Nota de esclarecimento: BATACOTÓ tambor de
guerra dos africanos escravos na Bahia na época da escravidão. Instrumento de comunicação entre a
comunidade distante. Em razão de sua forte potência sonora. Também usado no
culto para atrair adeptos em dias festivos. Era grande de madeiras oca tipo
cilindro cônico na abertura maior circular havia um revestimento de couro de
animal que tampava a entrada, permitia que o tocador ali marcasse o som com as
mãos. Este instrumento foi caçado e destruído pela repreensão policial no
período de 1835 a 1840 o chefe da polícia era o Dr. Francisco Gonçalves
Martins, mais adiante recebeu o titulo de Visconde de São Lourenço na Bahia. A
proibição chegou ao nível de não mais fazer o tambor e não permitir a sua
importação. Quando não tinham instrumentos musicais eles faziam o compasso do
som com as mãos. Mais um ato de violência contra a cultura dos escravos
africanos que perderam pouco a pouco a sua raiz milenar. O medo da repressão
muitos uniram-se com outras seitas para surgir o Candomblé de hoje na Bahia.
Mas não era somente com o tambor que havia a comunicação entre eles, o búzio
pendura na roupa ou embutido no anel demonstrava ser adepto da seita o que
mesmo dizia das reuniões escondidos. As mulheres passaram a usar nas orelhas o
búzio como adereços e proteção dos Deuses não chamavam muito a atenção por ser hábito. Os homens de procedência muçulmanos
usavam além dos gorros uma barbicha de tradição Malê para diferenciar das
outras etnias. As roupas (abadá) e gorro somente usavam no culto ou em
reuniões secretas. Os alforriados e livres depois das duras repressões, prisão com
açoites e deportação, os revoltosos se refugiram no interior da Capital e
outros foram para Estados vizinhos,
deixando de usar os adereços comprometedores. Negando assim a sua origem de
nascimento para assumir novas atitudes e poder viver. Os atabaques continuam a
sonorizar nos terreiros confirmando o poder dos Orixás.
Álvaro B. Marques – trabalho de pesquisa
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