domingo, 31 de outubro de 2010

É BOM LEMBRAR - NICHO

NICHO

Local onde as pessoas católicas guardavam as imagens de seus santos de devoção. Podendo ser no armário ou estante, como também em cavidade na parede.
Hábito trazido por portugueses ao Brasil, principalmente visto no Norte e Nordeste do país. Era uma maneira de trazer o seu santo ou santa de devoção da igreja para a sua casa. Na época Colonial, nas fazendas e Engenhos de açúcar, quando não tinha igreja, havia uma parte do casarão construída como se fosse uma igreja, dando-lhe o nome de capela ou oratório. Era ali que celebravam os batizados, casamentos, aniversários e outras festas religiosas. Nas residências do povo rural tinha também Nicho, só que era uma caixa de madeira em formato de igreja, dentro o santo da casa, o padroeiro da família, faziam festas e romarias na igreja e na residência. Na Capital ou cidade grande, o povo católico obedecia a essa tradição, além de ter estante ou armário Nicho, tinha outro encravado na parede da frente da casa. Mostrando assim, a imagem do santo ou santa da sua fé maior.
No Pelourinho, ainda existe em alguns casarões ou solares, cavidade na coluna principal. Ali era depositado à imagem e a lamparina acessa diariamente. Com o passar do tempo, essa cavidade, geralmente oval com base plana, foi sendo abandonada por seu proprietário do imóvel, isto porque a imagem era roubada do local. Deram preferência aos Nichos internos, havia família que tinha em cada quarto um Nicho de madeira com vários santos.
Na época, os restauradores de santos eram muito procurados, chamado de “santeiro”, verdadeiros artistas, também designados como “toreuta” arte de confeccionar em madeira.
Hoje, temos ainda erguido á “Cruz do Pascoal” ou “Oratório do Pascoal” construído em pilar octogonal, revestido em azulejos português, em cima um oratório de quatro lados, protegido com vidros brancos transparentes, dentro têm uma imagem de Nª. Sª. do Pilar e sobre uma cruz. Essa construção remonta de 1743 seu benfeitor foi Pascoal Marques de Almeida, morador do distrito, rua do Passo.

A devoção, a Fé, leva o povo a perenizar um local, uma imagem, como se fosse um pedaço de si mesmo. Passando de uma geração a outra uma ingênua tradição que ficou na incredulidade de hoje. O hábito e a tradição de um povo, só é duradoura quando o próprio povo acredita e têm Fé. A continuidade prosseguirá com a tradição quando os valores culturais são requeridos.
Com o tempo, novos hábitos surgirão, o povo esquece os antigos, quem perde é a tradição, o folclore, a cultura regional. É necessário que algum órgão governamental faça sua parte de preservar à memória do povo.
O Brasil é rico em Folclore, em cada Estado da Federação e em cada município existem várias tradições e hábitos culturais dos mais expressivos, alguns são mudáveis outros mantém raízes profundas na mente da sabedoria popular.
Trabalho de Álvaro B. Marques

Para isso a História nos conta.
“Rua do Castanheda, nº26 distrito de Santana, nesta Cidade. Residiu o Dr. Sabino Vieira em 1836 e que ali, ocorreu drama conjugal, do qual resultou a morte da esposa. Nesta época ele já estava comprometido com o movimento revolucionário que o desejo da Independência das províncias durante a menoridade do segundo Imperador, produzia no animo dos liberais exaltados.” ( Fonte extraído do livro: Revista Trimensal do Inst.Geo. r Hist. Da Bahia. – vol. Nº 9 DE 1899)
No dia 7 de novembro de 1837 deu-se a Revolução Republicana – Sabinada para outros e Revolta dos Alfaiates para os demais. Sendo o cabeça líder desta Sedição foi o Dr. Sabino Vieira.





Álvaro B. Marques- Trabalho de pesquisa
SSA,26.02.2008

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FRUTAS DA BAHIA


“Se tivesse de escolher o objeto mais amável da natureza seria uma fruta”
Abacaxi, abacate, araçá, amendoim, banana, cajá, caju, coco, dendê, fruta pão, fruta do conde ou pinha, goiaba, jaca, jabuticaba, jambo, jenipapo, laranja (três tipos, de umbigo, da terra e seleta), laranja lima, limão, maracujá, mamão, mangaba, manga (vários tipos), melancia, melão, mucugê, ouricuri, pitanga, sapoti, tamarindo, umbú.banana de S.Thomé, da terra, de Angola.
FRUTAS IMPORTADAS DE OUTRAS REGIÕES BRASILEIRAS (as mais conhecidas)
Ameixa, amora, amêndoa, kaki, cereja, figo, graviola, groselha, maça, morango, pêra, romã, tâmara, tangerina, uva. Já temos o cultivo de uva, maça, romã, graviola.
LEGUMES - HOSTIFRUTIGRANJEIRO
Aipim, abóbora, batata, inhame, batata do reino, batata doce, berinjela, pepino, jiló, maxixe, chuchu, quiabo, tomate, pimentão, pimenta, repolho, coentro, salsa, hortelã, cebolinha, couve flor, brócolis, mangiricão, cebola.
Relação de Peixes do nosso mar: cavala, bejupira, pampro, dourado, olho de boi, agulhão, xaréo, cação, arraia, garoupa, mero, pititinga. sardinha, curvina, vários tipos de marisco.
Armadilha para peixe: rede, linha, mazuá, cofó, grozeira, armadilha funil.
AS PROPRIEDADES DE CERTAS FRUTAS
“Como laxativas temos: laranja, figo, tamarindo, ameixa, amora, tâmara e tangerina.
Como adstringentes temos: romã, marmelo, pêra, cereja e groselha.
Como diuréticas temos: morango, uva, melancia e melão.
Como sedativas do estômago temos: limão, lima, maçã. As laranjas servidas pela manhã em jejum, servem como laxante e purgativo forte.
As romãs são adstringentes e curam inflamações da garganta e das amígdalas; a casca da fruta e sua raiz podem fazer um chá e gargarejar. É um bom anti inflamatório.
Os figos, abertos ao meio, constituem uma cataplasma para cura de queimaduras e pequenos abcessos. Os morangos e os limões, aplicados localmente, servem para tirar o tártaro dos dentes. As maçãs são correções para náusea, aliviam imediatamente. As amêndoas contêm ácido hidrocarbonato que é útil nas tosses simples.”
(Fonte de pesquisa no livro: “Álbum Popular Brasileiro” – autor: Afonso Costa – págs.274)
É BOM SABER O QUE DIZ ABAIXO:
 "As primeiras laranjas da Califórnia são baianas. Mandadas do Brasil algumas mudas em 1830. Por um americano, possivelmente do Consulado Americano, radicado na Bahia neste período. Essas mudas foram cultivadas na estufa do jardim público do Capitólio e daí seguiram para a Califórnia por ser o clima parecido com o Brasil, principalmente à Bahia. As mudas foram selecionadas, tratadas com cuidados especiais, essas árvores cresceram, frutificaram e multiplicaram-se tão assombrosamente que constituem hoje uma fonte de renda e riqueza para o Estado da Califórnia. É triste pensar que a Bahia tivesse no solo essa fortuna e que seria dela, o país seria mais promissor. Como também existem nas Ilhas Malásia, colônias inglesas, cultivo em grandes extensões de terras plantas do Brasil, chamadas "árvores da borracha" desenvolveram maravilhosamente as culturas. É mais uma fortuna que o Brasil do Império deixou sair de regiões brasileiras e não souberam cultivar o que nasceu por acaso."
(trecho do livro: "Correio da Roça" autor: Júlia Lopes de Almeida - publicado em 1913)
"Em 1798 a maior cultura de laranja, fora a de D. Rita Campello, morava em Brotas e era proprietária da chácara e de lindíssimo Solar. Anos depois, passou para o exército brasileiro atual Hospital Militar."(Fonte do livro "A Margem da História da Bahia" - autor Francisco Borges de Barros.)
NOTA DO PESQUISADOR:  Na época do Brasil Império a Bahia teve os Consulados Inglês e americano como parceiros comerciais de grandes importâncias. Residiam aquí muitos ingleses comerciantes o que seria normal o envio de mudas para os seus países. Houve a tentativa do Imperador D. Pedro II em enviar mudas de várias frutas para Portugal e suas colônias, mas não deram certo. Havia a viajem longa, causava deterioração e clima inadequado.

