sábado, 11 de maio de 2013

Nome de doença com diagnóstico na Guia de Óbito do Cemitério da Quinta dos Lázaros.




Estamos em pleno século 21 e nada se compara hoje com os séculos passados, principalmente a medicina que tomou um grande impulso de desenvolvimento na área científica, médica e hospitalar.
Lendo as Guias de Óbitos do século XVIII, constatei nomes de doenças que se fossem hoje não haveria tantas mortes.Principalmente as doenças endêmico que tornaram-se epidemias e ainda hoje são desafios para a saúde pública. Naquela época tínhamos médicos clínicos gerais, competentes e jubilados, alguns com conhecimentos no exterior França, Estados Unidos e Inglaterra, mas os medicamentos só apareceram aqui em fins do século XIX. “Foi somente no século XIX que se iniciou a procura pelos princípios ativos presentes nas plantas medicinais, criando assim, os primeiros medicamentos com características que nós os conhecemos atualmente. A primeira indústria farmacêutica nasceu na Alemanha em 1897 também a primeira patente que se tem conhecimento na área de medicamentos.” “Foi na era das enfermarias e boticas dos Colégios Jesuítas que o povo do Brasil colonial encontram drogas e medicamentos vindos da Europa”(Hist.das Farm.no Brasil – autora:Renata Carvalho, jornalista –Internet). Nesta época eram chamados de físicos os médicos e cirurgiões.
No passado, havia a profissão chamada de sangradouro e barbeiro, estes além dos cortes de barba praticavam ventosas, sanguessuga, faziam curativos e arrancavam dentes e muitos nas horas vagas eram músicos. Os remédios eram vendidos nas boticas e drogarias importadas quase sempre uma prerrogativa para os brancos ricos. Os pobres a maioria escravo serviam-se dos curandeiros, remédios caseiros, formulas feitas de ervas, sangradouros e barbeiros. Recorriam ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia (que era o único) quando a doença já era grave.
Termo médico(diagnóstico) nos Óbitos: raquitismo, congestão de baço e fígado, congestão cerebral, lesão cardíaca, tétano umbilical, febre perniciosa, tétano e tuberculose, renitente, bronquite, cardíaco, delirium tremens, insuficiência aórtica, acesso (tosse) pernicioso, ataxia, moléstia interna, hepatite, carcinoma do reto, gastrenterite, tísica pulmonar, pneumonia crônica, febre renitente biliosa, convulsões, febre palustre, asfixia, nefrite, caquexia palustre, caquexia cancerosa, enterite aguda, dentição, beribéri, coqueluche, carcinoma do útero, mal do umbigo em estado de putrefação, cólicas intestinais, gangrena, catarro sufocante, marasmo senil, congestão interna, peritonite aguda, moléstia do coração, cólera morbus, glicosina, congestão pulmonar, hemorragia, decreptude, mielite, moléstia hepática, varíola, disenteria crônica, insuficiência mitral, eclesia da aorta, tosse sufocante, cirrose crônica do fígado, difteria, insuficiência aórtica, abscesso do fígado, envenenamento, cancro no útero, tuberculose mensetérica, meningite, febre puerperal, tumor maligno, mal de Brecht, estupor enterite, asfixia, vermes intestinais, cardo vaso, cancro no nariz, erisipela, fibroma uterino, retenção de urina, tétano dos recém-nascidos, úlcera, fagedomina complicada de diabete, atrepsia, lesão cardíaca, meningite, ruptura de aneurisma, entero colite, hiperemia, cerebral espinhal, linfagite, hidrofasia, nefrite, angina, difteria, sanidade gestação, cólicas, úlcera gástrica, bronquite capilar, infecção purulenta, ferimento na região carotidiano (arma de fogo) endocardite, bronco pneumonia, ascite, sífilis cerebral, estreitamento aórtico, carcinoma do estômago, congestão do baço e fígado, enterocolite, moléstia da boca, disenteria bacilar, vermes intestinais, moléstia venérea.
Na minha opinião de leigo. A maioria dos nomes de doenças que o médico escreveu nos óbitos não me parece ser de causa morte em relação a medicina atual.
Fonte: Livro Registro Clínico e Estatístico Neológico do Hospital da Caridade da Bahia - Encaminhado ao Cemitério da Quinta dos Lázaros em 1869.
Relação dos gêneros alimentícios de consumo diário dos doentes e empregados do Hospital de Caridade e da Santa Casa da Misericórdia da Bahia em 1849/50.
O que seria inadequado hoje como alimento hospitalar. Caso da maioria dos gêneros citados abaixo:
Couve verde, arroz, toucinho,açúcar, farinha, farinha de trigo, farinha de tapioca, aletria, galinha, carne verde(ás vezes) carne seca, chá, café, manteiga de vaca, manteiga de porco, vinho tinto, vinagre, leite, água, sal, azeite de mamona, cevada, feijão, azeite doce, pimenta da Índia, cravo, cominho, erva doce, cebola.
Permaneceu essa alimentação em todo o século 18 até meado do século 19 foi quando entrou outros alimentos e aboliu aqueles considerados nocivos ao doente.

OBS: ESTE TEXTO É PARTE DE UMA PESQUISA MAIS AMPLA A DESENVOLVER.
Álvaro B. Marques

Um comentário:

  1. Sim, realmente eu me lembro que minha mãe, diza que os meus irmãos gêmeos morreram de mal de umbigo, essa era uma doença recorrente da época, e até hj eu ainda não sei,o que causa o tal mal do umbigo. Esse fato aconteceu mais ou menos, nos anos 1965.

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