quarta-feira, 15 de setembro de 2010

NO TEMPO QUE NÃO EXISTIA BANCO



“Naquele tempo não havia Banco nem Caixa Econômico. Quem tinha seu vintém, enterrava-o no quintal ou metia-o no pé de meia, ou dava a guardar aos frades dos conventos”. (palavra de Vieira Fazenda no seu livro: “Antiguellas e Memórias do Rio de Janeiro).
O dinheiro de particulares era depositados em grande quantia, nos conventos de Santa Tereza ou no Colégio dos Jesuítas na Bahia, é daí que vêm a promoção a lendas de fabulosas riquezas existentes em subterrâneos nas referidas casas religiosas. É de acreditar mesmo que houvesse sido aberto para abrigar ouro e prata dos senhores. Mesmo porque à Bahia era sempre ameaçada por invasões de holandeses, franceses e Ingleses piratas. Como foi a invasão holandesa por duas vezes. Fizeram saques em muitas igrejas, mas eles não sabiam dos subterrâneos.
Ainda depois de aparecer os Bancos e as Caixas Econômicas, muita gente não lhes tendo confiança, guardava-se o dinheiro em casa, no fundo da arca ou enterrado no travesseiro.. Acontecia também, que o sujeito ter um amigo do peito, e abastado, dando-lhe suas economias para guardar, secretamente, por causa da ganância dos parentes. E, muitos casos, semelhantes, tal amigo, quando o depositante ia pedir o retorno do dinheiro, sonegava-o. “Você está maluco ? Deu-me lá alguma coisa, para guardar ? E se alterava, o outro não tinha como provar, o “amigo” era rico e influente, não houve nenhum documento da transação. E tinha até ameaças de cadeia. Assim ocorreu com muita freqüência, principalmente com escravos africanos. Também podia morrer o depositante em qualquer momento, ficando o depositário no “ora veja”; Como podia ser o inverso e o depositário ficava bem quieto.”
É BOM SABER: No século 17, os escravos africanos chegados ao Brasil utilizaram em suas trocas o "ZIMBO" concha univalve de molusco encontradas nas praias brasileiras e muito usado como moeda na África, Congo e Angola. Mas, a mudança foi logo com ás moedas portuguesas e espanholas.

(Fonte do livro: “Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia” – nº 56 págs.403/404”)
Transcrito por Álvaro B. Marques – trabalho de pesquisa.
SSA, 30.08.2010

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