segunda-feira, 5 de julho de 2010

A HISTÓRIA NOS CONTA - PARTE III (assuntos diversos e Biog. do padre Antonio Vieira)

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O gênio da eloqüência – Padre Antonio Vieira.
“No antigo Colégio dos Jesuítas, professou e morreu, a 18 de julho de 1697, contando 89 anos de idade, havendo nascido em Lisboa em 6 de janeiro de 1608, o mais extraordinário vulto do seu século, pelo talento e erudição. O padre Antonio Vieira, ornamento perfulgência da tribuna sagrada e das letras, o maior gênio da eloqüência portuguesa no século XVII.
Morreu ao receber a extrema unção, em uma hora da manhã. Passara setenta e cinco anos na Companhia de Jesus. Foi sepultado nas catacumbas dos jesuítas, situadas exatamente por baixo da atual sacristia da igreja da Catedral Basílica. Vinte e dois anos e meio depois da sua morte, aos 19 de janeiro de 1720, foram exumados seus restos, e guardados em uma urna, cujo paradeiro se ignora. Restou sua cela em perfeito estado de conservação, onde muitos anos viveu e meditou em silêncio.
A notícia desta morte todo o Brasil se comoveu e a Bahia quis honrar seu grande orador com magnífico funeral.. O clero, a nobreza, a magistratura, o exército e o povo, era unânime sentimento de dor e admiração, acotovelaram-se á volta do corpo do religioso. Em Lisboa o pesar não foi menos. Quando a triste notícia lá chegou no mês de novembro do mesmo ano, a nobreza lusitana resolveu render igualmente a Vieira homenagens dignas dele. Nem Portugal, nem o Brasil sabiam o que mais fazer para honrar o sacerdote de Deus que alternadamente os fora ilustrado.
Causa da morte: “Surdo e meio cego, experimentava freqüentemente o auge da febre, e para cúmulo numa grave queda abaixo de uma escada o deixara meio paralítico”.Assim se quebravam pouco a pouco todos os fios que prendiam à terra.
O Colégio dos Jesuítas ficava ao lado da atual Catedral Basílica e ao lado da antiga Faculdade de Medicina no Terreiro de Jesus.”
(O texto acima foi extraído do livro: “Bahia Histórica” – autor: Sílio Boccanera Jr.)
Vejamos este lindo sermão que vez o padre Antonio Vieira. Já naquela época um ardoroso defensor dos escravos, em meados do século XVII, na íntegra: “Oh! trato desumano em que a mercancia são homes! Os senhores poucos, os escravos muitos. Os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus. Os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome. Os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros. Os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e tremendo-os como se fora Deus. Os senhores em pé aprontando os açoites, como estátua da soberba, e da tirania, os escravos prosternados com as mãos atadas atrás, como imagens vilipendiados da escravidão. Estes homes não são filhos do mesmo Adam, e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Estes corpos não nascem e morrem como os nossos? Não respiram com o mesmo ar? Não os cobre o mesmo céu? Não os aquece o mesmo sol?”
(Fonte extraída do livro: “Branco e Preto na Bahia” – autor: Donald Pierson.) Somente o sermão acima, reflete o pensamento do padre Antonio Vieira,” que o domínio do preto pelo branco é devido à força e não a razão ou natureza” diz Donald Pierson na sua interpretação. Livro publicado em 1936 quando aqui esteve o autor há morar 3 anos e fez o livro.
CURIOSIDADE DA ÉPOCA.
“Coisa singular! Os dois maiores oradores de Portugal, Antonio Vieira e Manoel de Sá, viveram e morreram no Brasil, no século XVII. Dir-se-ia que essas belas terras são feitas para inspirar a eloqüência e a poesia. Vieira dizia que a sua ausência não era notada quando o padre Sá estava no púlpito”. (Fonte do livro: “Vida do padre Antonio Vieira” – autor: E. Carel)
Bibliografia:
Bahia Histórica – autor; Sílio Boccanera Jr.
Branco e preto na Bahia – autor: Donald Pierson.
Vida do padre Antonio Vieira – autor: E. Carel
É BOM SABER: O Teatro São João, foi o berço e a glória da Arte Cênica da Bahia, nele foi revelado o grande ator baiano Xisto Bahia. Inaugurado em 1812 e desapareceu no incêndio em 1922.
Eram dois Teatros que atraíram as maiores e melhores companhias, conjuntos e grupos que visitaram o Brasil. O Teatro S. João e o Politeama.
“O ator João Caetano dos Santos, considerado na época o melhor ator do Rio de Janeiro. Tem a medalha de Comendador da Ordem de Cristo. Recebeu do Ministério do Interior em 1861/62 uma pensão que excede á soma respeitável de 106$600 contos de réis.”
Em 1827 estréia no Rio de Janeiro a peça de João Caetano dos Santos. Fundador da 1ª Companhia Brasileira de Teatro o drama “Carpinteira de Livonia”. Ele tinha o cognome: “O príncipe do palco”. Nasceu em 1808 e morreu em 1863. Escreveu “Lições Dramáticas”.
