segunda-feira, 24 de maio de 2010

OS ORIXÁS CHORAM

-->
Os escravos africanos quando vindos para o Brasil, presos nos “Navios Negreiros” amontoados no porão. Nada trouxeram da sua terra. Somente as lembranças e as saudades dos seus familiares. Sua fé, sua crença, seus hábitos estavam na sua mente, no seu coração. Aqui chegando, tudo mudou, até o seu nome original foi negado. Batizaram-lhe com outro nome. Ele não podia praticar o seu culto de fé, a religião católica não aceitava. Reuniam-se em locais afastado da comunidade, longe dos olhares dos curiosos e dos delatores. Na mata, local em que a sua seita tem o contato permanente com os orixás sagrados da terra, do ar, da água e do fogo. A floresta estava perto da cidade, lá é o ideal. E assim, foi feito e criado os “terreiros” brasileiros. Na medida em que foram crescendo e difundido a seita, conforme suas étnicas a proibição também foi aumentando. O clero e a inquisição foram terríveis com todas as religiões vindas para o Brasil, principalmente os praticantes do ocultismo. Os governadores subjugaram os crentes as humilhações, destruíram tudo em que tinha relações, imagens totêmicas, etc. As perseguições das crenças africanas eram as mais rigorosas, as imagens foram destruídas originais consideradas blasfêmia. Algumas delas ficaram escondidas em mãos de iyalorixás, babalaôs ou banbalás respeitados da comunidade. O medo era constante e por isso não deixaram documentos referente a seita ou legado das imagens. Dizem que muitas dessas imagens foram jogadas no mar para despistar da perseguição católica e policial. Mas, nem todos os africanos concordaram e fincaram em outras regiões brasileiras o seu preceito ancestral, mesmo assim, com grandes alterações.
O candomblé brasileiro é diferente ao culto na África. Existem similares, mas não igual. Criaram um berço único de cultura brasileira que deve ser preservada. Se não souberem cultivar no original o dogma, vai cair no descrédito popular e vira simplesmente folclore Nacional.
Só três candomblés se igualam em dogma, hoje na Bahia: Ilê Axé Iyá Nosso Oká – Casa Branca. Ilê Axé Opô Afonjá – Centro Cruz Santa. Ilê Iyá Omi Axé Iyámase do Gantois – Terreiro do Gantois.
São da linha de Angola e Ketú.
Álvaro B. Marques
SSA, 21.01.2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário