sábado, 27 de outubro de 2012

O QUE A HISTÓRIA NOS CONTA - LEGADO




Vamos ler o que nos conta o historiador Afrânio Peixoto em seu livro “Livro de Horas” publicado em 1947 e que fora um dos maiores divulgadores da História da Bahia antiga.
“O maior legado que a Santa Casa da Misericórdia recebeu, em toda a sua existência. Foi o legado post-morte do João de Mattos de Aguiar ou capitão João de Matinhos nome que o povo batizou este benemérito. Faleceu na Bahia em 26 de maio de 1700 deixando para a Santa Casa da Misericórdia mais de hum milhão de cruzados para obras pias, dos quais, cerca de cem mil destinados ao recolhimento de órfãs.
No nosso passado, bem distante, as pessoas de bens e religiosas, tinham a obrigação de deixar para a Irmandade, quando não havia herdeiros, seus bens e fortunas. Em troca, a Irmandade daria jazigo perpétuo, missas rezadas para a respectiva até a consumação do século e no caso de haver no legado alguma herdeiro junto com a Santa Casa da Misericórdia seria esta pessoa avisada e não passava desta pessoa. E seus nomes imortalizados nas casas pias.
O dinheiro de João de Matinhos parte das órfãs seria posto a render (a Stª Casa emprestava dinheiro a juros de 6 ou mais por cento ao mês) e a manutenção do recolhimento. Em 29 de junho de 1716 foi inaugurada com oito recolhidas a regente e porteira foi escolhida e teria que ser “senhora nobre e da maior reputação”.
“O edifício na época era na rua da Misericórdia, casarão ligado à Capela de Santa Casa por um arco( semelhante ao que tinha na Igreja da Sé com o Paço Arquiepiscopal, fazia a comunicação), chamado de “Arco da Misericórdia”. Hoje já não mais existe, aparece a parede vedando. Neste recolhimento, no térreo, estava instalado o “dispositivo” chamado de “roda” ou “Casa da Roda” para receber os “enjeitados”(crianças  abandonadas). Era um compartimento de madeira que circulava quando colocava-se  uma criança sem ser vistas de dentro. Desde 14 de janeiro de 1738 que os “enjeitados” eram criados, meninos e meninas no recolhimento em área separado.”
“Havia neste período outra obra de proteção a órfãs desvalidas, criadas pelo Padre Francisco Gomes de Sousa, constituiu o Colégio de Órfãs do Santíssimo Coração de Jesus, na própria casa à rua de São José de Ribamar, freguesia de Santo Antonio Além do Carmo de 1827 á 1847, quando recebeu o legado de Francisco Meuron (fabricante de “pó de rapé”) Suisso. Cujo valor foi 50:000$00 que se achava depositado no Banco para o Asilo de Mendicidade. O beneficiente morreu longe daqui. Com esta caridade, foi adquirido outro edifício, reformado, na rua da Cova da Onça. Inaugurado em 1857 onde se estabeleceu o Colégio com 120 órfãs sobre a direção das irmãs de caridade francesas.”
Sobre este assunto, também escreveu o livro: “A Bahia no século XVIII” do autor: Luis Vilhena – págs. 111 a 119 – carta II nota e comentários de Braz do Amaral coleção Bahia. Seguiremos abaixo:
João de Mattos e Aguiar: “Vulgarmente conhecido pelo apelido de João de Matinhos. Este filantropo, ao morrer deixou para á Santa Casa da Misericórdia a sua fortuna avaliada em 228:000$000 mil réis, instituindo que a Misericórdia, fizesse uma casa de recolhimento para crianças e mulheres. Ele fora escrivão e provedor da Santa Casa. A princípio chamava-se de “Recolhimento Santo Nome de Jesus”, sendo inaugurado em 29 de junho de 1716 e extinto em 7 de janeiro de 1869. O recolhimento foi transformado no Asilo dos Expostos que primeiro existiu no pavimento térreo do edifício da Santa Casa, vindo depois para a chácara do Pinheiro ao Campo da Pólvora – Pupileira, antiga “Roda”.
Extraído do livro de relatório da Santa Casa de Misericórdia da Bahia – período 1843 a 1856 – tipografia de L.A. Portella e Companhia – mês de agosto de 1843. Relatório escrito por vários Tesoureiros em seus balancetes. REL. BA – SCM 1843 – CÓDIGO. Leia-se: “ José Bento Gonçalves, homem de grandes posses e muito religioso. Ao morrer, sem familiares em vida, deixa seu testamenteiro a incumbência de comprar para a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, dois imóveis no valor de 31.000$000(trinta e hum mil contos de réis) a quem ficarão pertencendo, com a condição de serem os rendimentos (alugueis dos imóveis)  dela aplicado para o sustento em vida de dois escravos, que o mesmo falecido libertou, um dos quais já não existia, e por isso, só o rendimento de uma está abrigado às condições.”
Legado -  Em 19 de março de 1710 D. Loureça Maria possuidora das terras na Península de Itapagipe nesta cidade, fez doação de todas as terras e a Capela da Boa Viajem com ônus para o Convento de S. Francisco e mandou fazer anualmente missas por sua alma e duas pela alma da sua filha D. Maria Pereira de Negreiros. Em 1712 foi construido neste local, um hospício e reedificaram a Capela com donativos de devotos muitos eram marinheiros. A Capela é pequena, simples e muito elegante, o templo no qual se faz com pomba a festa do Senhor Bom Jesus dos Navegantes no primeiro dia de cada ano; e também é celebrado a festa de Nossa Senhora da Boa Viajem no mesmo dia." (Fonte: Resumo Cronológico e Noticioso da Província da Bahia desde 1500 a 1885 - págs. 56 autor: José Alvares do Amaral.)
Observação do pesquisador: Só que o contemplado nunca soube deste legado isso é, no caso dos escravos. Este tipo de disposição é encontrado em vários testamentos em vista nos relatórios. Há casos que os herdeiros legítimos familiares estavam na miséria e não sabiam do testamento e outros quando souberam a maior parte ficou com a Santa Casa. O legado para os escravos de confiança sempre existiu no período da escravidão brasileira. Porém, poucos receberam e muitos foram ludibriados por advogados inescrupulosos. A morte não deixa aviso, mas a fortuna do morto tem sempre um destinatário.
As instituições religiosas, Irmandades e Ordens Terceiras até o inicio do século vinte admitiam seus irmãos com cláusulas normativas ao legado. Não raras as famílias ricas e pessoas de bens que não deixavam alguns bens para uma dessas caridosas instituições. Só que as necessidades pessoais foram aumentando nos fiéis e diminuindo a fé do religioso na caridade. Mostrando que há outras maneiras de se fazer Caridade sem interesse de perdão em missas seculares.
O homem temente a Deus já não mais existe. Hoje existe o homem sabedor que um Deus existe sem cobrar, sem exigir do homem a perfeição, sem sacrifícios no corpo e sem penitência na alma. Hoje o homem é livre para escolher a sua religião.
Os legados dos séculos passados foram atitudes filantrópicas, incentivado pela religião católica para todos os fiéis. Pode ainda existir para a ciência e a educação, essas são bem vindas.