Trabalho de pesquisa – Álvaro B. Marques

A TRADIÇÃO DO SINO NA BAHIA


Segundo vários historiadores, em data remota a voz humana fora substituída por uma peça de madeira ôca que atuava como substituta da boca, a qual por meio de seus fortes sons, advertia todos os espantos malignos que se fossem embora. E esse hábito de espantar os fantasmas por meio de barulhos, se enraizou no sistema social da humanidade de tal forma que servia também para se comunicar em distância. O sino tem a forma de uma corneta só que o som é metálico e ganhou uma enorme popularidade na idade média junto com as construções das igrejas. O bimbalhar do sino ressoa pela manhã e a noite. Para diversas finalidades religiosas e foram depois adquiridos hábitos com a povoação de cada cidade; anunciando às horas diurnas e noturnas para os escravos levantar-se e recolher-se. Os domingos e dias santos, soar demoradamente chamando os fiéis as igrejas, limpando assim, a atmosfera das influências malévolas que poderiam prejudicar as missões divinas.
A quem diga que o sino substituiu a trombeta judaica de chamamento dos fiéis as orações ou mesmo a buzina e a matraca dos primeiros cristãos, segundo Spirago. Se bem que os chineses possuíam os seus sinos desde 2.600 anos a.c. o que nós não sabemos é a data da sua invenção. Conforme Kircher, foi inventado pelos sacerdotes de Osíris. Outros afirmam, certamente São Paulino, Bispo de Nile, quem pela era de 400 d.c. ampliou o seu emprego para anunciar as cerimônias da religião cristã. Surgindo dos chineses, egípcios, e adotado por hebreus, gregos e romanos em ritos religiosos e os leigos admitiram. Os cristãos fizeram colocar no alto dos seus templos para avisos aos fiéis, os sinos tiveram larga aceitação dentro da idade média ampliou-se até a idade moderna.
Os maiores sinos do mundo estão na Rússia o Czar Kolokol, na Catedral de Assunção no Kremlia em Moscou. Foi fundido em 1733, medindo sete metros de altura, seis de diâmetros e pesando 201 toneladas; o seu companheiro, o Boris Gudonof, de Trotozkoi, pesa 175 toneladas e o Santo Ivor, em Moscou, pesando 58 toneladas. O Big-Bem de Londres, pesa apenas 13 toneladas, menor que o “bordão” de Notre Dame da Franca, cuja profunda ressonância abrange grande distância. Certa vez, em Paris, o “bordão” que pesava 16 tonelada caiu e foi um tremendo trabalho para recolocar no local.
Esclarecemos que o sino mais pesado desta cidade de Salvador, o maior, está na torre da nossa Catedral Basílica no largo do Terreiro com pouco mais de mil quilos. Não sabemos a data precisa de quando chegou em nossa cidade o primeiro sino. Teria vindo com Tomé de Sousa? Ou com o primeiro Bispo? Ou logo depois? Sabemos que o próprio mestre Pedro Fernandes e os companheiros de Nóbrega, pediram para o Reino em constante cartas tudo que precisavam para o culto divino nestas partes do Brasil. Verdade é que ainda em 1745 um tal Domingo da França, refere “ a obra do relógio da Sé” que ele assentou, bem como “as ferragens e os sinos dela” (Arquivo Público de Documentos da Bahia – papeis – caixa 50 ano 1745) Mais esses não foram evidentemente os primeiros sinos aqui desembarcados. O sino da Câmara dos Vereadores, (hoje Prefeitura Municipal de Salvador) retirado da torre desde 1886. Este sino foi fundido na Holanda em 1615 tem sua gravação em seu bronze e estas palavras elucidativas da sua origem e do seu nascimento: “Henderich Wegenvart” – fez-se em Deventer ano 1615” esta foi a leitura traduzida. Não há nenhum documento que atesta esta data como sendo vindo da sua fundição para esta Câmara. Mesmo se fosse encomenda pessoal de algum fiel cristão. Pode ser também retirado de alguma nave flamenga, apreendida em nosso porto? Ou retirado de uma nave que se chocou com recifes em praia do nosso litoral? Não há dúvida que já em 1627 tocava um sino na Câmara dos Vereadores, conforme esclarece um documento de setembro do mesmo ano diz: “em que era chamado Pedro Lourenço, carcereiro da cadeia, para que tangesse o sino de correr, o que tangerá das 9 horas da noite até 10 horas da manhã. Para isso, pagará 10 patacas por estes 4 meses.” (Atas da Câmara de Salvador – vol.I págs. 75)
Este sino não era o sino da torre, flamengo de 1615. Era outro, chamado sino de correr da cadeia pública que existia em baixo dos assoalhos da Câmara. Fez soar no dia 10 de setembro de 1675 e continuava ainda a tocar “para juntar o povo e tratar do meio mais conveniente que pode achar-se para o socorro da Infantaria desta Praça”.(Ata da Câmara vol. 5 págs. 167)
Sabe-se que houve reforma radial da Casa da Câmara, executada em 1663 pelo Governador Francisco Barreto. Veja o relato de Afonso Ruy, mestre no assunto: Surgiu dessa reforma um prédio amplo, desprovido de torre, só levantado trinta e três anos depois, continuando a ser utilizado o sino da cadeia para o toque de recolher etc. O sino holandês, só se levantou em 1696 com a reforma de grande parte levada a efeito neste ano, no governo de D. João de Lancastro” (“História da Câmara págs. 16)
Desde então, e por 190 anos, o sino da Câmara repica em sua torre setecentista, começa a ter a sua real função de conversar com a população a ir para a praça em frente as mais distintas formalidades, ou seja: fazer protestos em gritos e revoltas contra a exorbitância dos dízimas lançados, assistir oradores, alegrias de festas, posses de Governadores e vice rei, assistir torneios, praticar jogo de argola, corridas de touros, enfim, nos divertimentos e nas várias realizações que a praça principal da cidade oferece.
O sino holandês foi substituído em 1887 por um grande relógio belga, iluminado á noite, “fazendo ouvir suas pancadas fortes e sonoras de horas e quartos em um raio de zona muito extenso.”
Vários sinos desta cidade possuem inscrição e data da sua colocação ou fundição. Em outubro de 1711, o sino chamou o povo para protestar contra o elevado imposto do sal de 400grs. Para 720grs. o alqueire” ( Fonte do livro: “A Cidade do Salvador” autor: Alberto Silva)
OS FUNDIDORES DE SINOS BAIANOS, SÉCULOS XVII E XVIII
João Carreira: Fundiu o 1º sino da Igreja do Pelourinho em 1756.
André Coelho Vidigal: Fundiu o 1º sino da Igreja de Santo Antonio da Mouraria em 1757.
Simão José de Souza: Fundiu o 3º sino dos Aflitos em 1797, o 2º sino da Trindade em 1799, e o 1º sino da Lapa em 1805, o terceiro de São Bento e do São Miguel, ambos em 1815. O 2º sino do Desterro em 1819 e o 3º de Santo Antonio da Barra em 1820.
Joaquim Rodrigues Fróes: Fundiu o 2º de Santana em 1826, o 1º dos Aflitos em 1833, o 3º da Ordem Terceira do Carmo em 1839 e o 3º de Santana em 1842.
Paulino José dos Santos Passos: Fundiu o 1º da Igreja do Boqueirão em 1868.
Francisco de Souza Guimarães: Fundiu o 2º do Bonfim em 1884.
Alexandre Ferreira da Rocha: Fundiu em 1778 o sino chamado “meião” da Conceição da Praia e o “bronze” da Misericórdia. Em 1736 fundiu um na Igreja de Monte Serrate.
Manoel de Vargas Leal: Considerado um dos maiores fundidores de da Bahia, fundiu o 3º sino da torre d a Igreja de Conceição da Praia em 1869 e o 2º do Pelourinho em 1868. O do Rosário de João Pereira em 1874. O 1º da Igreja da Palma em 1876. O 1º do Bonfim em 1834. Mais um para o Desterro em 1876. O 2º da Igreja da Saúde em 1892 e o 4º da Igreja de São Domingos.
Note Bem: cópia fiel do original do texto acima.
Segundo o Monsenhor Nabuco, suas palavras: “ A fundição de sinos é uma ciência e uma arte que exige mesmo para quem conhece as leis que a regem que são: muita perícia e muita paciência. Sem esses princípios básicos não se fabrica sino. Todo o sino, para ser sino verdadeiro, deve ter uma costela, isto é, uma linha de antemão estudada, que resulta da espessura da parede de cada sino em tamanho e das proporções entre a boca, altura e a cabeça. A costela não obedece somente as leis cientificas; se fosse assim, bastaria conhece-las, e qualquer um fabricaria sinos. O som nasce por via empírica e constitui o grande segredo que somente as famílias de fundidores transmitem de pai a filho”.
Ele, Monsenhor Nabuco, refere-se à ciência da fundição dos sinos para enaltecer o nosso passado, foi quando dispúnhamos de fundidores que nos legaram muitos dos sinos que ainda existem nas nossas Igrejas e nos entusiasmam pela sua fabricação.
( Fonte do livro: “ O Bi-Centenário de um Monumento Baiano” – coletiva de autores)
MEUS COMENTÁRIOS. - Álvaro
Hoje, no século XXI os sinos ainda tocam em algumas principais Igrejas, para anunciar festa do dia santo, muito raramente e talvez os horários das missas. E muitas Igrejas, já não mais existem os sinos. Principalmente as que estão em ruínas.
As Igrejas católicas se ornamentavam com doações dos fiéis de várias posições sociais e havia muita fé cristã com muita boa vontade de ajudar a Igreja e acreditavam nas palavras dos “santos padres”.
Trabalho de pesquisa Álvaro B. Marques

