Quitanda: local destinado ao comércio de varejos, produtos e iguarias da região. Geralmente, situava-se na parte térrea de um sobrado em vários pontos da cidade. Era o comércio das africanas, que tudo vendia em diversos sortimentos por exemplo: utensílios em cerâmicas de barro, cestos, balaios, esteiras, fumo de corda, charutos, cordas de embira e de piaçaba, mocós etc.
Cada uma das quitandeiras trabalhava com determinados produtos, como seja: Peixe e mariscos, cocos secos, azeite de dendê, gengibe, ovos, lingüiças, amendoim, cebola branca, feijão verde e andu, peixe seco no espeto, toucinho, fubá de milho, castanha de caju, frutas diversas, verduras e etc. Enfim tudo relacionado com o seu ramo de negócio.
Já outras quitandeiras se especializavam em suculentas refeições: maniçoba, sarapatel, mocotó, feijoada, meninico de carneiro. Não faltando dentro do tabuleiro, ainpim, milho, batata doce e inhame cozido. Tudo coberto com alvo pano branco, dentro de panelas ou gamelas. Outras do “partido alto” vendiam objetos africanos do seu culto, recebido diretamente da África, o obi, o arobó, os búzios da Costa, as figas e amuletos, o coral verdadeiro, o sabão e a pimenta da Costa. Sempre neste local, havia para vender completa variedade de aves, contas, charutos, quartinhas e objetos destinados ao ritual religioso africano. À proporção que essas africanas foram desaparecendo, eram substituídas por suas filhas, quando não pelas mulatas suas descendentes.
A quitandeira tinha a permissão da Câmara Municipal para vender às suas mercadorias, cobravam-lhe taxas e havia o controle de peso e medidas, vigiado por preposto municipal.
(Texto extraído do livro: “ Vida e Passado de Santo Amaro”)
Autor: Herundino da Costa Leal. Págns. 53 a 60.
Álvaro B. Marques. - Trabalho de pesquisa
SSA, 29.06.2007
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