Álvaro B. Marques.
SSA, 25.10.2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

É BOM SABER. A VOZ DO TAMBOR




Nota de esclarecimento: BATACOTÓ tambor de guerra dos africanos escravos na Bahia na época da escravidão. Instrumento de comunicação entre a comunidade distante. Em razão de sua forte potência sonora. Também usado no culto para atrair adeptos em dias festivos. Era grande de madeiras oca tipo cilindro cônico na abertura maior circular havia um revestimento de couro de animal que tampava a entrada, permitia que o tocador ali marcasse o som com as mãos. Este instrumento foi caçado e destruído pela repreensão policial no período de 1835 a 1840 o chefe da polícia era o Dr. Francisco Gonçalves Martins, mais adiante recebeu o titulo de Visconde de São Lourenço na Bahia. A proibição chegou ao nível de não mais fazer o tambor e não permitir a sua importação. Quando não tinham instrumentos musicais eles faziam o compasso do som com as mãos. Mais um ato de violência contra a cultura dos escravos africanos que perderam pouco a pouco a sua raiz milenar. O medo da repressão muitos uniram-se com outras seitas para surgir o Candomblé de hoje na Bahia. Mas não era somente com o tambor que havia a comunicação entre eles, o búzio pendura na roupa ou embutido no anel demonstrava ser adepto da seita o que mesmo dizia das reuniões escondidos. As mulheres passaram a usar nas orelhas o búzio como adereços e proteção dos Deuses não chamavam muito a atenção por ser  hábito. Os homens de procedência muçulmanos usavam além dos gorros uma barbicha de tradição Malê para diferenciar das outras etnias. As roupas (abadá) e gorro somente usavam no culto ou em reuniões secretas. Os alforriados e livres depois das duras repressões, prisão com açoites e deportação, os revoltosos se refugiram no interior da Capital e outros foram para  Estados vizinhos, deixando de usar os adereços comprometedores. Negando assim a sua origem de nascimento para assumir novas atitudes e poder viver. Os atabaques continuam a sonorizar nos terreiros confirmando o poder dos Orixás.




Álvaro B. Marques – trabalho de pesquisa

ESPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DA BAHIA/PORTO



EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DA BAHIA/ PORTO
                       (século 17 e 18)
“A Bahia importava da praça de Gôa/África as seguintes mercadorias vindas das Índias: Louças, fazendas (tecidos) pimenta do reino, canela, cravo, tapeçaria e pedras preciosas; esmeraldas e rubis. Outras mercadorias (especiarias) vinham acondicionadas em frasqueiras; perfumes e cremes para o tocador e de remédios, vasos ornamentais, garrafas de licores e outros objetos em cerâmica finas, além de louças da China compradas a preço de trocas de rolo de tabaco. Isto foi no inicio do século XVIII.”
“Nos primeiros anos do século 17, o governo português, proibiu no Brasil a fabricação de aguardente para que fosse consumida somente o aguardente vindo do Reino. Posteriormente foi facultada a sua fabricação, cuja exportação foi proibida para Angola, até que no meado do século 18 foi permitida a entrada na África.”
“Durante os séculos 16, 17 e 18 a Bahia fez comércio em larga escala com as possessões portuguesas da África, exportando fumo, algodão, açúcar, aguardente e zimbo (concha marinho, univalve, que os antigos congoleses usavam como moedas) e trazendo escravos. Até o ano de 1770 a Bahia preponderava naquele comércio, diminuindo depois do desmantelamento comercial e a concorrência da Inglaterra.”
(Fonte do livro: “Novos Documentos Para  História Colonial” – autor: Francisco Borges de Barros – Imprensa Oficial da Bahia – 1931)
Conforme Adonil, no liminar do século XVIII, o tabaco brasileiro revelava-se ainda mais lucrativo do que o açúcar. Considerado o melhor do mundo, era ávidamente adquirido pelos mercadores manchús da China em Pequim e pelos trigueiros potentados do Daomé. A melhor variedade de folha vinha da região de Cachoeira, que em 1726 produziu mais ou menos 20.000 rolos escolhidos como os melhores “ e outros tantos de qualidade inferior que deviam ser exportados para a Costa da Mina. A safra foi classificada em três qualidades a melhor sendo reservada para Portugal e a terceira categoria para a Guiné, mas tal regulamento ficara muitas vezes burlado na prática.
O tabaco da Bahia era exportado em rolo ou em pó “rapé”, nunca em folhas, disse um viajante francês de nome Dampier no ano de 1699 quando o mesmo seguiu viajam para África e assistiu o embarque e desembarque da mercadoria.
“O tabaco era conhecido aqui no Brasil com o nome de “erva santa” tinha o consumo muito grande, principalmente em forma de “rapé”. Consumido por todas as classes sociais, tinham esse hábito, usavam como “rapé” cheiravam o pó, usavam nos cachimbos e mascavam o fumo em pedaços de rolos tipo corda.Embora o açúcar, a cachaça (aguardente) fumo e o algodão fossem os principais artigos de exportação comercial da Bahia, a produção de ouro no interior da Capital estava longe de carecer de importância. Porque os Distritos mineradores de Jacobina e Rio das Contas foram descobertos no inicio do século XVIII mas durante mais ou menos 20 anos a coroa proibiu a sua exportação, sob o pretexto de que isso poderia encorajar ataques a Bahia e privar as plantações de açúcar e de tabaco do trabalho escravo. Não permaneceu esta proibição por muito mais tempo. Em 1727, ricas descobertas eram feitas nas regiões de Araçuí e Fanado em Minas Gerais sobre a vigilância do vice-rei da Bahia, durante muitos anos”
(Fonte do livro: “A Idade de Ouro do Brasil” – autor: C. R. B pág. 143/144 reeditado em 1963)
“O Brasil não só abastecia o Reino de produtos tropicais utilizados na alimentação (açúcar, farinha de mandioca, café, arroz) como ainda sustentava a produção das fábricas do Reino, dando-lhe o algodão que iria servir de matéria prima. Além disso, o ouro, o couro e diamante serviriam para o comércio. Outros gêneros brasileiros como o tabaco e drogas que entravam em Portugal dando lucro não só às Alfândegas do Reino como aos negociantes portugueses que se dedicavam a importação e exportação e que tinham a sua principal receita nos produtos coloniais.”
“Com os portos portugueses da Europa fechados devido a invasão dos franceses, era absolutamente necessário um interposto para os produtos portugueses, fossem eles os de África, Ásia ou da própria metrópole. O Rio de Janeiro, mesmo antes de 1808, já era o porto de entrada para os navios que iam e vinham da Ásia para Lisboa; fazendo do Rio de Janeiro o interposto de todos os produtos portugueses.”
“O comércio com a Ásia motivou a importação e exportação dos transportes marítimos. Criando assim uma frota considerável e os receios dos ataques piratas eram sucessivos foram os franceses, ingleses e holandeses que abordavam os navios brasileiros que viajavam abarrotados de produtos em grande valor comercial.
Foi necessário pedir autorização ao Reino para acompanhar cada navio uma nave armada em comboio ida e vinda, como segurança.”
(Fonte extraído do livro: “Relação Comerciais entre Portugal, Brasil e África Balança do Comércio em 1801/1821 – autor; Maria de Lourdes Roque de Aguiar Ribeiro) e do livro:Comércio Português na Bahia 1870/1930 – autor: Mario Augusto da Silva Santos.