MEMÓRIA DA BAHIA NÁUTICA


FATOS MARCANTES DA ÉPOCA – ESTALEIRO NAVAL
“Foi construído um “Estaleiro ou Arsenal” que servisse de base para construções de naus de guerra, sendo logo estabelecido na Ribeira das Naus, hoje Escola de Aprendizes de Marinheiros, perto da rampa do Mercado na cidade baixa. " Foi construido em 1862 a 1866 um grande edifício a beira-mar para servir de Escola e morada de meninos. Denominado Companhia de Aprendiz de Artífices da Marinha, já registrados 14 menores, 2 maiores e 3 adidos". (Fonte: Resumo Cronológico e Noticioso da Província da Bahia - desde 1500 a 1885 - pág. 94 autor: José Alvares do Amaral.)
Um ano depois de estabelecido, duas naus foram lançadas ao mar Caravela Rainha e o Begantim S. Thomé, foram ás primeiras construídas. Além desse Estaleiro, outro se construira em Itapagipe.
Segundo Gabriel Soares, os materiais de construções das embarcações, estavam à mão. Eram as madeiras de lei e para calafetar tinha a “casca da enviva”, a resina de Camacary para substituir o breu.
No governo de Mém de Sá, a navegação teve um largo crescimento, apesar de lhe absorverem a atividade com as invasões francesas no Rio de Janeiro e a campanha contra os indígenas que assolavam o Sul do país.
O Arsenal da Bahia, tornou-se o estabelecimento de que dependeu toda a economia do Norte. Mas, foi na Bahia que se montaram as melhores oficinas de construções e onde saíram navegações para toda a Costa Brasileira. Teve grandes desenvolvimentos durante os séculos 16, 17 e 18º. Para a Bahia veio oficiais experientes em riscos para todos os tipo de embarcações e largo saber naval. As construções navais, tiveram grande auxilio, se não decisivo, nos braços dos negros escravos, nas reservas florestais e nas fibras naturais de: gravatá, ticum e craua. Madeiras de lei não faltavam, principalmente a jequiriça a mais procurada.
D. Fernando José de Portugal deu a Bahia o privilégio do grande incentivo para a Marinha. Justamente na época em que os corsários franceses mais perseguiram o comércio com a África e a Índia.”(Fonte do livro: “A Margem da História da Bahia” autor: Francisco Borges de Barros)"Foi construido em 1862 a 1866 um grande edifício a beira-mar para servir de Escola e moradia. Cujo nome era Companhia de Aprendiz Artífices já registrados 14 meninos menores, 2 maiores e 3 adidos".(Fonte:Resumo Cronológico da Província da Bahia desde 1500 a 1885 - autor: José Alvares do Amaral)
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As fortificações e reparações dos Fortes existentes e alguns que foram construídos no século XVIII eram atribuídos ao mestre de obras João Massé, presume-se ser o primeiro arquiteto e coordenador dos Fortes da Bahia e Rio de Janeiro.” ( Fonte do livro: O Rio de Janeiro no tempo do onça” – autor: Alexandre Passos, pág. 78)
“Na planta desta cidade, levantada no tempo do vice-rei Marquez de Angeja e pelo engenheiro militar João Massé brigadeiro do exércitos, planejador do sistema de fortificador da Praça da bateria do Forte de S. Paulo ou Forte da Gambôa como era chamado primitivamente, nome que deriva do sítio que existia uma camboa de pesca dos índios da aldeia de S. Simão, próximo do lugar em que está hoje o Passeio Público com extensão á beira mar, ligando-se por uma linha de trincheiras ao Forte de S. Pedro no porto da Gambôa. No ano de 1772 foi concluído. Fortaleza de S. Paulo da Gambôa. Segundo Borges de Barros. Neste Forte foi instalado o canhão Armstrong, vindo da Inglaterra em 1771.”(Fonte: Revista do Instituto Geográfico e Hist. da Bahia, nº 56)
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Características das Embarcações de Longo Curso – nos séculos 16, 17 e 18º
Bergantim – Era embarcação de dois mastros armados no feitio dos Brigues.
Brique – Embarcação de dois mastros, sendo que o mastro maior se inclina para a prôa.
Caravella – Pequena embarcação de velas latinas. A vela latina tinha a forma do triangular. Século XVI
Corveta – Navio com três mastros. Por sua natureza eram de guerra, mas também aplicados ao comércio, pela razão da defesa contra piratas.
Fragata – Navio de guerra, também destinado ao comércio. Possuía três mastros.
Galeão – Navio de alto bordo de guerra e também destinado ao comércio, com velas latina.
Galera – Embarcação comprida e estreita com dois ou três mastros.Chamada também de Galeaça do século XVIII.
Escuna – Embarcação de dois mastros, com vergas na proa e sem mastaréu de joante.
Patacho – Embarcação de dois mastros.
Charrua – Embarcação com dois ou três mastros.
Baixel – Embarcação pequena tipo Escuna – século XIX.
Todas as embarcações de comércio tinham figuras ornamentais nas prôas, chamadas “Carrancas”, conforme se verifica no relatório de viagem escrito por Nascimento Costa, comandante do navio Santo Antonio de Polifemo, atracado pela nau francesa a “La Preneuse”. A tradição das “Carrancas” é mantida até hoje por barqueiros do Rio São Francisco. São figuras bizarras esculpidas em madeiras que ficam nas prôas das suas embarcações. Segunda a lenda “ é para afugentar o mau agouro vindo do mar”.
(Fonte do livro: “ Novos Documentos para a História Colonial” – autor: Francisco Borges de Barros)
Nau – Grande embarcação, navio de guerra ou mercante.
NAVIOS AFUNDADOS NA COSTA BAIANA – Náufragos
Gabão Espanhol – Afundado no porto de Balthazar Ferras, em 1714.
Kent – Navio Inglês que seguia para as Índias em comboio com uma armada mercante em julho de 1800.
Maraldt – Navio Inglês, afundado dentro da Bahia de Todos os Santos, entre o Forte da Barra e o Forte de Santa Maria em 28 de fevereiro de 1875.
Gamble – Navio Francês, afundado em Praia de Jauá, em25 de março de 1873. Encalhou às 2 horas da madrugada nos recifes á 7 milhas ao norte de Itapoá. O paquete pertencia a Companhia Messagerias Marítimes. Salvo toda a tribulação em botes, chegaram em terras de Vila de Abrantes às 6 horas da manhã. O carregamento ficou completamente perdido e o navio destroçado.”
Germânia – Navio Alemão, afundado nos recifes da Barra, na noite de 22 de setembro de 1876. Procedente da Europa .
Paraná – Navio Francês, afundado além de Itapoan, em 9 de outubro de 1877.
Manaú – Afundado em frente ao Monte do Conselho.
Cabo Frio – Afundado defronte ao Farol da Barra, em 1907.
France – Afundado em 20 de setembro de 1856 dentro da Bahia de Todos os Santos.
Gabão Sacramento – Afundado em 1669 por imperícia dos pilotos. Trazia o novo governador da Bahia, João Corrêa da Silva, em substituição a Alexandre de Souza Freire. Morrendo quase todos que vinham na guarnição de 600 pessoas de cujos cadáveres amanheceram boiando e cobrindo as praias. Dentre eles estava o novo governador. Ele foi enterrado no Convento de S. Francisco, com todas as honras de chefe de Província. Neste navio, trazia carregamento de estanho e cobre, para o Arsenal de Marinha da Bahia”.
Naus N. Sª do Rosário, Santo André, e outra que chegaram das Índias e tinham destino para Lisboa, incendiaram e afundaram no Porto de Balthazer Ferraz no local chamado Preguiça em 9 de maio de 1737”
Fragatas – Santa Escolástica e São Vicente Ferreira, ocorreram os naufrágios nas proximidades do baluarte da Ponta do Padrão local perto do Forte de Stº Antonio. As fragatas iam em seguimento da Nau Santa Maria de Bittencout, ambas estavam repletas de tropas destinada a Goa, onde se devia incorporar à expedição que iria restaurar a cidade de Mombaça, na Costa Oriental africana. “Tendo transposto a Barra, aproximava-se da ponta do banco de areia de Santo Antonio, aconteceu virar repentinamente e submergiu imediato. Foi muito grande o número de vítimas de tão grave desgraça, que se deu no sábado em 27 de novembro de 1700. Um dos mais trágicos sinistros que já se registraram nas águas brasileira na época.”
(Fonte do livro: (“A Cidade do Salvador” autor: Gilberto Silva – na parte “Histórias Trágicos Marítimos” – volume 6 ).
Nau Santa Clara – “ arrastada por fortes tormenta, desgarrado por completo, perdendo-se em nossa Costa Norte, encravando-se, despedaçando-se em cima de rochedos, na foz do Rio Arembepe no arraial do mesmo nome, litoral baiano. Transportava mais ou menos 400 pessoas que levavam muitas riquezas pessoais, escaparam somente 120, e os demais morreram” ( narrativa de Quiricio Caxa.) inclusive o próprio comandante também morreu nessa terrível tragédia marítima de julho de 1573”.
