrado nos livros de despesas.” ( Fonte do livro: “ História da Arte Brasileira” Editora Melhoramento)
Xisto de Paula Bahia. Foi o maior artista de teatro e cantor de modinha do século XIX, no palco suas apresentações eram de muitos aplausos, compositor, cantor, musico e ator cênico. Nasceu em Salvador no dia 6 de agosto de 1841 e faleceu no dia 30 de outubro de 1894. Fez várias incursões teatrais em Estados do país sempre com glórias e evoluções.Tornou-se o mais famoso do Teatro no Brasil.
Cantor e violonista no inicio da sua carreira no Teatro S. João e na Rua São José. Depois de tanto se envolver no palco e tinha talento, tornou-se ator dramático e saindo por aí a representar com seu jeito único de ser o Xisto Bahia. Ele e João Caetano foram as glórias pares do teatro brasileiro.
Trabalho de pesquisa – Álvaro B. Marques

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