(Fonte do livro: “Mulheres e Costumes do Brasil” – autor Carles Expilly – Trad.por Gastão
Penalva.)
“ Todos os chafarizes públicos, estátuas ou monumentos eram confeccionados por artistas franceses, geralmente feita na França. D.Pedro II encomendava obras por meio de vultosas importâncias a estrangeiros. O governo Imperial proclamou oficialmente a incapacidade dos artistas nacionais.”
“O Brasil na era colonial, tinha por hábito e apreciação ser um povo consumidor dos produtos da Europa e Estados Unidos. Todo o comércio vinha desses países. Um povo que por falta de fábricas e de literatura nacional, recebia da Europa e dos Estados Unidos as seguintes mercadorias: vestuários, vinho, trigo, móveis de luxo, vários tipos de alimentos, livros em seus idiomas que lhe comunicam as conquistas das indústrias, romances e novas idéias avançadas. Vindo também os progressos das artes, os filósofos romanos, os novos lançamentos da moda de uma civilização mais cultuada. Em troca os colonizados enviavam café, algodão, pedras preciosas, fumo, açúcar e outras mercadorias de baixo valores.”
(Fonte extraída do livro: Mulheres e Costumes do Brasil” – autor; Carles Expilly traduzido por Gastão Penalva em 1935.)
“Pé de Cabra” nome depreciativo (apelido) dito por portugueses à brasileiros, como também “Cabra” designação de mistura da raça mulato/negra.”
FATOS DA ÉPOCA
“O mulato baiano Francisco Chagas, mais conhecido por “Cabra”, esculpia imagens com tal perícia que pelo menos cinco delas são conhecidas registradas; Nossa Senhora do Carmo, São Benedito, São João, Madalena - Nossa Senhora das Dores e o Senhor da Redenção. Ainda podem ser vistas na igreja do Carmo. Já o artista Valentim da Fonseca e Silva, conhecido por Mestre Valentim, tornou-se famoso como perito em ourivesaria. Jesus, também foi figura notável de uma influente escola de pintura, que floresceu na Bahia no século XVIII.Crispim do Amaral, mais conhecido por seu pseudônimo “Falastaff”, e Pedro Américo, figura entre os pintores brasileiros considerados como os mais competentes e talentosos do século XIX.”
“O psiquiatra Juliano Moreira, tornou-se diretor geral do Hospital do Rio de Janeiro e foi eleito professor honorário da Faculdade de Medicina da Bahia. O nome do Hospital João de Deus foi em 1936 mudado para Hospital Juliano Moreira na Bahia em sua homenagem.”
Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques
Em14.05.2002 – SSA.
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É BOM SABER:.
Biografia do Padre Antonio Vieira
Antonio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608 a 6 de janeiro. Começou a sua educação no colégio dos jesuítas na Bahia para onde fora com os seus pais, tendo, então, oito anos de idade. Aos 15 anos fez noviciado na Companhia de Jesus, pronunciado em 1625 os votos solene de religião. Foi em breve encarregado da cadeira de retórica, por seu dom em oratória, e pouco depois do curso de dogmática. Notabilizou-se logo como pregador. Não indiferente aos interesses políticos da época. Prestou reais serviços à sua Pátria. Tal foi a sua nomeada na tribuna sagrada, que chegou a pregar perante o papa Clemente X, junto a quem defendeu a causa dos judeus de Portugal “injusta, tirânica e barbaramente perseguidos pela inquisição”. Duas vezes esteve preso: no Maranhão, por se opor à escravização dos indígenas, e no reino, pela Inquisição, “que levara a mal certas arriscadas proposições do Quinto Império”.
Faleceu em 1697. A produção literária de Vieira está reunida nas Obras Completas em 26 volumes, encerrando pouco mais ou menos 200 sermões, mais de 500 cartas, grande números de Informações Políticas, curiosas notícias sobre a Inquisição, estudos políticos e literários.
“A Arte de Furtar” não é de sua autoria, embora dizem que é sua à obra. Vieira é um dos mais lídimos modelos em prosa portuguesa. Alguém já disse que as suas obras “são minas inexauríveis onde o vilão de ouro se não quebra nem esgota”. Não obstante, deixou-se inquinar de algum modo, pelos defeitos do gongorismo. Foi apesar de tudo o maior orador sacro da época.
Fonte do livro: “Programa de Vernáculo” – autor: Estevão Cruz
Publicado em 1937 – pág. 254.
"A Peste Negra na Europa ou Peste Bulbônica, disseminado por ratos e pulgas vindo nos porões dos navios e matou quase que a metade da população da Europa durante a Idade Média, por voltra de 1343."
"A Febre Amarela - pela primeira vez apareceu com o nome de "Bicha" no fim do século XVIII e reapareceu em 1849 importada de Nova-Orleans e em sete em sete anos apresentava entre nós com menas mortandade".(Fonte do livro: " Doenças Africanas no Brasil" - autor: Otávio Freitas.)
Álvaro B. Marques - trabalho de pesquisa

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