“O Santa Clara, estava vindo de Portugal para a Índia ao fazer escala, próximo a Arembepe, perdeu o controle com ventos fortes e bateu nos recifes. Diz a lenda que os tripulantes boa parte deles carregavam fortunas quando se jogaram no mar e morreram afogados ao tentar nadar até a praia outros poucos sobreviveram.”
Nau Senhora da Vitória – Nesta embarcação foi o túmulo de Balthazer de Aragão de Souza, o Bângala, o Capitão-mór, na note de 23 de janeiro de 1613. Embarcado com duzentos companheiros no “Senhora da Vitória” era grande navio de quinhentas toneladas, acabado de aprontar no seu estaleiro na Preguiça. Para levá-lo ao Reino distante. Morreu, então, o nosso Capitão-mór que ficou toda à noite na frente de sua embarcação procurando uma quadrilha de seis barcos franceses de guerra que zingavam na nossa Costa. O inimigo era silencioso e traiçoeiro. Foi no dia 24 de fevereiro, dia de São Mathias, que o navio de Balthazer de Aragão avistou os franceses navegando nos lado do Morro de São Paulo, rumo ao boqueirão, local de desembarque. Balthazar investe afoitamente sobre os navios, que sendo o navio grande a vela, lhe toma o balanceio da embarcação e vira.
“O Senhora da Vitória, não chegou a participar da luta feroz, que seria. Sinalou tão triste termo. Mal abrira as portinholas de baixo de sua artilharia para descarregar sobre a nave visada em todo poder de fogo. Um forte vento caiu de chofre sobre seu velame de grossa catonia, adernando-a de tal jeito que despregou das suas amarras os pesados canhões que correram todos para um de seus bordos, permitindo assim que a água entrasse incontinente pelas portinholas, calando-se pelas escotilhas que iam abertas”.
Balthazer de Aragão estava vestido em sua armadura luzidia, o elmo justo, a espada afivelada, desapareceu com a sua própria Nau, cujo fim trágico, agora consumado, ele adivinhara, por várias vezes, ao repetir, pesaroso, aos carpinteiros da Ribeira das Naus: “Façam como estivessem fazendo o meu ataúde”. E fez, herói no dia 24 de Fevereiro de 1613, ( Fonte do livro: “A Cidade do Salvador”)
NAUFRÁGIOS E INCÊNDIOS MARÍTIMOS
O São Pedro – Nau castelhana da destroçada esquadra de Simão de Alcaçova. Fundeada nas Costas de Boipeba em 1º de maio de 1538.
Em 1547, na arrebentação na praia de Pinaúna em Mar grande (Itaparica), a embarcação de Francisco Pereira Coutinho, vindo de Porto Seguro, falecendo o nosso donatário nas mãos dos silvícolas da ilha fronteiriça à Salvador.
Em 1551, nos famosos recifes do Rio Vermelho, o navio de Vicente Gonçalves, piloto-mór da da carreira de Flandes.
Em 1560, próximo a está cidade no largo da Bahia de Todos os Santos a nau denominada “São Paulo”.
Em julho de 1573, nas rochas de Arembepe, a nau chamada de “Santa Clara”.
Em 1596, a nau denominada “São Francisco”.
Em dezembro de 1599, na entrada da Barra, a nau de Francisco de Araújo, vindo do Rio de Janeiro, afundada pelos flamengos de Van der Does.
Em julho de 1604, dentro da nossa baía, por ocasião do ataque de Van Caarden, três embarcações portuguesas e dois navios flamengos, guerras.
Em 10 de agosto de 1610, em um banco de areia, frente a está cidade. A cargueiro “Nosso Senhor de Jesus” em que viajava Pyrard d’Laval.
Em 9 de maio de 1624, em nossa baía, quando do assalto de Vellekeus, sete navio portugueses.
Em 1625, em nosso porto, cidade baixa, seis navios flamengos, afundados pelas baterias espanholas do Convento de Stª Teresa.
Em março e junho de 1627, defronte desta cidade, em fogo de guerra, invertida de Pieter Heyn, duas naves flamengas e várias embarcações menores portuguesas.
Em agosto de 1647, em nossa baía, um galeão português e duas naus flamengas da esquadra de W. Cornelizoon.
Em julho de 1648, na entrada da Barra, o galeão luso “Rosário”, posto a pique pelo seu próprio comandante, Frei Pedro Carneiro, que lançou fogo no paiol da pólvora e voou para os ares, arrastando também ao abismo os navios flamengos “Gyssehing” e “Urect” que o abordaram. Ato de bravura ou de loucura? Acreditaram que no navio do Frei estava grande carregamento em ouro e pedras preciosas.
Em junho de 1665, em nossa baía, o galeão “N.Sª. de Pópulo” estava a deriva, destroçado, sem amarras e sem âncoras. Foi de encontro aos recifes da Praia de Pinaúna em Mar Grande.
Em 1693, em nosso porto, quando se dirigiam para a Índia, a nau “Sereia” e o patacho “Santa Ecolástica”.
Em 1700, nas águas do nosso porto, dois navios portugueses e a nau “N. Sª. Do Bom Sucesso”, que incendiou-se.
Em 1714, defronte da praia da Preguiça, o galeão espanhol, “São Pedro”; às 7hs. Da manhã de 10 de maio de 1737, e nas pedras da Jequitaia, as naus Nª.Sª do Rosário e Stº André.
Em 10 de fevereiro de 1755, Incendiada em nosso porto, a nau “Nª.Sª. da Caridade” e a nau São Francisco.
Às 9 hs. Da manhã de 9 de julho de 1799, nas pedras de Mont Serrat, o navio Inglês “Queen”.
Em 25 de outubro de 1802, arrastado por um temporal, o Bergantim “Paquet Raquel”, indo de encontro ao “cais do porto” sofrendo avarias.
Em 18 de maio de 1806, incendiou-se depois de encalhado na ponta de Mont Serrat, uma galera da esquadra francesa de d’Hermith.
Em 1810, também na nossa baía, submergiu o navio Inglês “Kent”.
Em 1832, na altura de Mont Serrat, a barca á vapor “Paraguassú” construída aqui na Bahia pelo Marquez de Barbacena, foi o primeiro navio no gênero armado no Brasil.
Às 11 hs. Da noite de 27 de setembro de 1874, em nosso porto, e preso de violento incêndio, o vapor francês “La France”
Em 1858, no canal de Itaparica, uma embarcação Inglesa, carregada de carvão de pedra.
Às 2 hs. Da madrugada do dia 25 de março de 1873, nos recifes perto da praia de Jaúa em Itapoan, o vapor Francês chamado de “Gambie”.
Ás 8 e 45min. Da noite de 28 de fevereiro de 1875, nos recifes situados entre as Fortalezas de Stª Maria e Stº Antonio da Barra, o vapor Inglês “Maraldt”, carregado de lã e couro.
Em 2 de agosto de 1875, a duas milhas ao Norte do Rio Vermelho, o vapor “Paulo Afonso”, da nossa Companhia Bahiana.
Em 1875, em nosso porto, o vapor “Moskma”.
Na noite de 22 de setembro de 1876, nos recifes da Barra, o vapor Alemão “Germânia”.
Às 9 hs. Da noite de 9 de outubro de 1877, ainda nos recifes da praia de Jaúa perto de Itapoan, o vapor Francês “Paraná”.
Em 1886, no porto dos Ferreiras na preguiça, o vapor “Dois de Julho” pertencente a nossa Companhia Baiana.
Na tarde de 21 de abril de 1901, em Pedra Furada, entre Mont Serrat e Porto da Lenha, afundou a barca Norte Americana “Anna Reed”
Às 4 e ½ hs. Da tarde de 2 de setembro de 1903. na altura do Forte de Stª. Maria, o paquet Francês “Bretagne”.
No dia 21 de janeiro de 1907, no mesmo local acima mencionado, um quase naufrago o vapor Austríaco “ Melpomene”.
Às 12 hs. De 31 de agosto de 1908, nos recifes da Barra, o vapor Alemão “Cap.Frio”, carregado com 9 mil sacos de café para Hamburgo.
Ás 13 hs. Do dia 19 de outubro de 1910, defronte do Forte de Stª Maria, o vapor Francês “Bellevue”, teve semi-abalroamento.
Aos 13 de julho de 1912, nas Costas de Mar Grande, ilha de Itaparica, o vapor Norte Americano “Geneve”.
Em 1913 em nosso porto, tomado de chamas o navio de pesca “Frederico Villar”.
Em agosto de 1917, defronte da Igreja da Penha, em Itapagipe, a canhoneira Alemã “Eber”.
Em 1924, frente ao nosso porto, o vapor brasileiro “Itagibe”, alcançado pelo aríete do cruzador sueco “Fligia”.
Em 1942 ou 1943 com datas incertas, defronte da praia de Itapoan, quase abalroado o paquet Pedro II do Loyd Brasileiro.”
( Texto extraído do livro: “ Os Naufrágio Célebres” – autores: Zurcher e Marcolli)
História Trágico Marítimo – Código 910-45 H579 V. 6-12 (Biblioteca Pública do Estado).
Em 18 de agosto de 1819 – No estaleiro da Preguiça, foi construído o primeiro navio a vapor no Brasil. A máquina foi importada da Inglaterra por Felisberto Caldeira Brant. Futuro Marquês de Barbacena.” (Fonte do livro: “ Efemérides da Igreja da Conceição da Praia” autor: Mons. Manoel de Aquino Barbosa vulgo “Dedê Bus”. (pároco da mesma igreja)
Nota complementar: “Em 2 de abril de 1806 – Chegou no porto desta cidade uma Esquadra francesa trazendo o Príncipe Jerônimo Bonaparte, irmão do Imperador dos franceses Napoleão Bonaparte. Foi recebido com todas as honras e aclamação do povo.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881).