“Os riscos existentes no comércio marítimo da época, levavam os negociantes e mercadores dos séculos XVI E XVII, a procurar valer-se da proteção divina. As expressões “com a favor de Deus”, os nomes de dois santos nas embarcações, eram sinais de que no entendimento daqueles que comerciavam, nada havia de certo, sem a referida proteção. O mecanismo do comercio colonial porém, mais forte que o temor dos caminhos marítimos ou os perigos oferecidos pelos sertões, impulsionava os mercadores a completar seu ciclo de transportes de mercadorias e suas trocas como sabemos, e efetivamente, pelos exemplos das “carregações” aqui expostas. Vindo de Portugal ou da Ilha de Madeira em troca de açúcar e tabaco, produtos regionais da Bahia, aguardente e os tecidos que iam à África em troca de escravos, novos, sem defeitos (moleques e molecas) que seriam marcados com cachimbo na parte visível do corpo de preferência o ombro ou rosto.
Os produtos brasileiros, aguardente e fumo, sendo trocados por escravos ou enviados a outros pontos de comércio. Tecidos da Índia ou de Hamburgo e da França, aqui vinham e eram transacionados, também servindo para negocio tanto na África como no interior do Brasil, em troca de ouro. O maior interesse dos comerciantes da Bahia eram os escravos da África e o ouro das minas da região de Benin,Benguela, Costa de Minas e Angola”.
(Fonte: “Letras de Riscos” e “Carregações” no comércio colonial da Bahia – 1660/1730 conforme consta nas páginas 31).
NOTA DO PESQUISADOR:Em épocas de crises financeiras no período Colonial e Imperial os senhores de Engenhos, hipotecavam seus bens, imóveis, fazendas, chácaras, jóias e muitas vezes não tinham como pagar as dívidas. Perdiam seus bens para a Santa Casa da Misericórdia e Caixa Econômica, até as Irmandades socorriam seus irmãos como era o caso das Irmandades mais ricas do Carmo e do São Francisco. Faziam comércio com seus escravos e contratavam serviços para seus escravos sem direito ao mesmo ter participação nos ganhos, era comum essas atitudes.
“Em 3 de novembro de 1844, houve um pavoroso incêndio no comércio – cidade baixa, ameaçando o edifício da Alfândega. Pela 1ª vez, funcionou na Bahia uma bomba contra incêndio, adquirida na Inglaterra por pedido de comerciantes da praça à Associação Comercial. A máquina bomba chegou em 10 de outubro de 1844. Para isso, teve os comerciantes de constituir um batalhão de Brigada de Incêndio por conta própria.” Fontes “Vida Econômica Financeira da Bahia de 1808 a 1899 – autor: Francisco Marques de Goés Calmon// Fato extraído do número especial do Diário Oficial, publicado em comemoração ao 1º centenário da nossa Independência em 2 de julho de 1923. Impr.Oficial do Estado – 1925 SSA/BA.
“Em virtude do Decreto nº 1.746 de 13 de outubro de 1869 o Governo Imperial reconheceu a necessidade da construção de Docas em vários trechos do comércio. Seriam executadas por Empresas particulares, foi preferida a proposta para a construção das Docas do Porto da Bahia com exportação dos construtores, será realizado pelos herdeiros de João Gonçalves Ferreira, cujos senhores já havia proposta de alargamento
da zona portuária até o Forte de São Marcelo com extensão a São Juaquim. Infelizmente por vários motivos foi adiado pela companhia organizadora com sede em Londres, através do Visconde de Mauá.” ( Fonte a mesma acima)." A Companhia havia sido incorporada em Londres em 11.10.1871 sob o nome de Bahia Docks Company Limited com o capital de L900.000 dividido em 90 mil ações com aval de Irineu Evangelista o futuro Barão de Mauá.
Visconde de Mauá – Irineu Evangelista de Sousa foi um empresário, industrial, banqueiro e político brasileiro. Nasceu em 28 de dezembro de 1813 em Petrópolis e morreu em 21 de outubro de 1889. Viajou para Londres por várias vezes para encontrar soluções para a sua situação financeira. O Fórum Judicial eram em Londres e os contratos obedeciam as leis da Inglaterra, mais um motivo que levou a falência. Foi o maior empeendedor brasileiro do Império.
NOTA COMPLEMENTAR:
"O Porto e a sua ampliação foi concedido aos Bacharéis Francisco Ignácio Ferreira e Manuel Jesuino Ferreira ou à Companhia por eles filiado com privilégio de 30 anos para construirem cinco docas e aramazens para carga e descarga, guarda e conservação das mercadorias de importação e exportação. Obras com conexões e melhoramentos no porto desta cidade, desde a Alfândega até Jequitaia. Contra tal concessão recorreram e representaram muitos proprietários comerciantes que se julgaram com direito as margens fronteiras do mar às suas propridades. Foram ao Governo Imperial pedindo a preferência em semelhante concessão, mas não foram atendidos. Como também havia os grandes importadores por serem proprietários dos Trapiches que por sua vez armazenavam os produtos de importação e exportação. Havendo por isso mais um entrave no projeto de modernização do Porto de Salvador que durou vários anos para ser realizado o modelo que vemos hoje e que já é ultrapassado. A Bahia deveria ter o maior porto do Brasil por sua localização estratégica com os países africanos e europeus.
           




Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques



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