segunda-feira, 24 de maio de 2010

O MESTRE DO SÉCULO XIX


“Dr. ABÍLIO CÉSAR BORGES – Nasceu em Minas do Rio de Contas, no interior da Bahia. a 9 de setembro de 1824 e faleceu no Rio de Janeiro, a 17 de janeiro de 1891 o Barão de Macaúbas.

Era formado em Ciências Medicas, pela Faculdade do Rio de Janeiro (1847) havendo estudado até o 5º ano na Faculdade de Medicina da Bahia, onde deixou nome. Especializando-se na cirurgia com notável perícia, que mereceu ser indicado para Diretor da Faculdade de Medicina da Bahia.

Por vocação para o Magistério, desde moço nas bancas acadêmicas, fez-se adotar a profissão de educador. Fundou um colégio no interior da Bahia, em 1850. Foi nomeado Diretor Geral da Instituição Pública Primária e Secundária da província natal, cargo que exerceu de 1856 a 1858, neste período colocou em prática muitas e úteis reformas pedagógicas, fazendo também parte da campanha contra o uso da “fécula” (castigo físico, aviltantes aos estudantes) dentre todas á palmatória.

Deixando o cargo oficial, abriu o “Ginásio Bahiano” a 3 de fevereiro de 1858, nesta capital a fim de poder, com inteira liberdade executar o seu programa de ensino, em cuja direção permaneceu 13 anos. Criou-se fama e respeito pela qualidade e aprendizado dos novos métodos implantados. Transferindo-o em 1871 o cargo para o Dr. João Nepomuceno Rocha. Fez várias viagens à Europa onde se aprofundou nas questões pedagógicas e resolveu procurar circulo mais amplo para aplicações de seus métodos. Em 1871, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, ali fundou à rua das Laranjeiras o Colégio Abílio, cujo êxito foi rápido, já era esperado sob a direção do seu filho, Dr. Joaquim Abílio Borges. Mais de 1 milhão de compêndio ofereceu as escolas do Brasil, com despesas próprias e educou centenas de crianças pobres, dando-lhe até roupas, livros e o quanto necessário para irem a escola.”

(Fonte extraída do livro: “Bahia Cívica e Religiosa” autor: Silo Boccanera Jr.)

Nota Complementar:

Foi Abílio o pioneiro do bom livro didático, bem impresso, assimilável, gradativo, que não serviu apenas aos seus alunos, senão a toda Bahia e a todo o Brasil. Abílio foi um apóstolo da pedagogia nacional. Escreveu: “Relatório sobre a instrução na Bahia”. “Gramática da Língua Portuguesa”. “Gramática da Língua Francesa”. “Primeiro Livro de Literatura”. “Segundo Livro de Literatura”. “Epítome da Geografia Física”. “Vinte anos de propaganda contra o

emprego da palmatória”. “Dissertação”- (falas no congresso pedagógico internacional de Buenos Aires) – Assunto extraído do livro: “Breviário da Bahia” autor: Afrânio Peixoto.

Meus comentários: Estamos em pleno século XXI, seu início, e já passaram 111 anos em que a Bahia teve um Abílio César Borges, o pedagogo, o reformador do ensino, o criador de idéias apaixonadas para o magistério do seu tempo. Atravessou fronteiras de países como Argentina, Chile e Equador. Em nosso país, seus métodos foram respeitados e aplicados por outros mestres da educação, até em nível médio. Seu continuador, também brilhante educador, João Florêncio Gomes sobe perenizar a sua memória educativa.

Hoje o MEC- Ministério da Educação e Cultura procura febrilmente um reformador pedagógico para criar um novo método para os nossos jovens estudantes. Mesmo com tanta tecnologia avançada e globalizada o nosso ensino não acompanhou os passos gigantes do mundo moderno. Os novos problemas sociais levaram o ensino brasileiro a decadência e os jovens menos cultos.

Precisamos olhar para o nosso passado, ver-nos mediante do espelho de Abílio César Borges e outros vultos que amaram o país.

De: Álvaro B. Marques.

SSA, 20.07.2002.

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