A PIEDADE E A JUSTIÇA


Nas “Memórias Históricas e Políticas da Bahia” de Inácio Acioli de Cerqueira e Silva, pág. 151 escrito em 1835, vem narrando uma discórdia entre a Santa Casa da Misericórdia e a justiça, motivada pela execução de um condenado.

As Misericórdias de Portugal e do Brasil, tinham o privilégio de cobrir com a sua bandeira os condenados à morte que escapavam por acidente no momento da execução. Em certos casos em que rebentasse (partisse) a corda ou quebrava-se qualquer um dos instrumentos de súplicas (força ou guilhotina) e caía o infeliz ao solo ainda vivo. O porta estandarte, imediatamente, cobria a vítima com a bandeira da misericórdia, considerava-se este ato como cumprida a sentença. Estava salvo o condenado à pena última. Vários conflitos se originaram em conseqüência desta prerrogativa. Isto porque a corda era fornecida pela Santa Casa. Acompanhava os irmãos da Irmandade o sentenciado e ele levava a corda. Tocavam a campainha e rezavam em procissão chamando a misericórdia, misericórdia...Não raro a corda era antecipadamente imersa em água fria para que se tornasse mais rígida. Porém, a corda não resistia com o peso e partia. Veja este caso: “ Dois réus foram sentenciados à pena última. Durante a execução um deles caiu com o algoz do alto do patíbulo. Quebrava-se um dos travessões. Estava vivo. A Irmandade da Misericórdia, usando de seu antigo privilégio cobriu o réu com a sua bandeira. Estava cumprida a sentença, conforme a praxe.

O meirinho das execuções não se conformou com o caso. Maldosamente, avançou para o condenado e desferiu vários golpes de estocadas. Irritaram-se os irmãos e o povo. Quiseram “atassalhar” agredir o meirinho. Salvou-o a presença de um vereador Jerônimo de Burgos que presidia à execução e mandou recolher o assassino à cadeia sob grande escolta. Em vão, tentou o povo agredir o oficial. A Irmandade seguia então para o palácio governamental acompanhada pelo povo. Levava a bandeira estendida em sinal de protesto e exigia a imediata punição do culpado. O Governador não se comoveu com o clamor público. Mandou dispensar a multidão pela guarda e prendeu os irmãos da Misericórdia. Só saíram da cadeia por intervenção do procurador e desembargador Dionísio de Azevedo Avellar. Por carta régia de 30 de abril de 1716 com esse procedimento aprovado, declarando-se, ainda, que em casos semelhantes ao que provocara o tumulto a pena seria executada.

Ato desumano! Não conheciam o perdão nem o conforto que dá o sentimento de piedade. Não meditaram sobre a beleza desta virtude, na amplitude da súplica, implorando piedade para tudo e para todos que saem da normalidade da natureza e a boa razão impõe na harmonia da sua contextura, piedade é súplica do perdão “para o pobre moribundo” – “ para o lobo que devora” – “ para a pedra que esmaga” é o último pedido do criminoso, piedade... E mais uma vez o pedido do povo e as normais muito antiga da Santa Casa não foi respeitada.”

(Fonte do livro: Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia” vol. 69 pág. 225/226 )

MEUS COMENTÁRIO:

A Religião e o poder da Irmandade naquela época, dobravam força com a justiça o que não era aceito pelo Governo e entravam sempre em choque movido por interesses particulares. O povo católicos e fervorosos e quase sempre contra o governador.

A RELIGIÃO NÃO PODE INTERVIR NAS DECISÕES DA JUSTIÇA, SOBRE QUALQUER PRETEXTO A SENTENÇA É SOBERANA. Por essas e outras razões foi separado o Estado da Igreja em 1890. Vamos ler abaixo:

Note bem: Separação entre o Estado e Igreja. Entre as primeiras medidas do Governo Provisório estava a separação entre a Igreja e o Estado. Além de não mais existir uma religião oficial no país e de estabelecer a plena liberdade de culto, o Estado assumiu uma série de funções importantes que antes eram prerrogativas da Igreja católica. Até então, a emissão de certidões de nascimento, casamento e mote eram atribuições eclesiásticas. A partir da promulgação da lei de 1890, contudo, apenas os registros civis passavam a ter valor legal. Ao mesmo tempo em que a Igreja saía da tutela do Estado, perdia os controles da vida social que detivera. Uma das mudanças mais polêmicas foi a instituição do casamento civil que possibilitaria a separação legal dos casais, inadmissível pelo catolicismo.

Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

UM SALTO DE CORRUPÇÃO ATÉ O SÉCULO XVII NA BAHIA

No nosso país a corrupção vem de longas datas, já nos idos do século XVII, quando o pau-brasil era ouro, os franceses, ingleses sabiam explorar o nosso território transformando-os em inveterados contrabandistas do nosso Ibirapitanga.
Vamos acompanhar os relatos do historiador Alberto Silva, no seu livro: “A Cidade do Salvador” (aspectos seculares) publicado em 1957/Ba. Quando ele diz: “Os franceses em maior escala sobretudo no primeiro século da nossa História. Os ingleses porém mais teimoso nas suas aventuras, pois até os princípios da passada centúria andavam ainda pelas nossas Costas Sul, ora em Porto Seguro, ora em Caravelas.”
“Entretanto, porém, em nosso assunto, Sr. Tomás Lindley, um destes ousados contrabandistas ingleses, teimava realizar ainda em 1802, em nossas praias desertas, o perigoso escambo do pau-brasil. Caixa do Bergantim “Paquet Rachel”, contrabandeava Lindley em Porto Seguro, quando foi detido pelo Ouvidor Geral do Crime, Cláudio José Pereira da Costa. Em carta enviada a Londres aos seus conterrâneos Syomore e Groskan, responsabiliza, Lindley pela sua prisão, o comandante do Bergantim e o capitão-mor de Porto Seguro, que tentava se apoderar da mercadoria contrabandeada. O contrabandista britânico teve, porém, um gesto nobre de ocultar o nome do seu sócio na arriscada aventura; o ouvidor de Porto Seguro, José Duarte Colho, preso, por determinação das Cartas Régis de 31 de janeiro e de 23 de fevereiro de 1803, remetidas ao então Governador Francisco da Cunha Meneses.
Tomás Lindley chega preso a está cidade no dia 26 de setembro de 1802, sendo recolhido dois dias depois com sua esposa aos calabouços inferiores do Forte do Mar. Passaram aí uma noite horrível, a primeira noite de 28 para 29 de setembro, sob um frio de doer os ossos rodeados de caranguejos, gafanhotos pretos e de uma rataria atrevida e barulhenta. Condoído dos sofrimentos do casal britânico, decide, transferi-los a mando do comandante Cardoso. Trazendo-os, para a parte superior da Fortaleza. Em novo alojamento de cômodo livre, cozinha razoável e vista para o mar. Lindley e senhora vivem, então, dias fartos de alegrias íntimas, admirando as tardes agradáveis e o lindo panorama da cidade fronteiriça. A beleza da Baía de Todos os Santos, o vai e vem das lanchas de passageiros com músicas a bordo, dirigindo-se as festas das localidades dos recôncavos. Nesta acomodação, apreciaram Lindley e esposa, na tarde de 8 de dezembro de 1802 a imponente procissão de Nossa Senhora da Conceição que se arrastava, fronteira, perto do cais da cidade baixa.
Apesar de tantas considerações e boas acomodações que lhes foram reservadas, Tomás Lindley sempre queria era a liberdade. Pois bem, até isso a fortuna veio ao seu auxilio e a influência contribuiu. Certa vez, em visita ao Forte do Mar, um seu patrício, o comodoro Campell, que estava na direção da belonave inglesa, surta no porto. Encontrando Lindley preso naquele Fortaleza, prometeu-lhe o oficial britânico que conseguiria a sua liberdade com o Governador Francisco da Cunha Meneses. Prometeu e cumpriu, pois passados apenas alguns dias Lindley, recebe a visita de um mensageiro que lhe informa que, se o exame médico a que teria de se submeter declarasse que aquela prisão é nociva a sua saúde, seria imediatamente transferido para outra Fortaleza. Todavia, acrescentou o aludido mensageiro, se ele, Lindley, quisesse despender a quantia de 4$000 mil réis teria logo a Certidão da Junta Médica sem que fosse incomodado na sua prisão”. Aceita a inesperada proposta e de súbito o britânico entrega ao mensageiro a importância arbitrada. Aguardando, meio desconfiado o seu destino. Horas depois, retornava ao Forte do Mar o mensageiro, trazendo um atestado medido firmado pelo cirurgião João Dias da Costa e pelo médico Isidoro José de Sousa. Neste documento oficial tinha escrito “juravam ambos sobre os Santos Evangelhos que o Sr. Tomás Lindley, estava violentamente atacado de inflamação generalizada e que ainda lhe provocavam hemorróidas, afetando-lhe todo o organismo a ponto de comprometer a sua existência” e concluíram: “ pela necessidade de Tomás Lindley passar a residir na cidade para mudança de ares e mais conforto que lhe eram absolutamente necessários a fim de prevenir mais sérias conseqüências”.
Transferido, semanas corridas, para a Fortaleza do Barbalho. Lastimou logo o casal britânico os seus “cômodos pequenos e úmidos, muito diferente dos arejados e limpos do Forte do Mar”. Em compensação eles tinham a permissão de passear ambos pela cidade o que lhe foi cedido por menagem. E foram esses passeios longos por todos os cantos desta cidade que lhes permitiram fugir, sem dificuldade, rumo a longínqua Inglaterra. Na noite de 5 de agosto de 1803, tendo acertado tudo, não voltou mais a Fortaleza do Barbalho o casal ingleses. Ignorando a sua ausência o comandante Joaquim Alberto da Conceição Matos, comprometido de fato nesta aventura. No dia seguinte do aludido mês, pelas 3 horas da tarde, em pleno dia, Lindley e a esposa, tomaram na praia uma canoa de cobertura que se dirige imediatamente para o brique “Três Corações” ancorado em alto mar e pertencente ao negociante maçom Antonio da Silva Lisboa, que lhe facilitou a fuga. Passados algumas semanas o casal britânico saltava na cidade do Porto, em Portugal para ser conduzido em navio inglês para a Inglaterra. Tal aventura Tomás Lindley conta no seu livro de memória “Viagem ao Brasil” escrito em inglês mas não revela ser contrabandista porém, relata usos e costumes do povo baiano e coisas do Brasil.” (Do livro: “ A Cidade do Salvador” – autor: Alberto Silva)



MEUS COMENTÁRIOS - Álvaro

Eis uma história de corrupção, suborno e tráfico de influência passado no principio do século 19 na Bahia tão a gosto do nosso reinol, envolvendo autoridades, médicos, militares e pessoas ligadas ao governo. Foi comentado na época que a Maçonaria contribuiu para a fuga de Tomás Lindley dentre de outros fatos. Sempre existiu essa fatia podre do bolo de interesses em governos inescrupulosos em nosso País. É “um sistema endêmico” como disse um diplomata norte americano que foi censurado por políticos de autos escalões do governo brasileiro. Somente agora no inicio do século XXI é que estamos vendo no fim do túnel alguma coisa “justiça”.







Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques


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terça-feira, 19 de outubro de 2010

CARNAVAL OU MICARETA

"mi-carême dos franceses, origem no Rio de Janeiro".

“No meio da quaresma não havia um dia de “gasosa” dado pela Igreja para suspensão das penitencias e dos jejuns.” Mas o povo africano com permissão da Igreja e da Irmandade do Rosário, criaram a Festa do Rosário em que os pretos escolhiam o seu imperador, imperatriz, rei, rainha e cortesões desta corte. Os pretos eram congos, angolas, minas, tapas, benguelas e de outras nações africanas, trajavam ricas vestes e luxuosamente adornados percorriam as ruas da cidade, cantando e dançando ao som de rudes instrumentos. Davam fim ao divertimento reunindo-se todos no antigo Campo de Sant’Anna. E não havia desordens, facadas ou tiros Fazendo comparação entre os negros da Bahia e os do Rio de Janeiro, o Conde dos Arcos, asseverava ter visto no precitado local, perto de dez mil pretos contentes e satisfeitos, bailando em boa ordem e com aplausos da gente branca. “Dizia o Conde que era isso devido ao bom tratamento dado pelos senhores aos seus escravos do Rio de Janeiro. Chegavam eles a gastar de seu bolso grande quantia para ver os seus escravos fazerem boas figura. Já os senhores da Bahia, além de maltratar os cativos e de lhes dar muito trabalho os matavam de fome como forma de castigo, dentre outras torturas em caso de roubo e desobediência. Daí, acrescentava o futuro ministro do príncipe D. Pedro, em 1821. Que se explica as grandes revoltas dos escravos na cidade do Salvador e seus recôncavos como sendo um dos maiores motivos a proibição dos seus hábitos e religião.”

Já havia nesta época pessoas brancas com o rosto coberto uma espécie de máscara a que os antigos deram o nome de “serração da velha” como sendo o Carnaval da Europa.

(Fonte do livro: “Revista do Instituto Histórico Brasileiro” nº 147 pághs. 303)

Fonte de pesquisa de Álvaro B. Marques.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PEQUENAS BIOGRAFIAS DE HOMENS NOTÁVEIS


Caetano Lopes de Moura, nasceu na Bahia em 1780. Filho de modesto marceneiro, foi na sua infância aprendiz de sapateiro. Cursou com muito sacrifício os estudos de Medicina. Ao fim dos quais, não quiseram doutorá-lo por ser preto. Passou a residir na Europa doutorando-se em Paris, onde ficou clinicando com sucesso. Napoleão I nomeou-lhe médico do Exército e da Armada Imperial. Mais tarde o Imperador D. Pedro II deu-lhe uma pensão em dinheiro quando já estava morando no Brasil. Foi mestre em Latim, escritor. O Seu nome é a melhor definição da palavra – VONTADE.” ( Fonte extraída do “Novo Guia da Cidade do Salvador”- biografia e lendário – edição de 1953.)
Luis Monteiro Caminhoá – Nasceu na Bahia em 1842, organizou as Colônias Agrícolas para delinqüentes menores e a sua recuperação para a sociedade. Foi o precursor na Bahia do sistema presídio/colônia para menores infratores.Formou-se em engº. Agrônomo na França, tendo sido premiado pelo governo Francês.”
( Fonte extraída do livro: “Novo Guia da Cidade de Salvador”- Biografia e Lendas – Oferta da Colônia Espanhola na Bahia.)
Afonso Sertão Domingos – Bandeirante na Bahia, sob as ordens do senhor da Torre. Homem destemido dos fins do século XVII. Fez diversas Entradas no sertão baiano até o Piauí. Dessa circunstância foi que surgiu o apelido “Sertão Domingos”. Obteve com isso enorme fortuna em prédios, gados, terras e fazendas cultivadas. Na sua morte doou aos jesuítas.” ( Fonte extraída do livro: “ Novo Guia da Cidade de Salvador”- Biografia e Lendas – Oferta da Colônia Espanhola na Bahia.)
Mem de Sá, morreu na Bahia e está enterrado na Catedral Basílica, sua Igreja do Colégio dos Jesuítas aonde seus restos mortais repousa. É uma honra para nos baianos. Sua oração fúnebre foi rezada por Nóbrega em vida, resumia-se em três palavras:
“Prudência, Zelo e Virtude”.
Aqui perdeu um filho, Fernão de Sá, quando o mesmo foi em expedição para caçar os índios Aymorés. Expulsou os intrusos franceses, já enraizados na Guanabara. Fundou o Rio de Janeiro, povoação honrada que quisera Thomé de Sousa, para que nestas paragens houvesse outra cidade de Salvador ( a Bahia qualificativa: obrigado Mem de Sá ). Deixou aqui seus bens vinculados, falta de descendestes. O filho Francisco morreu cedo e a filha Filipa não teve herdeiros.
Assim disse Anchieta “ajudou a fazer as suas custa; as igrejas do Colégio dos Jesuítas, a Sé e a Misericórdia.
Serviu-nos, defendeu-nos, deu seu sangre – a vida de um filho – deu-nos seus bens, deu-nos seus anos derradeiros, morrendo entre nós, enterrados no nosso solo. Que mais? Bendito seja Mem de Sá.”
O primeiro músico notável da Bahia, foi Euzébio de Mattos ou Frei Euzébio da Soledade. Nasceu em 1629 e faleceu em 7 de julho de 1692. Discípulo do Padre Antonio Vieira; mestre em filosofia no Colégio dos Jesuítas. Foi músico, compositor, poeta, filosofo, matemático, pregador e desenhista.
Afirmam ter sido um dos maiores talentos que o Brasil já teve. Irmão de Gregório de Mattos o “boca do inferno”. O Padre Antonio Vieira afirmava: “ que Deus se abastara em o fazer em tudo grande e não o fora mais por não querer”. Referindo-se ao irmão Frei Eusébio da Soledade porque tudo ele sabia, mais do que os outros”.
Silva, Juvenal Galeno da Costa – Poeta prosador brasileiro, natural do Ceará, nascido em 1836 e faleceu em 1931. Suas composições foram de grande espontaneidade e eminentemente populares. Escreveu e publicou: “Prelúdio Poéticos”, “A Machadada”, “ Lira Cearense” “Lendas e Canções Populares”. Obras em versos e “ Cenas Populares”; Folhetins de Silvanus – Medicina Caseira – Prosa.”(Fonte extraída: “ Novo Guia da Cidade de Salvador” – Biografia e Lendas – Oferta da Colônia Espanhola na Bahia.)
Manoel Roque – O laborioso artista é o honesto tesoureiro da Sociedade Abolicionista Baiano. É difícil dar uma dimensão do amor que ele tinha pela causa da Liberdade, este obscuro cidadão. Na qualidade de tesoureiro, exerceu com irrepreensível capacidade.
Por muitas vezes, suas parcas economias foram depositadas para completar despesas da Sociedade. Porque a receita da Sociedade não dava para cobrir os gastos. Os donativos em dinheiro nem sempre cobria a compra de uma “carta de alforria”.
Homem do povo, preto, artista mecânico. Manoel Roque foi mais útil a Bahia do que muitos notáveis que passaram a vida comodamente, encerrados na concha do egoísmo e não reconhecendo os deveres da sociedade.
Manoel Roque tinha boas amizades e estima de muitas pessoas cultas da Província. Ele ouvia dessas pessoas as razões contra a escravidão e reproduzia entre os menos inteligentes os novos ideais. Era um propagandista, não se limitava a ouvir, lia bastante e estava sempre atualizado nas causas abolicionistas do país. Sua morte em 18 de novembro de 1875 privou os abolicionistas do servidor da propaganda em panfletos em que distribuía ao povo. Ficamos sabendo muito pouco sobre ele e lamentamos por não saber.
Manoel Roque tinha outro ofício de sapateiro, trabalhava na Baixa dos Sapateiros na esquina da ladeira do Alvo, dentro de uma porta de casa nº 27. Ali ele reunia os amigos e passava os panfletos abolicionistas.
É curioso dizer que a maioria dos auxiliares abolicionistas eram artífice em vários seguimentos. A maioria sabia ler e escrever, sempre revoltosos e quando não morriam na forca eram presos nas enxovias públicas..”
(Fonte extraída do livro: “A escravidão o clero e o abolicionismo”)
Pedro Álvares Cabral – nasceu em Belmonte/Portugal, nos anos de 1467 ou 1468 não há certeza do ano. Foram seus pais; Fernão Cabral e D. Isabel de Gouvês. Filha de D. João de Gouvês, alcaide-mor de Castelo Rodrigo. Era casado com D. Isabel de Castro, filha de D, Fernando de Nóbrega.
D. Manoel galardôo os seus serviços dando-lhe uma tença de 13$000 por ano e mais 2$437 por mês de moradia e em 1502 outra tença de 30$000.
O visconde de Porto Seguro, historiador brasileiro, descobriu em 1829 o jazigo do grande navegador na sacristia do Convento da Graça, em Santarém.”
Américo Vespúcio – Nasceu em Florença em 1451. Visitou a América quatro vezes, deixando as relações de suas viagens escritas em Latim, as quais foram traduzidas e imprensas em 1532 em Paris. Morreu em 1514 na ilha Terceira.”
(Fonte extraída do livro: “ A Margem da História da Bahia” autor: Francisco Borges de Barros.)
É BOM SABER
O jesuíta José de Anchieta chegou á Bahia em 13 de junho de 1553 – levou 43 dias de viagem de Lisboa a Salvador. Chegando a Salvador, o jovem catequista com 20 anos. Abriu um curso das línguas latinas e portuguesa. Não só para os filhos dos colonos, mas também, para os meninos indígenas em que ele chamava de “catecúmenos”. Foi Anchieta portador e o primeiro a exercer no Brasil o magistério e o primeiro a escrever a “gramática da língua tupy” a qual aprendera com invulgar saber.”
(Fonte extraída do livro: “Riscadores de Milagres” autor: Clarival do Prado Valadares páds. 137 e 138 – pub. MEC.)
“Segundo consta no livro “Revista do Inst.Geo. e Hist. da Bahia, págs.136 e 137 de nº46 “Notas Elucidativas”- “A 8 de maio de 1553 partia de Lisboa o Padre Luiz Gran, acompanhado com o segundo governador geral do Estado do Brasil, D. Duarte da Costa, e entrava, a 13 de julho do mesmo ano, no porto da Bahia da cidade do Salvador, conduzindo um novo e valioso reforço constante de seis missionários, dentre os quais se destacava o celebrado irmão José de Anchieta. Nomeado Provincial, promoveu esforçadamente a obra missionária, consolidando os núcleos de evangelizações criados pelo Padre Nóbrega, seu antecessor imediato, e suscitando outros novos. Não contente com isto, tentou o Padre Gran levar em 1562 o trabalho dos aldeiamentos aos índios da margens do rio S. Francisco, nada conseguindo por causa da “peste da bexiga” que, de Itaparica se havia propagado com intensidade em 1563 e da grande fome de 1564.”
(relado: “Descrição Histórica e Geográfica do Município de Curaçá” autor: João Mattos) – (Fonte extraída do livro: “Revista do Inst. Geo. E Hist. da Bahia – nº 46)
Ribeiro de Sousa, Joaquim Augusto “Artista dramático, brasileiro, nasceu 1825 e morreu em 1873. Foi o primeiro ator nacional a interpretar dramas da Escola Realista. Introduzindo-a nos palcos brasileiros. Abaixo dele foi João Caetano em popularidade, pelo alto poder de interpretação.
Joaquim Augusto atingiu o apogeu nos palcos a partir de 1851, quando teve um grande mérito: conseguiu superar nos palcos suas deficiências físicas, pois era cego, manco e surdo. Morreu como nasceu pobre e esquecido.”
José Maria da Silva Paranhos, “o Visconde do Rio Branco. Nasceu em 15 de março de 1819 e faleceu em 1º de novembro de 1880. Foi um ilustre estadista, baiano, senador do Império, conselheiro do Estado no Rio de Janeiro. Morreu cheio de honras com serviços prestados ao seu país. Para perpetuar o nome, basta citar uma data 28 de setembro de 1871. em que o mesmo promoveu a lei do ventre livre, percussor lucilante de 13 de maio de 1888 em que a Pátria e a Igreja registraram na História um dos seus maiores dias. Suas palavras foram: “Ninguém mais nascerá escravo no Brasil” Por este e outros feitos profícuos como estadista em vias diplomática, integrou e aumentou o nosso território Nacional. Foi inaugurado na Av. Sete de Setembro a sua estátua de bronze com seu tamanho por iniciativa da Associação Comercial da Bahia.” ( Fonte extraída do livro: “Bahia Histórica” – autor; Sílio Boccanera Jr.)
“ A estátua do Barão do Rio Branco, foi inaugurada em 13 de maio de 1919. A estátua e os altos relevos em bronze foram fundidos em Nápoles/Itália. Já as ornamentações, folhas e símbolos, foram fundidos aqui em Salvador, nas oficinas da Escola de Belas Artes, projetos e esculturas do artista Pasquale de Chirico, italiano de méritos comprovados. A base de sustentação é de granito róseo extraído do nosso Paraguassú, onde existem granitos de cores variadas.”(Fonte extraída do livro: “O Baluarte”- autor: Altamirando Requião – públ.. Em 1940/Ba.)
“Dom Fernando José de Portugal, Marquês de Aguiar. Prestou inestimáveis serviços à Bahia e outros relevantes no Rio de Janeiro. Lá ele foi conde e depois Marquês. Fora também, governador geral e Vice-Rei de Estado do Brasil em 1801. Faleceu em 1817 no Rio de Janeiro. Na Bahia, teve seus méritos e louvores. Mandou construir Fortes levantou muralhas de pedras que sustenta a Ladeira da Misericórdia, via de muita importância para o comércio que liga a cidade Alta e a Baixa. Mandou construir o Hospital Militar no local que fora o Colégio dos Jesuítas abandonado desde a expulsão dos mesmos em 1759. Antes de ser chamado Hospital Militar, sua origem vem do “Ensino Médico-cirúrgico” e mais tarde foi criado a Faculdade de Medicina. Promoveu e execulta a “cadeia pública” nos baixos do Paço do Senado da Câmara (hoje sede da Prefeitura Municipal) e a praça é reconstruída. Determina à Câmara Municipal um subsídio para “inteligência e prendados baianos” “irem em outros centro estudar utilidades para o país.” O que seja hoje bolsa de estudos. Regulamenta a conservação das matas e reflorestamento. Pensava no futuro das nossas florestas, ato de pioneirismo da época, idéias avançadas e muita visão para o futuro. Mas, seus subordinados nada os fizeram para evitar os cortes de machados nas árvores que já eram seculares e transportes para o exterior de madeiras nobre como jacarandá, pau-brasil, vinhático e outras. Cria a “cadeira de ensino público de geometria” na capital. A pedido de negociantes, consegue do Príncipe Regente, o Branco da Bahia em 1817. Determina a construção da estrada e comunicação de Camamú á Monte Alto. Abole o monopólio do sal. Planeja um horto botânico no local que hoje é o “Passeio Público” antes era jardim de plantas brasileiras. Manta levantar a “carta hidrográfica da Bahia” Esses são os feitos históricos de um grande mandatário do Brasil do século XIX.”
(Fonte extraída do livro: “ Livro de Hora” – autor: Afrânio Peixoto)“Ás vezes, porém, o esquecimento da História que nem sempre premeia os que mais merecem, deixa no silêncio das coisas deslembradas, nomes e fatos daqueles refulgentes iluminados.”
“Relembrar, pois, os que a ingratidão dos tempos relegou para a inutilidade dos ouvidos castigados; avivar na memória dos contemporâneos grandes fatos olvidados, tirar dos fatos pretéritos a lição moral, como guia e exempla às obras e atos de hoje não nos parece idênticos sem méritos e missão sem nobreza.” ( Wanderley de Araújo Pinho)
Meus Comentários: Uma grande ação nem sempre é revelada em vida guarda-se na lembrança para à História dos heróis ou santos. (Álvaro)
Na casa sobrado do coronel Paulo de Argolo, situada na Barra. Foi a primeira Loja instalada da Maçonaria do Brasil, sob a denominação “Cavaleiros da Luz” esse memorial dia 14 de julho de 1797. Aí foi criada a “Revolução dos Búzios” ou “Revolta dos Alfaiates” em 1798. A morte dos principais participantes que eram todos humildes pessoas do povo “ a corda parte do lado mais fraco” não mereciam tanta crueldade. O padre delator dessa conspiração José da Fonseca Nunes deve estar até hoje sua alma em gritos na profundeza do inferno.”( Fonte do livro: Bahia Histórica – autor: Silio Boccanera Jr.)
Cipriano José Barata de Almeida –“o revolucionário de todas as revoltas”.Nascido na Bahia em 1762. Médico, líder na política do Brasil da Independência. O que lhe valeu várias prisões e maus tratos, Deputado, polemista. Sofreu prisão em Pernambuco, Jornalista. Morreu na indigência.” ( Fonte do Novo Guia “Estribela” publicado em1953/Ba.)”
Em 30 de agosto de 1605 – Nasceu na Bahia Frei Vicente Salvador, erudito brasileiro que ingressou para a Ordem Seráfica, foi considerado por seus estudos severos e grande ciência, um dos mais doutos de sua Ordem. Escreveu a “História da Província Seráfica do Brasil” (Fonte do livro: Almanak da Província da Bahia – ano 1881)
O historiador Sebastião da Rocha Pitta, nascido na Bahia em 3 de maio de 1660 e fez a obra “História da América Portuguesa” referindo-se a cidade da Bahia (Salvador). Neste livro ele aborda o “Dique do Tororó” que foi construído por invasores holandeses. Desde as baixas do convento de S. Bento na Barroquinha até o sítio denominado Sete Portas, seguindo direção até o rio Camarogipe, sempre ao lado da estrada da Valla, privando-se por essa forma que os ditos lagos fossem desaguar no “Dique” como outrora. Faleceu em 2 de novembro de 1738 aos 78anos. Deixando o nome em destaque na literatura histórica do Brasil.” (Fonte do livro: Revista do Inst.Geográfico e Histórico da Bahia nº 68?1942)
TRABALHO DE PESQUISA DE ÁLVARO B. MARQUES

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

FATOS MARCANTES DA ÉPOCA - MEMÓRIA DA BAHIA - PARTE 2

VOCÊ SABIA? QUE...
Em 1572, faleceu nesta cidade o Governador Geral do Brasil, Mém de Sá que governou desde 1558, deixando em seu testamento grande parte de seus bens para a Casa da Santa Misericórdia desta Capital, que fora instituída nos anos de 1549 a 1551, nos mesmos patrões da Irmandade de Portugal, Sendo sua regra básica; “atender pela necessidade de curar-se a gente pobre e marinheiros”. Sendo na época o governador Geral Thomé de Souza.
Não se pode saber positivamente a data da instituição filantrópica da Irmandade da Misericórdia nesta Província por se haver perdido os primeiros livros desse estabelecimento pio, em conseqüência da invasão dos holandeses em 1624. Queimaram em praça pública todos os livros e documentos das Igrejas, Conventos e casas pias. Os terrenos onde se acha a Igreja da Santa Misericórdia e os prédios vizinhos foram doados a Irmandade por Simão da Gama de Andrade que veio a Bahia em 1550, como comandante do galeão S. João Baptista, da armada portuguesa.”
Em 1638 no dia 14 de abril – “ O Príncipe João Mauricio de Nassau, comandante geral dos holandeses, com 1800 praças de tropas, põe cerco a cidade da Bahia e dá um assalto geral, em maio mês seguinte foi repelido com grandes perdas em consequência disto retorna para Recife depois de assolar o recôncavo baiano por bárbaras vinganças.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” no ano de 1881)
Em 19 de março de 1710 – Fez doação para a Capela da Boa Viajem ao Convento de S. Francisco D. Lourença Maria possuidora de todas as terras de Itapagipe, nas condições de “que para o dito Convento mandar dizer anualmente três missas por sua alma e duas para a sua filha D. Maria Pereira de Negreiros, já falecida. Neste local, foi erigido em 1712 um hospício e reconstruída a Capela com recursos dos generosos donativos de devotos e de muitos navegantes, A Capela é pequena, com frente para o mar, elegante o tempo. É festejado sempre no dia 1º de Janeiro de cada ano, juntamente com a festa de N.S. da Boa Viajem.”
Em 20 de março de 1788 – “Um pavoroso incêndio devorou toda a Capela e consistório da Ordem Terceira do Carmo, nesta cidade, que havia poucos anos da sua construção. O incêndio rompeu-se às 11 horas da noite, (relato do zelador) provocado por uma vela do altar mor que caiu e pegou fogo nas fazendas (tecidos) que ornavam, ocasionando o incêndio. Compareceram várias pessoas e o governador D. Rodrigo José de Menezes, muito contribuiu e dirigiu os trabalhos para a extinção do fogo. Porém, já o fogo estava no alto, somente se salvou o Convento do Carmo do estrago. Demolido a parte que liga o referido Convento que era uma passagem tipo ponte. O rico negociante Tenente coronel Inocêncio José da Costa, Prior da Ordem Terceira do Carmo, mandou liberar de suas despesas, donativos para levantar de novo todo o edifício consumado pelas chamas. Deu inicio a reconstrução em 16 de outubro de 1788 mesmo ano, e concluído em 14 anos depois, despendendo mais de 240:000$000, (duzentos e quarenta mil réis), cuja maior parcela veio dos donativos do Tenente coronel. Em troca foi colocado no salão nobre da Capela o seu retrato em março de 1828.
A Igreja da Ordem Terceira do Carmo é hoje uma das mais famosas e concorridas por fiéis ricos moradores vizinhos da Igreja. A Irmandade é composta de brancos portugueses e descendentes. Os visitantes se deslumbram com o seu interior e o exterior revela na escadaria de pedras mármores e grades de ferro trabalhado em grande perfeição em engenharia simétrica.”
(Fonte extraída do livro: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
Na Casa da Santa Misericórdia, nesta cidade, tem uma “cisterna” chafariz que foi construída no pátio, no centro, em 1702 sobre ela, acha-se uma bela estátua de mármore branco de Portugal, representando a Caridade, a qual foi oferta do irmão Provedor Francisco José Godinho.”(Fonte: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
No dia 3 de março de 1833, faleceu nesta cidade com 55 anos, o grande pintor baiano, Antonio Joaquim Franco Velasco. Lente da cadeira pública de Desenho. Este hábil professor foi o fundador da primeira escola de pintura do Brasil. Seguiu as regras da Arte. Fez belos e notáveis trabalhos em pinturas nas várias Igrejas da Bahia, no magnífico estilo da escola de Rubens aonde ele aprendeu e desenvolveu aqui na Bahia. Aplicou seus conhecimentos mais famosos no teto das Igrejas de Sant’Anna e da Capela do Senhor Jesus do Bom Fim e os seis painéis dos altares laterais da Igreja, que representa os passos da Paixão de Cristo.” (Fonte: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
No dia 9 de março de 1872 – o Presidente da Província, criou por ato nesta data o Liceu de Artes e Ofícios, para educação profissional dos filhos menores dos artistas e auxiliares dos consócios. Sua Majestade, o Imperador, concedeu-lhe o titulo de Imperial Liceu de Artes e Ofícios. Localizado no Solar de Saldanha da Gama nesta cidade.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
No dia 14 de março de 1837 – Morreu nesta cidade a célebre feiticeira Nicácia, era muito falada e ainda hoje se referem fatos interessantes atribuídos a ela. O Governador Conde da Ponte, mandou prender quando ela estava na sua casa no Cabula, exercendo suas feitiçarias e sortilégios. Foi vista neste dia, atravessando as ruas no centro desta cidade em uma carroça, não podia andar, era aleijada, sendo acompanhada pelo povo. Levaram para a enxovia. Por ordem da Inquisição Católica.”
(Fonte do livro: “ Almanak da Província da Bahia” publicado em 1881)
"O Feitiço e o Feitiçeiro - Em 7 de junho de 1872. Um contigente da Guarda Policial, cercou, a meia noite, um Camdomblé no local chamado de Cruz das Almas, freguesia de Brotas e trouxe presos oito indivíduos. Entre os quais um assassino procurado de nome RaymundoNonato, cujo corpo, estavam os feitiçeiros tirando "bichos desventuras" e trinta diabos vermelhos, achava-se o infeliz cheio de feridas e queimaduras pelo corpo por onde seus curandeiros diziam que haviam de sair os maus espíritos e a desventura que a perseguiam."(Fonte: Resumo Cronológico da Província da Bahia dese 1500 até 1885 -pág.110/111 - autor: José Alvares do Amaral.) - A Força Policial foi constituida conforme a Lei nº2012 de 20 de junho de 1880.
Em 1874 – Funcionou em Santo Amaro, cidade do recôncavo baiano á Empresa dos Trilhos Urbanos, percorreu 4 e ½ km deu inicio no engenho Partido até a rua Sacramento.”
Em 1875 saiu o primeiro jornal do “Diário de Notícias” em publicação periódico. Era um jornal em pequeno formato, mas tinha boa aceitação pelo povo porque os textos eram de especial menção em vista do seu apelo filantrópico para a classe pobre. Recorria à caridade pública para o socorro daqueles que não tinham pão e nem abrigo e dos que mendigavam. Implorava auxilio para todos os irremediáveis e o jornal era o primeiro a fazer o seu óbolo. Por essa razão, granjeava muita simpatia do público.
No ano de 1880, além do Diário de Notícias, tinha o Diário da Bahia (jornal oficial), o Monitor, a Gazeta da Bahia, o Jornal de Notícias, o Alabama, a Gazeta da Tarde, todos diariamente. A Gazeta Médica, a Escola, a Voz do Comércio, o Bahiano e o Balão publicavam em dias alternados.” (Fonte: Almanak da Província da Bahia – publicado em 1881 – organizador: Antonio Freire)
Em 16 de março de 1880 – Foi inaugurado e colocado a pedra da comemoração do Engenho Central Pojuca da máquina á vapor de 85 cavalos para moer em 24 horas 300 toneladas de canas, com o duplo jogo de moendas. Acha-se também associado neste empreendimento o engenheiro Felix Waudesmet, veio da Europa para assentar o maquinário e dirigir a fábrica, a qual começou a funcionar em 16 de novembro de 1880, produzindo “assucar”, não em cristal mas preparado por um processo que torna-se bem alvo e mais encorpado, fino. Dizem que esta máquina é a primeira que veio para a Bahia.” (Fonte extraída do livro: “Almanak da Província da Bahia” – publicado em 1881 organizado por Antonio Freire)
É BOM SABER: Eram comuns incêndios nos prédios comerciais e agencias bancárias no comércio da Cidade Baixa. Havia muito prejuízo por parte dos negociantes e proprietários dos imóveis. Naquela época não existia seguros e somente anos depois foi criado a Aliança Seguros. Durante todo o século 18 era inevitável este acontecimento, porque não havia um sistema mais rápido e eficaz que não fosse a ajuda do povo com latas e recipiente para água e jogar no fogo. Só veio a melhorar quando duas Companhias Interesses Públicos e a Aliança compraram na Europa e usaram as Bombas para extinção de incêndios. Assim mesmo, resolvia apagar o incêndio em parte baixa, caso o fogo se estendia pra cima, nada poderia fazer. (Fonte de Pesquisa) Leia o comentário abaixo:
“Foi salvo no cais Dourado, freguesia do Pilar, um armazém (Trapiche), cheio de mercadorias. Seriam funestas conseqüências si não fosse de pronto extinto com auxilio das Bombas de Extinção de Incêndio das Companhias Interesses Públicos e Aliança.”
(Fonte extraída do livro: “Almanak da Província da Bahia” ano 1881 – autor da organização Antonio Freire)
“No dia 23 de abril de 1852- Achou-se em Sincorá, na Comarca de Minas do Rio das Contas nesta Província, um diamante de 87 quilates, foi vendido por 31:000$000 contos de reis”.
“No dia 16 de abril de 1850 – Mais um incêndio ocorreu na madrugada. Rompeu-se ao lado mar, no Trapiche “Xixi” na freguesia do Pilar, ateando o fogo com tal velocidade que todos os esforços empregados não puderam apagar o tenebroso incêndio. Ardendo mais de duas mil caixas de “assucar” e todo o prédio. Meses depois foi reedificado.”
“Já no dia 22 de abril do mesmo ano, surgiu outro incêndio nos Trapiches Querino e Pilar, situados na freguesia do Pilar. Consumindo todos os gêneros, causando enorme prejuízo. Não havia nem hum ano que outro Trapiche “Carena” teve a mesma sorte.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia – ano 1881” organizador: Antonio Freire).
No dia 16 de abril de 1738 – Tiveram começo as obras do Convento das Mercês, edificado a custa de D. Ursula Luiza de Montserrat que tendo herdado do seu pai,Pedro Barbosa Leal, o valor de 335:000$000 mil contos de reis e aplicou toda essa fortuna na construção do Convento de Freiras Ursulinas, com aprovação da Rainha de Portugal sua proteção.”
Em 20 de abril de 1847 – Aconteceu um crime que se tornou célebre por muitos anos na boca do povo baiano. Trata-se do lamentável crime que teve às 7 horas do início da noite desse luminoso e trágico dia em que foi assassinada com um tiro de pistola à queima roupa a jovem e bela D. Júlia Fetal, na flor dos seus 20 anos. Morta dentro de sua casa em volta de amigos e parentes, quando ela estava tocando piano. O autor de tão negro atentado foi o jovem seu professor de inglês e pretendente a esposo João Estansislau da Silva Lisboa, 28 anos. Era muito conhecido e respeitável mestre. Foi preso imediatamente e sendo processado e afinal condenado a 14 anos de prisão. Cumpriu a pena de sentença. Mas, o motivo do crime nunca foi revelado, o autor nada disse ao juiz e a ninguém. Esse fato fez gerar muitas hipótese e estremeceu todos os corações e ainda hoje passados 44 anos é referido com horror. Ela pertencia uma família rica média, a mãe francesa e o pai português comerciante na Alfândega, morava no largo da Piedade. Ele filho único de mãe inglesa e pai português rico negociante do Brasil para Portugal e de alta finanças do Império Português. A mãe vivia separada do marido que ficou falido e ela teve que educar o filho dentro do regime inglês. Ele teve a educação com os melhores professores da época, obteve cultura, falava vários idiomas e era excelente professor de História, Geografia e Grego e lecionava no Liceu. Mesmo preso ensinava dentro da cela para os filhos de pessoas ricas e ao deixar o presídio, foi Dirigir a Pedagogia do Colégio S. João, famosa casa de ensino na Vitória. Ficou livre aos 42 anos de idade, seu aspecto não era o mesmo. Em uma das suas viagens para a Portugal, faleceu em 9 de fevereiro de 1878 na cidade de Lisboa terra dos seus antepassados na parte de seu pai. Pelo coração tudo passou e matou e a sua morte veio no mesmo lugar que tanto bateu por amor.
Na Igreja da Graça tem o túmulo de Júlia Fetal depositado no corpo do Mosteiro cuja urna de mármore na lápida está gravada um belo soneto que fez a poetisa baiana, D. Adélia de Castro Fonseca.” (Fonte do livro:”Almanak da Província da Bahia – ano 1881”
Você sabia que? A palavra Aleluia é hebraica, que quer dizer – Louvar ao Senhor.
“Em 27 de abril de 1838 – “Ás 9 horas da manhã os presos mais ou menos 100 se achavam encarcerados na Fortaleza do Mar, hastearam um Bandeira chamada de “Federação” cujo formato de uma lista branca e duas azuis e fizeram um grande motim no Forte. Depois de haverem no dia anterior, atacado a guarnição da Fortaleza e pendendo o comandante. Apontou várias peças de artilharia em direção a Cidade e bombardearam continuamente, o que foi respondido com peças de artilharia pesada que se encontravam no pátio externo da Igreja da Sé e mais três peças do Arsenal de Marinha que fica mais próximo do Forte como também a Corveta Regeneração que se encontrava no porto aderiu ao fogo. Obrigou aos amotinados a render-se, no meio desses estava o famoso Cypriano Barata, conhecido na época por “Baratinha” Esta foi a primeira revolta motim da Fortaleza do Mar ou Forte de S. Marcelo.”
“No dia 29 de abril de 1838 os presos do motim da Fortaleza do Mar foram transferidos para o navio presídio chamado de “Presiganga”. Este navio ficava no mar, sendo que uma parte do seu casco estava assentada numa bacia de areia e quando a maré vinha de enchente cobria a metade do navio e consequentemente os presos ficavam em lugares bastante úmidos com companheiros caranguejos e outras espécies marinhos que lhes incomodavam. Este relato foi descrito por um dos presos soltou e transferido para o Forte do Barbalho.”(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
Em 30 de abril de 1878 – Foi permitido a construção e locação dos primeiros “Kiosques” nos largos das praças públicas com a permissão da Câmara Municipal. A Assembléia Provincial, deu a Lei nº 1592 de 19 de maio de 1876 “ concedeu privilégio exclusivo por espaço de 20 anos ficando a construção e assentamento a cargo dos proprietários nos lugares que a Câmara Municipal determinar ou seja, nas praças, ruas, cais, pontes e jardins desta Capital. Os “Kiosques” eram móveis, charletis e galerias de forma e dimensões que seja adaptada aos lugares ao tipo de mercadorias. A Câmara Municipal, cobrava uma renda anual de cada um deles, os quais se obrigam no fim do prazo, devolver a área sem nenhuma indenização.”
(Fonte do livro: Almanak da Província da Bahia – ano 1881)
NOTE BEM: Os “Kiosques” tinha a sua regulamentação pela Câmara Municipal e controlava os preços dos produtos e passavam por vistorias periódicas. Curioso é que todos os proprietários dos “Kiosques” eram mulheres alforriadas ex-escravas ou mulatas brasileiras. Todas chamadas de “mulheres do partido alto” por terem mais poder aquisitivo e a maiorias participam de Irmandades. Quando elas passavam nas procissões ostentavam um luxo de fazer dó as brancas yayás. Nos braços e pescoços o ouro e a prata eram contados e avalizados. (Fonte de pesquisa de Álvaro).
Em 13 de abril de 1831 – nesta cidade, foi palco de cenas de violências pública na Cidade Baixa – Comércio. Morreu um brasileiro de nome Victor Pinto de Castro em ato de agressão do português contra brasileiros. O caso não foi maior porque houve a interferência do Visconde de Pirajá, então comandante das armas e o Dr. Cypriano José Barata de Almeida, patriota, muito popular, por essa razão. O fato deu-se na maneira banal; Um português de nome João Teixeira de Carvalho, após brigas, fugindo do povo que ia lhe bater de pau, o assassino jogou-se no mar procurando refúgio em algum navio. Nesta terrível circunstância, surge um preto em uma canoa que atravessou adiante e acreditando o infeliz que o fim dessa atitude era salva-lo, entra na canoa com ajuda do preto e deita na canoa, é quando recebe o primeiro golpe de remo e vai recebendo pancadas até á morte, onde esperava encontrar salvação. Fugindo o preto e escondendo-se por algum tempo no sertão da Província. Foi preso o criminoso, sendo condenado pelo Juiz e levado para a galés presídio em pena perpétua, onde morreu.”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia – ano 1881)
Meus Comentários: Naquela época havia muita discriminação entre portugueses e brasileiros, não se davam bem. Viviam em constantes brigas e cada um dizia uma piadinha para o outro. O menosprezo era visível, por vários motivos, dentre eles o mais difícil era o brasileiro não poder exercer cargos melhores no comércio e nas repartições públicas. Só tinha o direito de ser caixeiro e com muita servidão. Os melhores cargos caberiam a portugueses e seus descendentes. O comércio de varejo e atacadistas estavam em mãos de portugueses, espanhóis e outros. A lavoura estava sobre o domínio de potentados senhores de Engenhos e grandes latifundiários brasileiros e portugueses.O comércio exportador de tecidos, peças mecânicas e produtos de gêneros alimentícios estavam em poder de ingleses, alemães, suissos e americanos. Havia brasileiros ricos que se associavam á estrangeiros e outros que viviam do tráfego de escravos e eram também grandes negociantes. Somente anos depois foi que surgiram pioneiros brasileiros na indústria de tecidos, como foi aqui na Bahia o Luiz Tarquínio (n.1844 e m.1903) conhecedor de economia, política e finanças, artes plásticas e música. E no Rio de Janeiro o Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, empresário, industrial, banqueiro e político brasileiro (n.1813 e m. 1882 ) Havia uma poderosa rede de monopólio no comercio entre brasileiros e estrangeiros. Só na metade do século 19 é que os brasileiros começaram a se expandir comercialmente e industrialmente. Mesmo assim com uma enorme dependência de exportação. A rivalidade entre portugueses e brasileiros veio a diminuir gradativamente quando o país ficou livre dos interesses de Portugal e proclamou a sua Independência. – Trabalho de Pesquisa de Álvaro.
“Diogo Álvares e Catharina Paraguassú, deram-lhe a invocação de Nossa Senhora da Graça e levantaram uma Ermita no local da Capelinha que ali tinha feito anteriormente. Colocaram a imagem da Santíssima Virgem Senhora da Graça a qual fez muitos milagres aos devotos e marinheiro náufragos.
A Ermita foi por Diogo Álvares Corrêa e D. Catharina Álvares Paraguassú doada aos Frades Beneditinos em 16 de julho de 1583 junto com todos os terrenos em volta do Mosteiro até a Basílica de São Bento. Depois os frades reedificaram a Ermitã em 11 de outubro de 1770 e anexaram ao atual Mosteiro de São Bento, residência do Abade da Graça. Na Igreja da Graça, encontra-se um quadro, ignoro o autor, da doadora em que ela está em genoflexo contemplando a Virgem com mãos postas, olhando para o alto e vendo-a. Foi com esta visão que ela pediu para procurar nas praias a imagem da Virgem e foi encontrada na praia de Boipeba e que tem seis palmos de altura, está no nicho do altar mor da Igreja da Graça. Como também, existe uma lápide de mármore branco que cobre a sepultura da legendária D. Catharina Álvares Paraguassú, falecida em 26 de janeiro de 1582.” (Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
“ Em 3 de maio de 1748 – “Em conseqüência de grande temporal com muita chuva. Houve na noite, desabamento de terras na Ladeira do Pilar e demoliram todas as casas que estavam na encosta. Morreram todas as pessoas que se encontravam nas casas. Foi muita quantidade de terras que desceram, chegando a altura das janelas da Igreja do Pilar, lado do Hospício dos Carmelitas. Por essa ocasião á Cidade Baixo no local da tragédia, ficou despovoado em vista do terror e receio de novo desabamento.”
(Fonte extraída do livro:”Almanak da Província da Bahia” – ano 1881 – organizados Antonio Freire)
Em 9 de março de 1624 – Nesta Capital, invadiram os holandeses a Bahia por mar, com uma esquadra composta de 33 vasos de guerra, comandada pelo Almirante Jacob Willekens, e 2.400 homens desembarcaram, sobre as ordens de Johan Van Dorth. Apoderam-se logo da Fortaleza da Barra, entraram para a Cidade pela estrada da Vitória e fizeram alto junto á Igreja de S.Pedro Velho. Recolhendo-se depois para o Convento de S. Bento, onde se fortificaram. Foram expulsos e obrigados a evacuar a Cidade com o seu governador Kiff no dia 1º de maio do ano seguinte (1825). Fomos salvos por uma numerosa esquadra espanhola, sob o comando de D. Fradique de Toledo Ozório, auxiliou os que estavam em terras e apertaram os invasores que se viram obrigados a entregaram-se sem antes atearem fogo em vários prédios, casas comerciais, causando incalculáveis perdas. Incluindo nesta barbaridade a queima de livros e documentos raros das Igrejas e Conventos.”
(Fonte do livro:”Almanak da Província da Bahia” ano 1881)
Em 10 de maio de 1680 – Primeiro flagelo da “peste” em que o povo recorreu ao auxilio de S. Francisco Xavier em procissão. Manteve essa tradição através da Câmara Municipal até o ano de 1828. No dia 3 de dezembro a solenidade como padroeiro desta cidade, concedido por Bula Pontifícia. Anos depois, não mais realizou-se. Em 10 de maio de 1855,voltou o povo á procissão, quando o Cólera-mórbus assaltou nossa cidade e recôncavo baiano em setembro de 1855. Carregaram o andor ricamente ornado com o Busto de prata do mesmo Santo, que existia no Colégio de Jesus desde 1687”
(Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
N.B. Este Busto de Prata, ricamente trabalhado, tinha um rubi cravejado no meio do Busto (parecia um coração). Encontra-se hoje, século XXI na Igreja da Catedral Basílica no Terreiro, somente fica exposto em casos raros. Põem, sem o rubi, mostrando a cavidade oca. Não se sabe o paradeiro.(Fonte de Pesquisa de Álvaro)
Em 27 de maio de 1807 – O Governador General João de Saldanha da Gama e Mello e Torres, 6º Conde da Ponte, mandou cercar todos os caminhos de entrada da cidade por soldados armados para preservar a cidade de nova insurreição de africanos escravos que pelas imediações tinham feito algumas mortes. O Governador mandou publicar avisos em vários pontos, ordenando que todo o negro cativo ou forro, encontrado nas ruas depois das nove horas da noite, fosse castigado com 150 açoites, o que assim se cumprio. Esses negros são da nação Ussá vindos dos recôncavos baianos que se encontrava com outros da mesma nação nesta cidade.”(Fonte do “Almanak da Província da Bahia”)
Você sabia? Que em 23 de junho de 1835 – Foi criado nesta Capital o Corpo de Polícia para manter a segurança interna dentro da Lei. A Força Policial foi fixada por Lei Provincial nº 2012 de 20 de Julho de 1880 – Foram incorporadas 1200 praças, 300 para a Capital e restantes dividido para cidades do recôncavo.”(Fonte do Almanak da Província da Bahia – ano 1881)
A Irmandade dos Pretos de Nossa Senhora do Rosário da Baixa dos Sapateiros em frente ao Taboão. Teve como capelão o padre João Querino Gomes, ilustre orador e pessoa querida de toda a comunidade. Foi agraciado como Bispo mas, não aceitou o cargo porque se acha muito bem com seus “pretinhos” como assim carinhosamente o chamava os seus fiéis.”(Fonte do Almanak da Província da Bahia”
Em 13 de junho de 1857 – Foi inaugurada mais uma fábrica de tecido de algodão, um belo edifício na rua da Vala, onde empregou-se mais de cem operários de ambos os sexos, sendo a maioria meninos que vão se preparar para o futuro, achando no presente trabalho honesto para a sua sobrevivência e da família. A fábrica Modelo é de propriedade de Manuel Luiz Pinto Coimbra. Existem mais outras fábricas nesta Província as seguintes: Fábricas de Tecidos de Algodão, Bom Fim, Nossa Senhora do Amparo, Nossa Senhora da Penha, Todos os Santos e Nossa Senhora da Conceição.”
Você sabia que? Na Ladeira da Misericórdia parte baixa no comércio, existia uma fonte que se chamava “xixi” até o ano de 1833 estava lá?” (Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
Foi instituída nesta Capital à Sociedade Libertadora Sete de Setembro, com a nobre missão de emancipar a escravatura da Bahia. Desde a sua fundação até 28 de fevereiro de 1874, foi concedido a liberdade de 267 escravos por meios de “Carta de Liberdade”, sendo livre 89 gratuita e 178 adquirida mediante uma taxa pecuniário mensal, chegando o valor aplicado para essa finalidade em 58: 289$000. Durante todo o período de sua existência foi libertado pelo fundo de emancipação milhares de escravos.”
(Fonte de livro: Almanak da Província da Bahia” ano 1881)
Foi demolido o famoso “Pelourinho” por ordem da Municipalidade. Fora erguido no alto da ladeira, largo, da Igreja do Rosário da Baixa dos Sapateiros. Era uma coluna de pedra de cantaria, com grandes argolas de bronze, onde se amarravam os condenados a açoites nos tempos coloniais. A Sociedade Dois de Julho, requereu à Câmara Municipal a demolição desta coluna, instrumento aviltante que depunha da civilização deste país. Principalmente agora que tornou-se livres dos ferros os cativos. Sendo atendido pela Câmara.” (Fonte do livro: Almanak da Província da Bahia” – ano 1881”)
“Foi edificada a Fortaleza de Santo Antonio, que serve de prisão civil denominada Cadeia de Correção ou Casa de Correção. Localizada no largo de Santo Antonio Além do Carmo.”
“O Forte do Barbalho, Foi concluído a edificação em 1712 Situado na freguesia de Santo Antonio d’além do Carmo. O nome do Forte, foi em homenagem ao cabo de artilharia de nome Joaquim Barbalho, cujos feitos de bravuras na época da invasão holandesa. Sendo o vicer-Rei do Estado do Brasil o conde das Galvêas em 25 de agosto de 1712.”
A Fortaleza de S. Pedro. Foi concluída em 1722.
Em 17 de novembro de 1877. Foi fundada por iniciativa do distinto artista espanhol Miguel Navarro y Canizãres e de alguns professores de desenho e pintura a Academia de Bellas Artes da Bahia, que se acha localizada a rua Vinte de oito de dezembro na freguesia da Sé cujo prédio conhecido “Parthenon Baiano” comprado pela comissão das Loterias por 26:000$000 mil réis para servir de escola do Curado da Sé. Local que foi morada do renomado médico Dr. Jonathan Abbot, inglês naturalizado brasileiro, grande admirador das Artes Baiana e incentivador. Tendo ele inúmeros quadros comprados para o seu acervo. Houve nesta Academia das Bellas Artes em 1878 uma exposição, talvez a primeira do gênero no Brasil de vários quadros de artistas baianos na instituição.” (Fonte do livro: “Almanak da Província da Bahia” – ano 1881)
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É BOM SABER: “ O Lundú como dança, foi sempre considerada própria da ralé, uma “debochada” do povão. Xisto Bahia o grande artista cênico, improvisava no palco Lundús cantados, iguais aos verdadeiros brados musicais brasileiros; que são produtos de nossa miscigenação contra o refinado da modinha. Nasceu a forma de canções populares brasileiras que mais tarde derivou em SAMBA, nos seus diversos aspectos.”
(Fonte do livro: “Anais do segundo Congresso de História da Bahia” autores diversos, Revista do Inst.Geo. e Histórico da Bahia – 1952)
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Senhor de Engenho – “Verdadeiro aristocrata da época Colonial, que morava em confortável “Casa Grande” e que representou papel importante na política da região, em todo o Note e Nordeste do nosso País.”
A Bahia foi Capital do Brasil, até 1763 consequentemente até está data a sede da civilização brasileira. Era a primeira província e a mais culta. Foi para o Rio de Janeiro toda a corte Imperial. Nesta ida perder-se muito a Bahia em desenvolvimento.”
(Fonte do livro: “Da Bahia que eu vi” – autor: João Virella. págs. 114 e 115)
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Nos tempos passados, séculos 18, existia um cemitério na cidade que na porta de entrada havia uma lápide votiva com advertência dos dístico: “Hodie, mihi cras tibi” em nossas palavras: “Fim de todas as glórias e vaidades humanas” – (Fonte do livro: Anais do 1º Congresso de História da Bahia.)
PESQUISAS DE ÁLVARO B. MARQUES